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POLÍTICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 2 Políticas e Gestão da Educação Básica Apresentação da disciplina Caro (a) aluno (a) ! Seja bem-vindo (a) aos estudos da disciplina POLÍTICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Este livro foi elaborado visando a compreensão do Sistema Educacional brasileiro, bem como as suas Políticas de Gestão, que se constituem em fatores determinantes no processo ensino-aprendizagem nas diferentes e inclusivas modalidades da Educação. Os conteúdos apresentados têm grande relevância no processo de formação dos (as) professores (as), responsáveis pela dinâmica educacional e pela efetivação dos saberes produzidos. Nesse contexto, o livro é apresentado em 10 capítulos, criteriosamente selecionados, visando a sustentação de nossos diálogos e debates. No Capítulo 1 você irá trabalhar sobre o Contexto sócio-filosófico-histórico- político da Educação nacional, cujos conteúdos nos remetem aos apontamentos históricos relacionados às Políticas Públicas da Educação. No Capítulo 2, intitulado Organização de Educação Nacional será analisada a estrutura dos Sistemas de Ensino, sob o manto da Constituição Federal com breves ilações à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). O Capítulo 3 com o tema LDBEN (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio) – O Estatuto da Criança e do Adolescente – Direitos Educacionais/Medidas Socioeducativas, são abordadas as características essenciais dessas etapas integrantes da Educação Básica, fundamentadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), bem como as sistemáticas normativas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sem descurar dos Direitos Educacionais e das Medidas Socioeducativas aplicadas às crianças e aos adolescentes nos atos infracionais. O Capítulo 4, intitulado Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do Campo e a Educação a Distância, focaliza as diferentes modalidades de ensino, traçando suas essências e o fortalecimento do Direito à Educação para todos. No Capítulo 5, sob o manto do desenvolvimento do tema Plano Nacional de Educação, são apresentados os objetivos desse instrumento educacional, que visa, por via de metas, num período renovável de dez anos, destacando-se a busca pela erradicação do analfabetismo, bem como a qualidade de ensino. 3 Políticas e Gestão da Educação Básica No Capítulo 6, nominado de Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores (Res. n◦ 02/2015) são apresentadas as normativas para a formação dos professores em suas lides educacionais. Há a abordagem dos conteúdos basilares que deverão ser apreendidos pelos professores nas licenciaturas de suas opções profissionais, gabaritando-os no âmbito de sua atuações. O Capítulo 7 desenvolve a temática Gestão Democrática/Compartilhada: buscando as instâncias colegiadas da Escola. Essa abordagem viabiliza o conhecimento da Gestão como um todo, onde há a colaboração de todos e a substituição da gestão centralizadora pela compartilhada dentro da essência do exercício da cidadania. O Capítulo 8, denominado de Ação Gestora no âmbito Escolar: ética, competência e liderança são apresentadas as ações éticas, o âmbito da competência do gestor e as formas de liderança que deverão nortear a Gestão Escolar. No capítulo 9 cujo tema é A Gestão Escolar e a Formação Continuada de Professores há o destaque para a persistente busca do conhecimento dos professores para o efetivo alcance da atualização e da qualidade docente no âmbito de Programas Educacionais e Cursos de Especialização. E no Capítulo 10, o tema A Gestão Docente nos Espaços escolares e não escolares são indicadas as dinâmicas gestoras nesses dois importantes espaços educacionais. Lembre-se, Caro (a) Aluno (a), que os textos apresentados não têm o condão de esgotar as temáticas, mas permitirão o conhecimento basilar e o posterior aprofundamento dos interessados. Com esse propósito, iniciamos o nosso trabalho. Não esqueça, esse é apenas o primeiro passo para o aprendizado do Sistema Educacional e da Gestão Educacional. Proceda a outras pesquisas, aprofunde o seu conhecimento. Bons estudos ! Abraços, Caren Bühler Maria Inês Borsa 4 Políticas e Gestão da Educação Básica Sumário 1. Contexto sócio-filosófico-histórico-político da educação nacional 2. Organização atual da Educação nacional (Constituição Federal) 3. A LDBEN (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio). O Estatuto da Criança e do Adolescente. Direitos educacionais/medidas socioeducativas 4. Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do Campo. Educação a Distância 5. Plano Nacional de Educação 6. Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores (Res. No 02/2015) 7. Gestão Democrática/Compartilhada: buscando as instâncias colegiadas da Escola 8. Ação Gestora no âmbito Escolar: ética, competência e liderança 9. A Gestão Escolar e a Formação Continuada de Professores 10. A Gestão Docente nos Espaço escolares e não escolares Gabaritos 5 Políticas e Gestão da Educação Básica 1. CONTEXTO SÓCIO-FILOSÓFICO-HISTÓRICO-POLÍTICO DA EDUCAÇÃO NACIONAL Maria Inês Borsa1 Introdução Principia que as modificações encontram-se vinculadas ao momento histórico vivenciado em cada época, decorrente das ideologias2. As formas ideológicas têm origem nos conflitos e nos períodos de normalidade. E delas decorrem concepções verdadeiras, falsas, revolucionárias e reacionárias, que operacionalizam a vida social. Diante disso, são realizadas as abordagens das temáticas dos Jesuítas ao Período Pombalino, Período Joanino, Império, Primeira República, Era Vargas, Populismo, Regime Militar, Retomada Democrática. 1.1 Dos Jesuítas ao Período Pombalino A Educação, no Brasil, tem seu marco sistematizado a partir dos Jesuítas – Companhia de Jesus – que voltavam seus ensinamentos para o homem de fé. Inicialmente, os missionários ocuparam-se em catequisar os índios por meio da catequese, visando divulgar a crença cristã entre eles e submetê-los à obediência do poder à época existente. O padre Manuel da Nóbrega foi o responsável pela primeira missão religiosa, que se estendeu até 1759, quando ocorreu a expulsão dos jesuítas com a implantação das normativas de Marquês do Pombal (Reformas Pombalinas). A partir de então, o ensino passou a ser ministrado por meio das Aulas Régias e os conteúdos foram alicerçados nas Cartas Régias. Somente a partir de 1772, ocorreu a implantação do ensino público no Brasil, que perseverou na oferta do ensino religioso. A Educação passa a vivenciar um profundo retrocesso. No Brasil colônia, a população era formada por colonizadores brancos, pelos índios e pela mão-de-obra escrava. A educação era disponibilizada para os brancos, que estudavam nos colégios religiosos brasileiros ou nas instituições europeias. Os negros e as mulheres eram excluídos da educação. Os negros de forma total e as mulheres recebiam a educação voltada para as lides domésticas. Apenas os mulatos tinham a oportunidade de ingressar na escola, o que desencadeou o conflito relativo à questão dos moços pardos em 1689. A essência discriminadora negava matrículas aos mestiços nos colégios jesuíticos. Tal situação, sofreu alterações em decorrência dos subsídios ofertados às escolas públicas. 1 Advogada e Professora Universitária. Graduação em Letras e Direitopela PUC/RS. AJURIS. Especialização em Educação – ULBRA/RS. Mestrado em Educação – ULBRA/RS. Atuou como procuradora do SAJULBRA e coordenou o CST em Negócios Imobiliários – ULBRA/EAD. 2 As ideologias são instrumentos de resolução de conflitos 6 Políticas e Gestão da Educação Básica 1.2 Período Joanino (1808 a 1821) Com a chegada da Família Real, no início do século XIX, a situação educacional passou a ser redesenhada. Dom João VI criou as Academias Militares, as Escolas de Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia. Em 1816, após a visita de renomados artistas como Lebreton, Debret, Taunay e Montigny, houve a criação da Escola Nacional de Belas Artes. A educação desse período continha grande conteúdo discriminatório, formando apenas quadros de profissionais relevantes apenas para as elites aristocráticas, menosprezando os anseios e carências das classes inferiores. O ensino primário foi esquecido; a população continuou iletrada e sem acesso aos grandes centros do saber. A monarquia valorava muito o ensino superior e isso se refletiu na necessidade de capacitação do pessoal para o preenchimento dos quadros administrativos do país. Em 1820, Portugal passa pelos percalços da Revolução do Porto ou a Revolução Liberal do Porto, forçando a Família Real a retornar para Portugal. Com isso, Portugal objetivava retomar a anterior situação brasileira de colônia, deixando Dom Pedro I com Príncipe Regente. Esse, no entanto, promoveu a emancipação política do Brasil. 1.3 Império (1822 a 1889) O Brasil submetia-se a uma dura crise econômica, inviabilizando melhorias no ensino, ademais do desinteresse do governo imperial. Em 1824, surge a primeira Constituição, que em seu artigo 178, proclamou a instrução primária gratuita para todos os cidadãos. E em 1827 foi aprovada a primeira lei sobre o Ensino Elementar, que vigorou até 1946. Houve a criação de quatro graus de instrução: as pedagogias, os liceus, os ginásios e as academias. Os liceus constituíram-se numa forma embrionária do ensino público no Brasil, ofertando o estudo das humanidades. A falta de recursos das províncias inviabilizava a criação de escolas e com isso, a iniciativa privada passou a ofertar o ensino secundário, obtendo bons resultados, deixando para o Estado o ensino primário. As escolas primárias sofreram sensível redução e as escolas secundárias estavam com a missão de preparação para os cursos superiores, pois havia a preferência dos estudantes por Direito e as duas escolas existentes, uma em São Paulo e a outra em Recife exigiam o desenvolvimento do conteúdo humanístico, reflexo da aversão da sociedade ao ensino profissionalizante. Ainda que a população aumentasse, o número de escolas mostrava-se insuficiente para fazer frete à demanda; faltavam recursos para as áreas prioritárias. Assim, a referida lei veio a fracassar, diante de problemas econômicos, técnicos e políticos. 7 Políticas e Gestão da Educação Básica Nesse contexto, o Brasil terminou o século XIX sem a organização de um sistema de educação em termos nacionais. As transformações ocorridas a partir de 1870, motivadas por fatores externos, conduziram a intelectualidade brasileira a combater o regime monárquico, reivindicando a extinção da escravidão e a adoção do regime republicano de governo. E dessa ampla discussão pública, surgiram propostas reformistas em diversos campos de interesse, impondo-se a revolução do campo da educação como produto das reivindicações dos intelectuais da época, emergindo um clima de entusiasmo pela Educação, pontuando os debates políticos e intelectuais no período de transição da Monarquia para a República. 1.4 Primeira República A partir de 1889, por meio da Proclamação da República, a Educação passou a ser prioridade, como fruto das reivindicações da sociedade e da própria realidade que assim exigia. Com a diversificação e a ampliação dos serviços, a Educação passou a desempenhar papel fundamental, buscando consolidação. As classes dominantes necessitavam de escolas para seus filhos; havia a imperiosidade da preparação do cidadão para o desempenho das atividades dos setores públicos e privados. Contudo, a educação estava impregnada pelos princípios do novo regime: centralização, formalismo e autoritarismo. A Reforma Rivadávia, de iniciativa do ministro Rivadávia Corrêa e que vigorou entre 1911 a 1915, retirou a responsabilidade da União pelo ensino. Nesse período sobrevieram os Grupos Escolares, que tiveram o condão de distribuir os alunos em séries. Nas décadas de 1920 e 1930 surge o Escolanovismo, gestado pelos liberais democráticos, que recomendaram reformas educacionais, tecendo as seguintes influências pedagógicas: a Escola Primária Integral, que procurava exercitar os hábitos de educação e raciocínio, noções de literatura, história e língua pátria, o desenvolvimento físico e a higiene; o Ensino Médio integrava o Primário e o Superior, com a incumbência de desenvolver o espírito científico para os diferentes tipos de cursos; a defesa da organização universitária, voltada para o ensino de pesquisa e formação profissional, que não chegaram a atingir os seus objetivos propostos. Frise-se que as reformas desse período estavam totalmente desvinculadas do contexto histórico, mas elas foram determinantes para a mudança social (Marçal Ribeiro, 1990, p. 20). 1.5 Era Vargas Em 1930, inicia-se a Era Vargas e junto com ela as reformas educacionais mais modernas são implantadas e há contraposição à Escola Nova. O pensamento conservador católico procurava impedir as inovações propostas. Os inovadores ligados à burguesia em ascensão e os conservadores provinham da aristocracia rural. A ideologia dos católicos via a crise do país sob o prisma diferente e as soluções estavam nas alternativas cristãs. Neste período, foi criado o 8 Políticas e Gestão da Educação Básica Ministério da Educação e Saúde, dando lugar a uma reforma do ensino superior, onde restou organizado o sistema universitário. Logo após, sobreveio a reforma do ensino secundário. Mas tais reformas não foram suficientemente abrangentes. No ensino secundário, houve a inclusão de um currículo seriado, frequência obrigatória, a criação de dois ciclos: um fundamental de cinco anos e o outro complementar de dois anos e a exigência de prévia habilitação neles para a transição no curso superior. Na esfera superior, a reforma operacionalizou-se a nível administrativo com a criação de órgãos como reitoria, conselho universitário, assembleia universitária e direção de cada escola. A Constituição de 1934 e o Manifesto de 1932 foram os responsáveis pelo traçado das primeiras linhas mestras de uma política educacional brasileira. No entanto, a Constituição de 1934 foi substituída pela Constituição de 1937, que no âmbito da educação, declara ser a arte, a ciência e o ensino livres à iniciativa individual e à de associação ou pessoas coletivas públicas e particulares; mantém a gratuidade do ensino primário (...) dá providências ao programa de política escolar em termos do ensino pré-vocacional e profissional (...) estabelece, no mesmo artigo, o regime de cooperação entre a indústria e o Estado (Ribeiro, 1981, p. 120). Em 1942, com a Reforma Capanema, houve o incentivo para a criação de novas leis de reformas educacionais. Nesse ano, surgiram a Lei Orgânica do Ensino Industrial e a Lei Orgânica do Ensino Secundário, ademais do Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional – SENAI. Em 1943 foi aprovada a Lei Orgânica do Ensino Comercial e em 1942, a Lei Orgânica do Ensino Primário e Normal além da Lei Orgânica do Ensino Agrícola e o acordo financeiro com o Banco Mundial para a Escola Técnica de Curitiba. A partir da Lei Orgânica, o Ensino Secundário passou a contar com três modalidades: clássico, científico e normal.Essas modalidades possibilitavam a educação continuada em três modalidades: técnico industrial. Técnico Agrícola e Técnico Comercial. 1.6 Populismo Com a extinção do Estado Novo, sobrevém a Constituição de 1946, que trouxe conteúdo educacional, como a gratuidade do Ensino Primário e a manutenção dessa gratuidade para a continuidade dos estudos de quem demonstrasse carência de recursos. No mesmo ano, foi criado o SENAC nos mesmos moldes do SENAI. Em 1948, surge a discussão por uma Lei de Diretrizes Básicas e depois de 13 anos de debates dos Escolanovistas e do Manifesto dos Educadores, restou aprovada a Lei n◦ 4.024/1961. 1.7 Regime Militar Com o Golpe Militar de 1964, os militares assumem o poder, ligados a grupos empresariais e políticos com interesses estrangeiros, adotando o modelo educacional americano. Houve o aumento do autoritarismo com o banimento 9 Políticas e Gestão da Educação Básica das organizações infantis, que foram consideradas subversivas. Em 1969, são criadas as disciplinas de Educação Moral e Cívica em todos os graus, recebendo a denominação de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) no âmbito secundário. É criado o vestibular classificatório para o preenchimento das vagas disponíveis. A Lei de Diretrizes e Bases de 1961 é alterada pela Lei n◦ 5.540/1968. Em 1967, surge o Mobral, objetivando a diminuição do analfabetismo entre os adultos. A Reforma do Ensino Fundamental e Médio com a Lei n◦ 5.692/1971, onde foram integrados o primário, o ginásio, o secundário e o técnico. A disciplina de filosofia desaparece do 2º grau e as disciplinas de história e geografia, do 1º grau são substituídas pelos Estudos Sociais. Há a extinção da Escola Normal. E em 1982, por meio da Lei n◦ 7.044/1982 é retirada a obrigatoriedade do Ensino Profissionalizante no Ensino Médio. 1.8 Retomada Democrática Com o advento da Constituição Federal de 1988, há a valoração da Educação, tornando-a um direito subjetivo público e com a estipulação do prazo de dez anos para a universalização do ensino e a erradicação do analfabetismo. Inobstante isso, em 1996, surge a nova Lei de Diretrizes Básicas (9394/96), que instituiu a Política Educacional brasileira. Com ela, sobreveio, a Lei n◦ 9.424/1996, que organizou o FUNDEF (Fundo de Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Fundamental), posteriormente substituído pelo FUNDEB (que obrigou a aplicação anual dos Estados do percentual mínimo de suas receitas para o magistério. E em 2017, o governo de Michel Temer passa a discutir a Reforma do Ensino Médio, buscando atender as necessidades sociais. Do exposto, visualiza-se o esforço recente do Estado brasileiro para conter as problemáticas historicamente existentes, ofertando crescente número de matrículas no Ensino Fundamental e a busca pela diminuição da evasão escolar. Inobstante isso, ocupa-se em não afastar a continuidade do aperfeiçoamento da Educação escolar brasileira, sobretudo no que tange ao desempenho qualitativo do processo ensino-aprendizagem. Recapitulando As dinâmicas sociais contribuem com o traçado histórico da Educação brasileira. Parte-se do Período Jesuítico, incidente na época colonial onde a educação do homem de fé traduzia os interesses da oligarquia rural. Com as normativas de Marquês do Pombal, a Educação Jesuítica foi suplantada pelos interesses do Estado, sendo dizimada e levando a Educação brasileira a um profundo retrocesso. Com a Vinda da Família Real, surgiram novas reivindicações com algumas alterações no quadro educacional e a posterior transição para o Período Republicano. 10 Políticas e Gestão da Educação Básica Na Primeira República, as reformas estavam desvinculadas ao momento histórico. Na Era Vargas, ainda que sob o autoritarismo, as Constituições fizeram alusão à Educação, mas sem grandes avanços. Com o Populismo surgem as discussões sobre a Lei de Diretrizes, sendo aprovada a Lei n◦ 4.024/1961. No Regime Militar, a Educação sofre inúmeras restrições de conteúdo. E, na Retomada Democrática, em especial na Constituição de 1988, há a criação e a difusão do direito subjetivo público da Educação, surgindo a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96). Referências e Obras Consultadas BARROSO, Luís Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: limites e possibilidades. 6. ed. atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. CONSELHO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE SANTA CATARINA. cee.sc.gov.br. CORBISIER, Roland. Enciclopédia filosófica. Petrópolis: Vozes, 1974. CRUZ VERMELHA BRASILEIRA DO MARANHÃO. cvbma.org.br FRANCA, S. J. Leonel. O método pedagógico dos jesuítas: o Ratio Studiorum. Rio de Janeiro: Agir, 1952. GUIA DE DIREITOS. guiadedireitos.org. HERKENHOFF, João Baptista. Como funciona a cidadania. 2ª ed. Manaus: Valer, 2001. OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz Fernando. Organização da educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática. Disponível em: <http://moodle3.mec.gov.br/ufscar/file.php/1/gestores/politica/pdf/texto2_2.p df> Acesso em: 17 de setembro,2017. OLIVEIRA, Romualdo Portela de. O direito à educação. In: Gestão, financiamento e direito à educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001. PARO, Vítor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2012. PORTAL MEC. portal.mec.gov.br. SAVIANI, Demerval. Educação e Sociedade, n. 69, Campinas, 1999. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo: Malheiros, 1992. Atividades 11 Políticas e Gestão da Educação Básica 1)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. A cidadania educacional é exercida mediante a garantia da ineficácia do direito subjetivo público e ela tem como atores não apenas o beneficiário PORQUE Há responsabilidade do Estado em ofertar a educação basilar. Há responsabilidade dos pais e/ou responsáveis legais em propiciar a educação basilar. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão corretas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 2)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. A valorização do profissional da educação é de suma importância para o alcance da qualidade PORQUE O profissional consciente e qualificado tem maiores condições de desenvolver uma educação eficiente e que desperta competências e habilidades. O profissional qualificado é aquele que possui graduação superior e despreocupa-se com a educação continuada. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. 12 Políticas e Gestão da Educação Básica b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão corretas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 3)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadasde ensino constituem-se em princípios constitucionais da educação e se refletem importantes PORQUE O pluralismo de ideias permite o afastamento de ações e opiniões unicistas. A coexistência de instituições públicas e privadas permitem a eficácia da educação para todos. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão corretas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 4)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. Com a extinção do Estado Novo, sobrevém a Constituição de 1946, que trouxe conteúdo educacional, como a gratuidade do Ensino Primário e a manutenção 13 Políticas e Gestão da Educação Básica dessa gratuidade para a continuidade dos estudos de quem demonstrasse carência de recursos. E DISSO DECORRE o Golpe Militar de 1964, os militares assumem o poder, ligados a grupos empresariais e políticos com interesses estrangeiros, adotando o modelo educacional americano. o Mobral, objetivando a diminuição do analfabetismo entre os adultos. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão erradas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 5)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. Com o Golpe Militar de 1964, os militares assumem o poder, ligados a grupos empresariais e políticos com interesses estrangeiros, adotando o modelo educacional americano. E DISSO DECORRE Em 1967 o Mobral, objetivando a diminuição do analfabetismo entre os adultos. Com ela, sobreveio, a Lei n◦ 9.424/1996, que organizou o FUNDEF (Fundo de Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Fundamental), posteriormente substituído pelo FUNDEB (que obrigou a aplicação anual dos Estados do percentual mínimo de suas receitas para o magistério). A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. 14 Políticas e Gestão da Educação Básica b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão erradas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 15 Políticas e Gestão da Educação Básica 2. ORGANIZAÇÃO ATUAL DA EDUCAÇÃO NACIONAL (CONSTITUIÇÃO NACIONAL) Maria Inês Borsa3 Introdução Este capítulo ocupa-se em discorrer sobre a Organização Atual da Educação Nacional sob o manto da Constituição Federal de 1988. 2.1 A Análise Constitucional A Organização Atual da Educação Nacional é realizada através dos Sistemas de Ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Servem de amparo legal a Constituição Federal de 1988 (artigos 205 a 214) e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n◦ 9.394/1996 (artigos 8 a 34). Com a promulgação da Carta Magna e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, surge um significativo número de normas e dispositivos legais, ensejando um novo impulso à legislação educacional nacional. Isso proporcionou um avanço quantitativo e qualitativo, já que as normativas melhoraram e aperfeiçoaram o conteúdo da matéria educacional. Inovou a Suprema Carta vigente com a implantação das seguintes ações: oferta do direito subjetivo à educação; melhoria da qualidade de ensino; valorização do profissional da educação; criação de um sistema educacional mais moderno e eficaz; garantia de acesso nas mais variadas camadas educacionais da sociedade brasileira; progressismo social como um dos pilares básicos da atual legislação nacional em matéria educacional. Ademais, a Constituição Federal hodierna é considerada a mais adiantada em termos de direitos sociais fundamentais coletivos e individuais, consagrando dentre eles, a Educação. E isso se constitui na base de prestações positivas que concretizam a democracia econômica, social e cultural, a fim de efetivar a prática da dignidade da pessoa humana (Silva, 1992, p. 93). Sem sofismar, há específica proteção ao direito público subjetivo à Educação, que traz o comprometimento do Poder Público estatal em assegurar tal direito. Dentro desse contexto, as previsões dos artigos constitucionais têm o condão de consagrar esse fundamental direito social. Assim, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizam, em regime de colaboração, os seus respectivos sistemas de ensino4. 3 Advogada e Professora Universitária. Graduação em Letras e Direito pela PUC/RS. AJURIS. Especialização em Educação – ULBRA/RS. Mestrado em Educação – ULBRA/RS. Atuou como procuradora do SAJULBRA e como coordenadora do CST em Negócios Imobiliários – ULBRA/EAD. 4 Um sistema – entende-se – é um conjunto articulado e coordenado de elementos coexistentes e que, dentro de um determinado espaço e tempo, compartilham de um mesmo ordenamento estruturado. No 16 Políticas e Gestão da Educação Básica A estrutura atual brasileira do sistema educacional regular está alicerçada na Educação Básica (que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio) e na Educação Superior. Frise-se, que de acordo com o artigo 205, a educação, direito de todos e dever do Estado e da família será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Na esfera das competências, a União exerce uma função redistributiva e supletiva na Educação, devendo prestar assistência financeira e técnica para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como organizar o sistema educacional nacional. Aos Municípios é concedida a legitimidade para atuarem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, enquanto que os Estados e o Distrito Federal incumbem-se do Ensino Médio (artigo 211 e parágrafos). A competência da União é disciplinada no artigo 9º, da LDB; a dos Estados e Distrito Federal no artigo 10, da LDB e a dos Municípios no artigo 11, da LDB. A Educação será ministrada com base nos princípios elencados pelo artigo 206, a saber: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime único para todas as instituiçõesmantidas pela União; gestão democrática do ensino público, na forma da lei, e a garantia de padrão de qualidade e o piso salarial profissional nacional para os professores da educação escolar pública, nos termos de lei federal. O artigo 207 e seus parágrafos dispõe sobre a organização das universidades. O Ensino Superior oferta graduações e opções de especializações para as diferentes carreiras acadêmicas ou profissionais no âmbito Stricto Sensu ou Lato Sensu. E nessa operacionalidade, é facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito constitui-se num direito público subjetivo, tem base no artigo 208, § 1º. Já o § 2º referenda que o não caso de um Sistema Nacional de Educação, tal contexto remete à definição de diretrizes, metas, recursos e estratégias de manutenção e desenvolvimento direcionadas à garantia do direito social à educação em ambos os níveis (educação básica e superior), considerando todas as etapas e modalidades educativas. Remete, sobretudo, à garantia da universalização da educação básica obrigatória dos 04 aos 17 anos, em regime de colaboração. Disponível em: < pne.mec.gov.br/images/pdf/sase_mec.pdf> Acesso em: 24.06.2017. Artigo 8º, da LDB: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. 17 Políticas e Gestão da Educação Básica oferecimento regular do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. O artigo 208, inciso I, explicita o dever do Estado de ofertar a Educação até mesmo àqueles que a ele não tiveram acesso na idade adequada. Por conseguinte, a ausência de oferta concede o direito de reclamar a prestação educacional junto ao Estado, uma vez que o descumprimento dessa obrigação acarreta a responsabilidade da autoridade competente. O inciso II do mesmo artigo aponta a progressiva extensão da gratuidade, bem como da obrigatoriedade do Ensino Médio (Oliveira, 2001, p. 27). O enfoque do inciso III dispõe sobre a necessidade de atendimento especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, formalizando a obrigação do Estado de priorizar o atendimento na esfera pública. Já relativamente ao inciso IV confere a oferta de atendimento em creche e pré- escola para as crianças de zero a cinco anos de idade, ademais de estender o direito à educação para essa faixa etária, inserindo a pré-escola como conceito de educação básica. Trata-se de um dispositivo que permite a inclusão social, além de ampliar as oportunidades educacionais da infância brasileira. O inciso V dispõe e confere o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, conforme a capacidade individual dos beneficiários. É uma ideia liberal de igualdade de oportunidades e tem o mérito de contribuir e ampliar o acesso dos diversos componentes da sociedade aos diferentes graus de ensino que integram o Sistema de Ensino Nacional. Na sequência, o inciso VI contribui com a ampliação das oportunidades educacionais, principalmente para a classe trabalhadora, a partir da oferta de cursos técnicos e profissionalizantes no turno noturno sem prejuízo às suas atividades laborais diárias. E o inciso VII dispõe sobre o atendimento ao educando do Ensino Fundamental com programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. Confere mais uma forma de inclusão social, uma vez que tais serviços garantem a efetividade do direito à educação na prática. Relativamente à oferta do ensino, assevera-se que ademais da responsabilidade pública, a iniciativa privada tem a livre disposição para disponibilizá-lo, desde que cumpra as normas gerais da educação nacional e submeta-se à avaliação e à autorização de qualidade pelo Poder Público (artigo 209, incisos I e II). No Ensino Fundamental, serão fixados conteúdos mínimos, visando assegurar a formação básica comum e o respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. Nesse contexto, o Ensino Fundamental regular deverá ser ministrado no idioma nacional, sendo assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 18 Políticas e Gestão da Educação Básica aprendizagem. Inobstante isso, o ensino religioso é facultativo (artigo 210 e parágrafos). A União deve gastar no mínimo 18% e os Estados e os Municípios no mínimo 25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público. A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito de cálculo, a receita do governo que a transferir. A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do Plano Nacional de Educação (artigo 212 e parágrafos). Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos às escolas comunitárias5, confessionais6 ou filantrópicas7, desde que: I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso do encerramento de suas atividades (artigo 213 e incisos). Tais recursos, poderão ser destinados a bolsas de estudo para o Ensino Fundamental e Médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade (artigo 213, § 1º). Inobstante isso, as atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão ser beneficiadas com o apoio financeiro do Poder Público (artigo 213, § 2º). O artigo 214 estabelece o Plano Nacional de Educação com a finalidade de articular e desenvolver o ensino em seus diversos níveis e a integração por meio de ações do Poder Público em suas diferentes esferas federativas que conduzam à: I – erradicação do analfabetismo; II – universalização do atendimento escolar; III – a melhoria da qualidade do ensino; IV – formação para o trabalho; V – promoção humanística, científica e tecnológica do País; 5 Escola comunitária: deve estar comprometida com a realidade social e a busca de resultados. Nunca com ideologia. Disponível em: < https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20091020094856AAC4U0d> Acesso em: 23 de setembro, 2017. 6 Escolas Confessionais: são as escolas vinculadas ou pertencentes a Igrejas ou confissões religiosas. Possuem seus princípios, objetivos e forma de atuação numa religião. Disponível em: < https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080312081309AAeUxg6> Acesso em: 23 de setembro, 2017. 7 Escolas Filantrópicas: prestam serviços à sociedade, em especial às pessoas carentes e não visam o lucro. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Entidade_filantr%C3%B3pica> Acesso em: 23 de setembro, 2017. 19 Políticas e Gestão da Educação Básica VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruno. O Plano Nacional de Educação, com vigência decenal (10 anos), tem como escopo, o cumprimento das metas, objetivos e diretrizes para a transformação da Educação brasileira. A erradicação do analfabetismo é a essência dessa transformação, visto que a história da Educação no Brasilestá a apontar um considerável grupo de pessoas carentes desse elemento basilar da cidadania. A avaliação educacional, de suma importância para a aferição da qualidade do Ensino, é realizada em instâncias diferenciadas da Educação, obedecidos os seus critérios e objetivos próprios. Nesses termos, são apresentadas as avaliações: SAEB e PROVA BRASIL - ao se falar de Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e da Prova Brasil, estaremos efetuando avaliações de diagnóstico, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Tais avaliações, buscam apurar a qualidade do ensino oferecido a partir de testes padronizados e de questionários socioeconômicos. Os destinatários são os integrantes do quinto e nono anos do Ensino Fundamental e o alunado da terceira série do Ensino Médio, os quais responderão a questões de língua portuguesa com foco na literatura e na matemática (resolução de problemas). O questionário socioeconômico busca conhecer as informações e os fatores que podem estar associados ao desempenho. Além dos dados relativos aos alunos, há dados fornecidos pelos professores e diretores das turmas das escolas avaliadas, que tornam possível a obtenção dos dados demográficos, o perfil profissional e as condições de trabalho dos envolvidos do sistema educacional naquela localidade. As médias de desempenho dessas avaliações subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A Prova Brasil torna possível a observação do desempenho específico das escolas públicas urbanas do país. O SAEB é composto por duas avaliações complementares: -Aneb (Avaliação Nacional da Educação Básica) que abrange, por amostragem, os estudantes das redes públicas e privadas, localizados nas áreas urbana e rural, matriculados nos quinto e nono anos do Ensino Fundamental e o terceiro ano do Ensino Médio. Os resultados são apresentados para as unidades federativas, regiões e para o Brasil no seu todo. 20 Políticas e Gestão da Educação Básica -Anresc (Avaliação Nacional do Rendimento Escolar) é aplicada no âmbito de Censo nos alunos do quinto e nono anos do Ensino Fundamental público nas redes de ensino estaduais, municipais e federais das áreas rurais e urbanas, desde que tais estabelecimentos tenham no mínimo 20 alunos matriculados na série avaliada. Essa avaliação é denominada de Prova Brasil e oferta resultados por escola, por Município, por unidade federativa e país onde os dados obtidos também serão utilizados no cálculo do Ideb. As avaliações do SAEB são realizadas a cada dois anos e o conteúdo avaliativo versa sobre língua portuguesa e matemática, além dos questionários socioeconômicos dos alunos participantes e da comunidade escolar. A Provinha Brasil busca conhecer o nível de alfabetização das crianças matriculadas no segundo ano de escolarização das escolas públicas. Ela é realizada em duas etapas: a primeira no início do ano letivo e a segunda no término do ano letivo. Isso possibilita o diagnóstico mais preciso e permite visualizar o que foi agregado na aprendizagem das crianças em termos das habilidades de leitura. A Provinha Brasil é elaborada pelo Inep e distribuída pelo MEC para as secretarias de educação municipais, estaduais e Distrito Federal. Ela não tem finalidade classificatória e fornece informações sobre o processo de alfabetização aos professores e aos gestores das redes de ensino. A avaliação é composta por vinte questões. ENEM – é o Exame Nacional do Ensino Médio, que é realizado individualmente e de maneira voluntária anualmente aos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram o Ensino Médio em anos anteriores. Tem como objetivo, avaliar o desenvolvimento das competências fundamentais ao pleno exercício da cidadania. O ENEM encaminha os estudantes para diversas instituições de Ensino Superior (IES) como componente de processo seletivo. O ProUni utiliza os resultados do ENEM para a distribuição de bolsas de estudo em instituições privadas de Ensino Superior. A prova é composta por uma parte objetiva com 63 questões e de uma redação. Trabalha com uma escala de 0 a 100 pontos para a atribuição da nota final. ENADE – é o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, aplicado aos alunos ingressantes e concluintes em cursos de graduação de áreas definidas pelo MEC anualmente. A periodicidade de aplicação desta avaliação é de três anos e tem como objetivo avaliar o desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação. Esse Exame é parte integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), juntamente com a Avaliação Institucional e a Avaliação dos Cursos de Graduação. 21 Políticas e Gestão da Educação Básica A avaliação é composta por quarenta questões, sendo 10 de formação geral e trinta de componentes específicos, relativos ao curso de graduação, objeto de aferição. As questões são discursivas e de múltipla escolha. O ENADE é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação e a participação é condição indispensável para a emissão do histórico escolar. E quanto à Organização da Educação Nacional, que é encontrada no âmbito Federal, Estadual/Distrito Federal e Municipal, ela é apresentada da seguinte forma: No âmbito Federal: Ministério da Educação (MEC); Conselho Nacional de Educação (CNE). O Governo Federal mantém, como instituições (Oliveira): a)Universidades Federais; b)Instituições isoladas de Ensino Superior; c)Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs); d) estabelecimentos de Educação Básica (Colégios de Aplicação); e)colégio Pedro II; f) instituições de Educação Especial. No âmbito Estadual/Distrito Federal: Secretaria Estadual de Educação (SEE);Conselho Estadual de Educação (CEE); Delegacia Regional de Educação (DRE) ou Subsecretaria de Educação. Os Sistemas de Ensino dos Estados e do Distrito Federal apresentam as seguintes instituições (Oliveira): a)instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público Estadual e pelo Distrito Federal; b)instituições de Educação Superior mantidas pelo Poder Público Municipal; c)instituições de Ensino Fundamental e Médio, criadas e mantidas pela iniciativa privada; d)órgãos de educação Estaduais e do Distrito Federal. No âmbito Municipal: Secretaria Municipal de Educação (SME); Conselho Municipal de Educação (CME). Para o melhor entendimento das atribuições de cada um, são apresentadas noções básicas a seguir: Sistema Federal -Ministério da Educação - é um órgão do governo federal que tem como competências a política nacional de educação; a Educação Infantil; a Educação Profissional; a Educação Especial e a Educação a Distância, excepcionando-se o Ensino Militar; a avaliação; a informação e a pesquisa educacional; pesquisa e extensão universitária e magistério. A estrutura regimental do MEC dentro das competências apresentadas só ficou estabelecida por meio do Decreto n° 4.791, de 22 de julho de 2003. 22 Políticas e Gestão da Educação Básica -Conselho Nacional de Educação - é um órgão vinculado ao Ministério da Educação, que tem atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento no desempenho das funções e atribuições atinentes ao Poder Público Federal na esfera educacional. Formula e avalia a Política Nacional de Educação, zelando pela qualidade de ensino, velando pelo cumprimento da legislação educacional, assegurando a participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira (portal.mec.gov.br). O Conselho Federal é composto por Câmaras, cujas atribuições foram conferidas pela Lei n° 9.131/95. Elas emitem pareceres e decidem privativa e autonomamente sobre os assuntos que lhe são próprios. Suas decisões são passíveis de recurso ao ConselhoPleno. Ademais, o referido sistema supervisiona e inspeciona as instituições privadas do Ensino Superior. Sistema Estadual / Distrito Federal -Secretaria Estadual de Educação - trata-se de um órgão subordinado ao Governo Estadual, sendo o último ao Governo Federal. As diretrizes às quais ela se encontra subordinada são oriundas do Ministério de Educação (MEC). -Conselho Estadual de Educação - é um órgão subordinado à Secretaria Estadual de Educação, amparado pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como pelas leis que lhe são correlatas (cee.sc.gov.br). -Delegacia Regional de Educação – DRE - ou Subsecretaria de Educação (guiadedireitos.org) - trata-se de um órgão que faz ponte entre as escolas e as determinações da Secretaria Estadual de Educação. Sistema Municipal -Secretaria Municipal de Educação (SME) - é um órgão que tem a missão de apoio à elaboração da política educacional de seu respectivo Município, coordenando sua implantação e avaliando os resultados com vista a assegurar a excelência na Educação para o Ensino Fundamental e a Educação Infantil, contribuindo para a formação de indivíduos autônomos e habilitados a se desenvolver profissionalmente e como cidadãos. -Conselho Municipal de Educação (CME - (cvbma.org.br) – é um órgão que compõe o Sistema Municipal de Ensino, sendo normativo, consultivo, fiscalizador e deliberativo, com competência que respeita a abrangência e hierarquia dos entes da federação. A composição do Conselho Municipal de Educação conta com a representação de várias instituições e entidades municipais ligadas á área educacional, havendo, também representação sindical, empresarial e de instituições educacionais privadas. As funções desse conselho são de natureza consultiva, deliberativa, normativa, fiscalizadora e 23 Políticas e Gestão da Educação Básica de planejamento, sendo que o plano municipal de educação tem duração plurianual. Tem como finalidade o estímulo, o fortalecimento e a institucionalização da participação da sociedade civil no processo de definição das políticas educacionais, consolidando os seus planos, fiscalizando-os e avalizando-os. Recapitulando Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, surgiu um significativo número de normas e dispositivos legais sobre a Educação. Destaca-se, dentre elas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n◦ 9.394/1996 – que especifica os procedimentos e as atribuições dos diferentes âmbitos educacionais (União, Estados/Distrito Federal e Municípios). Disso decorreu um avanço quantitativo e qualitativo, em especial, a proteção ao Direito Público Subjetivo à Educação, que decorre do comprometimento do Poder Público estatal para a efetivação desse direito. Inobstante isso, através desse direito, há o exercício da cidadania. A Constituição Federal dita as normativas básicas nos artigos 205 a 214, os quais são compartilhados com as especificidades da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. E para assegurar a eficácia da qualidade do ensino, são aplicadas avaliações com suas características e aos destinatários, objetos de apreciação. Referências e Obras Consultadas BARROSO, Luís Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: limites e possibilidades. 6. ed. atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. CONSELHO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE SANTA CATARINA. cee.sc.gov.br. CORBISIER, Roland. Enciclopédia filosófica. Petrópolis: Vozes, 1974. CRUZ VERMELHA BRASILEIRA DO MARANHÃO. cvbma.org.br. GUIA DE DIREITOS. guiadedireitos.org. HERKENHOFF, João Baptista. Como funciona a cidadania. 2ª ed. Manaus: Valer, 2001. OLIVEIRA, João Ferreira de; MORAES, Karine Nunes de; DOURADO, Luiz Fernando. Organização da educação escolar no Brasil na perspectiva da gestão democrática. Disponível em: <http://moodle3.mec.gov.br/ufscar/file.php/1/gestores/politica/pdf/texto2_2.p df> Acesso em: 17 de setembro,2017. 24 Políticas e Gestão da Educação Básica OLIVEIRA, Romualdo Portela de. O direito à educação. In: Gestão, financiamento e direito à educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001. PARO, Vítor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2012. PORTAL MEC. portal.mec.gov.br. SAVIANI, Demerval. Educação e Sociedade, n. 69, Campinas, 1999. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo: Malheiros, 1992. Atividades 1)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. A cidadania educacional é exercida mediante a garantia da ineficácia do direito subjetivo público e ela tem como atores não apenas o beneficiário PORQUE Há responsabilidade do Estado em ofertar a educação basilar. Há responsabilidade dos pais e/ou responsáveis legais em propiciar a educação basilar. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão corretas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 2)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. 25 Políticas e Gestão da Educação Básica A valorização do profissional da educação é de suma importância para o alcance da qualidade PORQUE O profissional consciente e qualificado tem maiores condições de desenvolver uma educação eficiente e que desperta competências e habilidades. O profissional qualificado é aquele que possui graduação superior e despreocupa-se com a educação continuada. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão corretas. c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 3)Assinale a alternativa CORRETA, levando em consideração a asserção e a razão. O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino constituem-se em princípios constitucionais da educação e se refletem importantes PORQUE O pluralismo de ideias permite o afastamento de ações e opiniões unicistas. A coexistência de instituições públicas e privadas permitem a eficácia da educação para todos. A resposta CORRETA é: a)A afirmativa (asserção) está errada e as duas afirmativas (razão) estão erradas. b)A afirmativa (asserção) está correta e as duas afirmativas (razão) estão corretas. 26 Políticas e Gestão da Educação Básica c)A afirmativa (asserção) está correta e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como errada. d)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como errada e a segunda como certa. e)A afirmativa (asserção) está errada e as afirmativas (razão) tem a primeira como certa e a segunda como certa. 4)Assinale a alternativa CORRETA. I – A Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) é aplicada sob a forma de censo nos alunos do quinto e nono anos do Ensino Fundamental, desde que o estabelecimento tenha no mínimo 20 alunos matriculados na série avaliada.II – A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) é realizada por amostragem para os estudantes das redes públicas e privadas, localizados nas áreas urbana e rural, matriculados nos quinto e nono anos do Ensino Fundamental e terceiro ano do Ensino Médio. III – A Provinha Brasil busca conhecer o nível de alfabetização das crianças matriculadas no segundo ano de escolarização das escolas públicas. Das assertivas apresentadas, a resposta CORRETA é: a)Estão corretas as assertivas I e II. b)Estão corretas as assertivas II e III. c)Apenas a assertiva III está correta. d)Todas as assertivas estão corretas. e)Nenhuma das assertivas está correta. 5)Assinale a alternativa CORRETA. I - A Secretaria Estadual da Educação é um órgão vinculado ao Ministério da Educação, que tem atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento no desempenho das funções e atribuições atinentes ao poder público federal na esfera educacional. Formula e avalia a política nacional de educação, zelando pela qualidade de ensino, velando pelo cumprimento da legislação educacional, assegurando a participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira. II - Conselho Estadual de Educação é um órgão subordinado à Secretaria Estadual de Educação, amparado pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como pelas leis que lhe são correlatas. Suas competências são as seguir enumeradas. 27 Políticas e Gestão da Educação Básica III - Delegacia Regional de Educação – DRE - ou Subsecretaria de Educação é um órgão que faz ponte entre as escolas e as determinações da Secretaria Estadual de Educação. Das assertivas apresentadas, a resposta CORRETA é: a)Estão corretas as assertivas I e II. b)Estão corretas as assertivas II e III. c)Apenas a assertiva III está correta. d)Todas as assertivas estão corretas. e)Nenhuma das assertivas está correta. 28 Políticas e Gestão da Educação Básica 3. A LDBEN (EDUCAÇÃO INFANTIL-ENSINO FUNDAMENTAL- ENSINO MÉDIO). O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. DIREITOS EDUCACIONAIS. MEDIDAS SÓCIO EDUCATIVAS Maria Inês Borsa8 Introdução Este capítulo aborda as modalidades da Educação Básica a partir das disposições da LDB, fazendo alusão ao Ensino Infantil, ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, incluindo as referências da Reforma e também alude sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente em termos gerais e sobre as Medidas Socioeducativas. 3.1 Educação Infantil A Educação Infantil, também denominada Educação Pré-escolar é destinada às crianças de 0 a 5 anos de idade. Encontra-se dividida em duas etapas: creche e pré-escola. Ela está centrada nas finalidades e nos interesses existentes em relação às crianças que serão atendidas. Com a edição da Lei n◦ 12.796, de 2013, o período de oferta da Educação Infantil foi reduzido em um ano, já que houve a compatibilização do artigo 4º com a LDB e a ampliação da Educação Fundamental de nove anos. Assim, a Educação Infantil é gratuita às crianças de zero a cinco anos de idade, obedecendo os patamares estabelecidos na LDB, que inovou ao inseri-la na primeira etapa da Educação Básica. Por Educação Básica entenda-se a que assegura a formação indispensável para o exercício da cidadania, fornecendo-lhe meios para o progresso laboral e nos estudos posteriores. A Educação Infantil, ofertada pelos Municípios, não tem o condão de substituir a existente na família e nas comunidades; sua essência é complementar. No contexto educacional infantil, a creche compreende crianças de zero a três anos e de acordo com a Base Curricular Nacional apresenta dois graus de aprendizagem: a)primeira etapa: zero a 1 ano e seis meses; b)segunda etapa: 1 ano e sete meses a 3 anos e 11 meses. Enquanto que a pré-escola abriga crianças de 4 a 5 anos. A etapa da pré-escola é obrigatória. E reconhecendo as especificidades dos grupos etários da Educação Infantil, os objetivos de aprendizagem e de desenvolvimento são organizados em três grupos de faixas etárias, indicados na figura a seguir. Todavia, tais grupos não podem ser considerados de forma rígida, uma vez que existem diferenças de ritmo na 8 Advogada e Professora Universitária. Graduação em Letras e Direito pela PUC/RS. AJURIS. Especialização em Educação – ULBRA/RS. Mestrado em Educação – ULBRA/RS. Atuou como procuradora do SAJULBRA e como coordenadora do CST em Negócios Imobiliários – ULBRA/EAD. 29 Políticas e Gestão da Educação Básica aprendizagem e no desenvolvimento das crianças, que devem ser desprezadas na prática pedagógica. Três importantes objetivos devem estar presentes na modalidade educacional infantil, segundo Didonet (2001): a)Objetivo Social: contempla a mulher como participante da vida social, econômica, cultural e política; Objetivo Político: associado à cidadania infantil, concedendo-lhe o direito de falar, ouvir, colaborar, de respeitar e de ser respeitada pelos outros. A figura foi retirada da Cartilha do BNCC de 2017. Nesse tipo de Educação são desenvolvidas atividades lúdicas e jogos, que instigam as capacidades motoras e cognitivas, tornando-as aptas para o início do desenvolvimento do processo de alfabetização. A inclusão da Educação Infantil na BNCC representa mais um importante avanço no processo histórico de sua integração no conjunto da Educação Básica. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEN n◦ 5/20099, definem, no artigo 4º, a criança como sujeito histórico e de direitos, que interage, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (Brasil, 2009). Tais seres, em suas ações interagem e se apropriam de conhecimentos. Diante disso as mesmas Diretrizes, no artigo 9º, indicam os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica, responsáveis pelas aprendizagens, desenvolvimento e socialização. Como consectário das práticas pedagógicas e das competências gerais da Educação Básica ofertadas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições de aprendizado para a convivência social e a construção dos significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. Os seis direitos são apresentados a seguir: a)conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do 9 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2298- rceb00509&category_slug=dezembro-2009-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 08 de setembro, 2017. 30 Políticas e Gestão da Educação Básica outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas; b)brincar de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), de forma a ampliar e diversificar suas possibilidades de acesso a produções culturais. A participação e as transformações introduzidas pelas crianças nas brincadeiras devem ser valorizadas, tendo em vista o estímulo ao desenvolvimento de seus conhecimentos, sua imaginação, criatividade, experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais; c)participarativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando; d)explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia; e)expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens; f)conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. Os aprendizados assimilados pelas crianças não devem resultar no confinamento. Destaca-se a importância e a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche como na pré-escola. E tais aprendizagens e o desenvolvimento das crianças estão inseridas em cinco eixos estruturantes, que lhes asseguram os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. São eles: O eu, o outro e o nós – através das interações com os seus pares e com os adultos, as crianças vão construindo o seu próprio modo de agir, sentir e pensar, assim como outros modos de vida, tornando-se pessoas diferentes com outros pontos de vista. Corpo, gestos e movimentos – através do corpo de dos demais sentidos, as crianças exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, passando a estabelecer relações que produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se conscientes dessa corporeidade. Traços, sons, cores e formas – através da convivência com as diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas as crianças vivenciam experiências diferenciadas nas formas de expressão e linguagens. Oralidade e escrita – na Educação Infantil, há a apropriação da língua oral e por meio de variadas situações, falam e ouvem, enriquecendo seus recursos de expressão e 31 Políticas e Gestão da Educação Básica de compreensão, internalizando estruturas linguísticas mais complexas. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – a inserção das crianças em espaços e tempos de dimensões diferentes viabilizam suas relações sociais e suas transformações. 3.2 Educação Fundamental Trata-se de uma das etapas da Educação Básica brasileira e tem duração de nove anos, cuja matrícula, a exemplo da pré-escola, é obrigatória. Destina-se às crianças e aos adolescentes de 6 a 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula implica responsabilidade conjunta do Estado, da família ou dos responsáveis legais e da sociedade. Sua organização está dividida em dois ciclos: o primeiro corresponde aos primeiros cinco anos (séries iniciais), desenvolvido por um professor regente e o segundo com quatro anos (séries finais), onde o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe docente de especialistas em diversas disciplinas. Nos primeiros anos, o trabalho pedagógico é desenvolvido por meio de atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons. Destina-se ao conhecimento pessoal, familiar e social. Já nos anos finais, os adolescentes aprofundam os conhecimentos amealhados na etapa anterior, buscando alcançar a base para a continuidade do Ensino Médio. Nessa fase, há a busca da autonomia ao lado das mudanças corporais. Tomando por base o artigo 23, da LDB, que referenda as múltiplas possibilidades de organização, é possível asseverar a existência das seguintes divisões e nomenclaturas: Ensino Fundamental Anos Iniciais Anos Finais 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano Tempo de duração: 5 anos Tempo de duração: 4 anos Idade dos participantes: 6 a 10 anos Idade dos participantes: 11 a 14 anos 3.2.1 Alfabetização até o segundo ano Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deverá estar centrada na alfabetização. Isso visa garantir amplas oportunidades para os alunos se apropriarem do sistema da escrita alfabética de maneira articulada às diversas práticas de letramento. O Parecer CNE/CEB n◦ 11/201010 valorou os componentes curriculares como agentes do exercício da leitura e da escrita ao asseverar que os conteúdos dos diversos componentes 10 BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Parecer nº 11, de 7 de julho de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 28. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6324pceb011- 10&category_slug=agosto-2010-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 08 de setembro, 2017. 32 Políticas e Gestão da Educação Básica curriculares [...], ao descortinarem às crianças o conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita de um modo mais significativo. Antes do alcance da terceira e final versão da BNCC, a segunda versão defendia que os alunos deveriam ser alfabetizados até o terceiro ano da Educação Básica. Na proposta final, o letramento deverá ser concluído no segundo ano, fundamentada na opinião dos especialistas que defendem a escolarização precoce11. Destaca-se que até o momento da confecção deste artigo (setembro/2017), a apreciação do Conselho não havia sido efetuada. O Ministro da Educação deste período, Mendonça Filho, defendeu o novo prazo como garantia de igualdade de direitos: a gente está assegurando o mesmo direito para as crianças que estudam nas melhores escolas e também para as escolas públicas. Cabe ressaltar, que o segundo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) de 2012, o Governo Federal, os Estados e os Municípios devem garantir a alfabetização de todas as crianças até os oito anos de idade ao final do terceiro ano do Ensino Fundamental. Nesse contexto, a versão final do BNCC reveste-se em novidade e no fortalecimento da escolarização precoce. 3.2.2 Alguns aspectos das disciplinas curriculares no Ensino Fundamental -O Ensino Fundamental, apresentado de forma regular, deverá contemplar quatro áreas de conhecimento: a)área de linguagens, que abraça as disciplinas de Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa; b)área de Matemática, composta pela disciplina de matemática; c)área de Ciências da Natureza, que abrange as disciplinas de Biologia, Química e Física; d)área de Ciências Humanas, que absorve as disciplinas de Geografia, História, Filosofia e Sociologia. -As disciplinas das quatro áreas de conhecimento são comuns a todas as escolas. -Exclusão do Ensino Religioso, justificado pelos fundamentos da LDB, que afirma ser o mesmo oferecido em caráter optativo e a decisão de incluí-lo ou não na grade é das redes de ensino. Portanto, não tocará à União estabelecer uma base comum para a área. -Livros: todos os materiais passarão por revisões para contemplarem os conteúdos indicados pela BNCC. -A interdisciplinaridade, que tem o condão de integração entre as disciplinas, será colocada em prática pelos currículos e pelos projetos pedagógicos das escolas. 11 Carvalho, Letícia. Terceira versão da base curricular paraEnsino Infantil e Fundamental é apresentada, conselho vai avaliar. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/3-versao-da-base-curricular- para-ensino-infantil-e-fundamental-e-apresentada-conselho-vai-avaliar.ghtml Acesso em: 08 de setembro, 2017. 33 Políticas e Gestão da Educação Básica -Os temas transversais, abordados na segunda versão da BNCC, referem-se às Culturas Indígenas e Africanas, à Educação Financeira e à Educação Ambiental. -A jornada escolar no Ensino Fundamental incluirá, pelo menos, quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. A educação integral ficará a critério dos Sistemas de Ensino. -São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas legalmente. -O Ensino Fundamental será ministrado na modalidade presencial, sendo utilizada a modalidade a distância como forma de complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais. -O Ensino Fundamental é de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 6 (seis) anos completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer matrícula, conforme estabelecido pelo CNE no Parecer CNE/CEB nº 22/2009 e Resolução CNE/CEB nº 1/2010. Nessa perspectiva, a escola exerce a tarefa de criar situações que provoquem nos estudantes a necessidade e o desejo de pesquisar e experimentar novos saberes. 3.3 Ensino Médio A abordagem do Ensino Médio hodierno está voltada para o desenvolvimento da vida, ao contrário do que ocorria no modelo anterior que formava pessoas para o mercado de trabalho, entendido como não vida. Ele constitui-se na última etapa da Educação Básica, respaldada nas novas tecnologias e nas mudanças da produção dos bens, serviços e conhecimentos que tornem viável a integração dos alunos ao mundo contemporâneo nas dimensões fundamentais da cidadania e do trabalho. A sistemática anterior era baseada no acúmulo de informações; era descontextualizada. O perfil atual busca incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender, contextualizando a escola com a sociedade, por meio de competências básicas, da interdisciplinaridade, da transversalidade e, se almejarem, viável será o acúmulo da formação profissional específica, obedecidos os parâmetros da BNCC. Com a revolução informática, mudanças radicais foram promovidas na área do conhecimento, tornando-se possível afirmar que a Educação necessita se transformar mais rapidamente do que em épocas anteriores, tornando a escola incorporada a essas tecnologias. As mudanças no conhecimento e em suas áreas de desdobramentos são refletidas nas propostas de reforma curricular do Ensino Médio. 34 Políticas e Gestão da Educação Básica O perfil apresentado está a orientar uma reformulação curricular do Ensino Médio, expressada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n. 9.394/96 e à nova BNCC. A reformulação curricular também impõe o conhecimento e análise das condições em que se desenvolve o sistema educacional do País. Frise-se que os textos de fundamentação das áreas de conhecimento, após democrática e participativa discussão, tiveram como principal referência a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, centrados no objetivo principal do estabelecimento de princípios e finalidades da Educação Nacional. O novo currículo é fundamentado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que definirá as competências e os conhecimentos essenciais que deverão ser oferecidos a todos os estudantes na parte comum, perfazendo esta 1800 horas. Quatro são as áreas de conhecimento e todos os componentes curriculares do Ensino Médio definidos na LDB e nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Cada Estado e o Distrito Federal organizarão os seus respectivos currículos, considerando a BNCC e as demandas dos jovens. Há, ainda a previsão de uma Política de Fomento de Escolas em Tempo Integral a ser implantada de forma gradual, visto que não há determinação dessa sistemática para todas as escolas. A Formação Técnica e Profissional será uma alternativa para o aluno, sendo que estão autorizados a ministrar aulas, exclusivamente nas disciplinas dos cursos técnicos e profissionalizantes os profissionais com notório saber, como já acontece no Sistema S e na maioria dos países do mundo. Os professores com licenciatura poderão fazer complementação pedagógica para ministrarem aulas de outras disciplinas dentro de suas áreas de conhecimento. Permanecem obrigatórios os estudos e práticas de filosofia, sociologia, educação física e artes. Língua Portuguesa e Matemática são disciplinas obrigatórias nos três anos do Ensino Médio, independentemente da área de aprofundamento que for escolhida pelo estudante. A Reforma do Ensino Médio torna obrigatória a oferta da língua inglesa desde o 6º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio é facultativa a oferta de outras línguas estrangeiras, dentre elas, preferencialmente o espanhol. Assim, alinhada aos diplomas legais existentes e às necessidades apontadas pela sociedade, a Reforma do Ensino Médio se sedimentou. 3.4 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990, tem a finalidade precípua de estabelecer regras protetivas à criança e ao adolescente, sob a orientação de concebê-los como sujeito de direitos. Os destinatários da norma são os seguintes: a)criança: zero a 12 anos de idade incompletos; b)adolescente: 12 anos completos até os dezoito anos de 35 Políticas e Gestão da Educação Básica idade12. De forma excepcional, o Estatuto da Criança e do Adolescente deixa sob o seu manto as pessoas entre 18 anos e 21 anos de idade13. Como sujeitos de direitos, as crianças e os adolescentes gozam de direitos fundamentais que lhes são próprios, sem que seja afastada a premissa primordial de seres carentes de proteção integral, sendo-lhes ofertada a possibilidade de pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social com liberdade e dignidade. Compreende-se que toda criança tem o direito de permanecer no seio familiar, prevalentemente; sendo apenas afastada nas situações previstas em lei, em especial no Estatuto da Criança e do Adolescente, como a tutela, curatela, adoção, dentre outras. A família, por sua vez, juntamente com a comunidade, a sociedade e o Poder Público, deve assegurar, com prioridade, a concretização dos direitos relativos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar. Acerca dos princípios, assevera-se a ausência de unicidade na apresentação dos mesmos. Nogueira (2005) apresenta o elenco de quatorze princípios, derivados da Declaração Universal dos Direitos das Crianças, que norteiam o ECA. Tendo em vista a objetividade do presente capítulo, a seguir, serão listados os principais princípios: a)Princípio da Prevenção Geral: o Estado tem a obrigação de garantir à criança e ao adolescente o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, além de outras proteções para o seu correto e pleno desenvolvimento como cidadão. Nesse contexto, a LDB, artigo 4º, referenda que a efetivação da educação escolar pública será garantida com a Educação Básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade; a Educação Infantil até os cinco anos de idade; o atendimento especial aos portadores de deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. Ademais, há a concessão de acesso público e gratuito a todos aqueles que não concluíram o Ensino Fundamental e Médio na idade regular. O Princípio da Prevenção Geral encontra respaldo nos artigos 70 a 73 do ECA. b)Princípio da Prevenção
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