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Unidade I – Contabilidade e seu Campo de Aplicação

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Unidade I - Contabilidade e seu Campo de Aplicação
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Faculdade Christus
Contabilidade Introdutória I
2009.1
Unidade I – Contabilidade e seu Campo de Aplicação
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Evolução Histórica
“A Contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa” (Iudícibus, 2005, p.31)
Período Intuitivo-Primitivo
	Foi durante este período que apareceram as primeiras contas primitivas. Em sítios arqueológicos do Oriente Próximo (região da Ásia próxima ao mar Mediterrâneo, a qual engloba países como Síria, Líbano, Israel, Palestina e Iraque) foram descobertos sistemas contábeis primitivos utilizados entre 8.000 e 3.000 a.C. por civilizações pré-históricas. Utilização de fichas de barros.
	
	Desenvolvimento da Linguagem
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Evolução Histórica
Período Racional-Mnemônico
 A evolução das civilizações, impulsionada pelos Estados e pelos poderes religiosos, assim como a invenção da escrita cuneiforme pelos sumérios por volta de 3.500 a.C., serviram de mola propulsora para o desenvolvimento da Contabilidade desse período.
 Suméria – surgimento de algumas das mais ousadas técnicas de escrituração contábil da antiguidade (criação dos numerais, a revolução na contagem e na manipulação dos dados). Eram utilizadas placas de barro que posteriormente passaram a ter os seus registros transcritos de forma resumida para pranchas maiores, surgindo assim as primeiras noções do que atualmente conhecemos por Diário.
 Mesopotâmia - no ano de 2.000 a.C. os contadores da Mesopotâmia já adotavam uma espécie primitiva de razão, elaboravam demonstrações, orçamentos e até mesmo a apuração de custos. Civilização Egípcia - a criação do papiro (forma primitiva de papel, confeccionada a partir do miolo de planta de mesmo nome), permitindo a criação dos primeiros livros de escrituração; e a criação de uma moeda como base de valor, o shat de ouro e prata.
 Império Romano – destaque para a importância da Contabilidade Pública e das colônias, havendo inclusive a figura do Contador Geral do Estado, um dos profissionais mais importantes da administração pública de Roma.
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Evolução Histórica
Período Lógico Racional (Século XI a XV)
 Durante o período da Alta Idade Média (476 – 1.000), a influência da Igreja sobre as terras e a economia fizeram com que, no Ocidente Europeu, ocorresse uma estagnação na evolução social e econômica.  O Oriente, entretanto, não sofria do mesmo modo a influência da Igreja ou dos problemas gerados pelos grandes latifúndios, permitindo que fosse desenvolvido nesta região um método de registros que posteriormente seria desenvolvido na Itália sob o nome de Método das Partidas Dobradas ou Método Veneziano, uma equação onde um conjunto de créditos sempre corresponderá a um conjunto de débitos no mesmo valor.
 Não se sabe ao certo a origem da técnica descrita por Frei Luca Pacioli em sua obra Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, no entanto, alguns historiadores acreditam que as primeiras manifestações do uso das partidas dobradas ocorreram entre os séculos XII e XIII, na região do norte da Itália. A popularização desta técnica aconteceu em especial após a chamada Revolução Comercial, ocorrida entre os séculos X e XIV, quando o comércio passou a ser o grande motor do progresso econômico, exigindo uma prática contábil eficaz para registrar uma grande quantidade de movimentações financeiras.
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Evolução Histórica
Período Literário (Século XV e XVI)
 Os séculos XV e XVI foram marcados por uma forte produção literária, através da difusão de livros e livretes, proporcionados pelo advento da imprensa, aperfeiçoada pelas máquinas criadas Johannes Gutenberg.
 Estes avanços tecnológicos na maneira de se fazer publicações permitiu que surgissem os primeiros grandes trabalhos da literatura contábil. Embora alguns livros e livretes de Contabilidade já circulassem desde o século XI, uma das mais importantes obras publicadas acerca das práticas contábeis foi, sem dúvidas, o famoso Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalita, escrito pelo Frei Franciscano Luca Bartolomeo de Pacioli. A publicação destaca-se por ter sido a primeira a abordar (em sua seção Particulario de computies et Scripturis) a Contabilidade de dupla entrada, também conhecida como método das partidas dobradas ou método veneziano. Destaca-se que, apesar de não ter sido o criador do referido método, Luca Pacioli ficou marcado na história como “o pai da Contabilidade” devido a sua notória publicação.
 Neste momento da história da evolução do pensamento contábil, as principais obras de Contabilidade eram encontradas em livros matemáticos. 
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Evolução Histórica
Período Pré-Científico (Final do Século XVI a XIX)
	
	Os tratadistas de Contabilidade que surgiram após Luca Pacioli foram os precursores da primeira Escola do Pensamento Contábil, o Contismo. Ganhando força a partir das obras de Ângelo Pietra, a Escola Contista acreditava que o objeto principal da Contabilidade, ainda em estado pré-científico, era o estudo das contas. Dentre as contribuições de Pietra para a evolução de nossa ciência, destacamos a preocupação na busca das razões de conceitos, em oposição à maioria das obras existentes até então, que preocupavam-se apenas expor formas de registro e exemplos de lançamento.
 Além de Ângelo Pietra, destacaram-se na Escola Contista os seguintes autores: Leonardo Fibonacci,  Francesco di Balduccio Pegolotti, Alvise Casanova e Ludovico Flori.
 Os Avanços da Contabilidade neste momento da história não se restringiram, no entanto, à Itália, alcançando diversos outros países. A França, por exemplo, apresentou um considerável desenvolvimento de suas obras contábeis, oriundo da necessidade por informações que se gerou devido ao caos financeiro vivido naquele país durante o período. De fato, a Escola Francesa de Contabilidade chegou a exercer considerável influência sob os estudiosos contábeis da época. Países como Estados Unidos, Polônia, Suécia e Bélgica também editaram trabalhos contábeis de valor durante estes anos. 
	
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Evolução Histórica
Período Científico (Séculos XIX e XX)
	
	O período da História do Pensamento Contábil que se inicia nos meados do Século XIX teve como marco a busca dos doutrinadores pelo verdadeiro objeto de estudo da Contabilidade. O surgimento de doutrinas contrárias ao Contismo trouxeram uma noção muito mais extensa da Ciência Contábil, passando-se a buscar a explicação dos fatos patrimoniais, transformando as contas em meros instrumentos de informação e não o objeto de estudo principal da Contabilidade.
	
	Ressalta-se como acontecimento histórico importante deste período a divulgação da obra de R. P. Coffy na Academia de Ciências de Paris, na qual reclamava a posição científica da Contabilidade, a qual, para este autor, possuía como objeto de estudo o “Capital”. No entanto, devido a grande popularidade conquistada pela Escola Patrimonialista entre os estudiosos contábeis no mundo inteiro, a maior parte dos doutrinadores consideram o “patrimônio” como o objeto de estudo da contabilidade. 
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Evolução Histórica
Período Filosófico-Normativo
	
	A partir da segunda metade do último século, várias transformações de caráter científico-doutrinário ocorram na Contabilidade. As evoluções social, econômica e tecnológica vividas nas últimas décadas criaram a necessidade de desenvolvimento da disciplina contábil, o que aconteceu mediante diversos fatos históricos, dos quais figuram entre os mais importantes:
 a)Surgimento de teorias de grande valor científico;
 b)Formação de uma “Filosofia da Contabilidade”;
 c)Excesso normativo por parte do Estado e das Entidades de classe;
 d)Avanço da Tecnologia da Informação;
 e)Criação da Doutrina Neopatrimonialista, aproximando a Contabilidade da visão holística e social, expandindo o estudo contábil para as relações ambientais das células sociais.
 Este novo momento histórico pelo qual passa a Ciência
Contábil, desde a década de 1950 até os dias atuais, denomina-se de Filosófico-Normativo, nome que provém das duas correntes que se seguem paralelamente durante este período: empírico-normativa e científico-filosófica. 
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Conceito
A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa.
Ciência aplicada com metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar fenômenos que afetam situações patrimoniais, financeiras e econômicas.
A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. (FIPECAFI, 2003)
Uma empresa sem boa contabilidade é como um barco 
à deriva ao sabor dos ventos.
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Função da Contabilidade
Controle: Processo pelo qual a alta administração se certifica de que a organização está agindo em conformidade com seus planos e políticas.
A informação contábil é útil como:
Meio de comunicação;
Meio de motivação;
Meio de verificação.
Escrituração Contábil.
Elaboração e Interpretação de Relatórios.
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Objeto e Objetivo da Contabilidade
O objeto da contabilidade é o estudo do patrimônio das entidades em seus aspectos qualitativos e quantitativos.
E o objetivo pode ser estabelecido como o de fornecer informação como suporte à tomada de decisão, tanto dos usuários internos, como dos usuários externos das entidades.
Segundo o Financial Accounting Standard Board (FASB), o conselho de padrões da Contabilidade Financeira dos EUA, os objetivos da contabilidade são essencialmente pragmáticos:
Fornecer informações que sejam úteis para investidores e credores atuais e em potencial, bem como para outros usuários que a utilizem para tomada de decisão. As informações devem ser compreensíveis aos que possuem uma noção razoável dos negócios e estejam dispostos a estudar essas informações.
A divulgação financeira deve proporcionar informações aos usuários sobre o volume e a incerteza dos fluxos de caixa referentes a juros e dividendos e resgate de empréstimos.
A utilidade é função de duas características básicas:
Relevância;
Confiabilidade.
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USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
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Campo de Aplicação
Pessoas Físicas;
Entidades de Finalidades não Lucrativas;
Empresas;
Pessoas de Direito Público: União, Estados, Municípios, Autarquias.
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Relação da Contabilidade com outras Ciências
Matemática
Direito
Sociologia
Economia
Administração
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O empresário malsucedido
	O Sr. Pertinaz Rocha Dura, o feliz proprietário da pequena indústria de máquina de sorvetes Bom Gelado Ltda., não está satisfeito com o seu negócio. O dinheiro é cada vez mais difícil. “Já houve épocas melhores” diz ele.
	Normalmente, o Sr. Pertinaz critica o governo, a conjuntura econômica, os impostos elevados, a concorrência, etc.
	No momento de pagar suas contas o sócio da Bom Gelado Ltda. Deixa por último o pagamento do escritório de contabilidade. Entende ele que a contabilidade é um “mal necessário”, e ela só é feita para atender as exigências do governo. 
	O Sr. Pertinaz faz questão absoluta de não olhar os relatórios contábeis preparados pelo escritório de contabilidade. Realmente, não se conforma de ter que pagar o escritório todos os meses.
	
A que poderíamos objetivamente atribuir o insucesso da Cia Bom Gelado?
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Bibliografia
	IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2005
	MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
	MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
	FIPECAFI. Manual de Contabilidade da Sociedade por Ações. 6.ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
	SÁ, Antônio Lopes de. História Geral E Das Doutrinas Da Contabilidade.  São Paulo: Atlas, 1997.
	SCHMIDT, Paulo. Et al. Teoria da Contabilidade: Introdutória, Intermediária e Avançada. São Paulo: Atlas, 2007.
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Exercício de Fixação
A Cia KLB S/A efetuou as seguintes operações em janeiro de 2009:
compra de mercadorias a vista no valor de $650.000,00 com o ICMS destacado no preço de compra no valor de $110.500,00;
compra de mercadorias a prazo no valor de $1.285.0000,00 com ICMS destacado no preço de compra no valor de $218.450,00
pagamento de conhecimento de transporte referente ao frete de mercadorias para revenda no valor de $40.000, com ICMS destacado no valor de $5.440,00
apropriação da fatura de energia elétrica do mês no valor de $7.500,00 com ICMS destacado no valor de $1.875,00;
venda de mercadoria a prazo no valor de $850.000,00, com ICMS destacado no preço de venda no valor de $144.500,00 – CMV $510.000,00;
venda de mercadoria a prazo no valor de $670.000,00, com ICMS destacado no preço de venda no valor de $113.900,00 – CMV $402.000,00;
Obs.: (1) todos os pagamentos foram efetuados com cheque do banco ABC S/A.
 (2) a apropriação do crédito do ICMS pago nas aquisições dos serviços de energia elétrica é de 50% do imposto destacado no documento fiscal.
 (3) A empresa calcula o PIS e a COFINS pelo método cumulativo com as seguintes alíquotas sobre o faturamento: PIS – 0,65% e COFINS – 3%.
Pede-se:
Efetue os lançamentos contábeis
Apresente a apuração do ICMS a recolher.
Calcule e contabilize o PIS e a COFINS

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