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Lesão e Morte Celular Faculdade Vale do Ipojuca – FAVIP Curso: Enfermagem 4° Período Disciplina: Processos Patológicos Gerais Recife 2013 Prof. Marcos Duque DUQUE, M. A. A Lesão e morte celular SAÚDE é a manutenção da morfostase e homeostase. DOENÇA é o resultado da ação de uma agressão que leva a uma alteração não compensada da homeostase e ou da morfostase. Lesão Lesão Reversível Nos estágios iniciais as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis se os estímulos nocivos forem removidos; Redução da fosforilaçãop Oxidativa; Depleção no armazenamento de energia na forma de ATP; Tumefação celular pela alteração na concentração de íons; Influxo de água; Alterações nas organelas como mitocôndrias e o citoesqueleto. Morte celular Com a persistência do dano na célula, a lesão torna-se irreversível e com o tempo a célula não consegue se recuperar e morre, estabelecendo-se dois processos chamados de NECROSE e APOPTOSE. Morte Celular Necrose Quando o dano às membranas celulares é acentuado, as enzimas lisossomais extravasam para o citoplasma e digerem à célula e o conteúdo celular escapa. Apoptose Em casos em que o DNA é lesado ou as proteínas celulares são lesadas de modo irreparável, a célula se suicida. Causas de Lesão Celular 1) Agentes físicos: Ex.: ação mecânica, temperatura, radiação, efeitos magnéticos; 2) Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas e não- tóxicas. Ex.: tetracloreto de carbono, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis etc. 3) Agentes biológicos: Ex.: infecções viróticas, bacterianas ou micóticas, parasitas etc. Causas de Lesão Celular 4. Ausência de oxigênio: hipóxia – significa deficiência de oxigênio. A hipóxia deve ser diferenciada da isquemia – perda do suprimento sanguíneo. A isquemia compromete não apenas o suprimento de oxigênio, mas também de glicose. 5. Reações imunológicas: reações anafiláticas a uma proteína estranha ou uma droga podem causar um choque anafilático por edema generalizado e matar várias células. Auto – anticorpos são responsáveis pelas doenças auto-imunes um exemplo destas é a anemia hemolítica auto-imune. 7. Distúrbios genéticos: anormalidades cromossômicas podem reduzir o tempo de vida de células como eritrócitos na anemia falciforme. 8. Distúrbios nutricionais: deficiência proteica calórica causa um grande número de mortes celulares. Assim como o excesso também, como na aterosclerose onde o excesso de lipídeos a obesidade, diabetes entre outras que levam a morte celular. Normal NECROSE Alterações mitocondriais Ruptura da membrana Padrão de cromatina conservada APOPTOSE Mitocôndrias preservadas Alterações nucleares Membranas preservadas Corpos apoptóticos As alterações celulares da necrose se dão, principalmente, nos núcleos: Picnose: o núcleo apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina condensada; característico na apoptose; Cariorrexe: a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear; há perda dos limites nucleares; Cariólise ou cromatólise: há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente; Eosinofilia celular: consiste em granulações e espaços irregulares no citoplasma decorrentes de alterações lisossomais e mitocondriais. o citoplasma perde a leve basofilia que lhe é característica, passando a cor-de-rosa forte (afinidade pela eosina). Picnose Cariorrexe Cariólise Eosinofilia celular EVENTOS CELULARES DA NECROSE 1 Tecido hepático de uma pessoa intoxicada por Paracetamol Picnose. Núcleo torna-se pequeno e basofílico (cessação da transcrição de DNA) EVENTOS CELULARES DA NECROSE 2 Cariorrexe (fragmentação do núcleo), em seguida ocorre o rompimento das membranas internas Cariólise (Dissolução completa do núcleo) e massa interna de proteínas desnaturadas Características de Necrose e Apoptose Características Necrose Apoptose Tamanho celular Aumentado (tumefação) Reduzido (retração) Núcleo Picnose Cariorrexe Cariólise Fragmentação do tamanho de nucleossomas Membrana Plasmática Rompida Intacta: estrutura alterada, especialmente a orientação dos lipídeos Conteúdos Celulares Digestão enzimática; podem extravasar da célula Intactos: podem ser liberados em corpos apoptóticos Inflamação Adjacente Frequente Nenhuma Papel Fisiológico ou Patológico Invariável, patológico (lesão irreversível) Fisiológico. Eliminação de células indesejáveis Necrose por coagulação (= isquêmica): causada por isquemia local. É freqüentemente observada nos infartos. Há perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular devido à permanência da membrana celular. CLASSIFICAÇÃO DAS NECROSE Hipófise normal Necrose coagulativa da hipófise Necrose por liquefação: o tecido necrótico fica limitado a uma região, geralmente cavitária, havendo a presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (pus). Necrose liquefativa no SNC • É comum em infecções bacterianas; • Pode ser observada nos abscessos e no sistema nervoso central; • As células necróticas são removidas rapidamente por fagocitose em toda a área necrótica. CLASSIFICAÇÃO DAS NECROSE Necrose caseosa: tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de "queijo friável". Microscopicamente, o tecido exibe uma massa amorfa composta predominantemente por proteínas. É um tipo especial de necrose coagulativa que se instala no meio da reação inflamatória provocada por certas doenças, principalmente a tuberculose. CLASSIFICAÇÃO DAS NECROSE Necrose fibrinóide: o tecido necrótico adquire uma aspecto hialino, acidofílico, semelhante a fibrina. Pode aparecer na aterosclerose, na úlcera péptica etc. Necrose enzimática: ocorre quando há liberação de enzimas nos tecidos; a forma mais observada é a do tipo gordurosa, principalmente no pâncreas, quando pode ocorrer liberação de lipases, as quais desintegram a gordura neutra dos adipócitos desse órgão. Necrose hemorrágica: quando há presença de hemorragia no tecido necrosado; essa hemorragia às vezes pode complicar a eliminação do tecido necrótico pelo organismo CLASSIFICAÇÃO DAS NECROSE Gangrena: É uma forma especial de necrose isquêmica em que o tecido necrótico sofre modificação por agentes externos como ar ou bactérias anaeróbias, as quais promovem uma acentuada destruição protéica e putrefação. Exemplos: a) No cordão umbilical após o nascimento: fica negro e seco. b) Nas extremidades inferiores, por aterosclerose, especialmente, diabéticos, traumatismos com lesão de vasos, congelamento, etc. Gangrena diabética Gangrena por congelamento Caso Clínico 1 Paciente de 60 anos, diabético, com traumatismo, inchaço e dor na região genital, febre alta. Exames de laboratório indicam uma leucocitose maior que 50.000 cel/mm3. Exame microbiológico esclarece uma flora bacteriana mista (Gram + e -). Diagnóstico: Gangrena de Fournier. Terapêutica: Extirpação cirúrgica e administração dede antibioticoterapia. Evolução: Boa resposta do paciente. MEDICINA LABORATORIAL Proteínas liberadas no sangue após necrose são utilizadasno diagnóstico de tecidos danificados. Célula danificada Enzima sérica Músculo cardíaco Fígado Músculo estriado Pâncreas Creatinina cinase Aspartato transaminase (AST) Lactato desidrogenase (LDH-1) Alanina transaminase (ALT) Creatina cinase Amilase ABSCESSOS: Abscessos são áreas de infecção bacteriana purulenta que produzem uma nova cavidade no tecido. Esta nova cavidade resulta de uma necrose liqüefativa, por ação das enzimas proteolíticas das próprias bactérias, e dos neutrófilos atraídos para combatê-las. A necrose pode evoluir para septicemia, calcificação idiopática ou regeneração. Quando o processo supurativo é localizado chamamos abscesso, se este processo é difuso e sem pontos bem definidos teremos um flegmão e por fim se este processo supurativo preenche uma cavidade pré-formada chamaremos de empiema. LEMBRETE ENVELHECIMENTO CELULAR O envelhecimento é uma forma de degeneração celular não claramente compreendida. Possíveis causas: • Envelhecimento programado (Número limitado de divisões celulares); • Reparo ineficiente de DNA (Dano por radicais livres ou falha catabólica); • Lesões cumulativas Progeria, Síndrome de Hutchinson-Gilford Cabeça grande e calva Veias muito salientes Ausência de sobrancelhas Narinas pontiagudas Pomo de adão retraído Enfermidades cardíacas prematuras Peito atrofiado Articulações grandes e rígidas Manchas sênis Criança de 11 anos com progeria Estreitamento arterio- esclerótico das artérias coronarianas REFERÊNCIAS DE ESTUDO Robbins – Cap. I (Pág. 1 – 26; 40 - 42) Stevens - Cap. I e III (Pág. 7- 33) Kumar (Vermelho) – Cap. I (Pág. 3 – 15)
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