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Caso concreto aula 3

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Instituição de Ensino Estácio
Graduação em Direito
Aluno: Victor Silva Evangelista 
Caso concreto aula três
Descrição
Considere a seguinte notícia, adaptada do site do Tribunal Superior do Trabalho.
Por maioria de votos, a Souza Cruz S.A. obteve, na SBDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, decisão que lhe permite manter trabalhadores no chamado “painel sensorial” de avaliação de cigarros (“provador de cigarros”). A maioria dos Ministros seguiu a divergência aberta pelo Exmo. Ministro Ives Gandra Martins Filho, no sentido de que a atividade, sendo lícita e regulamentada, não poderia ser proibida e reformou condenação que impedia a ré de contratar trabalhadores para esta atividade.
Para o Ministério Público do Trabalho, a expressão “painel sensorial” é apenas um “nome fantasia” para o que, na prática, seria “uma brigada de provadores de tabaco”, que provam cigarros da Souza Cruz e dos concorrentes com a finalidade de aprimorar o produto comercialmente. Embora a fabricação e o consumo de cigarros sejam lícitos, trata-se de atividade “sabidamente nociva à espécie humana”. Ao contestar a ação civil pública, a Souza Cruz defendeu que a avaliação de cigarros é essencial para garantir a uniformidade do produto, sendo que a técnica do “painel sensorial” é usada internacionalmente. A proibição, imposta somente a ela e não às empresas concorrentes, afetaria sua posição no mercado. Destacou, além de outros aspectos, que a adesão ao “painel sensorial” é voluntária e restrita aos maiores de idade e fumantes e que a decisão recorrida violou diversos dispositivos e princípios constitucionais, dentre eles o da livre iniciativa, o da separação dos Poderes, o do livre exercício profissional e o do direito ao trabalho.
Assim, considere que A Constituição Federal de 1988 não veda o labor em condições de risco à saúde ou à integridade física do empregado, pois garante a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, bem como o pagamento de adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas. Esta afirmativa encontra-se correta ou errada¿ Fundamente.
De acordo com a questão acima descrita, nota-se claramente o conflito de dois direitos inerentes ao individuo. O primeiro é o direito a saúde, Art. 6º caput, “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”. (Nota-se que o direito a saúde e ao trabalho estão neste mesmo caput).
O segundo é o direito a liberdade, Art. 5º caput, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes...”. 
E agora, como saberemos qual direito irá se sobressair sobre o outro? 
Para termos a plena certeza de como vamos resolver tal conflito, vamos ao inciso XIII do art. 5º caput da CFB/88 que trata a respeito de: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.”. Mesmo não tendo o seu artigo citado no final da questão, a qual estamos discorrendo, a seguinte frase pertence ao Art. 7º caput, incisos XXII e XXIII da CFB/88: “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, bem como o pagamento de adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas”. Logo, a jurisprudência da norma deixa claro que: desde que tal labor seja remunerado, não fere momento algum a Constituição, pelo contrario, ela está sendo seguida a risca, pois, o patrão está cumprindo com a mesma sem deixar espaço para futuros problemas. 
Ainda, de acordo com o art. 170 caput, nos seu inciso XVIII diz: “Busca por pleno emprego”. E o seu paragrafo único que diz: “É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.”. 
Como tais não dependem da autorização dos órgãos públicos e nem está indo contra a Constituição, a jurisprudência aplicada neste caso é que o direito a liberdade se sobressai sobre o direto a saúde, pois, o individuo não está sendo forçado a exercer tal atividade, a mesma está sendo exercida de livre e espontânea vontade do contratado que está sendo remunerado pelos seus serviços.

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