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Politicas e normas da educação básica

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POLÍTICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
Apresentação da disciplina 
 
Caro (a) aluno (a) ! 
Seja bem-vindo (a) aos estudos da disciplina POLÍTICAS E GESTÃO DA 
EDUCAÇÃO BÁSICA. Este livro foi elaborado visando a compreensão do 
Sistema Educacional brasileiro, bem como as suas Políticas de Gestão, que se 
constituem em fatores determinantes no processo ensino-aprendizagem nas 
diferentes e inclusivas modalidades da Educação. 
Os conteúdos apresentados têm grande relevância no processo de formação 
dos (as) professores (as), responsáveis pela dinâmica educacional e pela 
efetivação dos saberes produzidos. 
Nesse contexto, o livro é apresentado em 10 capítulos, criteriosamente 
selecionados, visando a sustentação de nossos diálogos e debates. 
No Capítulo 1 você irá trabalhar sobre o Contexto sócio-filosófico-histórico-
político da Educação nacional, cujos conteúdos nos remetem aos 
apontamentos históricos relacionados às Políticas Públicas da Educação. 
 
No Capítulo 2, intitulado Organização de Educação Nacional será analisada a 
estrutura dos Sistemas de Ensino, sob o manto da Constituição Federal com 
breves ilações à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). 
O Capítulo 3 com o tema LDBEN (Educação Infantil, Ensino Fundamental, 
Ensino Médio) – O Estatuto da Criança e do Adolescente – Direitos 
Educacionais/Medidas Socioeducativas, são abordadas as características 
essenciais dessas etapas integrantes da Educação Básica, fundamentadas na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), bem como as 
sistemáticas normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sem 
descurar dos Direitos Educacionais e das Medidas Socioeducativas aplicadas às 
crianças e aos adolescentes nos atos infracionais. 
O Capítulo 4, intitulado Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar 
Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação Especial, Educação 
Profissional e Tecnológica, Educação do Campo e a Educação a Distância, 
focaliza as diferentes modalidades de ensino, traçando suas essências e o 
fortalecimento do Direito à Educação para todos. 
No Capítulo 5, sob o manto do desenvolvimento do tema Plano Nacional de 
Educação, são apresentados os objetivos desse instrumento educacional, que 
visa, por via de metas, num período renovável de dez anos, destacando-se a 
busca pela erradicação do analfabetismo, bem como a qualidade de ensino. 
 3 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
No Capítulo 6, nominado de Diretrizes Curriculares para a Formação de 
Professores (Res. n◦ 02/2015) são apresentadas as normativas para a 
formação dos professores em suas lides educacionais. Há a abordagem dos 
conteúdos basilares que deverão ser apreendidos pelos professores nas 
licenciaturas de suas opções profissionais, gabaritando-os no âmbito de sua 
atuações. 
O Capítulo 7 desenvolve a temática Gestão Democrática/Compartilhada: 
buscando as instâncias colegiadas da Escola. Essa abordagem viabiliza o 
conhecimento da Gestão como um todo, onde há a colaboração de todos e a 
substituição da gestão centralizadora pela compartilhada dentro da essência 
do exercício da cidadania. 
O Capítulo 8, denominado de Ação Gestora no âmbito Escolar: ética, 
competência e liderança são apresentadas as ações éticas, o âmbito da 
competência do gestor e as formas de liderança que deverão nortear a Gestão 
Escolar. 
No capítulo 9 cujo tema é A Gestão Escolar e a Formação Continuada de 
Professores há o destaque para a persistente busca do conhecimento dos 
professores para o efetivo alcance da atualização e da qualidade docente no 
âmbito de Programas Educacionais e Cursos de Especialização. 
E no Capítulo 10, o tema A Gestão Docente nos Espaços escolares e não 
escolares são indicadas as dinâmicas gestoras nesses dois importantes espaços 
educacionais. 
Lembre-se, Caro (a) Aluno (a), que os textos apresentados não têm o condão 
de esgotar as temáticas, mas permitirão o conhecimento basilar e o posterior 
aprofundamento dos interessados. 
Com esse propósito, iniciamos o nosso trabalho. Não esqueça, esse é apenas o 
primeiro passo para o aprendizado do Sistema Educacional e da Gestão 
Educacional. Proceda a outras pesquisas, aprofunde o seu conhecimento. 
Bons estudos ! 
Abraços, 
Caren Bühler 
Maria Inês Borsa 
 
 4 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
Sumário 
1. Contexto sócio-filosófico-histórico-político da 
educação nacional 
 
 
2. Organização atual da Educação nacional 
(Constituição Federal) 
 
3. A LDBEN (Educação Infantil, Ensino Fundamental, 
Ensino Médio). O Estatuto da Criança e do 
Adolescente. Direitos educacionais/medidas 
socioeducativas 
4. Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar 
Indígena, Educação Escolar Quilombola, 
Educação Especial, Educação Profissional e 
Tecnológica, Educação do Campo. Educação a 
Distância 
5. Plano Nacional de Educação 
6. Diretrizes Curriculares para a Formação de 
Professores (Res. No 02/2015) 
7. Gestão Democrática/Compartilhada: buscando as 
instâncias colegiadas da Escola 
8. Ação Gestora no âmbito Escolar: ética, 
competência e liderança 
9. A Gestão Escolar e a Formação Continuada de 
Professores 
10. A Gestão Docente nos Espaço escolares e não 
escolares 
Gabaritos 
 
 
 
 5 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
1. CONTEXTO SÓCIO-FILOSÓFICO-HISTÓRICO-POLÍTICO 
DA EDUCAÇÃO NACIONAL 
 
Maria Inês Borsa1 
Introdução 
Principia que as modificações encontram-se vinculadas ao momento histórico 
vivenciado em cada época, decorrente das ideologias2. As formas ideológicas 
têm origem nos conflitos e nos períodos de normalidade. E delas decorrem 
concepções verdadeiras, falsas, revolucionárias e reacionárias, que 
operacionalizam a vida social. Diante disso, são realizadas as abordagens das 
temáticas dos Jesuítas ao Período Pombalino, Período Joanino, Império, 
Primeira República, Era Vargas, Populismo, Regime Militar, Retomada 
Democrática. 
1.1 Dos Jesuítas ao Período Pombalino 
A Educação, no Brasil, tem seu marco sistematizado a partir dos Jesuítas – 
Companhia de Jesus – que voltavam seus ensinamentos para o homem de fé. 
Inicialmente, os missionários ocuparam-se em catequisar os índios por meio 
da catequese, visando divulgar a crença cristã entre eles e submetê-los à 
obediência do poder à época existente. O padre Manuel da Nóbrega foi o 
responsável pela primeira missão religiosa, que se estendeu até 1759, quando 
ocorreu a expulsão dos jesuítas com a implantação das normativas de Marquês 
do Pombal (Reformas Pombalinas). A partir de então, o ensino passou a ser 
ministrado por meio das Aulas Régias e os conteúdos foram alicerçados nas 
Cartas Régias. Somente a partir de 1772, ocorreu a implantação do ensino 
público no Brasil, que perseverou na oferta do ensino religioso. A Educação 
passa a vivenciar um profundo retrocesso. 
No Brasil colônia, a população era formada por colonizadores brancos, pelos 
índios e pela mão-de-obra escrava. A educação era disponibilizada para os 
brancos, que estudavam nos colégios religiosos brasileiros ou nas instituições 
europeias. Os negros e as mulheres eram excluídos da educação. Os negros de 
forma total e as mulheres recebiam a educação voltada para as lides 
domésticas. Apenas os mulatos tinham a oportunidade de ingressar na escola, 
o que desencadeou o conflito relativo à questão dos moços pardos em 1689. A 
essência discriminadora negava matrículas aos mestiços nos colégios 
jesuíticos. Tal situação, sofreu alterações em decorrência dos subsídios 
ofertados às escolas públicas. 
 
1 Advogada e Professora Universitária. 
Graduação em Letras e Direitopela PUC/RS. AJURIS. Especialização em Educação – ULBRA/RS. 
Mestrado em Educação – ULBRA/RS. Atuou como procuradora do SAJULBRA e coordenou o CST em 
Negócios Imobiliários – ULBRA/EAD. 
2 As ideologias são instrumentos de resolução de conflitos 
 6 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
1.2 Período Joanino (1808 a 1821) 
Com a chegada da Família Real, no início do século XIX, a situação 
educacional passou a ser redesenhada. Dom João VI criou as Academias 
Militares, as Escolas de Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e a 
Imprensa Régia. Em 1816, após a visita de renomados artistas como Lebreton, 
Debret, Taunay e Montigny, houve a criação da Escola Nacional de Belas 
Artes. 
A educação desse período continha grande conteúdo discriminatório, 
formando apenas quadros de profissionais relevantes apenas para as elites 
aristocráticas, menosprezando os anseios e carências das classes inferiores. O 
ensino primário foi esquecido; a população continuou iletrada e sem acesso 
aos grandes centros do saber. A monarquia valorava muito o ensino superior e 
isso se refletiu na necessidade de capacitação do pessoal para o 
preenchimento dos quadros administrativos do país. Em 1820, Portugal passa 
pelos percalços da Revolução do Porto ou a Revolução Liberal do Porto, 
forçando a Família Real a retornar para Portugal. Com isso, Portugal 
objetivava retomar a anterior situação brasileira de colônia, deixando Dom 
Pedro I com Príncipe Regente. Esse, no entanto, promoveu a emancipação 
política do Brasil. 
1.3 Império (1822 a 1889) 
O Brasil submetia-se a uma dura crise econômica, inviabilizando melhorias no 
ensino, ademais do desinteresse do governo imperial. Em 1824, surge a 
primeira Constituição, que em seu artigo 178, proclamou a instrução primária 
gratuita para todos os cidadãos. E em 1827 foi aprovada a primeira lei sobre o 
Ensino Elementar, que vigorou até 1946. Houve a criação de quatro graus de 
instrução: as pedagogias, os liceus, os ginásios e as academias. 
Os liceus constituíram-se numa forma embrionária do ensino público no Brasil, 
ofertando o estudo das humanidades. A falta de recursos das províncias 
inviabilizava a criação de escolas e com isso, a iniciativa privada passou a 
ofertar o ensino secundário, obtendo bons resultados, deixando para o Estado 
o ensino primário. As escolas primárias sofreram sensível redução e as escolas 
secundárias estavam com a missão de preparação para os cursos superiores, 
pois havia a preferência dos estudantes por Direito e as duas escolas 
existentes, uma em São Paulo e a outra em Recife exigiam o desenvolvimento 
do conteúdo humanístico, reflexo da aversão da sociedade ao ensino 
profissionalizante. 
Ainda que a população aumentasse, o número de escolas mostrava-se 
insuficiente para fazer frete à demanda; faltavam recursos para as áreas 
prioritárias. Assim, a referida lei veio a fracassar, diante de problemas 
econômicos, técnicos e políticos. 
 7 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
Nesse contexto, o Brasil terminou o século XIX sem a organização de um 
sistema de educação em termos nacionais. As transformações ocorridas a 
partir de 1870, motivadas por fatores externos, conduziram a intelectualidade 
brasileira a combater o regime monárquico, reivindicando a extinção da 
escravidão e a adoção do regime republicano de governo. E dessa ampla 
discussão pública, surgiram propostas reformistas em diversos campos de 
interesse, impondo-se a revolução do campo da educação como produto das 
reivindicações dos intelectuais da época, emergindo um clima de entusiasmo 
pela Educação, pontuando os debates políticos e intelectuais no período de 
transição da Monarquia para a República. 
1.4 Primeira República 
A partir de 1889, por meio da Proclamação da República, a Educação passou a 
ser prioridade, como fruto das reivindicações da sociedade e da própria 
realidade que assim exigia. Com a diversificação e a ampliação dos serviços, a 
Educação passou a desempenhar papel fundamental, buscando consolidação. 
As classes dominantes necessitavam de escolas para seus filhos; havia a 
imperiosidade da preparação do cidadão para o desempenho das atividades 
dos setores públicos e privados. Contudo, a educação estava impregnada pelos 
princípios do novo regime: centralização, formalismo e autoritarismo. 
A Reforma Rivadávia, de iniciativa do ministro Rivadávia Corrêa e que vigorou 
entre 1911 a 1915, retirou a responsabilidade da União pelo ensino. Nesse 
período sobrevieram os Grupos Escolares, que tiveram o condão de distribuir 
os alunos em séries. Nas décadas de 1920 e 1930 surge o Escolanovismo, 
gestado pelos liberais democráticos, que recomendaram reformas 
educacionais, tecendo as seguintes influências pedagógicas: a Escola Primária 
Integral, que procurava exercitar os hábitos de educação e raciocínio, noções 
de literatura, história e língua pátria, o desenvolvimento físico e a higiene; o 
Ensino Médio integrava o Primário e o Superior, com a incumbência de 
desenvolver o espírito científico para os diferentes tipos de cursos; a defesa 
da organização universitária, voltada para o ensino de pesquisa e formação 
profissional, que não chegaram a atingir os seus objetivos propostos. Frise-se 
que as reformas desse período estavam totalmente desvinculadas do contexto 
histórico, mas elas foram determinantes para a mudança social (Marçal 
Ribeiro, 1990, p. 20). 
1.5 Era Vargas 
Em 1930, inicia-se a Era Vargas e junto com ela as reformas educacionais mais 
modernas são implantadas e há contraposição à Escola Nova. O pensamento 
conservador católico procurava impedir as inovações propostas. Os inovadores 
ligados à burguesia em ascensão e os conservadores provinham da aristocracia 
rural. A ideologia dos católicos via a crise do país sob o prisma diferente e as 
soluções estavam nas alternativas cristãs. Neste período, foi criado o 
 8 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
Ministério da Educação e Saúde, dando lugar a uma reforma do ensino 
superior, onde restou organizado o sistema universitário. Logo após, sobreveio 
a reforma do ensino secundário. Mas tais reformas não foram suficientemente 
abrangentes. No ensino secundário, houve a inclusão de um currículo seriado, 
frequência obrigatória, a criação de dois ciclos: um fundamental de cinco 
anos e o outro complementar de dois anos e a exigência de prévia habilitação 
neles para a transição no curso superior. Na esfera superior, a reforma 
operacionalizou-se a nível administrativo com a criação de órgãos como 
reitoria, conselho universitário, assembleia universitária e direção de cada 
escola. 
A Constituição de 1934 e o Manifesto de 1932 foram os responsáveis pelo 
traçado das primeiras linhas mestras de uma política educacional brasileira. 
No entanto, a Constituição de 1934 foi substituída pela Constituição de 1937, 
que no âmbito da educação, declara ser a arte, a ciência e o ensino livres à 
iniciativa individual e à de associação ou pessoas coletivas públicas e 
particulares; mantém a gratuidade do ensino primário (...) dá providências ao 
programa de política escolar em termos do ensino pré-vocacional e 
profissional (...) estabelece, no mesmo artigo, o regime de cooperação entre 
a indústria e o Estado (Ribeiro, 1981, p. 120). 
Em 1942, com a Reforma Capanema, houve o incentivo para a criação de 
novas leis de reformas educacionais. Nesse ano, surgiram a Lei Orgânica do 
Ensino Industrial e a Lei Orgânica do Ensino Secundário, ademais do Serviço 
Nacional de Aprendizagem Nacional – SENAI. Em 1943 foi aprovada a Lei 
Orgânica do Ensino Comercial e em 1942, a Lei Orgânica do Ensino Primário e 
Normal além da Lei Orgânica do Ensino Agrícola e o acordo financeiro com o 
Banco Mundial para a Escola Técnica de Curitiba. A partir da Lei Orgânica, o 
Ensino Secundário passou a contar com três modalidades: clássico, científico e 
normal.Essas modalidades possibilitavam a educação continuada em três 
modalidades: técnico industrial. Técnico Agrícola e Técnico Comercial. 
1.6 Populismo 
Com a extinção do Estado Novo, sobrevém a Constituição de 1946, que trouxe 
conteúdo educacional, como a gratuidade do Ensino Primário e a manutenção 
dessa gratuidade para a continuidade dos estudos de quem demonstrasse 
carência de recursos. No mesmo ano, foi criado o SENAC nos mesmos moldes 
do SENAI. Em 1948, surge a discussão por uma Lei de Diretrizes Básicas e 
depois de 13 anos de debates dos Escolanovistas e do Manifesto dos 
Educadores, restou aprovada a Lei n◦ 4.024/1961. 
1.7 Regime Militar 
Com o Golpe Militar de 1964, os militares assumem o poder, ligados a grupos 
empresariais e políticos com interesses estrangeiros, adotando o modelo 
educacional americano. Houve o aumento do autoritarismo com o banimento 
 9 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
das organizações infantis, que foram consideradas subversivas. Em 1969, são 
criadas as disciplinas de Educação Moral e Cívica em todos os graus, 
recebendo a denominação de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) 
no âmbito secundário. É criado o vestibular classificatório para o 
preenchimento das vagas disponíveis. A Lei de Diretrizes e Bases de 1961 é 
alterada pela Lei n◦ 5.540/1968. Em 1967, surge o Mobral, objetivando a 
diminuição do analfabetismo entre os adultos. A Reforma do Ensino 
Fundamental e Médio com a Lei n◦ 5.692/1971, onde foram integrados o 
primário, o ginásio, o secundário e o técnico. A disciplina de filosofia 
desaparece do 2º grau e as disciplinas de história e geografia, do 1º grau são 
substituídas pelos Estudos Sociais. Há a extinção da Escola Normal. E em 1982, 
por meio da Lei n◦ 7.044/1982 é retirada a obrigatoriedade do Ensino 
Profissionalizante no Ensino Médio. 
1.8 Retomada Democrática 
Com o advento da Constituição Federal de 1988, há a valoração da Educação, 
tornando-a um direito subjetivo público e com a estipulação do prazo de dez 
anos para a universalização do ensino e a erradicação do analfabetismo. 
Inobstante isso, em 1996, surge a nova Lei de Diretrizes Básicas (9394/96), 
que instituiu a Política Educacional brasileira. Com ela, sobreveio, a Lei n◦ 
9.424/1996, que organizou o FUNDEF (Fundo de Manutenção do 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental), posteriormente substituído pelo 
FUNDEB (que obrigou a aplicação anual dos Estados do percentual mínimo de 
suas receitas para o magistério. E em 2017, o governo de Michel Temer passa 
a discutir a Reforma do Ensino Médio, buscando atender as necessidades 
sociais. 
Do exposto, visualiza-se o esforço recente do Estado brasileiro para conter as 
problemáticas historicamente existentes, ofertando crescente número de 
matrículas no Ensino Fundamental e a busca pela diminuição da evasão 
escolar. Inobstante isso, ocupa-se em não afastar a continuidade do 
aperfeiçoamento da Educação escolar brasileira, sobretudo no que tange ao 
desempenho qualitativo do processo ensino-aprendizagem. 
Recapitulando 
As dinâmicas sociais contribuem com o traçado histórico da Educação 
brasileira. Parte-se do Período Jesuítico, incidente na época colonial onde a 
educação do homem de fé traduzia os interesses da oligarquia rural. Com as 
normativas de Marquês do Pombal, a Educação Jesuítica foi suplantada pelos 
interesses do Estado, sendo dizimada e levando a Educação brasileira a um 
profundo retrocesso. Com a Vinda da Família Real, surgiram novas 
reivindicações com algumas alterações no quadro educacional e a posterior 
transição para o Período Republicano. 
 10 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
Na Primeira República, as reformas estavam desvinculadas ao momento 
histórico. Na Era Vargas, ainda que sob o autoritarismo, as Constituições 
fizeram alusão à Educação, mas sem grandes avanços. Com o Populismo 
surgem as discussões sobre a Lei de Diretrizes, sendo aprovada a Lei n◦ 
4.024/1961. No Regime Militar, a Educação sofre inúmeras restrições de 
conteúdo. E, na Retomada Democrática, em especial na Constituição de 1988, 
há a criação e a difusão do direito subjetivo público da Educação, surgindo a 
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96). 
Referências e Obras Consultadas 
BARROSO, Luís Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: 
limites e possibilidades. 6. ed. atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. 
CONSELHO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE SANTA CATARINA. cee.sc.gov.br. 
CORBISIER, Roland. Enciclopédia filosófica. Petrópolis: Vozes, 1974. 
CRUZ VERMELHA BRASILEIRA DO MARANHÃO. cvbma.org.br 
FRANCA, S. J. Leonel. O método pedagógico dos jesuítas: o Ratio Studiorum. 
Rio de Janeiro: Agir, 1952. 
GUIA DE DIREITOS. guiadedireitos.org. 
HERKENHOFF, João Baptista. Como funciona a cidadania. 2ª ed. Manaus: Valer, 
2001. 
OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz Fernando. 
Organização da educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática. 
Disponível em: 
<http://moodle3.mec.gov.br/ufscar/file.php/1/gestores/politica/pdf/texto2_2.p
df> Acesso em: 17 de setembro,2017. 
OLIVEIRA, Romualdo Portela de. O direito à educação. In: Gestão, financiamento 
e direito à educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 
2001. 
PARO, Vítor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: 
Cortez, 2012. 
PORTAL MEC. portal.mec.gov.br. 
SAVIANI, Demerval. Educação e Sociedade, n. 69, Campinas, 1999. 
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1992. 
Atividades 
 11 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
1)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
A cidadania educacional é exercida mediante a garantia da ineficácia do 
direito subjetivo público e ela tem como atores não apenas o beneficiário 
PORQUE 
Há responsabilidade do Estado em ofertar a educação basilar. 
Há responsabilidade dos pais e/ou responsáveis legais em propiciar a 
educação basilar. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
corretas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
2)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
A valorização do profissional da educação é de suma importância para o 
alcance da qualidade 
PORQUE 
O profissional consciente e qualificado tem maiores condições de desenvolver 
uma educação eficiente e que desperta competências e habilidades. 
O profissional qualificado é aquele que possui graduação superior e 
despreocupa-se com a educação continuada. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
 12 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
corretas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
3)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadasde ensino constituem-se em princípios 
constitucionais da educação e se refletem importantes 
PORQUE 
O pluralismo de ideias permite o afastamento de ações e opiniões unicistas. 
A coexistência de instituições públicas e privadas permitem a eficácia da 
educação para todos. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
corretas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
4)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
Com a extinção do Estado Novo, sobrevém a Constituição de 1946, que trouxe 
conteúdo educacional, como a gratuidade do Ensino Primário e a manutenção 
 13 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
dessa gratuidade para a continuidade dos estudos de quem demonstrasse 
carência de recursos. 
E DISSO DECORRE 
o Golpe Militar de 1964, os militares assumem o poder, ligados a grupos 
empresariais e políticos com interesses estrangeiros, adotando o modelo 
educacional americano. 
o Mobral, objetivando a diminuição do analfabetismo entre os adultos. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
5)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
Com o Golpe Militar de 1964, os militares assumem o poder, ligados a grupos 
empresariais e políticos com interesses estrangeiros, adotando o modelo 
educacional americano. 
E DISSO DECORRE 
Em 1967 o Mobral, objetivando a diminuição do analfabetismo entre os 
adultos. 
Com ela, sobreveio, a Lei n◦ 9.424/1996, que organizou o FUNDEF (Fundo de 
Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Fundamental), posteriormente 
substituído pelo FUNDEB (que obrigou a aplicação anual dos Estados do 
percentual mínimo de suas receitas para o magistério). 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
 14 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
2. ORGANIZAÇÃO ATUAL DA EDUCAÇÃO NACIONAL 
(CONSTITUIÇÃO NACIONAL) 
Maria Inês Borsa3 
Introdução 
Este capítulo ocupa-se em discorrer sobre a Organização Atual da Educação 
Nacional sob o manto da Constituição Federal de 1988. 
2.1 A Análise Constitucional 
A Organização Atual da Educação Nacional é realizada através dos Sistemas de 
Ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Servem de 
amparo legal a Constituição Federal de 1988 (artigos 205 a 214) e Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n◦ 9.394/1996 (artigos 8 a 34). 
Com a promulgação da Carta Magna e da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, surge um significativo número de normas e dispositivos 
legais, ensejando um novo impulso à legislação educacional nacional. Isso 
proporcionou um avanço quantitativo e qualitativo, já que as normativas 
melhoraram e aperfeiçoaram o conteúdo da matéria educacional. 
Inovou a Suprema Carta vigente com a implantação das seguintes ações: 
oferta do direito subjetivo à educação; melhoria da qualidade de ensino; 
valorização do profissional da educação; criação de um sistema educacional 
mais moderno e eficaz; garantia de acesso nas mais variadas camadas 
educacionais da sociedade brasileira; progressismo social como um dos pilares 
básicos da atual legislação nacional em matéria educacional. Ademais, a 
Constituição Federal hodierna é considerada a mais adiantada em termos de 
direitos sociais fundamentais coletivos e individuais, consagrando dentre eles, 
a Educação. E isso se constitui na base de prestações positivas que 
concretizam a democracia econômica, social e cultural, a fim de efetivar a 
prática da dignidade da pessoa humana (Silva, 1992, p. 93). Sem sofismar, há 
específica proteção ao direito público subjetivo à Educação, que traz o 
comprometimento do Poder Público estatal em assegurar tal direito. Dentro 
desse contexto, as previsões dos artigos constitucionais têm o condão de 
consagrar esse fundamental direito social. Assim, a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios organizam, em regime de colaboração, os seus 
respectivos sistemas de ensino4. 
 
3 Advogada e Professora Universitária. Graduação em Letras e Direito pela 
PUC/RS. AJURIS. Especialização em Educação – ULBRA/RS. Mestrado em 
Educação – ULBRA/RS. Atuou como procuradora do SAJULBRA e como 
coordenadora do CST em Negócios Imobiliários – ULBRA/EAD. 
4 Um sistema – entende-se – é um conjunto articulado e coordenado de elementos coexistentes e que, 
dentro de um determinado espaço e tempo, compartilham de um mesmo ordenamento estruturado. No 
 16 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
A estrutura atual brasileira do sistema educacional regular está alicerçada na 
Educação Básica (que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental 
e o Ensino Médio) e na Educação Superior. Frise-se, que de acordo com o 
artigo 205, a educação, direito de todos e dever do Estado e da família será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Na esfera das competências, a União exerce uma função redistributiva e 
supletiva na Educação, devendo prestar assistência financeira e técnica para 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como organizar o sistema 
educacional nacional. Aos Municípios é concedida a legitimidade para 
atuarem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, enquanto que os 
Estados e o Distrito Federal incumbem-se do Ensino Médio (artigo 211 e 
parágrafos). A competência da União é disciplinada no artigo 9º, da LDB; a dos 
Estados e Distrito Federal no artigo 10, da LDB e a dos Municípios no artigo 11, 
da LDB. 
A Educação será ministrada com base nos princípios elencados pelo artigo 206, 
a saber: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o 
saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais; valorização dos profissionais do ensino, garantido, 
na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial 
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e 
títulos, assegurado regime único para todas as instituiçõesmantidas pela 
União; gestão democrática do ensino público, na forma da lei, e a garantia de 
padrão de qualidade e o piso salarial profissional nacional para os professores 
da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
O artigo 207 e seus parágrafos dispõe sobre a organização das universidades. 
O Ensino Superior oferta graduações e opções de especializações para as 
diferentes carreiras acadêmicas ou profissionais no âmbito Stricto Sensu ou 
Lato Sensu. E nessa operacionalidade, é facultado às universidades admitir 
professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. 
O acesso ao ensino obrigatório e gratuito constitui-se num direito público 
subjetivo, tem base no artigo 208, § 1º. Já o § 2º referenda que o não 
 
caso de um Sistema Nacional de Educação, tal contexto remete à definição de diretrizes, metas, recursos e 
estratégias de manutenção e desenvolvimento direcionadas à garantia do direito social à educação em 
ambos os níveis (educação básica e superior), considerando todas as etapas e modalidades educativas. 
Remete, sobretudo, à garantia da universalização da educação básica obrigatória dos 04 aos 17 anos, em 
regime de colaboração. Disponível em: < pne.mec.gov.br/images/pdf/sase_mec.pdf> Acesso em: 
24.06.2017. Artigo 8º, da LDB: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em 
regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. 
 17 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
oferecimento regular do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta 
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. 
O artigo 208, inciso I, explicita o dever do Estado de ofertar a Educação até 
mesmo àqueles que a ele não tiveram acesso na idade adequada. Por 
conseguinte, a ausência de oferta concede o direito de reclamar a prestação 
educacional junto ao Estado, uma vez que o descumprimento dessa obrigação 
acarreta a responsabilidade da autoridade competente. O inciso II do mesmo 
artigo aponta a progressiva extensão da gratuidade, bem como da 
obrigatoriedade do Ensino Médio (Oliveira, 2001, p. 27). O enfoque do inciso 
III dispõe sobre a necessidade de atendimento especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, formalizando a 
obrigação do Estado de priorizar o atendimento na esfera pública. Já 
relativamente ao inciso IV confere a oferta de atendimento em creche e pré-
escola para as crianças de zero a cinco anos de idade, ademais de estender o 
direito à educação para essa faixa etária, inserindo a pré-escola como 
conceito de educação básica. Trata-se de um dispositivo que permite a 
inclusão social, além de ampliar as oportunidades educacionais da infância 
brasileira. O inciso V dispõe e confere o acesso aos níveis mais elevados do 
ensino, da pesquisa e da criação artística, conforme a capacidade individual 
dos beneficiários. É uma ideia liberal de igualdade de oportunidades e tem o 
mérito de contribuir e ampliar o acesso dos diversos componentes da 
sociedade aos diferentes graus de ensino que integram o Sistema de Ensino 
Nacional. Na sequência, o inciso VI contribui com a ampliação das 
oportunidades educacionais, principalmente para a classe trabalhadora, a 
partir da oferta de cursos técnicos e profissionalizantes no turno noturno sem 
prejuízo às suas atividades laborais diárias. E o inciso VII dispõe sobre o 
atendimento ao educando do Ensino Fundamental com programas 
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e 
assistência à saúde. Confere mais uma forma de inclusão social, uma vez que 
tais serviços garantem a efetividade do direito à educação na prática. 
Relativamente à oferta do ensino, assevera-se que ademais da 
responsabilidade pública, a iniciativa privada tem a livre disposição para 
disponibilizá-lo, desde que cumpra as normas gerais da educação nacional e 
submeta-se à avaliação e à autorização de qualidade pelo Poder Público 
(artigo 209, incisos I e II). 
No Ensino Fundamental, serão fixados conteúdos mínimos, visando assegurar a 
formação básica comum e o respeito aos valores culturais e artísticos, 
nacionais e regionais. Nesse contexto, o Ensino Fundamental regular deverá 
ser ministrado no idioma nacional, sendo assegurada às comunidades 
indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
 18 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
aprendizagem. Inobstante isso, o ensino religioso é facultativo (artigo 210 e 
parágrafos). 
A União deve gastar no mínimo 18% e os Estados e os Municípios no mínimo 
25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do 
ensino público. A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos 
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito de cálculo, a receita do 
governo que a transferir. A distribuição dos recursos públicos assegurará 
prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos 
do Plano Nacional de Educação (artigo 212 e parágrafos). 
Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser 
dirigidos às escolas comunitárias5, confessionais6 ou filantrópicas7, desde que: 
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação; II – assegurem a destinação de seu patrimônio a 
outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder público, 
no caso do encerramento de suas atividades (artigo 213 e incisos). Tais 
recursos, poderão ser destinados a bolsas de estudo para o Ensino 
Fundamental e Médio, na forma da lei, para os que demonstrarem 
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da 
rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder 
Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na 
localidade (artigo 213, § 1º). Inobstante isso, as atividades universitárias de 
pesquisa e extensão poderão ser beneficiadas com o apoio financeiro do Poder 
Público (artigo 213, § 2º). 
O artigo 214 estabelece o Plano Nacional de Educação com a finalidade de 
articular e desenvolver o ensino em seus diversos níveis e a integração por 
meio de ações do Poder Público em suas diferentes esferas federativas que 
conduzam à: I – erradicação do analfabetismo; II – universalização do 
atendimento escolar; III – a melhoria da qualidade do ensino; IV – formação 
para o trabalho; V – promoção humanística, científica e tecnológica do País; 
 
5 Escola comunitária: deve estar comprometida com a realidade social e a busca de resultados. Nunca com 
ideologia. Disponível em: < 
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20091020094856AAC4U0d> Acesso em: 23 de 
setembro, 2017. 
6 Escolas Confessionais: são as escolas vinculadas ou pertencentes a Igrejas ou confissões religiosas. 
Possuem seus princípios, objetivos e forma de atuação numa religião. Disponível em: < 
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080312081309AAeUxg6> Acesso em: 23 de 
setembro, 2017. 
7 Escolas Filantrópicas: prestam serviços à sociedade, em especial às pessoas carentes e não visam o 
lucro. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Entidade_filantr%C3%B3pica> Acesso em: 23 de 
setembro, 2017. 
 
 19 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação 
como proporção do produto interno bruno. 
O Plano Nacional de Educação, com vigência decenal (10 anos), tem como 
escopo, o cumprimento das metas, objetivos e diretrizes para a transformação 
da Educação brasileira. A erradicação do analfabetismo é a essência dessa 
transformação, visto que a história da Educação no Brasilestá a apontar um 
considerável grupo de pessoas carentes desse elemento basilar da cidadania. 
A avaliação educacional, de suma importância para a aferição da qualidade do 
Ensino, é realizada em instâncias diferenciadas da Educação, obedecidos os 
seus critérios e objetivos próprios. Nesses termos, são apresentadas as 
avaliações: 
SAEB e PROVA BRASIL - ao se falar de Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Básica (SAEB) e da Prova Brasil, estaremos efetuando avaliações de 
diagnóstico, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Tais avaliações, buscam apurar a 
qualidade do ensino oferecido a partir de testes padronizados e de 
questionários socioeconômicos. Os destinatários são os integrantes do quinto e 
nono anos do Ensino Fundamental e o alunado da terceira série do Ensino 
Médio, os quais responderão a questões de língua portuguesa com foco na 
literatura e na matemática (resolução de problemas). O questionário 
socioeconômico busca conhecer as informações e os fatores que podem estar 
associados ao desempenho. 
Além dos dados relativos aos alunos, há dados fornecidos pelos professores e 
diretores das turmas das escolas avaliadas, que tornam possível a obtenção 
dos dados demográficos, o perfil profissional e as condições de trabalho dos 
envolvidos do sistema educacional naquela localidade. As médias de 
desempenho dessas avaliações subsidiam o cálculo do Índice de 
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 
A Prova Brasil torna possível a observação do desempenho específico das 
escolas públicas urbanas do país. O SAEB é composto por duas avaliações 
complementares: 
-Aneb (Avaliação Nacional da Educação Básica) que abrange, por amostragem, 
os estudantes das redes públicas e privadas, localizados nas áreas urbana e 
rural, matriculados nos quinto e nono anos do Ensino Fundamental e o 
terceiro ano do Ensino Médio. Os resultados são apresentados para as unidades 
federativas, regiões e para o Brasil no seu todo. 
 20 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
-Anresc (Avaliação Nacional do Rendimento Escolar) é aplicada no âmbito de 
Censo nos alunos do quinto e nono anos do Ensino Fundamental público nas 
redes de ensino estaduais, municipais e federais das áreas rurais e urbanas, 
desde que tais estabelecimentos tenham no mínimo 20 alunos matriculados na 
série avaliada. Essa avaliação é denominada de Prova Brasil e oferta 
resultados por escola, por Município, por unidade federativa e país onde os 
dados obtidos também serão utilizados no cálculo do Ideb. 
As avaliações do SAEB são realizadas a cada dois anos e o conteúdo avaliativo 
versa sobre língua portuguesa e matemática, além dos questionários 
socioeconômicos dos alunos participantes e da comunidade escolar. 
A Provinha Brasil busca conhecer o nível de alfabetização das crianças 
matriculadas no segundo ano de escolarização das escolas públicas. Ela é 
realizada em duas etapas: a primeira no início do ano letivo e a segunda no 
término do ano letivo. Isso possibilita o diagnóstico mais preciso e permite 
visualizar o que foi agregado na aprendizagem das crianças em termos das 
habilidades de leitura. A Provinha Brasil é elaborada pelo Inep e distribuída 
pelo MEC para as secretarias de educação municipais, estaduais e Distrito 
Federal. Ela não tem finalidade classificatória e fornece informações sobre o 
processo de alfabetização aos professores e aos gestores das redes de ensino. 
A avaliação é composta por vinte questões. 
ENEM – é o Exame Nacional do Ensino Médio, que é realizado individualmente 
e de maneira voluntária anualmente aos estudantes que estão concluindo ou 
que já concluíram o Ensino Médio em anos anteriores. Tem como objetivo, 
avaliar o desenvolvimento das competências fundamentais ao pleno exercício 
da cidadania. O ENEM encaminha os estudantes para diversas instituições de 
Ensino Superior (IES) como componente de processo seletivo. O ProUni utiliza 
os resultados do ENEM para a distribuição de bolsas de estudo em instituições 
privadas de Ensino Superior. A prova é composta por uma parte objetiva com 
63 questões e de uma redação. Trabalha com uma escala de 0 a 100 pontos 
para a atribuição da nota final. 
ENADE – é o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, aplicado aos 
alunos ingressantes e concluintes em cursos de graduação de áreas definidas 
pelo MEC anualmente. A periodicidade de aplicação desta avaliação é de três 
anos e tem como objetivo avaliar o desempenho dos estudantes com relação 
aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos 
de graduação. Esse Exame é parte integrante do Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior (Sinaes), juntamente com a Avaliação 
Institucional e a Avaliação dos Cursos de Graduação. 
 21 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
A avaliação é composta por quarenta questões, sendo 10 de formação geral e 
trinta de componentes específicos, relativos ao curso de graduação, objeto de 
aferição. As questões são discursivas e de múltipla escolha. O ENADE é 
componente curricular obrigatório dos cursos de graduação e a participação é 
condição indispensável para a emissão do histórico escolar. 
E quanto à Organização da Educação Nacional, que é encontrada no âmbito 
Federal, Estadual/Distrito Federal e Municipal, ela é apresentada da seguinte 
forma: 
No âmbito Federal: Ministério da Educação (MEC); Conselho Nacional de 
Educação (CNE). O Governo Federal mantém, como instituições (Oliveira): 
a)Universidades Federais; b)Instituições isoladas de Ensino Superior; c)Centros 
Federais de Educação Tecnológica (CEFETs); d) estabelecimentos de Educação 
Básica (Colégios de Aplicação); e)colégio Pedro II; f) instituições de Educação 
Especial. 
No âmbito Estadual/Distrito Federal: Secretaria Estadual de Educação 
(SEE);Conselho Estadual de Educação (CEE); Delegacia Regional de Educação 
(DRE) ou Subsecretaria de Educação. Os Sistemas de Ensino dos Estados e do 
Distrito Federal apresentam as seguintes instituições (Oliveira): a)instituições 
de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público Estadual e pelo 
Distrito Federal; b)instituições de Educação Superior mantidas pelo Poder 
Público Municipal; c)instituições de Ensino Fundamental e Médio, criadas e 
mantidas pela iniciativa privada; d)órgãos de educação Estaduais e do Distrito 
Federal. 
No âmbito Municipal: Secretaria Municipal de Educação (SME); Conselho 
Municipal de Educação (CME). 
Para o melhor entendimento das atribuições de cada um, são apresentadas 
noções básicas a seguir: 
Sistema Federal 
-Ministério da Educação - é um órgão do governo federal que tem como 
competências a política nacional de educação; a Educação Infantil; a 
Educação Profissional; a Educação Especial e a Educação a Distância, 
excepcionando-se o Ensino Militar; a avaliação; a informação e a pesquisa 
educacional; pesquisa e extensão universitária e magistério. A estrutura 
regimental do MEC dentro das competências apresentadas só ficou 
estabelecida por meio do Decreto n° 4.791, de 22 de julho de 2003. 
 22 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
-Conselho Nacional de Educação - é um órgão vinculado ao Ministério da 
Educação, que tem atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento 
no desempenho das funções e atribuições atinentes ao Poder Público Federal 
na esfera educacional. Formula e avalia a Política Nacional de Educação, 
zelando pela qualidade de ensino, velando pelo cumprimento da legislação 
educacional, assegurando a participação da sociedade no aprimoramento da 
educação brasileira (portal.mec.gov.br). O Conselho Federal é composto por 
Câmaras, cujas atribuições foram conferidas pela Lei n° 9.131/95. Elas 
emitem pareceres e decidem privativa e autonomamente sobre os assuntos 
que lhe são próprios. Suas decisões são passíveis de recurso ao ConselhoPleno. Ademais, o referido sistema supervisiona e inspeciona as instituições 
privadas do Ensino Superior. 
Sistema Estadual / Distrito Federal 
-Secretaria Estadual de Educação - trata-se de um órgão subordinado ao 
Governo Estadual, sendo o último ao Governo Federal. As diretrizes às quais 
ela se encontra subordinada são oriundas do Ministério de Educação (MEC). 
-Conselho Estadual de Educação - é um órgão subordinado à Secretaria 
Estadual de Educação, amparado pela Constituição Federal, pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como pelas leis que lhe são 
correlatas (cee.sc.gov.br). 
-Delegacia Regional de Educação – DRE - ou Subsecretaria de Educação 
(guiadedireitos.org) - trata-se de um órgão que faz ponte entre as escolas e as 
determinações da Secretaria Estadual de Educação. 
Sistema Municipal 
-Secretaria Municipal de Educação (SME) - é um órgão que tem a missão de 
apoio à elaboração da política educacional de seu respectivo Município, 
coordenando sua implantação e avaliando os resultados com vista a assegurar 
a excelência na Educação para o Ensino Fundamental e a Educação Infantil, 
contribuindo para a formação de indivíduos autônomos e habilitados a se 
desenvolver profissionalmente e como cidadãos. 
-Conselho Municipal de Educação (CME - (cvbma.org.br) – é um órgão que 
compõe o Sistema Municipal de Ensino, sendo normativo, consultivo, 
fiscalizador e deliberativo, com competência que respeita a abrangência e 
hierarquia dos entes da federação. A composição do Conselho Municipal de 
Educação conta com a representação de várias instituições e entidades 
municipais ligadas á área educacional, havendo, também representação 
sindical, empresarial e de instituições educacionais privadas. As funções desse 
conselho são de natureza consultiva, deliberativa, normativa, fiscalizadora e 
 23 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
de planejamento, sendo que o plano municipal de educação tem duração 
plurianual. Tem como finalidade o estímulo, o fortalecimento e a 
institucionalização da participação da sociedade civil no processo de definição 
das políticas educacionais, consolidando os seus planos, fiscalizando-os e 
avalizando-os. 
Recapitulando 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, surgiu um significativo 
número de normas e dispositivos legais sobre a Educação. Destaca-se, dentre 
elas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n◦ 9.394/1996 – 
que especifica os procedimentos e as atribuições dos diferentes âmbitos 
educacionais (União, Estados/Distrito Federal e Municípios). 
Disso decorreu um avanço quantitativo e qualitativo, em especial, a proteção 
ao Direito Público Subjetivo à Educação, que decorre do comprometimento do 
Poder Público estatal para a efetivação desse direito. Inobstante isso, através 
desse direito, há o exercício da cidadania. 
A Constituição Federal dita as normativas básicas nos artigos 205 a 214, os 
quais são compartilhados com as especificidades da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação – LDB. E para assegurar a eficácia da qualidade do ensino, são 
aplicadas avaliações com suas características e aos destinatários, objetos de 
apreciação. 
Referências e Obras Consultadas 
BARROSO, Luís Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: 
limites e possibilidades. 6. ed. atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. 
CONSELHO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE SANTA CATARINA. cee.sc.gov.br. 
CORBISIER, Roland. Enciclopédia filosófica. Petrópolis: Vozes, 1974. 
CRUZ VERMELHA BRASILEIRA DO MARANHÃO. cvbma.org.br. 
GUIA DE DIREITOS. guiadedireitos.org. 
HERKENHOFF, João Baptista. Como funciona a cidadania. 2ª ed. Manaus: Valer, 
2001. 
OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz Fernando. 
Organização da educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática. 
Disponível em: 
<http://moodle3.mec.gov.br/ufscar/file.php/1/gestores/politica/pdf/texto2_2.p
df> Acesso em: 17 de setembro,2017. 
 24 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
OLIVEIRA, Romualdo Portela de. O direito à educação. In: Gestão, financiamento 
e direito à educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 
2001. 
PARO, Vítor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: 
Cortez, 2012. 
PORTAL MEC. portal.mec.gov.br. 
SAVIANI, Demerval. Educação e Sociedade, n. 69, Campinas, 1999. 
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1992. 
Atividades 
1)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
A cidadania educacional é exercida mediante a garantia da ineficácia do 
direito subjetivo público e ela tem como atores não apenas o beneficiário 
PORQUE 
Há responsabilidade do Estado em ofertar a educação basilar. 
Há responsabilidade dos pais e/ou responsáveis legais em propiciar a 
educação basilar. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
corretas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
2)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
 25 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
A valorização do profissional da educação é de suma importância para o 
alcance da qualidade 
PORQUE 
O profissional consciente e qualificado tem maiores condições de desenvolver 
uma educação eficiente e que desperta competências e habilidades. 
O profissional qualificado é aquele que possui graduação superior e 
despreocupa-se com a educação continuada. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
corretas. 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
3)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a 
razão. 
O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino constituem-se em princípios 
constitucionais da educação e se refletem importantes 
PORQUE 
O pluralismo de ideias permite o afastamento de ações e opiniões unicistas. 
A coexistência de instituições públicas e privadas permitem a eficácia da 
educação para todos. 
A resposta CORRETA é: 
a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão 
erradas. 
b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão 
corretas. 
 26 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como errada. 
d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como errada e a segunda como certa. 
e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira 
como certa e a segunda como certa. 
4)Assinale a alternativa CORRETA. 
I – A Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) é aplicada sob a forma de 
censo nos alunos do quinto e nono anos do Ensino Fundamental, desde que o 
estabelecimento tenha no mínimo 20 alunos matriculados na série avaliada.II – A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) é realizada por 
amostragem para os estudantes das redes públicas e privadas, localizados nas 
áreas urbana e rural, matriculados nos quinto e nono anos do Ensino 
Fundamental e terceiro ano do Ensino Médio. 
III – A Provinha Brasil busca conhecer o nível de alfabetização das crianças 
matriculadas no segundo ano de escolarização das escolas públicas. 
Das assertivas apresentadas, a resposta CORRETA é: 
a)Estão corretas as assertivas I e II. 
b)Estão corretas as assertivas II e III. 
c)Apenas a assertiva III está correta. 
d)Todas as assertivas estão corretas. 
e)Nenhuma das assertivas está correta. 
5)Assinale a alternativa CORRETA. 
I - A Secretaria Estadual da Educação é um órgão vinculado ao Ministério da 
Educação, que tem atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento 
no desempenho das funções e atribuições atinentes ao poder público federal 
na esfera educacional. Formula e avalia a política nacional de educação, 
zelando pela qualidade de ensino, velando pelo cumprimento da legislação 
educacional, assegurando a participação da sociedade no aprimoramento da 
educação brasileira. 
II - Conselho Estadual de Educação é um órgão subordinado à Secretaria 
Estadual de Educação, amparado pela Constituição Federal, pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como pelas leis que lhe são 
correlatas. Suas competências são as seguir enumeradas. 
 27 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
III - Delegacia Regional de Educação – DRE - ou Subsecretaria de Educação é 
um órgão que faz ponte entre as escolas e as determinações da Secretaria 
Estadual de Educação. 
Das assertivas apresentadas, a resposta CORRETA é: 
a)Estão corretas as assertivas I e II. 
b)Estão corretas as assertivas II e III. 
c)Apenas a assertiva III está correta. 
d)Todas as assertivas estão corretas. 
e)Nenhuma das assertivas está correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
3. A LDBEN (EDUCAÇÃO INFANTIL-ENSINO FUNDAMENTAL-
ENSINO MÉDIO). O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 
DIREITOS EDUCACIONAIS. MEDIDAS SÓCIO EDUCATIVAS 
 Maria Inês Borsa8 
 
Introdução 
Este capítulo aborda as modalidades da Educação Básica a partir das 
disposições da LDB, fazendo alusão ao Ensino Infantil, ao Ensino Fundamental 
e ao Ensino Médio, incluindo as referências da Reforma e também alude sobre 
o Estatuto da Criança e do Adolescente em termos gerais e sobre as Medidas 
Socioeducativas. 
3.1 Educação Infantil 
A Educação Infantil, também denominada Educação Pré-escolar é destinada às 
crianças de 0 a 5 anos de idade. Encontra-se dividida em duas etapas: creche 
e pré-escola. Ela está centrada nas finalidades e nos interesses existentes em 
relação às crianças que serão atendidas. Com a edição da Lei n◦ 12.796, de 
2013, o período de oferta da Educação Infantil foi reduzido em um ano, já que 
houve a compatibilização do artigo 4º com a LDB e a ampliação da Educação 
Fundamental de nove anos. Assim, a Educação Infantil é gratuita às crianças 
de zero a cinco anos de idade, obedecendo os patamares estabelecidos na 
LDB, que inovou ao inseri-la na primeira etapa da Educação Básica. Por 
Educação Básica entenda-se a que assegura a formação indispensável para o 
exercício da cidadania, fornecendo-lhe meios para o progresso laboral e nos 
estudos posteriores. A Educação Infantil, ofertada pelos Municípios, não tem o 
condão de substituir a existente na família e nas comunidades; sua essência é 
complementar. 
No contexto educacional infantil, a creche compreende crianças de zero a 
três anos e de acordo com a Base Curricular Nacional apresenta dois graus de 
aprendizagem: a)primeira etapa: zero a 1 ano e seis meses; b)segunda etapa: 
1 ano e sete meses a 3 anos e 11 meses. Enquanto que a pré-escola abriga 
crianças de 4 a 5 anos. A etapa da pré-escola é obrigatória. E reconhecendo as 
especificidades dos grupos etários da Educação Infantil, os objetivos de 
aprendizagem e de desenvolvimento são organizados em três grupos de faixas 
etárias, indicados na figura a seguir. Todavia, tais grupos não podem ser 
considerados de forma rígida, uma vez que existem diferenças de ritmo na 
 
8 Advogada e Professora Universitária. Graduação em Letras e Direito pela 
PUC/RS. AJURIS. Especialização em Educação – ULBRA/RS. Mestrado em 
Educação – ULBRA/RS. Atuou como procuradora do SAJULBRA e como 
coordenadora do CST em Negócios Imobiliários – ULBRA/EAD. 
 29 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
aprendizagem e no desenvolvimento das crianças, que devem ser desprezadas 
na prática pedagógica. 
Três importantes objetivos devem estar presentes na modalidade educacional 
infantil, segundo Didonet (2001): a)Objetivo Social: contempla a mulher 
como participante da vida social, econômica, cultural e política; Objetivo 
Político: associado à cidadania infantil, concedendo-lhe o direito de falar, 
ouvir, colaborar, de respeitar e de ser respeitada pelos outros. 
 
A figura foi retirada da Cartilha do BNCC de 2017. 
 
Nesse tipo de Educação são desenvolvidas atividades lúdicas e jogos, que 
instigam as capacidades motoras e cognitivas, tornando-as aptas para o início 
do desenvolvimento do processo de alfabetização. A inclusão da Educação 
Infantil na BNCC representa mais um importante avanço no processo histórico 
de sua integração no conjunto da Educação Básica. As Diretrizes Curriculares 
Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEN n◦ 5/20099, 
definem, no artigo 4º, a criança como sujeito histórico e de direitos, que 
interage, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, 
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, 
produzindo cultura (Brasil, 2009). Tais seres, em suas ações interagem e se 
apropriam de conhecimentos. Diante disso as mesmas Diretrizes, no artigo 9º, 
indicam os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da 
Educação Básica, responsáveis pelas aprendizagens, desenvolvimento e 
socialização. 
Como consectário das práticas pedagógicas e das competências gerais da 
Educação Básica ofertadas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições de 
aprendizado para a convivência social e a construção dos significados sobre si, 
os outros e o mundo social e natural. Os seis direitos são apresentados a 
seguir: a)conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes 
grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do 
 
9 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Resolução nº 5, de 17 de 
dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da 
União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18. Disponível em: <http:// 
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298-
rceb00509&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 08 de setembro, 2017. 
 
 30 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas; 
b)brincar de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes 
parceiros (crianças e adultos), de forma a ampliar e diversificar suas 
possibilidades de acesso a produções culturais. A participação e as 
transformações introduzidas pelas crianças nas brincadeiras devem ser 
valorizadas, tendo em vista o estímulo ao desenvolvimento de seus 
conhecimentos, sua imaginação, criatividade, experiências emocionais, 
corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais; 
c)participarativamente, com adultos e outras crianças, tanto do 
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador 
quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das 
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes 
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando; 
d)explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, 
emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da 
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em 
suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia; 
e)expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, 
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, 
questionamentos, por meio de diferentes linguagens; f)conhecer-se e 
construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem 
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de 
cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição 
escolar e em seu contexto familiar e comunitário. 
Os aprendizados assimilados pelas crianças não devem resultar no 
confinamento. Destaca-se a importância e a necessidade de imprimir 
intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na Educação Infantil, 
tanto na creche como na pré-escola. E tais aprendizagens e o 
desenvolvimento das crianças estão inseridas em cinco eixos estruturantes, 
que lhes asseguram os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, 
expressar-se e conhecer-se. São eles: O eu, o outro e o nós – através das 
interações com os seus pares e com os adultos, as crianças vão construindo o 
seu próprio modo de agir, sentir e pensar, assim como outros modos de vida, 
tornando-se pessoas diferentes com outros pontos de vista. Corpo, gestos e 
movimentos – através do corpo de dos demais sentidos, as crianças exploram 
o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, passando a estabelecer 
relações que produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o 
universo social e cultural, tornando-se conscientes dessa corporeidade. 
Traços, sons, cores e formas – através da convivência com as diferentes 
manifestações artísticas, culturais e científicas as crianças vivenciam 
experiências diferenciadas nas formas de expressão e linguagens. Oralidade e 
escrita – na Educação Infantil, há a apropriação da língua oral e por meio de 
variadas situações, falam e ouvem, enriquecendo seus recursos de expressão e 
 31 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
de compreensão, internalizando estruturas linguísticas mais complexas. 
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – a inserção das 
crianças em espaços e tempos de dimensões diferentes viabilizam suas 
relações sociais e suas transformações. 
3.2 Educação Fundamental 
Trata-se de uma das etapas da Educação Básica brasileira e tem duração de 
nove anos, cuja matrícula, a exemplo da pré-escola, é obrigatória. Destina-se 
às crianças e aos adolescentes de 6 a 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula 
implica responsabilidade conjunta do Estado, da família ou dos responsáveis 
legais e da sociedade. Sua organização está dividida em dois ciclos: o primeiro 
corresponde aos primeiros cinco anos (séries iniciais), desenvolvido por um 
professor regente e o segundo com quatro anos (séries finais), onde o trabalho 
pedagógico é desenvolvido por uma equipe docente de especialistas em 
diversas disciplinas. Nos primeiros anos, o trabalho pedagógico é desenvolvido 
por meio de atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons. Destina-se ao 
conhecimento pessoal, familiar e social. Já nos anos finais, os adolescentes 
aprofundam os conhecimentos amealhados na etapa anterior, buscando 
alcançar a base para a continuidade do Ensino Médio. Nessa fase, há a busca 
da autonomia ao lado das mudanças corporais. 
Tomando por base o artigo 23, da LDB, que referenda as múltiplas 
possibilidades de organização, é possível asseverar a existência das seguintes 
divisões e nomenclaturas: 
Ensino Fundamental 
Anos Iniciais Anos Finais 
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 
Tempo de duração: 5 anos Tempo de duração: 4 anos 
Idade dos participantes: 
6 a 10 anos 
Idade dos participantes: 
11 a 14 anos 
 
3.2.1 Alfabetização até o segundo ano 
Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deverá 
estar centrada na alfabetização. Isso visa garantir amplas oportunidades para 
os alunos se apropriarem do sistema da escrita alfabética de maneira 
articulada às diversas práticas de letramento. O Parecer CNE/CEB n◦ 
11/201010 valorou os componentes curriculares como agentes do exercício da 
leitura e da escrita ao asseverar que os conteúdos dos diversos componentes 
 
10 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Parecer nº 11, de 7 de julho de 
2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da 
União, Brasília, 9 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 28. Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6324pceb011-
10&category_slug=agosto-2010-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 08 de setembro, 2017. 
 32 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
curriculares [...], ao descortinarem às crianças o conhecimento do mundo por 
meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e 
a escrita de um modo mais significativo. Antes do alcance da terceira e final 
versão da BNCC, a segunda versão defendia que os alunos deveriam ser alfabetizados 
até o terceiro ano da Educação Básica. Na proposta final, o letramento deverá ser 
concluído no segundo ano, fundamentada na opinião dos especialistas que defendem 
a escolarização precoce11. Destaca-se que até o momento da confecção deste artigo 
(setembro/2017), a apreciação do Conselho não havia sido efetuada. 
O Ministro da Educação deste período, Mendonça Filho, defendeu o novo prazo como 
garantia de igualdade de direitos: a gente está assegurando o mesmo direito para as 
crianças que estudam nas melhores escolas e também para as escolas públicas. Cabe 
ressaltar, que o segundo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) de 
2012, o Governo Federal, os Estados e os Municípios devem garantir a alfabetização 
de todas as crianças até os oito anos de idade ao final do terceiro ano do Ensino 
Fundamental. Nesse contexto, a versão final do BNCC reveste-se em novidade e no 
fortalecimento da escolarização precoce. 
3.2.2 Alguns aspectos das disciplinas curriculares no Ensino Fundamental 
-O Ensino Fundamental, apresentado de forma regular, deverá contemplar 
quatro áreas de conhecimento: a)área de linguagens, que abraça as disciplinas 
de Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa; b)área de 
Matemática, composta pela disciplina de matemática; c)área de Ciências da 
Natureza, que abrange as disciplinas de Biologia, Química e Física; d)área de 
Ciências Humanas, que absorve as disciplinas de Geografia, História, Filosofia 
e Sociologia. 
-As disciplinas das quatro áreas de conhecimento são comuns a todas as 
escolas. 
-Exclusão do Ensino Religioso, justificado pelos fundamentos da LDB, que 
afirma ser o mesmo oferecido em caráter optativo e a decisão de incluí-lo ou 
não na grade é das redes de ensino. Portanto, não tocará à União estabelecer 
uma base comum para a área. 
-Livros: todos os materiais passarão por revisões para contemplarem os 
conteúdos indicados pela BNCC. 
-A interdisciplinaridade, que tem o condão de integração entre as disciplinas, 
será colocada em prática pelos currículos e pelos projetos pedagógicos das 
escolas. 
 
11 Carvalho, Letícia. Terceira versão da base curricular paraEnsino Infantil e Fundamental é apresentada, 
conselho vai avaliar. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/3-versao-da-base-curricular-
para-ensino-infantil-e-fundamental-e-apresentada-conselho-vai-avaliar.ghtml Acesso em: 08 de setembro, 
2017. 
 33 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
-Os temas transversais, abordados na segunda versão da BNCC, referem-se às 
Culturas Indígenas e Africanas, à Educação Financeira e à Educação 
Ambiental. 
-A jornada escolar no Ensino Fundamental incluirá, pelo menos, quatro horas 
de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o 
período de permanência na escola. A educação integral ficará a critério dos 
Sistemas de Ensino. 
-São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de 
organização autorizadas legalmente. 
-O Ensino Fundamental será ministrado na modalidade presencial, sendo 
utilizada a modalidade a distância como forma de complementação da 
aprendizagem ou em situações emergenciais. 
-O Ensino Fundamental é de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 
6 (seis) anos completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer 
matrícula, conforme estabelecido pelo CNE no Parecer CNE/CEB nº 22/2009 e 
Resolução CNE/CEB nº 1/2010. 
Nessa perspectiva, a escola exerce a tarefa de criar situações que provoquem 
nos estudantes a necessidade e o desejo de pesquisar e experimentar novos 
saberes. 
3.3 Ensino Médio 
A abordagem do Ensino Médio hodierno está voltada para o desenvolvimento 
da vida, ao contrário do que ocorria no modelo anterior que formava pessoas 
para o mercado de trabalho, entendido como não vida. Ele constitui-se na 
última etapa da Educação Básica, respaldada nas novas tecnologias e nas 
mudanças da produção dos bens, serviços e conhecimentos que tornem viável 
a integração dos alunos ao mundo contemporâneo nas dimensões 
fundamentais da cidadania e do trabalho. 
A sistemática anterior era baseada no acúmulo de informações; era 
descontextualizada. O perfil atual busca incentivar o raciocínio e a 
capacidade de aprender, contextualizando a escola com a sociedade, por 
meio de competências básicas, da interdisciplinaridade, da transversalidade 
e, se almejarem, viável será o acúmulo da formação profissional específica, 
obedecidos os parâmetros da BNCC. Com a revolução informática, mudanças 
radicais foram promovidas na área do conhecimento, tornando-se possível 
afirmar que a Educação necessita se transformar mais rapidamente do que em 
épocas anteriores, tornando a escola incorporada a essas tecnologias. As 
mudanças no conhecimento e em suas áreas de desdobramentos são refletidas 
nas propostas de reforma curricular do Ensino Médio. 
 34 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
O perfil apresentado está a orientar uma reformulação curricular do Ensino 
Médio, expressada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n. 9.394/96 
e à nova BNCC. A reformulação curricular também impõe o conhecimento e 
análise das condições em que se desenvolve o sistema educacional do País. 
Frise-se que os textos de fundamentação das áreas de conhecimento, após 
democrática e participativa discussão, tiveram como principal referência a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, centrados no objetivo principal 
do estabelecimento de princípios e finalidades da Educação Nacional. 
O novo currículo é fundamentado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
que definirá as competências e os conhecimentos essenciais que deverão ser 
oferecidos a todos os estudantes na parte comum, perfazendo esta 1800 
horas. Quatro são as áreas de conhecimento e todos os componentes 
curriculares do Ensino Médio definidos na LDB e nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais da Educação Básica. Cada Estado e o Distrito Federal organizarão os 
seus respectivos currículos, considerando a BNCC e as demandas dos jovens. 
Há, ainda a previsão de uma Política de Fomento de Escolas em Tempo 
Integral a ser implantada de forma gradual, visto que não há determinação 
dessa sistemática para todas as escolas. 
A Formação Técnica e Profissional será uma alternativa para o aluno, sendo 
que estão autorizados a ministrar aulas, exclusivamente nas disciplinas dos 
cursos técnicos e profissionalizantes os profissionais com notório saber, como 
já acontece no Sistema S e na maioria dos países do mundo. Os professores 
com licenciatura poderão fazer complementação pedagógica para ministrarem 
aulas de outras disciplinas dentro de suas áreas de conhecimento. 
Permanecem obrigatórios os estudos e práticas de filosofia, sociologia, 
educação física e artes. Língua Portuguesa e Matemática são disciplinas 
obrigatórias nos três anos do Ensino Médio, independentemente da área de 
aprofundamento que for escolhida pelo estudante. A Reforma do Ensino Médio 
torna obrigatória a oferta da língua inglesa desde o 6º ano do Ensino 
Fundamental e no Ensino Médio é facultativa a oferta de outras línguas 
estrangeiras, dentre elas, preferencialmente o espanhol. 
Assim, alinhada aos diplomas legais existentes e às necessidades apontadas 
pela sociedade, a Reforma do Ensino Médio se sedimentou. 
3.4 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n° 8.069, de 13 de julho de 
1990, tem a finalidade precípua de estabelecer regras protetivas à criança e 
ao adolescente, sob a orientação de concebê-los como sujeito de direitos. Os 
destinatários da norma são os seguintes: a)criança: zero a 12 anos de idade 
incompletos; b)adolescente: 12 anos completos até os dezoito anos de 
 35 
Políticas e Gestão da Educação Básica 
idade12. De forma excepcional, o Estatuto da Criança e do Adolescente deixa 
sob o seu manto as pessoas entre 18 anos e 21 anos de idade13. 
Como sujeitos de direitos, as crianças e os adolescentes gozam de direitos 
fundamentais que lhes são próprios, sem que seja afastada a premissa 
primordial de seres carentes de proteção integral, sendo-lhes ofertada a 
possibilidade de pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e 
social com liberdade e dignidade. Compreende-se que toda criança tem o 
direito de permanecer no seio familiar, prevalentemente; sendo apenas 
afastada nas situações previstas em lei, em especial no Estatuto da Criança e 
do Adolescente, como a tutela, curatela, adoção, dentre outras. A família, 
por sua vez, juntamente com a comunidade, a sociedade e o Poder Público, 
deve assegurar, com prioridade, a concretização dos direitos relativos à vida, 
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito e à convivência 
familiar. 
Acerca dos princípios, assevera-se a ausência de unicidade na apresentação 
dos mesmos. Nogueira (2005) apresenta o elenco de quatorze princípios, 
derivados da Declaração Universal dos Direitos das Crianças, que norteiam o 
ECA. Tendo em vista a objetividade do presente capítulo, a seguir, serão 
listados os principais princípios: 
a)Princípio da Prevenção Geral: o Estado tem a obrigação de garantir à 
criança e ao adolescente o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, além 
de outras proteções para o seu correto e pleno desenvolvimento como 
cidadão. Nesse contexto, a LDB, artigo 4º, referenda que a efetivação da 
educação escolar pública será garantida com a Educação Básica obrigatória e 
gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade; a Educação Infantil até os 
cinco anos de idade; o atendimento especial aos portadores de deficiências, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação 
em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Ademais, há a concessão 
de acesso público e gratuito a todos aqueles que não concluíram o Ensino 
Fundamental e Médio na idade regular. O Princípio da Prevenção Geral 
encontra respaldo nos artigos 70 a 73 do ECA. 
b)Princípio da Prevenção

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