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Q 1.d11ia , otJa atnu Conversas e controvérsias o ensino de história no Brasil (1980 ~ 1998) Nas duas últimas décadas vimos. emergir - e conquistar espaços públicos - centenas de estudos, pesquisas e expe- riências escolares e acadêmicas pro- pondo a reflexão e o redimensiona- mento dos pressupostos teóricos, meto- dológicos, historiográficos e políticos da história e do seu fazer pedagógico. Sem se descuidar de um olhar criterioso sobre a trajetória da disci- plina, este estudo privilegia uma leitura crítica da produção acadêmica e estolar, configurando um balanço sobre as orientações que vêm se impondo ao ensino de história no Brasil nos decênios de 1980 e 1990. Uma questão central orienta a · análise dos 124 títulos que compõem o corpo documental da pes- quisa: a diversidade de críticas e propostas presentes no debate revela a falência da história escolar ou, ao contrário, é um indicativo de poten- cialidades para a construção de um novo projeto para o ensino da história? série dissenações história Cultura historiográfica regional e identidade uma possiqjlidade de análise (1980 -1995) lronita Policarpo Machado Conversas e controvérsias o ensino de história no Brasil (1980 • 1998) Rávia Eloisa Caimi Perigo verde o integralismo no norte do Rio Grande do Sul (1932 -1938) Fausto Alencar lrschlinger Crime e castigo 1 i ,. -•ü; n:s -al o e n:s ·e- "'º ~ ..e conflitos políticos "l no Rio Grande do Sul (1928 -1931>}. · · Carlos Roberto da Rosa Rangel · a, -e o e Cultura e religiosidade cabocla Movimento dos Monges Barbudos; no Rio Grande do Sul -1937 Henrique Aniceto Kujawa O Cassino Guarani histórias, memórias e personagens lraí · RS (1940 -1994) Sirlei Rossoni O mito da classe dominante estrutura social e poder político Antônio Jíurtz Amantino ·-~ ... ~ ·upp UNIVERSIOAPE DE ,PASSO FUNDO E-MAIL: ediupf@upf. tche.br HOME PAGE: www. upf. tche .brledítora ~':t! ·u; e a, o - , CONVERSAS E CONTROVERSIAS o ensino de história no Brasil (1980-1998) OWIWV%?8WJ ~- F ·"~»»~,i@Jiil UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO limo San los Reitor Te/isa Fu ria nello Graejf \ 'ice-Reitora de Graduação Sola nge Ataria Longhi Vice-Reitora de Pesquisa e Pós-Grad11açào Jaime Cio/o \ 'ire-Reitor ele Extensão e A."i.s1111tosCom1mitários Lo1iva n Fisr1i de Figueiredo \'ire-Reitor AdminisUcttivo l~'/don /-le111iq11e Mühl Diretor da Farnldade de Educação josé Gas/on Hi(e;e1t Mário Maeslri Editores CONSELHO EDITORIAL José Gas/011 Hi([{erl, Presidente Flávia Eloisa Caimi @&íí®f,r;;cv~; %mi CONVERSAS E CONTROVÉRSIAS o ensino de história no Brasil (1980-1998) mH¼ii%iV!frww@ornww d Universidade de Passo Fundo 2001 r:of1_v1ip/tt © t..'ditora Universitária 1\1a1ia b11ifs,, Lurntdli [di1oria de Tex10 Charles Pimentel da Silva Prodllç,io da Capa i\1oarir Pimentel Goelzer Editoração e Comp<>sição Eleu-ônira t..ste livro, no todo 011 em pm1e, ronfonn,, detenninaçâo legal, não jJode ser rejJroduzido jJor qualquer 111eio SP11l autorização exjJressa e jJor escrito do r111tor 011 da Pditora. A presente dissertação foi apresentada ao Programa de Pós-Gradua- ção em Educação da Faculdade de Educação -UPF ISBN H!í-7,, 1 ,,-003-0 Cl34c Caimi , Fhlvia Eloisa Conversas c ru111nwérs ias: o ensino de hi sLória no Brasil ( 1~80- 1998) Flcívia Eloisa Caimi. - Passo Fundo: UPF.200 1. 208 p . - (Dissertações. Histó ria; 2) 1. Ensino- História 2.Produçclo acadêmica 3. Educação- Brasil -l. Historiografia 5 . Proclll çào escolar I.Tílulo li. Série CDU 930:372.89(8 1) ( :,11alngac,:ão 11 a fú nt c: hiblintcnl ri o l{odrigo Silva Cax ias de Sousa CRB I O Prov. 02/ 2000 llNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO Editora Universitária Campus 1, bairro São José Fone: (54) 316-8374 99001-970 Passo Fundo - RS - Brasil E-mai I ediujJj@vitoria. ufJf trhe. br 1-lome page www.ujJf.tche.br/editora Lista de tabelm . Avresentaçdo . lntroduçao. Sulllário &lpítulo I lj C/'lr11~Jl-K\- c)L,_ .._j 1=·1)_1LAI· ·11 1..\ L1í1_, . li ,~ = A or gem da dísc·pl na no çeculo ' 1 \ " A proposta de Jose \/erí,ç mo no f n,11 cio século XIX . ~u A I Conferénc a Nac·onal ele f)ucaçc10 ,le 10? 7 3c Oécacla de IQ30: a raJccJzac;.c10 Jo cl·,cu1·,;o nc1c o na lísta 3'5 f;d:udos soc1a s no Reg me ['✓1·1 L1r : o retorno cio ufanismo nacional. &lpítulo 2 A GAcb 1= r 11.,11- , !e, , 1 ,·,utJl:if:c C:1 b , · 11 J<, .'i:::: .._j _, - ( - 1- ,QBO e IQOO A busca de uma ·clent·clc1cJe cios ,1ulorer. e cl,1,, pu . 3G bl cações . ."j.' Suporte bíbl;og1°df co elas obras c,mb lo 9e1 ,11. . '5 'i 8 Flávia Eloisa Caimi (~uporte b bl ogrciF co clm obreis c1mb·to do ensino ele 1, to, -c1 63 Ten,lên 1, temciticc1s cio clebcite ciccidêm1co e e r;c o I c.11 µ_llJUtnL'lC: conç Jeraçõeç C±tpítulo ,3 . 7 o 86 i.=: .1...--1 ),__e_ 1b -= r -'11 JClr-'AIS - 1 - . - i' I< L lb l-11~ I (ll-'IA ~ e rel,'.1çoes enb e ens no n · c o ç c1 o s o'--·,, 1 e ~ d: c1 J o . .,1............,.... polit l1ç e(-luc.c.:1c on 1 L:.:.. forrne,1ç(..,10 c.-le prot· ç onci ç e a ,lo h,,bc,llrn no cire,1 ele 1, stor·o. nFl,,énc c1 J, 1, !:01 ogrc,F o ( o ncepçoe s Je 1, ,-tor e, meios ele ~--- 1roFe~çor-' e aluno p e cl C1 ~lo ~I '-- o ... e ele ciprend zcigem os suJe tos do processo ê?npítulo 4 comu "-· Q4 106 . 11'2 114 I IÔ .. 1'24 --\, L -1--LIL 1A,l":= UJLTIJI-.AL -= ---' b b __ ,btJ< IA' AlUAI-· L1b ..... '- - • , __ 1-" Lj ur-1A ~ 1•ec,I J, le soc·J como obJeto, obJetivo e Fnal Jc,Je cio estuclo clc1 1, stor a. 133 1 ntec:_irc1çcio ens no pesgu sa: em busca do d cilogo entre conhec 1llento h stor co e c.aber popular l 3Q Conversas e controvérsias: o ensino de história no Brasil ( 1980- 1998) 9 +:=orrnação e atuação cio proFessor: e1utonornie1 nte lectual e cornprorn sso pol1t co lc+4 Ü ternpo presente como ponto de part ela OÇ e XQ', temporal1clades: supere1çdo temcH cos e CE múlt pias da teleologia h stór1ca?. .. 1 51 ldent dade nacional x pluralicLde cultural: o ncor pore1çêio das exper ênc as coletivas no ens no h stória C1pítulo 5 A GA~ b I bUfJ ICA A: 1- c:LA( C1L 1=1j11_ b -1A1- A L 11 < DA l-11' l (lr: IA b 11b 1--f,<lU l1 A L lt= -=I , ' l~ecolocando ciuedóes Sobre os paradigmas modernidade S·tuando as crit cas histor a poc: direc onoclas- ao enç no ele Situando as propostas parei o ensino de h stó1° o 818L Ol~P_.6J __ IA b l--C 11 Tb-- li ..... L•A -, 16'2 1 ~ 1 ... 173 178 . IÔI IÔQ 1 Q7 Demonstrativo de autores de trabalhos na amostragem . com n1a1or Panorama dei relaçao universicle1cle produção nas coletâneas 1-<.ecepção de autores humanas número 40 40 .53 ..... só Tabela Ó Recepção de autores estrange·ros mcirx d:cis Tabela ô Tabela o 10 ou de inFluênc a teórico mcirxista ............... 5 7 Recepção de autores v nculados à h stor ograFia Francesa, Anne1les Nova H storie1 e outras tendências ....... 5 O Recepção de inglesa. l<ecepçdo de v·nculados a Recepção de historiograFa autores da h storiograFa . .. 60 autores est,·ange·ros psicolog·a educac·onal. ..... .. 61 e a eclucação. . .. Ó? 12 Flávia Eloisa Caimi Tcibelci 11 1 nd'caçao ele títulos rnb-re ens1no ele historia por h ênio (1980 IQQô) . 66 Tabela 1'2 Recepçao de auto-reç eçt-range -roç vinculados à discu»ao rnbre o ensino de I, sto-r·a ..... 70 Tabela 13 Relciçdode edito-ras/nst tu,çoes ciue publica ram hcibalhos rnbre o ens no de h stór1ci . 7 1 Tcibela 14 ~nFociues temáticos sobre ens no de históna origem, permanênc,aç e abcindonos. . ... . . 7'2 Apresentação Em outra oportunidade, expressei-me sobre a cumplicida- de e a suspeita em se apresentar um livro quando este é o resultado da dissertação de mestrado orientada pelo apresenta- dor. Porque se diz que o orientador não teria mais nada a dizer. O momento da orientação seria o tempo exato para dizer as coisas. Confessar publicamente essa postura poderia ser a ab- solvição pela suspeita e cumplicidade. Independentemente des- se aspecto, tenho muito prazer em escrever essa pequena apre- sentação e, por isso, várias razões. Em segundo lugar, a autonomia intelectual da professora Flávia e nossas discussões no campo ideológico são dois compo- nentes que eu não posso esquecer nesse momento. Sua autono- mia intelectual fez com que ela abraçasse um campo de estudos especialmente áspero e, assim, colocando-se entre aqueles pou- cos com preocupações de analisar os fundamentos de suas disci- plinas. Se são raros os que se preocupam com a historiografia, de modo geral, temos aqui um caso especial. Pesquisar, sistema- tizar e tentar entender a produção historiográfica do ensino de história, tanto acadêmica como escolar, no período de 1980 a 1998, é uma tarefa ambiciosa. Ainda mais, porque esse é um período de intensa movimentação na historiografia e no ensino de his- tória. E, diga-se de passagem, foi uma tentativa bem-sucedida. O período coberto pelo trabalho da Flávia é, sem sombra de dúvida, o de maior embate teórico-metodológico em todos os campos das chamadas ciências humanas, como não poderia ser diferente na área do ensino. O inventário da produção intelectual desse período exige, portanto, fortes ingredientes, que vão desde o esforço heurístico na sistematização dos materiais até o domínio das interfaces te- óricas dos textos analisados. Além do mais, a autora faz um es- forço metodológico para poder extrair desses materiais as perspec- tivas orientadoras do debate num horizonte tão amplo, dinâmico, multidimensionado e, por que não dizer, ideologizado em razão dos diversos grupos e instituições que ponteiam o debate nacional. 14 Flávia Eloisa Caimi Como se isso não bastasse, a autora procura mapear, num exercício de rastreamento, as influências e recepções do debate na estruturação da prática quase cotidiana nos relatos de experiências de ensino, em livros didáticos e paradidáticos e em projetos-progra- mas curriculares. Dessa forma, a autora nos traz à lembrança algo que às vezes "esquecemos", ou seja: a) a complexibilidade e dinâmica dos proces- sos ensino-aprendizagem e b) de que nem sempre nos lembramos de quem está no outro lado da margem - o aluno - apesar de todo um discurso quase populista em relação à formação do aluno. Vale a pena referir que, no processo ensino-aprendizagem, a formação de profissionais competentes é condição sine qua non para a reestruturação do próprio perfil na formação de professores. Nas reflexões da autora, existem aspectos que não podem ser deixados de lado: a dicotomia bacharelado - licenciatura, a dissociação entre teo- ria e prática, a fragilidade na formação teórica, conteúdos anacrôni- . cos, etc .. Todos esses aspectos apontados (des)qualificam as condições em que se dá a relação professor-aluno. Salta aos olhos uma divisão do trabalho presente no campo de atuação quando nos referimos à relação universidade - escola, relegando à escola, dentro dessa hie- rarquia, um mero papel de reprodutora de conhecimentos históricos. Nesse sentido, observa-se um déficit no envolvimento di- dático na reflexão mais ampla, cujas tarefas implícitas nem sempre fazem parte de seu objeto de estudos. A história como conhecimento carrega consigo características de plausibilidade científica que questiona, através de interesses práticos, a pos- sibilidade e a necessidade do processo ensino-aprendizagem. O debate crítico deve enfatizar como tarefas básicas: a tarefa empírica da didática da história, a tarefa reflexiva da didática da história, a tarefa normativa da didática da história. Posto isso, corre a preocupação com o papel da história como ciência na sociedade atual ern crise e intransparente em ter- mos da formulação de critérios racionais. Se não for assim, por que produzimos conhecimento se não nos perguntamos didati- camente: e agora, o que faz er com tudo isso? O trabalho da professora Flávia não pretende responder a tais perguntas, mas a discussão que faz, em nível historiográfico, pode nos encaminhar para uma dimensão mais erudita da análise na produção acadêmica e escolar nos últimos vinte anos no Brasil. Uma leitura proveitosa . Astor Antônio Diehl Setembro de 2000. Introdução No Brasil, o poder público e a sociedade civil têm se mos- trado preocupados com os resultados do processo de escolariza- ção de crianças e jovens visto que, apesar dos investimentos fi- nanceiros e humanos, o sistema nacional de educação avança muito lentamente. Tanto no aspecto quantitativo, de ampliação do acesso à escolaridade, quanto no nível de qualidade do ensino oferecido nas escolas e universidades, os resultados apresentam- se pouco satisfatórios. Daí os índices elevados de evasão, repetência, de crianças em idade hábil fora da escola, os quais saltam diariamente das estatísticas, revelando um sistema edu- cacional precário, com inúmeras conquistas ainda a realizar. Diante desse quadro de dificuldades e carências educacionais, diferentes segmentos da comunidade acadêmica e escolar têm empenhado esforços no sentido de explicar essa complexa realida- de e formular propostas alternativas de solução. Nas diversas áreas do conhecimento nos níveis fundamental, médio e superior, os professores têm se preocupado com as questões de ensino e apren- dizagem, havendo um consenso em torno da idéia de que as so- ciedades contemporâneas complexificaram de forma assustadora as relações humanas. Em vista disso, o discurso acadêmico e escolar indica a necessidade de serem adquiridas novas competências para o desenvolvimento de processos educativos apropriados a essa nova realidade. Se, há algumas décadas, a educação tinha um caráter adaptativo, concebendo-se que bastava a transmissão e assimila- ção do conhecimento social e historicamente produzido, hoje as práticas escolares e acadêmicas precisam voltar-se para o desen- volvimento do pensamento crítico e reflexivo, valorizando aspec- tos como flexibilidade, autonomia, capacidade de questionar pa- drões sociais e culturais, entre outros. Estimulados pelo emergir de relações políticas, sociais e educacionais menos autoritárias, tornadas possíveis a partir do processo de abertura política no final da década de 1970 e início 16 Flávia Eloisa Caimi da de 1980, inúmeros setores da comunidade educacional, orga- nizados em associações científicas e sindicais, passaram a ques- tionar o processo educativo acadêmico e escolar; os movimen- tos sociais ganharam espaços públicos; as associações de classe e entidades representativas conquistaram o reconhecimento de amplos setores educacionais. Nesse contexto, também os pro- fessores , articulados por meio dessas associações, passaram a promover encontros, congressos e seminários, cujo propósito era a reflexão sobre os pressupostos teóricos, metodológicos e historiográficos da ação pedagógica e o redimensionamento de suas práticas educativas e sociais. Muitas das discussões e proposições erigidas nesses espa- ços coletivos, assim como algumas experiências pedagógicas realizadas isoladamente, em escolas e universidades, acabaram sendo sistematizadas e divulgadas pelomercado editorial. É assim que, nas duas últimas décadas, foram publicadas cente- nas de estudos, pesquisas e experiências referentes ao ensino de história. Nessas publicações, analisam-se as mais variadas temáticas: políticas educacionais, formação de professores, lin- guagens alternativas de ensino, ensino de história nas séries iniciais, princípios teóricos, objetivos, conteúdos e métodos de ensino, entre outras. É nesse contexto de profundos reordenamentos teórico-prá- ticos que propomos este estudo. Nosso ponto de partida situa- se na necessidade de realizar uma reflexão crítica sobre as orientações teóricas, metodológicas, historiográficas e didáticas que vêm se impondo ao ensino de história desde o início da década de 1980 pela análise da produção acadêmica e escolar. Em vista da complexidade e da riqueza do debate, consideramos necessário realizar uma análise historiográfica que pudesse configurar um quadro de referências norteador das discussões e das práticas individuais e coletivas dos professores de histó- ria. Incursões preliminares na historiografia educacional for- neceram-nos indicativos de que os anos finais do decênio de 1970 e o início de 1980 apresentam-se como um período de ruptura com a hegemonia do Estado frente aos objetivos, prin- cípios e métodos do ensino da história nacional. Essa hegemo- nia começaria a ser constituída na própria origem da disciplina, no início do século XIX, sob o domínio do Colégio Pedro II. A Conversas e controvérsias: o ensino de história no Brasi l ( 1980-1998) 17 história do Brasil nasceu como matéria escolar em 1838, estan- do voltada para a construção da nação brasileira, recém-eman- cipada de Portugal. Impunha-se, então, uma história institucional que exprimisse ou legitimasse a política e a ideologia do regime vigente. Assim ocorreu no período monárquico, bem como nos momentos políticos mais significativos da história republicana: na década de 1920, na chamada Era Vargas (1930-1945), e no período do Regime Militar iniciado em 1964. A história ensina- da foi mudando gradativamente seu sistema de referências, adap- tando-se aos novos valores e padrões erigidos na sociedade , todavia permaneceu como uma disciplina sensível aos contor- nos políticos, sociais, econômicos e culturais do país, sendo por- tadora de representações do social, com a função de contribuir para a construção da nação e da identidade comum do povo brasileiro. 1 Identificam-se, até a década de 1970, os contornos de um projeto nacional a ser veiculado por meio do ensino de história, uma identidade de nação a ser buscada pela homogeneização e pelo ocultamento das diferenças. Um dos mecanismos adotados para o fortalecimento do Estado-Nação, sobretudo nos períodos autoritários, foi a imposição de políticas educacionais determi- nadas a forjar a sociedade segundo interesses explícitos de ma- nutenção de uma única memória: a oficial. Assim, a história sedimentou-se no âmbito das políticas educacionais como uma disciplina central para a reprodução social e para o e1_1quadra- mento intelectual dos jovens que passam pela escola. E eviden- te, entretanto, que, na sua dimensão prática, tais políticas governamentais nem sempre se impunham sem resistências. No processo de sua implantação, não raras vezes, elas sofriam a reelaboração, rejeição e/ou assimilação crítica por parte da comunidade educacional. Nesse contexto, nossas reflexões apontam para a década de 1980 como um período de transição paradigmática, caracte- 1 Marc Ferro evidencia este pape l formati vo da h istória ao analisar aspectos da história ensi nJda em mais de 15 d iferentes sociedades, demonstrando que tal perspect iva não lica res tritc:1 J um ou dois países. A fi rma ele: " Independentemente de sua vocc1ção cient ífica, a h istória exerce, de ia te,, uma dupla função, terapêut ica e mil itant e." Apesar da evolução e das mudanças das sociedades humanas, "em cada país permanece uma matriz ela His tória, e essa ma triz domi- nante marca a consciênc ia co letiva de cada sociedade." A manipulaç,io da história no ensino e nos meios de comunicação. São Paulo: !brasa, 1983, p. 12-13. 18 Flávio Eloiso Coimi rizada pela negação dos modelos teóricos, historiográficos e didático-pedagógicos da história ensinada até então. Foi uma década em que as concepções fechadas e absolutas da história foram desacreditadas; os mitos e estereótipos presentes na historiografia nacional foram pouco a pouco sendo desconstruídos; a crença na memória oficial e na busca da identidade nacional, por meio da homogeneização das relações sociais, políticas e econômicas, foi seriamente abalada; os heróis das biografias políticas da história pátria foram, em alguma medida, substituí- dos pelos "heróis" da mídia - Ronaldinho, Airton Senna, Xuxa, Carla Perez -, para citar apenas alguns. 2 Enfim, há inúmeros indícios que apontam para uma crise dos modelos teóricos que davam sustentação à historiografia e à história ensinada até a década de 1970. No âmbito das teorias da história, o fenômeno é apresen- tado como uma "profunda crise de orientação no horizonte da razão histórica,"3 que se expressa, entre outras formas, pelo abandono de uma concepção de história pautada na noção de progresso e evolução linear da história da humanidade. Segun- do Astor Antônio Diehl, "o mundo histórico-científico está sob o signo da suspeita, pelo menos no que diz respeito aos seus parâmetros modernos.O progresso cumulativo, o tempo linear, as perspectivas coletivas, a epistemologia e o discurso raciona- lista, os métodos holísticos tradicionais estão em crise ou, até mesmo, com os seus dias contados. O mundo das experiências reconstruídas é dos fragmentos , das identidades setoriais, das histórias individuais e dos individualismos. A historiografia hoje representa a história dos fracos, da fraqueza humana, dos sujos da história, daqueles que foram jogados, historiograficamente, na lata do lixo."4 Nesse novo cenário que se delineou na década de 1980, duas tendências que tinham exercido forte influência sobre a Urna delenninacla un ivers idade de Sanla Catari na incluiu, há algum lernpo, entre as questões do vestibular na prova de Hislória, urna queslão que corrobora nossas afirmações. Trata-se de uma pergunta sobre as atividades exercidas por três fa mosos desporti stas ca tarinenses: Fe rnando Scherer, Gustavo Kuerten e Ana Maser. Cumpre deslaca r que a telev isão em nossos dias ape- nas forlalece essa concepção de herói, já que Carmem Miranda, há c inco décadas já se apre- sentava corno a heroína brasileira no Estados Unidos. Ver sobre este terna, MICELI, Paulo. O mito do l,erói 11acio11a/. 3. ed. São Paulo: Con texto, 1991. ' Cf. D IEHL, Astor Anlôn io. A cu ltura 1,istoriogrMica nos anos 80: mudança estrutu ral da matriz hislo riográfi ca brasileira. (IV) . Parlo Alegre: Evangraf, 1993, p. 7 ' Cf. DIEHL, Aslor Anlônio (Org.). Por urna cul lu ra hisloriográfi co-d idática regional. ln: Passo Fun- do: uma hislória, vár ias questões. Passo Fundo: Ecliupf, 1998b, p. 17. Conversas e controvérsias: o ensino de história no Brasil ( 1980- 1998) 19 historiografia e também sobre a história ensinada até então - a escola rankeana e o marxismo - sofreram severos questiona- mentos. Essa crise paradigmática caracterizou-se, entre outros aspectos, pela tentativa de deslocamento da macroistória para a microistória; pela perda de potenciais de racionalidade na ex- periência histórica e pela transferência do centro de interesses da pesquisa histórica das estruturas abrangentes (economia, sociedade, política) para a pesquisa das pessoas e de seu coti- diano. 5 Diante desse quadro teórico de fragmentação, ausência de projeto coletivo e perda de antigos referenciaisteóricos, historio- gráficos e metodológicos no ensino de história, questionamos: • É possível a constituição de um novo projeto para o ensino de história, levando-se em conta o amplo leque de proposições atualmente presentes no debate? • Nesse conjunto heterogêneo de críticas e propostas, evi- dencia-se um fio condutor para o debate? • A diversidade de críticas e propostas revela a fraqueza da disciplina ou, ao contrário, é um indicador de poten- cialidades para a construção de um novo projeto para o ensino de história? • Em que medida as funções didáticas da história, como identidade, memória, cidadania, consciência histórica, co- municação cultural, entre outras, constituem-se como horizonte na história ensinada com base nas novas pro- posições? • As novas proposições para o ensino de história - buscar a identidade nas diferenças, dar voz às pluralidades, en- tender o conceito de cidadania na sua dimensão social e cultural, resgatar a história das sociedades e dos sujei- tos que nunca foram contemplados pela memória oficial - são subsidiadas pela pesquisa histórica? • Há realmente, o risco de substituir a história oficial por nenhuma história, conforme anunciam os críticos das novas tendências, ou essa crítica reflete um certo con- servadorismo presente em alguns setores do meio aca- dêmico e da sociedade? Assim, propomos como hipótese deste estudo a idéia de que existe uma concentração geográfica da produção sobre o 5 DIEHL, Astor Antônio (1993). Op. c it. , p. 181. 20 Flávio Eloisa Coimi ensino de história no eixo São Paulo-Rio de Janeiro-Minas Ge- rais, com ênfase em algumas universidades paulistas - USP, PUCSP e Unicamp. Entretanto, há uma visível dispersão temá- tica e uma fragmentação teórico-metodológica nas discussões pedagógicas, não se percebendo a influência hegemônica de um único modelo teórico nas propostas para o ensino de história. O que há, segundo nos parece, são elementos do marxismo, dos Annales, da Nova História6 e de outras tendências subsidiando o debate atual. Duas razões impeliram-nos a realizar um estudo de natu- reza historiográfica sobre o ensino de história, sendo uma delas a ausência de investigação nesse domínio do conhecimento. Em- bora a crítica historiográfica seja representada por trabalhos consistentes no que se refere à produção, circulação e consumo da história no Brasil,7 encontramos apenas um estudo dessa natureza no âmbito específico da produção sobre o ensino de história. 8 Entendemos que, após vinte anos de intensos debates e numerosas _publicações, temos um amplo leque de yliestõ-~s passiveis de um trabalho de sistematização, análise e crítica, que aponte limites e potencialidades presentes nesse debate. A outra razão que nos motivou para a realização deste tra- balho é de ordem pessoal/profissional. O envolvimento com a 1 , ParJ íin s de clarez.i concei tuai , adotaremos a classificação proposta por Peter Burke referen- temente à historiografia francesa. Ass im, distinguimos os Annales da Nova História, sendo a primeira tendência identificad.i com as duas primeiras gerações de autores do movimento (1929- 1969) e a segunda representada pela terceira geração, cuja influência iniciou-se no final el a década ele 1960. Cf. BURKE, Peler. A Revoluç,1o Frallcesa da historiografia: a Escola cios Annales, 1929-1989. São Paulo: Edito ra Universidade Estadual Paulista, 1991. Destacamos, ent re outros, os trabalhos ele LAPA, José R. cio Amaral. Historiografia brasileira co1J tempor,Jnea: a história em questão. 2. ecl. Petrópo lis: Vozes, 1981; FICO, Carlos e POLITO, Ronalcl. A história "º Brasil / 1980- 1989): elementos para uma avaliação historiográfica. Ouro Prelo: UFOP, 1992; DIEHL, Astor Antônio (1993). Op. cit., MALERBA, Juranclir (Org. ). A velha história. Campinas: Papirus, 1996; CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domí- llios da história: ensa ios ele teorid e meloclologia. Ri o ele Janeiro: Campus, 1997; FREITAS, Mar- cos Cézar (Org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998. 8 Localizamos, ent re lodos os que analisamos, um trabalho ela professora Selva Guimarães Fon- seca, publicado na Revista Brasileira de História, que rea li za um balanço ele coletâneas e artigos publicados na década de 1980 sobre o ensi no de história. Para realizar esse estudo a autora levou em conta : duas obras - CABRINI , Conceição et ai. Ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986 e NEVES Maria A. M. Ensinando e apre1Jdendo história. São Paulo: EPU, 1985; duas coletâneas ZAMBONI, Ernesta (Org.). A prática do ensino ele histó- ria. Cadernos Cedes, n. 1 O. São Paulo: Cortez/Cecles, 1985 e SILVA, Marcos (Org.). Repensando " história. São Paulo: Anpuh/Marco Zero, 1984; a Proposta Curricular para o Ensino ele Históri a no 1 ~• Griiu ele São Patdo e seis artigos publicados na Revista Brasile ira de História e em outras revis ta s. Ver FONSECA, Selva Guimarães. Ensino ele história: diversificação ele abordagens. ln: SILVA, Marcos (Org.). História em quadro-negro. Revista Brasileira de História, São Paulo. v. 9, n. 19, set. 89/iev. 90, p. 197-208. Conversas e controvérsias: o ensino de história no Brasil l 1980-1998) 21 formação de professores, através das disciplinas de Metodologia do Ensino e Prática de Ensino de História, impõe exigências de aprofundamento teórico e metodológico nessa área do conheci- mento. Logo, conhecer, efetiva e solidamente, a natureza, os agentes do debate, as críticas, as proposições e os paradigmas subjacentes à produção sobre o ensino de história contribui não só para que possamos reorientar a nossa própria ação docente como para assessorarmos os processos de formação inicial e con- tinuada no âmbito da nossa atuação profissional. Para resgatar a produção e a crítica do conhecimento histórico escolar, reunimos e analisamos 124 trabalhos editados entre 1980 e 1998, assim distribuídos: 18 obras; 60 artigos, reunidos em seis coletâneas; 19 artigos publicados na Revista Brasileira de História e 27 artigos publicados em revistas de história, educação ou ciências sociais. É evidente que tal produção não representa a totalidade dos trabalhos publicados sobre o ensino de história nos decê- nios em foco - 1980 e 1990 - constituindo tão-somente numa amostragem desses. Contudo, em virtude da necessidade meto- dológica de fazermos um recorte no campo de investigação, limitamo-nos a trabalhar com o acervo bibliográfico disponível no mercado editorial, elegendo os títulos que tiveram maior circulação e influência no debate.9 A estrutura do trabalho contempla cinco capítulos. No primeiro capítulo, apresentamos um breve histórico sobre os caminhos da história como disciplina escolar. Não se trata de um estudo exaustivo visto que buscamos tão-somente pontuar algumas questões que marcaram sua trajetória em determina- dos momentos históricos, como a origem da disciplina nos pri- meiros anos imperiais, a transição republicana, o movimento revolucionário de 1930 e o Estado Novo, o cenário populista e o revigoramento do debate, a ditadura militar de 1964. Com esse "olhar" panorâmico, visamos demonstrar aspectos da evo- lução do conhecimento histórico escolar até o limiar da década 9 Salientamos, todavia, que trabal hos importantes não foram cont~mplaclos na amostragem em virtude de apresentarem circulação restrita ao âmbi to regional. E o caso da produção sobre o ensino ele história do grupo ele professores ela Unijuí, express iva na quantidade ele títul os e signifi cati va na qualidade cios traba lhos. Ver, entre outros: CALLAI, ).L. (Org.) . Area de estudos socia is: metodologia. l)UÍ: Livraria Unijuí Editora, 1986; CALLAI, H.C. e ZARTH, Paulo. O estudo do nHmicípio e o ensino de históriae geogra(ia. ljuí: Livrari a Unijuí Editora, 1988; CALLAI, J.L.(Coorcl .). História e geografia na 6" série. 6. ecl. lju í: Li vraria Unijuí Editora, 1989. 22 Flávia Eloisa Caimi de 1980, o que nos daria condições de analisar as continuidades e/ou rupturas operacionalizadas no ensino de história nos dois últimos decênios. No segundo capítulo, realizamos um mapeamento de na- tureza quantitativa da produção acadêmica e escolar, buscando identificar os agentes da discussão sobre o ensino de história por meio de questões como gênero, formação acadêmica, vín- culo institucional, área de atuação dos autores, etc. Nela pro- curamos também explicitar o referencial bibliográfico que serve de apoio à produção pedagógica da história, tanto em âmbito geral - teoria, historiografia - quanto no âmbito específico do ensino de história. Por fim, apresentamos as tendências temáticas contempladas na produção, classificadas em onze categorias: relatos de experiências de ensino e pesquisa, ques- tões epistemológicas e metodológicas, livros didáticos e paradidáticos, questões políticas e ideológicas, ensino de histó- ria nas séries iniciais, formação de profissionais e políticas edu- cacionais, história do ensino de história, linguagens alternati- vas de ensino, articulação ensino-pesquisa, academia-escola e a questão dos Estudos Sociais. Expomos, no terceiro capítulo, elementos do debate que con- figuram a crise do ensino de história nas décadas de 1980 e 1990, sistematizando as principais críticas dos autores sobre a história ensinada em sete enfoques: as relações entre ensino, sociedade, meios de comunicação social e Estado; as políticas educacionais e a implantação dos Estudos Sociais; a formação de profissionais e a divisão intelectual do trabalho na área de história; a influên- cia da historiografia; as concepções de história; as concepções de ensino e de aprendizagem; professor e aluno - os sujeitos do processo pedagógico. Trata-se de sujeitos, instituições, concep- ções e práticas que, em maior ou menor medida, contribuem para definir as condições de produção e reprodução do conheci- mento histórico escolar. No quarto capítulo, seguindo os parâmetros do terceiro, procuramos identificar as perspectivas, proposições e tendênci- as de pesquisa e ensino de história presentes no debate acadê- mico-escolar dos últimos decênios. A sistematização e a análise das propostas permitiram-nos configurar os rumos que a disci- plina vem tomando a partir da década de 1980, pontuando seus princípios orientadores. Assim, destacamos as discussões de na- Conversas e controvérsias: o ensino de história no Brasil l l 980· 1998) 23 tureza teórica, metodológica, historiográfica, política e didática em torno de inúmeros aspectos: objeto, objetivo e finalidade do estudo de história; relação entre conhecimento histórico e sa- ber popular; formação do profissional da história; concepção de tempo e periodização histórica; conceitos de identidade, cidada- nia, pluralidade, etc. Por fim, situamos as críticas e as propostas esboçadas na produção sobre o ensino de história no horizonte das discussões acerca dos paradigmas da história, procurando demonstrar que o debate atual sobre o tema contém elementos de diferentes - e por vezes divergentes - tendências teóricas. Buscamos iden- tificar os referenciais orientadores do debate no confronto en- tre dois paradigmas - o moderno e o pós-moderno -, tendo em conta aspectos como a crítica à escola rankeana, a recusa da ortodoxia marxista, a aproximação do marxismo com os Annales e algumas posições extremadas da Nova História. Assim, é na tentativa de compreender os fundamentos teórico-metodológicos e político-historiográficos da história en- sinada no Brasil que propomos esse trabalho. Apresentamos nossas reflexões não como um conhecimento definitivo e único sobre o tema, mas como um esforço de sistematização e análise do debate atual sobre o conhecimento histórico e sobre os ca- minhos (e descaminhos) da história ensinada. Esperamos, as- sim, contribuir para vitalizar a leitura sobre o tema em questão e, quem sabe, construir uma consciência mais ampla das difi- culdades e potencialidades implicadas no ensino da história no Brasil neste início de século. Considerações finais O propósito de identificar as orientações teóricas, metodo- lógicas, historiográficas e políticas que fundamentam o discurso acadêmico e escolar sobre a história ensinada no Brasil levou- nos a analisar um conjunto de 124 títulos produzidos nos decê- nios de 1980 e 1990 sobre essa temática. Em um amplo univer- so de possibilidades de recorte metodológico e temporal, opta- mos por realizar um estudo historiográfico relativo a um perío- do da história do Brasil pós-ditadura militar, que nos pareceu bastante fecundo em termos de quantidade (número de publica- ções) e de qualidade das reflexões desenvolvidas. De fato , a leitura, sistematização e análise do corpo documental oferece- ram-nos inúmeros elementos para compreender os caminhos recentes da história como disciplina escolar. Ao longo de sua trajetória, a história ensinada foi apresen- tada, sobretudo no âmbito das políticas educacionais, como uma disciplina central na veiculação de conceitos e ideologias do Es- tado Nacional. Durante muitos anos associada às noções de moral e de civismo, a história escolar deveria cumprir, em momentos cruciais, sobretudo nos períodos autoritários, um papel de militância em favor do regime vigente. Confundindo, muitas vezes, nacionalismo com ufanismo, patriotismo com passivismo, identidade com homogeneidade, muitos intelectuais e professo- res atuaram de modo a legitimar tal visão de ensino de história durante o Império e boa parte da República. Como já dissemos, apesar dessa tendência, o ensino de his.- tória teve espaços de resistência e de reelaboração teórico- metodológica, exemplificados em situações como: a criação dos cursos de formação de profissionais de história a partir de 1934, que rompeu com a excessiva ingerência do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) na constituição da historiografia nacional e da história ensinada, oportunizando a abertura a outras tendências historiográficas e teóricas; a recepção da Escola Nova no Brasil, sob inspiração da concepção humanista moderna 190 Flávia Eloisa Caimi da educação, desde a década de 1920, que influenciou na operacionalização de transformações significativas nos modelos de ensino das disciplinas escolares, sobretudo por meio de um ideário que propunha o deslocamento da centralidade do processo pedagó- gico, do professor para o aluno, do conteúdo para o método; a atuação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb) na sis- tematização e produção do conhecimento científico-acadêmico com base em novos princípios epistemológico-historiográficos e sua preo- cupação com a formação dos jovens, no âmbito da história escolar. Além desses espaços institucionalizados, por meio do ensino de história, promoveu-se um número incontável de experiências educacionais que permaneceram parcial ou totalmente desconhe- cidas, dispersas nas muitas salas de aula deste imenso país. O Regime Militar implantado no ano de 1964, entretanto, foi reduzindo os espaços de resistência, abortando as experiên- cias educacionais mais significativas. Com o ensino de história, não foi diferente: se não as eliminou totalmente, ao menos pro- vocouo arrefecimento e a desarticulação das forças contrárias ao seu ideário. Depois de uma década de severa vigilância, de inúmeras tentativas de silenciamento das vozes dissonantes e de duras lutas de resistência política contra o autoritarismo, conquista-se ao final da década de 1970 o que se tem chamado de "transição democrática". Trata-se de uma situação em que diferentes segmentos da sociedade se mobilizam em torno da conquista e consolidação da democracia no Brasil. Foi nesse contexto de lutas e resistências que muitos in- telectuais, professores universitários e professores do ensino básico promoveram a rearticulação de suas associações de clas- se e entidades representativas. Assim, disseminaram-se os con- gressos, seminários e encontros das diferentes áreas do conhe- cimento; frutificaram as produções acadêmicas, anais, coletâ- neas, livros e revistas especializadas; enfim, criaram-se novos espaços de debates e reflexões e multiplicaram-se os mecanis- mos para sua divulgação.1 1 Ao realizar Ulll estudo historiográiico sobre a história entre os anos ele 1980 a 1989, Fico e Palito concluelll pelo crescilllento quantitativo e quali tativo desse setor, que se expressa na alllpliação cios cursos ele pós-graduação, no aulllento ela produção cientíiica e publicações ele livros e revis tas, na abertura a novas opções telllálicas e metodológicas, na preocupação com a qualidade ela pesquisa e COITI o rigor científico, entre outros. Ver FICO e POLITO (1992). Op. cit. , p. 177-178. Conversos e controvérsias: o ensino de l,istório no Brasil l l 980· 1998) 1 91 A produção acadêmica e escolar que compõe a amostra- gem deste estudo historiográfico é uma evidência das preocupa- ções de inúmeros professores com a história que se ensina aos alunos. Da análise desse corpo documental , extraímos elemen- tos que nos permitiram configurar um panorama dos discursos e práticas que sustentam a história ensinada no Brasil nos últimos dois decênios. Procuramos centrar nossas considerações finais nas inda- gações que levantamos na introdução e em outras situações ao longo do texto. Uma delas refere-se à idéia de transição paradigmática. Sustentamos, no decorrer de nossas reflexões, que, embora não constituindo um conjunto homogêneo de princípios e práticas pe- dagógico-historiográficas, a história ensinada teve como preocupa- ção central, durante a sua trajetória, a contribuição para a cons- trução do Estado-Nação e para o seu fortalecimento por meio da constituição de uma identidade nacional. Em contraposição a isso, procuramos demonstrar que a produção acadêmica e escolar dos decênios de 1980 e 1990 expressa severas críticas a tal modelo de ensino, as quais foram exaustivamente apresentadas na terceira parte do estudo. As críticas mais contundentes são direcionadas a um modelo de ensino que, na visão dos autores, não desenvolve o senso crítico dos alunos; não favorece a compreensão da história como resultante da ação de todos os homens e de suas relações em sociedade; não permite que os alunos se reconheçam como sujeitos da história; dá excessiva ênfase à cronologia linear, à me- mória oficial, ao estudo dos fatos isolados dos sistemas nos quais estão inseridos, entre outras. Nessas críticas, percebemos arejei- ção a um modelo de ensino de história associado ao pensamento de Ranke, pela vertente alemã, e ao pensamento de Langlois e Seignobos, pela vertente francesa. Ora, se a produção acadêmica e escolar refuta o projeto que se esboçava na história ensinada até então, em que se apóiam as mais variadas propostas de ensino erigidas nas décadas de 1980 e 1990? Cumpre, então, para dar conta dessa indagação, retomar uma questão enunciada nas reflexões introdutórias a respeito da existência ou não de um projeto para o ensino de história, subjacente às críticas e propostas veiculadas na produ- ção analisada. É inegável a falência do projeto que visava à construção e à manutenção da identidade nacional sob o domínio 192 Flávia Eloisa Caimi de uma única memoria historiográfica a ser transmitida pelo ensino escolar. No bojo dessa crise - historiográfica, social, edu- cacional - revelada pelo discurso acadêmico e escolar, há indícios de gestação de um novo projeto para o ensino de história? Se a resposta a essa questão for afirmativa, cabe perguntar: em que termos esse novo projeto se delineia? É consenso o fato de que o sistema escolar, herdeiro de uma tradição pedagógica e historiográfica do século XIX e con- cebido para receber um determinado grupo social, vem se con- frontando, sistematicamente, com os interesses e expectativas dos grupos multirraciais e multiculturais que penetraram nes- se sistema no final do século. Assim, questiona-se o papel do conhecimento histórico escolar, limitado a transmitir uma memória oficial como se fosse a memória coletiva de todos os grupos. Diante da heterogeneidade social no interior da escola, fruto da coexistência de culturas e raças tão diferentes, é pos- · sível sustentar o ensino de uma história unívoca e unilinear? Frente a essa problemática, entendemos que, nas discus- sões atuais sobre o ensino de história, há um conjunto de potencialidades que podem vir a configurar um novo projeto para a disciplina. É esse um projeto mais modesto, que reconhece a impossibilidade de trabalhar com uma noção de identidade fixa, homogênea, única; que leva em conta a pulverização do conceito de "identidade" em "identidades" culturais de classe, raça, etnia, gênero, nacionalidade, etc.; que percebe a identidade com base em um novo conceito, constituído por uma pluralidade de vozes. Nesse sentido, são ilustrativas as palavras de Manique e Proen- ça: "Uma identidade constrói-se a partir do conhecimento da for- ma como os grupos sociais de pertença viveram e se organiza- ram no passado, mas também da verificação da forma como se estruturaram para fazer face aos problemas do presente, tendo uma componente que aponta para o futuro, pelo modo como este se prepara através da fixação de objetivos comuns(. .. ) Uma pe- dagogia da memória será, nestes termos, uma pedagogia da pluralidade e da diferença de tempos e culturas que, concomitantemente, promoverá uma nova relação do aluno com a duração e uma nova tolerância face ao outro, que tão arredia tem andado da historiografia escolar tradicional."2 MANIQUE, Antonio Pedro; PROENÇA, Maria Cândida. Didactica da história - património e his- tória local. Lisboa: Texto Editora, 1994, p. 24-25. Conversos e controvérsias: o ensino de história no Brasil l 1980-1998) 193 Na constituição desse (possível) novo projeto, ganha des- taque o estudo da história local e regional como ponto de par- tida para a compreensão de espaços e tempos mais amplos e distantes e, de certa forma, como mecanismo de defesa diante da velocidade do processo de globalização, que ameaça promo- ver uma nova homogeneização cultural. Essa perspectiva histo- riográfica e pedagógica não corresponde ao tradicional esquema dos círculos concêntricos, que postulava um ensino do simples para o complexo, do concreto para o abstrato, do próximo para o distante, da parte para o todo. 3 Reivindica um ensino de história que faça frente aos problemas de desenraizamento dos alunos e que busque construir a identidade tomando como ponto de partida experiências históricas nas quais esses alunos se reconheçam como sujeitos. Em nosso ver, o pano de fundo das transformações do con- ceito de identidade no debate atual traduz uma forte tensão entre o local e o global, entre o macro e o micro. Assim, o cerne de um novo projeto para o ensino de história reside na mediação entre concepções extremas: o absoluto das estruturas totalizantes versus o relativismo das análises microscópicas.O desafio é romper com falsos dilemas ou dualismos, tais como macro versus micro, global versus local, universal versus mul- ticultural. Parece-nos improcedente qualquer radicalização de posições, o que levaria à deturpação da pesquisa histórica e da história ensinada. A primazia incondicional do universal/nacio- nal/macro promoveria uma homogeneização artificial das múl- tiplas culturas, sob o domínio de uma falsa identidade nacional. Em oposição, a ênfase radical no micro/local/multicultural leva- ria à relativização total de culturas, numa excessiva fragmen- tação do social em incontáveis particularidades, que inviabiliza- ria a compreensão dos sistemas históricos. Trata-se, enfim, de romper com uma cultura nacional construída às custas da subordinação de inúmeras identidades - religiosas, étnicas, raciais, sexuais, lingüísticas. Propõe-se uma nova visão de história que, segundo Furet, "persegue os segredos das sociedades e já não os das nações."4 É uma história que reconhece o respeito e a tolerância à pluralidade identitária como condição fundamental para o exercício da cidadania e da democracia. 1 PENTEADO (1990). Op. cit. , p. 27-30. • FURET (s ./d.J. Op. ci t. , p. 8. 194 Flávia Eloisa Caimi Para concluir, apresentamos alguns aspectos que, em nos- so entendimento, constituem perspectivas para futuras investi- gações, permanecendo como desafios para todos os professores que, de alguma forma, se preocupam com as questões do ensi- no da história e se envolvem na luta pela sua renovação. 1. O forte predomínio de algumas universidades na produ- ção acadêmica e editorial sobre o ensino de história é revelador de uma histórica divisão regional do trabalho intelectual no âmbito do conhecimento científico, que hierarquiza os estados e as regiões em centros ou periferias. Com a ampliação dos cursos de pós-graduação e o crescimento das universidades situadas no interior dos estados, vem surgindo nos últimos anos uma pro- dução científica de qualidade, que poderá alterar essse quadro hierárquico, flexibilizando ou, mesmo, redefinindo as atuais zonas de influência. No decorrer do trabalho, sentimos a necessidade de realizar um mapeamento da produção acadêmica sobre o ensino de história nos programas de pós-graduação existentes , com vistas a compreender com maior propriedade a questão das diferenças/hierarquias regionais. 2. A comunidade dos pesquisadores sobre o ensino de his- tória permanece pouco representada em relação à dos historia- dores. Um catálogo que reúne informações sobre pesquisadores do ensino e suas linhas de pesquisa, publicado pela Unicamp,5 apresenta um grupo de 97 pesquisadores, incluindo mestrandos e doutorandos, os quais dedicam parcial ou inteiramente seus estudos ao tema do ensino de história. Parece-nos um número ínfimo se for considerado o universo de professores e historia- dores que atuam nas escolas e universidades. As razões desse fenômeno precisam ainda ser investigadas, todavia lançamos al- gumas indagações especulativas: Seria isso conseqüência da di- visão intelectual do trabalho a que aludimos anteriormente? A pesquisa em ensino seria considerada menos "nobre" do que a pesquisa em história? As dicotomias ensino-pesquisa e licencia- s ZAMBON I. Ernesta (Org.). Catálogo dos pesquisadores sobre o ensino de história (1' versão). Campi nas : Unicamp-FE-GPHE, 1997. Por curiosidade, sistematizamos as informações sobre o lugar ele origem das pesquisas e obtivemos o seguin te panorama: São Paulo-33; Rio de Jane_iro- 14; Paraná-t..J: Minas Gerais-8; Rio Grande do Sul-7; Pernambuco-6; Paraíba e Santa Catanna- 4 de cada; Goiás-3; Espírito Santo, Ma to Grosso, Acre e Rio Grande cio Norte - um ele cada; não iclentificadas-5. Esses dados confirmam as informações apresent adas na Figura 1, localizada na segunda parle deste trabalho. Conversos e controvérsias: o ensino de história no Bras il (1980- 1998) 195 tura-bacharelado, tão presentes nos cursos de formação, seriam indícios de persistência da concepção equivocada de que a preo- cupação com as questões do ensino, sobretudo do ensino esco- lar, é atividade "menor" que a pesquisa histórica? 3. Em algumas das discussões presentes na produção que analisamos, identificamos críticas ou proposições distanciadas da realidade escolar, o que nos levou a pensar que alguns autores falam de um objeto sobre o qual não possuem um efe- tivo domínio. Reconhecemos situações em que foram feitas críticas vazias e construídas imagens estereotipadas do ambien- te escolar. Muitos desses autores preocuparam-se excessivamente com os aspectos do ensino, dando pouca atenção às questões da relação pedagógica. Esses parecem ignorar ou se esquecem de que os alunos não são objetos passivos na sala de aula, meras vítimas nas mãos de professores autoritários. É preciso reco- nhecer que professores e alunos estão enfrentando dificuldades reais na relação pedagógica. Os alunos que freqüentam as es- colas atualmente podem ser questionadores, zombeteiros, irô- nicos, simpáticos, desatentos, preguiçosos, interessantes, ale- gres, egoístas, falantes, entusiasmados, mas nunca passivos . Acreditamos, pelo contato freqüente mantido com as escolas na orientação de estágios, que os desencontros entre professores e alunos nas escolas constituem as maiores dificuldades vividas atualmente no ambiente escolar e que extrapolam o ensino desta ou daquela disciplina. Desse modo, pensar a história escolar apenas do ponto de vista do ensino já não é mais suficiente. 4. Uma outra problemática, de certa forma vinculada à questão anterior, refere-se à quase-ausência de estudos e refle- xões sobre a aprendizagem do conhecimento histórico do ponto de vista dos alunos. Encontramos pouquíssimos trabalhos que investigam a forma como os alunos apreendem os conceitos históricos, como constroem as noções de tempo e de espaço; como reagem e interagem na especificidade do conhecimento histórico; enfim, como organizam seus esquemas mentais para a aprendizagem da história. Essas são questões que nos pare- cem lacunares na produção científica, haja vista sua importân- cia para a operacionalização de um ensino de história mais adequado às necessidades e possibilidades dos alunos. 196 Flávio Eloisa Caimi 5. Sugerimos, ainda, como fundamental para a consolida- ção das novas proposições no ensino de história, a ocupação cada vez mais efetiva dos espaços em instituições políticas, educacionais e culturais, transformando-as em espaços de luta em defesa de um ensino de qualidade. A interlocução entre os que comungam dos mesmos princípios e práticas, e mesmo entre os que manifestam posições divergentes, é necessária, mas insuficiente para a efetivação de um novo projeto para o ensino de história. 6. Por fim, apontamos como sendo o maior de todos os desafios a transformação do discurso acadêmico em prática escolar. Não ignoramos que os professores que atuam no ensi- no de história nas milhares de salas de aula das escolas brasi- leiras pouco acesso têm à produção editorial. Seja pela falta de recursos para a aquisição de livros, seja pela ausência de hábito de leitura e estudo, seja pelo desestímulo salarial a que estão submetidos, seja pela excessiva carga horária e jornada de tra- balho que cumprem, o fato é que os professores, em geral, pouco se dedicam à formação permanente. O acesso dos professores que atuam nos níveis fundamental e médio às reflexões e ex- periências desenvolvidas nas escolas e universidades parece-nos, assim, um imperativo para a renovação da história ensinada. Certamente, há muito ainda a refletir sobre as diferentes e múltiplas dimensões do processo de ensino e aprendizagem da história. Não para oferecer respostas definitivas e absolutas,mas para delinear caminhos, formular novas perguntas, proble- matizar incessantemente a complexa tarefa de construção do conhecimento histórico escolar numa perspectiva humanizada e humanizadora. A concretização desse ideal articula-se com o desejo político do professor, que se traduz no compromisso de aprofundamento teórico e na atualização permanente e contex- tualizada de sua prática pedagógica. Bibliografia e fontes citadas ALLARD, Michel ; LEFEBVRE, André (Org.). A história e o seu e11si110. Coimbra: Livra ria Almedina, 1976. ALMANAQUE ABRIL. São Paulo: Abril, 1995. ARAPIRACA, J .O. 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