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Direito do Trabalho | Material Complementar 
Professor Guilherme Biazotto. 
PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO 
Macete: 
Proteção (norma mais favorável/ condição mais benéfica/ in dubio pro operario) 
Irrenunciabilidade/ Imperatividade 
Primazia da Realidade 
Inalterabilidade Contratual Lesiva 
Continuidade do Vínculo Empregatício 
Intangibilidade Salarial 
Princípios, na linguagem jurídica, são “proposições gerais inferidas na cultura e ordenamento jurídicos que 
conformam a criação, revelação, interpretação e aplicação do direito”, segundo Maurício Godinho Delgado. Ou seja, 
são bases gerais que devemos seguir na hora de criar, interpretar ou aplicar uma lei. 
Os princípios possuem três funções principais, conforme jurisprudência firmada pelo STF: instrutiva, 
interpretativa e normativa. 
A. Instrutiva: função de nortear o legislador para que este proponha leis que estejam alinhadas com os valores
defendidos pelos princípios. Estas propostas devem sempre estar em concordância com os princípios
constitucionais, além dos propostos em cada ramo do direito;
B. Interpretativa: auxiliar diretamente os aplicadores do direito e a magistratura no momento de tomar decisões em
relação aos processos da justiça do trabalho;
C. Normativa (Integrativa – art. 8º, CLT) – os princípios também têm uma função integrativa. Isso significa que eles
servem para preencher uma suposta lacuna em situação que não está prevista em lei. Nestes casos, pode-se usar um
princípio para dar base à decisão do Judiciário.
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
Este princípio garante proteção à parte hipossuficiente da relação de trabalho, ou seja, ao trabalhador. Para tanto, 
ela se subdivide em outros três subprincípios: norma mais favorável, condição mais benéfica e In dubio pro 
misero/operario. 
A. Norma Mais Favorável
Neste subprincípio ou corolário fica garantido que, independente de lei específica, será sempre aplicada a norma
mais favorável ao empregado. Essa especificação é importante porque, em outros ramos do direito temos a
aplicação de princípios como a “lei específica sobrepõe a lei geral”. A norma mais favorável significa que, mesmo que
haja uma lei específica sobre o assunto trabalhista em questão, se outra norma em qualquer âmbito for mais
vantajosa para o trabalhador, esta será aplicada.
B. Condição Mais Benéfica
De acordo com a Súmula 51 do TST (Tribunal Superior do Trabalho), havendo mudanças em cláusulas regulares por
parte da empresa, as mesmas só passarão a valer para empregados que forem admitidos após essas mudanças. Diz
ainda que, havendo dois regulamentos dentro da mesma empresa, fica a cargo do trabalhador escolher em qual irá
se encaixar.
C. In Dubio Pro Misero/Operario
Quando houver dúvida em relação à interpretação de uma norma ou quanto à validade de uma decisão, deve-se
sempre pender para o lado hipossuficiente.
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE 
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Direito do Trabalho | Material Complementar 
Professor Guilherme Biazotto. 
Segundo esse princípio, os fatos prevalecem sobre os ajustes formais. Disposto no art.º 9 da CLT, este é um princípio 
de grande importância, pois visa coibir a coação dentro do ambiente trabalhista. Em outras palavras: a realidade vale 
mais do que os documentos. 
 
 
Ex.: em um contrato de trabalho de um professor, consta que ele ministrava 6 aulas por semana em um 
determinado colégio, mas de fato ministrava 20. Em uma possível disputa na Justiça do Trabalho, com o auxílio de 
testemunhas e outros tipos de prova, o que valerá são os acontecimentos reais – no caso, o fato de ele realizar 20 
aulas. 
 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – SÚMULA 212 DO TST 
Em tese, todo contrato de trabalho deve ter prazo indeterminado, ou seja, ele só cessa quando existe um motivo 
expresso em lei para que isso ocorra. Nas palavras de Délio Maranhão: 
“O contrato de trabalho caracteriza-se, em princípio, pelo sentido de continuidade; vive enquanto não se verifica 
uma circunstância a que lei atribui efeito de fazer cessar a relação que dele se origina”. 
 
Temos, em alguns casos excepcionais, contratos por prazo determinado, como no período de experiência, que não 
deve, em nenhuma circunstância, exceder 90 dias. É vetado, claro, que o empregador recontrate o empregado em 
novo período de experiência após o vencimento deste período. 
 
PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA 
São vedadas alterações contratuais que resultem em prejuízo ao trabalhador. 
 
A este princípio se aplica uma exceção, de acordo com o art.º 7 da Constituição Federal, prevendo redução de salário 
por meio de negociação coletiva (aquela realizada por sindicatos). 
 
É claro que a decisão deve estar muito bem pautada, geralmente por conta de um momento complicado da empresa 
e sempre pensando em garantir que esta manobra irá salvar suas operações e manter seus postos de trabalho. 
 
Em caso de rebaixamento de trabalhador do patamar de cargo de confiança para cargo efetivo, o salário também 
poderá retroagir. 
 
PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL 
Esse princípio protege a contraprestação máxima da prática laboral, ou seja, o salário. Diversos dispositivos reforçam 
esse princípio, como o art. 468 da CLT, que veta qualquer mudança que não seja benéfica ao trabalhador, ou o art. 
8º, §1 da Convenção n. 95 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que visa proibir descontos salariais, 
exceto aqueles dispostos em legislação do país em questão. 
 
PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILDIADE 
É vedado ao trabalhador renunciar qualquer direito disposto em lei. Você não pode abrir mão do seu FGTS, por 
exemplo, ou de suas férias. 
 
“Mas eu assinei um contrato abrindo mão desses direitos, e agora?!” 
 
Com base nesse princípio, esse contrato apresenta um vício, um erro que o impede de ser cumprido na parte de sua 
obrigação. 
 
Em caso de audiência, onde se pode negociar valores e condições, o funcionário pode optar pelo não recebimento 
de alguns direitos visando facilitar o trabalho da Justiça e descomplicar a situação. 
 
Nesse caso, chamamos de “transição”, e não de renúncia de direitos. 
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