Buscar

Fichamento Sindrome de Burnout

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Produção Avançada de Trabalho Acadêmico – PATA I
Ednardo Braga de Paula – 201402421044
Síndrome de Burnout & Docentes do Ensino Superior
FORTALEZA / CE
2018
FICHAMENTO
DUTRA, Loreni Bruch et al. A SINDROME DE BURNOUT(SB) EM DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR DE INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE SANTARÉM, PA. Revista Eletrônica Tempus: Actas da Saúde Coletiva, Brasilia, v. 10, n. 3, p.115-136, set. 2016.
Qualidade de vida, em termos de saúde física e mental, é essencial para a realização plena das pessoas, tanto na vida pessoal como profissional. Entretanto, alcançar bons níveis nem sempre é tarefa fácil, em função de diversos fatores pessoais, profissionais e institucionais. Esses são evidenciados na educação, uma das áreas mais afetadas pelas transformações globais, transmutada pela rápida e profunda transição da sociedade industrial para uma economia de prestação de serviços que devasta a identidade profissional do individuo (CARLOTTO, 2010, citado por DUTRA et al, 2016, p.117). 
O mundo contemporâneo exige, do indivíduo, competências múltiplas para resolver situações complexas que se apresentam cotidianamente nas diferentes esferas de atuação, sendo imprescindíveis que todos os profissionais desenvolvam inteligências intra e interpessoais (AERTS,2008; CARLOTTO, 2007, citado por DUTRA et al, 2016, p.117).
Neste contexto de transformações, os professores tiveram que se adequar e se instrumentalizar para responder às novas demandas do mercado de trabalho, o qual exige cada vez mais habilidades como, por exemplo, saber utilizar os recursos tecnológicos, lidar com os conflitos nas relações interpessoais e apropriar-se de diversos saberes. Além disso, tem-se observado que o ambiente educativo, muitas vezes, apresenta falta de organização e, conseqüentemente, má gestão de pessoas (CARLOTTO, 2007, citado por DUTRA et al, 2016, p.117).
Somando-se a isso, tem se observado que o trabalho docente, inspirado no modelo industrial de produção em série, acabou se fragmentando, determinando que os profissionais desenvolvessem funções simultâneas e dedicassem cada vez menos tempo para aprimoramento profissional, além de reduzir seu tempo de lazer, convívio social e familiar (BARRETO et al, 2013, citado por DUTRA et al, 2016, p.117).
Freqüentemente, os professores são foco de expectativas dos alunos, pais e de diversos segmentos da sociedade que vêem, na educação, o alicerce para a vida pessoal e profissional (CARLOTTO, 2007, citado por DUTRA et al, 2016, p.118). Tal demanda social, nem sempre concretizada na educação escolar, acaba produzindo um forte mal estar, provocado por estressores psicossociais atrelados à natureza de suas funções e ao contexto institucional e social no qual essas são exercidas. Esta circunstância, em geral, leva ao esgotamento físico e emocional. (CARLOTTO, 2010, citado por DUTRA et al, 2016, p.118).
Para a Organização Internacional do Trabalho, a atividade de professor é considerada como de alto risco, sendo a segunda categoria profissional, em nível mundial, a portar doenças de caráter, evidenciando a gravidade do processo de adoecimento dos profissionais (SILVA, 2000, citado por DUTRA et al, 2016, p.118).
A síndrome pode ser avaliada por quatro dimensões: ilusão pelo trabalho, desgaste psíquico, indolência e culpa e está associada às várias características dos trabalhadores. Entre elas, sexo, idade, estado civil, filhos; características da personalidade e auto-eficácia; experiência profissional, desenvolvimento de carreira, relacionamento interpessoal, suporte social, conflitos e ambigüidade de papel, controle, sobrecarga de trabalho, pressão no trabalho, motivação no trabalho e satisfação no trabalho e o clima organizacional, contexto sociocultural e político. (GIL-MONTE, CARLOTTO, SHEILA, 2010, citado por DUTRA et al, 2016, p.118).
No Brasil, Burnout é conhecida como a síndrome de esgotamento profissional, porém ainda não é amplamente conhecida pela área médica, dificultando seu diagnóstico (BRASIL, 2001, citado por DUTRA et al, 2016, p.119).
O CESQT é uma escala que avalia como o trabalhador vivencia seu trabalho em quatro dimensões, segundo um modelo teórico de entendimento da SB: (1) ilusão pelo trabalho, entendida como a expectativa da pessoa de alcançar suas metas laborais, como fonte de realização pessoal e profissional; (2) desgaste psíquico, sinônimo de esgotamento emocional e físico determinado pelo trabalho na relação cotidiana com pessoas que possuem ou geram problemas; (3) indolência, atitudes negativas de indiferença e cinismo frente àquela clientela; e (4) culpa, decorrente da forma como se sente em relação a performance no trabalho (GIL-MONTE, CARLOTTO, SHEILA, 2010, citado por DUTRA et al, 2016, p.119).
A baixa pontuação na dimensão da “ilusão pelo trabalho” e a alta pontuação no “desgaste psíquico” correspondem às primeiras manifestações do estresse laboral crônico. Surgem, depois, atitudes negativas em relação à clientela (altos níveis de indolência). Por fm, o trabalhador pode manifestar sentimento de culpa, não sendo uma constante para todas as pessoas. Em função disso, surgem dois diferentes perfis. O perfil 1 se refere a um conjunto de sentimentos e atitudes decorrentes do estresse laboral, porém não incapacitam o sujeito para a realização de seu trabalho. Esse é caracterizado pela baixa Ilusão pelo trabalho e altos níveis de desgaste psíquico e Indolência. No perfil 2, encontra-se maior comprometimento da saúde emocional e física, sendo que, além das características do perfil 1, existe o sentimento de culpa (GIL-MONTE, CARLOTTO, SHEILA, 2010, citado por DUTRA et al, 2016, p.119).
FICHAMENTO
CARLOTTO, Mary Sandra; CÂMARA, Sheila Gonçalves. Riscos psicossociais associados à síndrome de Burnout em professores universitários. Avances En Psicologia Latinoamericana, Bogotá, v. 35, n. 3, p.447-457, 2017.
A síndrome de Burnout (sb) é um fenômeno psicossocial que surge como uma resposta crônica de diferentes países, tendo um caráter epidêmico aos estressores presentes no contexto de trabalho mundial, que extrapola as fronteiras nacionais (Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001; Leiter, Bakker, Maslach, 2014, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 448).
Na perspectiva psicossocial a sb é um tipo particular de mecanismo de enfrentamento e de autoproteção frente ao estresse gerado, principalmente na relação estabelecida entre prestadores e receptores de serviços (Gil-Monte, 2008, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 448).
O docente está exposto a diversos estressores ocupacionais que o tornam vulnerável à sb. Estressores ocupacionais são aspectos do trabalho, que geram tensão decorrente do desequilibro entre a percepção das demandas de trabalho, como um estressor e a avaliação por parte do trabalhador sobre sua capacidade em termos de conhecimentos e habilidades para manejá-lo adequadamente (Leka, Grif & Cox, 2003, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 448). 
Os estressores ocupacionais psicossociais são definidos por Cooper, Dewe & O’Driscoll (2001) como aqueles relacionados à natureza do trabalho e relações interpessoais.
No caso da docência em nível de ensino superior, essa tem sido caracterizada como uma atividade complexa do ponto de vista político, social, intelectual, psicológico e pedagógico, que se realiza no eixo formado pelo tripé ensino-pesquisa-extensão (Franco, 2001; Minter, 2009, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449). 
Suas atividades envolvem competências cognitivas, funcionais, comportamentais, éticas e políticas (Mendonça, Paiva, Padilha, & Barbosa, 2012, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449). 
A diversidade e a complexidade presentes no atual ambiente acadêmico decorrem fundamentalmente das influências das políticas educacionais e das relações entre a universidade e a sociedade. Essa dinâmica atinge a estrutura e o funcionamento da universidade e o trabalho docente (Silva, 2011, citado por CARLOTTO & CÂMARA,2017, p. 449).
Professores universitários constituem uma categoria laboral com algumas especificidades, pois trabalham com atividades acadêmicas, de investigação e de gestão em uma proporção muito variada. Por um lado, embora tenha um componente de produtividade controlada como outras profissões, suas atividades se diferenciam pelo caráter de a auto-organização e pela alta motivação intrínseca presença (Moreno-Jiménez, Garrosa, Rodríguez, Martínez & Ferrer, 2010, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449).
A atividade docente também tem sofrido um processo de corrosão das suas condições de trabalho nas últimas três décadas (Barkhuizen & Rothmann, 2008, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449).
Os salários foram defasados, os contratos de trabalho flexibilizados, a carga de trabalho aumentada e o número de níveis de ascensão profissional diminuíram ou estagnaram, a pressão para obter financiamento externo aumentou e tem sido colocada maior ênfase para a realização de publicação (Catano et al., 2010, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449).
O trabalho sob essas condições faz com que o professor gradualmente desenvolva sentimentos de inadequação no desempenho de suas tarefas e incapacidade de lidar com os estressores, gerando sentimentos de exaustão emocional (Tümkaya, 2006, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449).
 A quantidade e a gravidade dos estressores ocupacionais por um longo período de tempo podem conduzir à SB, resultando em comportamentos disfuncionais e comprometendo o desempenho ambiente acadêmico decorrem fundamentalmente e a qualidade da atividade docente (Guglielmi & Tatrow, 1998; Minter, 2009, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449).
Dentre os estressores ocupacionais associados à SB em professores, estudos têm destacado o conflito de papel (Farber, 1991; Papastylianou, Kaila & Polychronopoulos, 2009), a falta de autonomia (Yong & Yue, 2007), a sobrecarga laboral, a presença de conflitos interpessoais no trabalho e o baixo apoio social (Droogenbroeck, Spruyt & Ferrer Vanroelen, 2014). 
Vários estudos sobre SB têm sido desenvolvidos com professores, mas ainda é proporcionalmente pequena à quantidade de estudos desenvolvidos especialmente com professores universitários (Minter, 2009, citado por CARLOTTO & CÂMARA, 2017, p. 449).
FICHAMENTO
BRANCO JUNIOR, Arlindo Gonzaga et al. RELAÇÃO ENTRE A SÍNDROME DE BURNOUT E A PRÁTICA DOCENTE MÉDICA. Unimontes Cientifica, Montes Claros, v. 19, n. 2, p.126-135, 2017.
A Síndrome de Burnout foi descrita, primeiramente, por Freudenberguer em 1974, médico-psicanalista alemão, que associou essa a um sentimento de fracasso e exaustão devido a um excessivo desgaste de energia e recursos. Mas, atualmente, a definição mais utilizada é a proposta por Maslach e Jackson, em 1986, que caracterizam a síndrome em 3 vertentes: exaustão emocional, desumanização e baixa realização pessoal no trabalho (CARLOTTO, 2004, citado por BRANCO JUNIOR et al, 2017, p. 128).
A exaustão emocional imprime uma sensação de esgotamento emocional e físico, comprovando a perda de energia que impulsionava o profissional às atividades laborais.7 A despersonalização ou desumanização é manifestada pelo sentimento de repulsa emocional para com os colegas de profissão e às pessoas as quais o serviço será prestado. Ou seja, o relacionamento torna-se superficial e desprovido de afetividade, em que esse elemento é considerado uma forma defensiva da síndrome. As atividades laborais tornam-se insatisfatórias, traduzidas na redução do rendimento dessas atividades, provocando, nesse profissional, a baixa realização pessoal, tornando sua profissão uma obrigação sem sentido (MASLACH; LEITTER, 1999, citado por BRANCO JUNIOR et al, 2017, p. 128).
Portanto, Burnout é a resposta a um estado prolongado de estresse, provocado quando os métodos de enfrentamento falharam ou foram insuficientes tendo, portanto, o carácter sempre negativo (JACQUE, 2002, citado por BRANCO JUNIOR et al, 2017, p. 128).
Os indivíduos que trabalham diretamente com pessoas, principalmente as expostas ao estresse crônico, são altamente susceptíveis a essa síndrome, como por exemplo, os profissionais da saúde que atuam em três importantes vias: as relacionadas às doenças da sociedade, às necessidades dos indivíduos que procuram por estes profissionais e das necessidades de si próprio. Outro grupo de risco ao Burnout é a docência, que traz o mesmo aspecto de inter-relação pessoal, que desempenha a função de formação intelectual e desenvolvimento dos estudantes, tarefa essa árdua e estressante (MAGALHAES et al 2014 citado por BRANCO JUNIOR et al, 2017, p. 128).
Em relação ao nível de graduação, algumas pesquisas evidenciam maior disposição ao Burnout nos indivíduos com maior graduação. Na amostra houve uma porcentagem de 68% dos profissionais com mestrado e doutorado, que explica tal vulnerabilidade. A realização pessoal no trabalho é um fator que se mostrou primordial nesta pesquisa, pois se percebeu que esses docentes médicos se sentem ainda realizados, com vitalidade e amor pelo que fazem, mesmo com a grande maioria apresentando moderada insatisfação com a remuneração (64%). Este fator não foi determinante para afetar a profissão de modo a estabelecer a Síndrome (MCMANUS et al 2004, citado por BRANCO JUNIOR et al, 2017, p. 133).
Carlotto (2003), citado por Branco Júnior et al (2017, p.133) tenta exemplificar em seu artigo, meios de intervenção para evitar a síndrome nos professores. Ele destaca as palestras em que seriam abordados os possíveis fatores de estresse relacionados ao trabalho e a possibilidade de desenvolvimento deste tipo de estresse ocupacional de caráter crônico, tendo em vista que só é percebido como transtorno em sua fase final, quando sintomas psicossomáticos já se encontram consolidados.

Outros materiais