Buscar

A reforma da previdencia

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ 
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E JURÍDICAS 
CURSO DE DIREITO – 9º PERÍODO 
COMPONENTE CURRICULAR: DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROFESSOR/A: ISADORA KAUANA LAZARETTI 
ACADÊMICO/A: VERA LUCIA GALARDÃO 
 
REFORMA PREVIDENCIÁRIA 
 
Motivos da Reforma 
A reforma da Previdência foi proposta através da emenda Constitucional (PEC 287/2016), 
desde o inicio da proposta vem sendo discutida e vem sofrendo alterações, o principal motivo pelo 
qual a reforma foi proposta, é o rombo da Previdência, pois cada vez mais a expectativa de vida 
aumenta, tendendo a ter mais idosos do que jovens, assim se tem menos contribuição e mais gastos. 
A crise econômica fez com que o governo começasse verificar a possiblidade de debater a 
reforma da previdência social. O déficit nas contas publicas está diretamente ligada ao argumento 
do governo para propor a reforma. É importante entender que a Previdência Social, está dentro de 
um grande sistema chamado de Seguridade Social, o qual forma um tripé compostos pela Saúde, 
Assistência Social e pela Previdência Social. 
A Seguridade Social pode até apresentar seus problemas, pois o custo é realmente alto para 
manter essa da forma que a Constituição Federal de 1988 assegurou a participação do Estado na 
vida do cidadão brasileiro. A Saúde é universal, ou seja, todos os brasileiros têm direito aos serviços 
de saúde pública (SUS), a Assistência Social tem caráter assistencial, isto é, apenas aqueles que 
efetivamente precisam de ajuda para a sua subsistência possuem esse direito. 
Contudo, a Previdência Social abrange somente aqueles que contribuem para o sistema, pois a 
previdência é contributiva compulsória e ao mesmo tempo o sistema é solidário, ou seja, todos 
contribuem para o sistema previdenciário para que no futuro sejam recompensados com as 
contribuições que fizeram ao longo da vida, sem contar com os benefícios que os segurados têm 
direito antes mesmo da aposentadoria, tal como o auxílio doença. 
 
Comparativo entre os principais pontos de mudança 
 
Conforme Afonso Benites nos apresenta as principais mudanças são: 
● O texto prevê idade mínima de 65 anos para o homem e 62 anos para a mulher, de forma 
gradativa. Diferentemente da proposta anterior (que era de 25 anos) a nova proposta mantém os 15 
anos de contribuição para que se aposentar por idade. Essa data limite, contudo, só passará a valer 
em 2038. Antes disso, haverá uma regra de transição na qual a idade mínima para aposentadoria na 
iniciativa privada para homens é de 55 anos e de 60 para o servidor público. No caso das mulheres, 
essa idade será de 53 e 55, respectivamente. Atualmente, a aposentadoria é feita em uma 
combinação entre tempo de contribuição e idade. Há uma exceção no projeto quando se trata de 
professores, policiais e de trabalhadores que atuam em atividades que tem elevado risco à saúde. 
Até o fim da transição, os professores poderão se aposentar aos 60 anos de idade e os policiais, aos 
55, independentemente do sexo. Entre os que têm atividades de risco, não há uma idade mínima. 
Formulado numa equação, o Fator Previdenciário considera o tempo de contribuição, a 
alíquota e a expectativa de sobrevida do segurado no momento da aposentadoria. Por esse método, 
cada segurado recebe um benefício calculado de acordo com a estimativa do montante de 
contribuições realizadas, capitalizadas conforme taxa pré-determinada que possa variar em razão do 
tempo de contribuição, da idade do segurado e da expectativa de duração do benefício. Na prática, o 
Fator Previdenciário reduz o valor da aposentadoria para as pessoas mais novas. 
● O tempo de contribuição mínimo será de 15 anos: Inicialmente, o Governo queria obrigar o 
trabalhador a contribuir por pelo menos 25 anos, antes de se aposentar. Agora, essa regra valerá (se 
aprovada pelo Congresso) apenas para os servidores públicos. Na iniciativa privada, o limite 
mínimo será de 15 anos. No entanto, só receberá 100% da média salarial de sua categoria, quem 
contribuir por 40 anos. 
● Benefícios de prestação continuada e aposentadoria rural: Na versão aprovada em maio em 
uma comissão especial da Câmara, havia uma série de alterações que afetavam o BPC, que é um 
benefício concedido a pessoas portadoras de necessidades especiais, e a aposentadoria rural. Paga o 
equivalente a um salário mínimo e só pode ser requisitado a partir dos 65 anos. Para tentar 
conseguir os 308 votos na Câmara, o Governo Temer abdicou de qualquer mudança nessas áreas. 
(Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/23/politica/1511462959_394417.html). 
● Teto da aposentadoria: Atualmente, os servidores da iniciativa privada seguem o teto da 
aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social. Os servidores públicos, não. Podem receber 
até o valor integral de seu salário. Se aprovada a PEC, todos receberão apenas o teto do INSS, que 
hoje é de 5.531. Esse valor será reajustado anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor (INPC). 
● Acúmulo de pensão com aposentadoria: Atualmente a pensão é integral, mas pela proposta 
do Governo deverá ser reduzida para 50% mais 10% por dependente. Além disso, ela será 
desvinculada do reajusta do salário mínimo, o que permite ganhos reais. Também não será 
permitido o acúmulo de pensão mais aposentadoria que ultrapasse o valor equivalente a dois 
salários mínimos. 
● Parlamentares não terão transição: Atualmente políticos seguem critérios especiais de 
aposentadoria, podem se aposentar aos 60 anos de idade e 35 de contribuição. A nova regra prevê 
que eles não passem pela transição. Ou seja, no dia em que passar a valer, só poderá se aposentar o 
parlamentar que tiver 65 anos, no caso de homem, e 62, no de mulher. Com o tempo mínimo de 
contribuição de 15 anos. Seu teto será como o dos demais aposentados, 5.531 reais. 
● Militares não foram atingidos: É um dos pontos mais polêmicos da proposta e que não foi 
alterado até o momento. Ainda em 2016, o Governo prometeu enviar um projeto de lei 
separadamente para mudar a Previdência da categoria. Mas não o fez. De acordo com um 
levantamento do jornal O Globo, os militares representam um terço dos servidores públicos, são 
responsáveis por 44,8% do rombo de 72,5 bilhões de reais da previdência da União. (Disponível 
em: https://oglobo.globo.com/economia/reforma-da-previdencia-entenda-proposta-em-22-pontos-
19744743). 
 
Crítica Pessoal 
 
Analisando toda situação apresentada, verifica- se que a reforma se aplica para todos os 
trabalhadores ativos, somente os aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o 
benefício até a aprovação da reforma não serão afetados. Este modelo apresentado na reforma é o 
modelo que países desenvolvidos e com um Índice de Desenvolvimento Humano muito maior que o 
Brasil utiliza, não sendo possível tal comparação. 
No Brasil podemos verificar uma ociosidade muito grande na contribuição se levarmos em 
consideração o alto índice de desemprego por exemplo. A reforma afetaria muito as pessoas, que 
levar um tempo maior para conseguir o benefício em um país, onde a expectativa de vida é em 
média de 78,65 anos. É possível observar que nos momentos de crise uma das primeiras medidas 
que os governos pensam é justamente alegar que os gastos com Previdência são elevados e que 
geram rombos nos cofres públicos. 
A PEC 287 altera substancialmente os requisitos atuais para a obtenção da aposentadoria, bem 
como de diversos benefícios previdenciários. Praticamente impensável que um trabalhador no 
Brasil fique exercendo suas atividades até os 65 anos de idade e que precise ter 49 anos de 
contribuição previdenciária para que possa ter a sua aposentadoriaintegral, parece inimaginável, 
mas essa é uma das mudanças que consta no texto da PEC 287/2016. As propostas desta PEC não 
reestruturam o sistema previdenciário, uma vez que o retrocesso social é gritante e a sociedade 
merece ser esclarecida que Previdência Social não um é gasto, mas sim investimento. A maior parte 
dos trabalhadores brasileiros depende e continuará a depender da Previdência Social, sendo que 
todos sabem que o investimento em educação no país ainda é muito pífios para uma nação que está 
entre as dez maiores potências econômicas do mundo. 
Conforme Novo: 
A reforma irá resultar em um grave retrocesso aos direitos sociais dos trabalhadores 
brasileiros, conquistas fruto de históricas lutas, já que, desde um projeto neoliberal para 
nossa nação, com as mudanças propostas, será sucateado todo o sistema público de 
Seguridade – criado na Constituição de 1988 e orientado pelos princípios da solidariedade e 
da universalidade para amparar financeiramente os trabalhadores e trabalhadoras, bem 
como seus familiares, substituindo sua remuneração, quando se encontram em situação de 
risco ou vulnerabilidade social. Sucateamento desse serviço público, outro destino ele terá 
senão a sua privatização, passando a ser oferecido por Bancos e instituições financeiras 
privadas, sob uma lógica de mercado, não enquanto direito. 
A principal consequência dessas regras será aprofundar as desigualdades sociais e gerar mais 
desiquilíbrios, impor em um pais tão desigual regras mais rígidas que são praticadas por nações 
mais desenvolvidas e que não podem ser comparadas a situação do Brasil. È necessário sim uma 
reforma politica e econômica, mas talvez tivéssemos que pensar em uma terceira alternativa e que 
seja condizente e com a situação do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS 
 
NOVO, Benigno Núñez. A REFORMA DA PREVIDÊNCIA: A CONTA VAI PARA OS 
TRABALHADORES. 1. Disponível em: <https://www.megajuridico.com/reforma-da-previdencia-
conta-vai-para-os-trabalhadores/>. Acesso em: 09 abr. 2018 
 
MORAIS, Vanessa. ENTENDA COMO FUNCIONA O FATOR PREVIDENCIÁRIO . 
Disponível em: <https://www.megajuridico.com/entenda-como-funciona-o-fator-previdenciario/>. 
Acesso em: 09 abr. 2018. 
 
REFORMA da Previdência: entenda a proposta em 22 pontos. Disponível em: 
<https://oglobo.globo.com/economia/reforma-da-previdencia-entenda-proposta-em-22-pontos-
19744743>. Acesso em: 09 abr. 2018. 
 
PEC 287/2016 Proposta de Emenda à Constituição. Disponível em: 
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2119881>. Acesso 
em: 09 abr. 2018. 
 
BENITES, Afonso. Entenda a nova proposta de reforma da Previdência de Temer. Disponível 
em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/23/politica/1511462959_394417.html>. Acesso em: 
09 abr. 2018. 
	● O tempo de contribuição mínimo será de 15 anos: Inicialmente, o Governo queria obrigar o trabalhador a contribuir por pelo menos 25 anos, antes de se aposentar. Agora, essa regra valerá (se aprovada pelo Congresso) apenas para os servidores público...
	● Benefícios de prestação continuada e aposentadoria rural: Na versão aprovada em maio em uma comissão especial da Câmara, havia uma série de alterações que afetavam o BPC, que é um benefício concedido a pessoas portadoras de necessidades especiais, ...
	● Teto da aposentadoria: Atualmente, os servidores da iniciativa privada seguem o teto da aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social. Os servidores públicos, não. Podem receber até o valor integral de seu salário. Se aprovada a PEC, todos r...
	● Acúmulo de pensão com aposentadoria: Atualmente a pensão é integral, mas pela proposta do Governo deverá ser reduzida para 50% mais 10% por dependente. Além disso, ela será desvinculada do reajusta do salário mínimo, o que permite ganhos reais. Tam...
	● Parlamentares não terão transição: Atualmente políticos seguem critérios especiais de aposentadoria, podem se aposentar aos 60 anos de idade e 35 de contribuição. A nova regra prevê que eles não passem pela transição. Ou seja, no dia em que passar ...
	● Militares não foram atingidos: É um dos pontos mais polêmicos da proposta e que não foi alterado até o momento. Ainda em 2016, o Governo prometeu enviar um projeto de lei separadamente para mudar a Previdência da categoria. Mas não o fez. De acordo...

Continue navegando