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CCE0226 Instalações Prediais - Hidráulicas Profa. M.Sc. Maria Letícia C. L. Beinichis Curso – Arquitetura e Urbanismo Instalações Prediais - Hidráulicas Conteúdo Programático Unidade 1 – Normas Técnicas Brasileiras pertinentes ao tema. 1.1 Normas para instalações de água fria. 1.2 Normas para instalações de água quente. 1.3 Normas para instalação de águas servidas. 1.4 Normas para instalações de combate à incêndio. 1.5 Normas para instalações de gás encanado. Unidade 2 – Noções básicas de nomenclatura e materiais para instalações hidráulicas. 2.1 Nomenclatura dos diversos elementos e componentes das redes de instalações hidráulicas em geral. 2.2 Principais materiais constituintes das tubulações e conexões das redes de instalações hidráulicas. Conteúdo Programático Unidade 3 – Dimensionamento de Redes de Água Potável (fria e quente). 3.1 Dimensionamento de redes de Água Fria 3.2 Dimensionamento de redes de Água Quente. 3.3 Dimensionamento de aquecedores de passagem, de acumulação e solar. Unidade 4 – Dimensionamento de Águas Servidas (esgoto sanitário). 4.1 Dimensionamento de redes de Esgotamento Sanitário. Unidade 5 – Fundamentos Teóricos para Reaproveitamento de ÁguasPluviais / Servidas. 5.1 Instalações de redes de reaproveitamento de Águas Pluviais. 5.2 Instalações de redes de reaproveitamento de Águas Servidas (esgoto sanitário). Instalações Prediais - Hidráulicas Normas e Conceitos Os Sistemas Prediais são sistemas físicos que tem a função de suprir a edificação dos insumos necessários às atividades dos usuários. Relação entre os Insumos e os Sistemas Prediais • Instalações elétricas (NBR 5410/04 Errata 1/08) • Instalações de gás (NBR 15526/09 Emenda 1/12) Energia • Instalações de água fria e quente (NBR 5626/98) • Instalação de esgoto (NBR 8160/99) Água • Instalação de prevenção e combate à incêndio. Segurança • Sistema de condicionamento de ar • Sistema de iluminação Conforto • Elevadores e/ou escadas rolantes Transporte • Sistema de telecomunicações Comunicações • Automação de escritórios • Automação predial Automação Normas e Conceitos A Norma Técnica que orienta o projeto, execução e manutenção das Instalações Prediais de Água Fria é a NBR 5626:1998. NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria Esta Norma é aplicável à instalação predial que visa o uso doméstico da água em diferentes tipos de edificações, residenciais ou não. Por uso doméstico da água entende-se a utilização de água potável e de água não potável. Ela traz além dos parâmetros a serem seguidos quanto ao projeto, execução e manutenção de Instalações Prediais de Água fria, a definição dos principais termos utilizados na área e os materiais e componentes disponíveis no mercado. Normas e Conceitos Os requisitos a serem cumpridos pelas Instalações Prediais de Água Fria, durante a vida útil da edificação são: • Preservar a potabilidade da água; • Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes; • Promover economia de água e energia; • Possibilitar manutenção fácil e econômica; • Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; • Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais exigências do usuário. Normas e Conceitos Conforme a NBR 5626:1998, Instalação Predial de Água Fria é “o sistema composto por tubos, reservatórios, peças de utilização, equipamentos e outros componentes, destinado a conduzir água fria da fonte de abastecimento aos pontos de utilização”. Por água fria entende-se água em temperatura ambiente. O projeto de instalações prediais deve ser conduzido em paralelo ao projeto arquitetônico, estrutural, fundações e demais projetos da edificação. Esse desenvolvimento concomitante garante a compatibilidade entre os requisitos técnicos e econômicos envolvidos. Classificação das Edificações As edificações podem ser classificadas quanto aos seus diversos usos: a. Residenciais; b. Não residenciais; c. Mistas. As edificações residenciais podem ser, quanto o tempo de ocupação de suas unidades – permanentes ou transitórias. As edificações residenciais permanentes são: • Unifamiliares – quando existe apenas uma unidade; • Multifamiliáres – quando existirem duas ou mais unidades (apartamentos). As edificações residenciais transitórias podem ser: hotéis, motéis, flats, internatos, pensionatos, asilos. Classificação das Edificações As edificações não residenciais são aquelas destinadas a: • Uso industrial; • Locais de reunião – creches, escolas, colégios, universidades, auditórios, cinemas, ginásios esportivos, halls de convenções, circos, estádios, parques de diversões, teatros; • Comércio, negócios e atividades profissionais – bancos e lojas comerciais; • Estabelecimentos hospitalares e laboratórios; • Usos especiais diversos – depósitos de armazenagem, estacionamentos, postos de serviços de abastecimento de veículos, etc. As edificações mistas abrigam atividades de diferentes usos no mesmo prédio, residencial ou não residencial. Sistema Predial de Água Fria Para haver suprimento de água às edificações são necessários 02 (dois) sistemas: Sistema de Abastecimento Sistema de Distribuição O Sistema de Abastecimento é responsável por trazer água até o limite do terreno da edificação. É constituído de Fontes de Captação – rede pública e fontes privadas, e tubulações de alimentação. O Sistema de Distribuição, por fazê-la chegar até os pontos de consumo. É constituído por conjunto de tubulações dentro dos limites do terreno da edificação. Sistema Predial de Água Fria O Sistema de Abastecimento de água possui 02 (duas) fontes: • Rede pública de abastecimento; • Sistema privado. Quando a alimentação for pela Rede pública, a edificação terá sua entrada de água ocorrendo por meio do ramal predial, executado pela Concessionária Pública responsável pelo abastecimento, que interliga a rede pública de distribuição de água à instalação predial. Quando for utilizado sistema privado, como água proveniente de poços, o órgão público responsável pelo gerenciamento dos recursos hídricos deverá ser consultado previamente. No Ceará é a COGERH – Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos. Quando houver utilização simultânea de água fornecida pela Concessionária e de outra fonte de abastecimento, o projeto deve prever meios de impedir o refluxo da água proveniente de fonte particular para a rede pública. Sistema Predial de Água Fria Sistema Predial de Água Fria Sistemas de Distribuição de Água São 03 (três) sistemas de distribuição de água: a. Sistema de Distribuição Direta; b. Sistema de Distribuição Indireta; c. Sistema de Distribuição Mista. A escolha do tipo de sistema a ser utilizado ocorrerá conforme a realidade local de abastecimento de água e as características da edificação que está sendo projetada. Sistema Predial de Água Fria Esse sistema apresenta baixo custo de execução, porém, elevado risco de desabastecimento – caso ocorra interrupção no fornecimento na rede pública não haverá água na edificação. a. Sistema de Distribuição Direta Sistema cuja alimentação da rede predial ocorre de forma direta da rede pública de abastecimento. Não há reservatório inferior ou superior e a distribuição é feita de forma direta,ou seja, os pontos de consumo recebem provimento de água diretamente da rede pública. Sistema Predial de Água Fria b. Sistema de Distribuição Indireta Nesse sistema a distribuição de água é feita por meio de reservatórios que minimizam os eventuais problemas de irregularidades no abastecimento de água e variações de pressões da rede pública. O sistema de distribuição indireta pode ocorrer de 03 (três) formas – Sistema indireto sem bombeamento, Sistema indireto com Bombeamento e Sistema indireto hidropneumático. b.1. Sistema indireto sem bombeamento Sistema que utiliza reservatórios superior para a distribuição de água. Os reservatórios são abastecidos a partir da rede pública, cuja pressão de escoamento é suficiente para fazer chegar água até o reservatório. Utiliza a gravidade para abastecer os pontos de consumo, desta forma necessita, obrigatoriamente, que os reservatórios estejam em altura superior a qualquer ponto de consumo. Sistema Predial de Água Fria b.1. Sistema indireto sem bombeamento É um sistema que garante a continuidade de abastecimento de água, sua grande vantagem. É bastante utilizado em edificações até 03 (três) pavimentos, ou 09 (nove) metros de altura total até o reservatório. Sistema Predial de Água Fria b.2. Sistema indireto com bombeamento Sistema que utiliza reservatório inferior de onde a água é bombeada e sobe até o reservatório superior por meio de um sistema de recalque. É normalmente utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente para abastecer diretamente o reservatório superior. Sistema Predial de Água Fria b.3. Sistema indireto hidropneumático Sistema que utiliza um equipamento para pressurização da água a partir de um reservatório inferior. É normalmente utilizado há necessidade de pressão em determinado ponto da rede, que não pode ser obtida pelo sistema indireto por gravidade, ou quando por razões técnicas e econômicas não é possível construir um reservatório superior. É um sistema mais caro que os anteriores e que exige cuidados especiais quanto à manutenção. Sistema Predial de Água Fria c. Sistema de Distribuição Mista Sistema cuja alimentação da rede predial ocorre parte diretamente pela rede pública e parte pelo reservatório superior. É o mais usual sistema de distribuição e tem a vantagem de alguns pontos de consumos poderem ser alimentados diretamente pela rede pública, como torneiras externas, tanques em áreas de serviço, etc, não consumindo água do reservatório elevado. Sistema Predial de Água Fria Uma Instalação predial de água fria é constituída das seguintes partes: a. Subsistema de alimentação: • Ramal predial; • Cavalete (hidrômetro); • Alimentador predial, b. Subsistema de reservação • Reservatórios inferior e superior (ou elevado); • Sistema de recalque; c. Subsistema de distribuição interna • Barrilete; • Colunas de distribuição; • Ramais e sub-ramais de distribuição. Sistema Predial de Água Fria Sistema Predial de Água Fria Sistema Predial de Água Fria Partes da instalação predial de água fria: Ramal predial – tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento de água e a extremidade a montante do alimentador predial ou de rede predial de distribuição. Cavalete (hidrômetro) – tubulação que liga o hidrômetro (medidor de consumo) ao registro de gaveta, quando do fornecimento de água por sistema público. Alimentador predial – tubulação que liga o registro da calçada ao registro de gaveta e cavalete. Reservatório inferior – reservatório que serve para armazenar água para o bombeamento para o reservatório elevado. Sistema de recalque – conjunto de motor-bomba que eleva a água do reservatório inferior para o reservatório superior (ou elevado). Reservatório superior – reservatório de armazenamento de água para provimento de toda instalação predial de água. Sistema Predial de Água Fria Partes da instalação predial de água fria: Barrilete – tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição ou tubulação diretamente ligada ao ramal predial (ou fonte de abastecimento particular). Colunas de distribuição – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais. Ramais – tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. Sub-ramais de distribuição – Tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização. Reservatórios Os reservatórios, são importantes elementos da instalação predial de água fria. Possuem a função de armazenar água para utilização nos pontos de consumo por meio da gravidade evitando, dessa forma, a descontinuidade no abastecimento de água. Os reservatórios também influenciam na manutenção do padrão de potabilidade da água. Por essa razão, cuidado especial deve ser dedicado ao projeto no sentido de escolher os materiais corretos, definição da forma e dimensões do reservatório (capacidade de abastecimento), modo de instalação e operação. É função do arquiteto compreender a importância e necessidade dos reservatórios na edificação que está projetando, bem como suas características técnicas necessárias, de forma a desenvolver uma solução que garanta a harmonia entre os aspectos técnicos e estéticos do projeto. Reservatórios Aspectos referentes à projeto Os reservatórios podem ter abastecimento direto da Rede Pública ou por bombeamento. No primeiro caso a altura do reservatório não deve exceder 9m, em função da pressão com que a água chega da Rede Pública té a edificação. Caso seja necessária a utilização de bomba, deverá existir um reservatório inferior que abrigará o sistema de recalque, e um reservatório superior para abastecer os pontos de consumo por gravidade. Reservatórios com necessidade de maior capacidade de armazenamento (acima de 4.000l) devem ser divididos em dois ou mais compartimentos, que se comunicam por meio dos barriletes. Durante o dimensionamento deve-se verificar a necessidade de reserva de incêndio. Deve-se prever uma altura adequada (H) para o barrilete, de forma a facilitar o acesso ao reservatório e a manutenção das tubulações. Reservatórios Tipos de reservatórios a. Reservatório moldado in loco São os reservatórios executados na própria obra, sendo de concreto armado, alvenaria, etc. Para seu dimensionamento tem-se: V = A x h a. Reservatório industrializado Podem ser de fibrocimento, metal, polietileno ou fibra de vidro. Atendem necessidades variadas, até 25.000l, em média. NBR 14799 e NBR 14800 Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização no terreno • Enterrado; • Semi-enterrado ou semi- apoiado (altura líquida com uma parte abaixo do nível do terreno); • Apoiado (laje de fundo apoiada no terreno); • Elevado (reservatório apoiado em estruturas de elevação); • Stand pipe (reservatório elevado com a estrutura de elevação embutida de modo a manter contínua o perímetro da secção transversal da edificação). Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização no terreno Quando se tratar de reservatórios industrializados, devem ser seguidos os seguintes cuidados no posicionamento da peça: Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização no terreno Quando se tratar de reservatórios industrializados, devem ser seguidos os seguintes cuidados no posicionamento da peça: Assentamentos incorretos Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior • Pode ser alimentado diretamente pela Rede Pública ou porsistema de recalque. • Quando abastecido diretamente pela Rede Pública, deve estar fisicamente localizado próximo aos pontos de consumo, para redução das perdas de carga e economia. • Para edificações de pequeno porte, os reservatórios podem ser localizados sob o telhado. Porém, acima de 2.000l, deve ser projetado sobre o telhado, com estrutura em madeira ou concreto que sirva de apoio e transmita as cargas às vigas e paredes mais próximas. Em edificações acima de 03 (três) pavimentos, o reservatório é geralmente posicionado sobre a caixa da escada, devido à estrutura de pilares existente. Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior Deve haver espaço livre de, no mínimo, 30 cm acima do nível máximo da água. O fundo do reservatório deve estar, no mínimo, a 80 cm do último teto. A saída do barrilete deverá estar localizada, no mínimo, a 10 cm do fundo do reservatório, conforme a reserva de incêndio e limpeza. Corte de um reservatório superior Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior 1. Tubo de entrada: para armazenamento da água no reservatório; 2. Tubo de saída: para distribuição da água nos pontos de consumo; 3. Tubo extravasor ou ladrão: Para escoamento de eventual excesso de água; 4. Tubo de limpeza: para escoamento da água após a limpeza do reservatório. 1 4 3 2 Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior Reservatório sob o telhado (< pressão no chuveiro) Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior Reservatório sobre o telhado (>pressão no chuveiro) Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação a. Reservatório superior Reservatório distante dos pontos de consumo < pressão no chuveiro > pressão no chuveiro Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação b. Reservatório inferior Esse tipo de reservatório é necessário para edificações acima de 03 (três) pavimentos, onde há necessidade de instalação de um sistema de recalque (motor- bomba). Deve ser instalado em local de fácil acesso, isolado e afastado de tubulações de esgoto (mínimo 5m). No subsolo deve ter as tampas elevadas pelo menos 10 cm em relação ao piso acabado para evitar contaminação pela infiltração de água. O projeto deve prever espaço para a casa de bombas, ou sistema elevatório, com área para instalação de 02 (dois) conjuntos de bomba, sendo um reserva. No nível do reservatório Bomba afogada Acima do reservatório Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação b. Reservatório inferior Reservatórios Classificação dos reservatórios – Quanto a localização na edificação b. Reservatório inferior Corte de um reservatório inferior Estimativa de população e consumo de água fria Informações prévias ao projeto de instalação predial Arquiteto: • Estudo do terreno e disposição dos postes da rua (posteação da rua) para definição da localização do conjunto hidrômetro, medidor de energia elétrica, caixa de correspondência, campainho com interfone e câmara de circuito fechado de TV (CFTV); Projetista • Características do consumo predial – volumes, vazões máximas e médias, características da água, etc. • Características da oferta de água – por meio de consulta prévia à Concessionária de água – disponibilidade de vazão, faixa (ou regime) de variação das pressões, constância do abastecimento, etc. • Necessidades de existência de reserva de água (reservação), inclusive para combate a incêndio; • No caso de captação local de água, as características da água, a posição do nível do lençol subterrâneo e a previsão quanto ao risco de contaminação. Estimativa de população e consumo de água fria Reservação de água O tamanho e portanto, a capacidade de um reservatório é definida levando em consideração o padrão de consumo de água da edificação e, caso esteja disponível, a frequência e duração das interrupções no fornecimento. Para residência de pequeno porte a reserva mínima é de 500 l. Para a reserva máxima (volume máximo) atentar para: • Garantia da potabilidade no período médio de armazenamento em utilização normal; • Atendimento ao regulamento ou legislação que defina o volume máximo de reserva. Quando não há informações precisas e considerando a possibilidade de interrupção no abastecimento, é recomendável dimensionar os reservatórios para suportar 02 (dois) dias de consumo. Estimativa de população e consumo de água fria Consumo de água Varia conforme o acesso ao abastecimento de água e aspectos culturais da população. Na falta de informações mais precisas, pode-se adotar um consumo per capita (por pessoa), por dia, de 200l de água. Consumo diário de água de uma edificação São informações necessárias para o definição do consumo díário de água de uma edificação: • Pressão e vazão nos pontos de consumo; • Quantidade e frequência de utilização dos aparelhos; • População; • Condições sócio-econômicas; • Clima; Etc. Algumas dessas informações, entretanto, são de difícil apropriação. Por isso, na ausência de critérios e informações, utilizam-se tabelas para o cálculo do consumo. Estimativa de população e consumo de água fria Consumo diário de água de uma edificação Cd = P x q onde, Cd é o consumo diário em l/dia P é a população q é o consumo per capita (l/dia) O consumo per capita é definido a partir da taxa de ocupação: Natureza do Local Taxa de Ocupação Residências e apartamentos Duas pessoas por dormitório Uma pessoa por quarto de serviço Bancos Uma pessoa por 5 m2 de área Escritórios Uma pessoa por 6 m2 de área Lojas (pavimento térreo) Uma pessoa por 2,5 m2 de área Lojas (pavimento superior) Uma pessoa por 5 m2 de área Shopping Center Uma pessoa por 5 m2 de área Museus e bibliotecas Uma pessoa por 5,50 m2 de área Salões de hotéis Uma pessoa por 5,5 m2 de área Restaurantes Uma pessoa por 1,4 m2 de área Teatro, cinemas e auditórios Uma cadeira para cada 0,70 m2 de área Hospital Oito pessoas por m2 de área Estimativa de população e consumo de água fria Consumo diário de água de uma edificação Com o número de pessoas por m2 de área, de acordo com o tipo de edificação, calcula-se o consumo predial diário: Estimativa de população e consumo de água fria Consumo diário de água de uma edificação CR = 2 x Cd onde, CR é o Capacidade total do Reservatório (em litros) Cd é o consumo diário (litros/dia) Para reservatórios domiciliares comuns, em edificações térreas ou até 03 (três) pavimentos, é comum a seguinte distribuição do volume de água: 60% da CR – Reservatório Inferior 40% da CR – Reservatório superior Estimativa de população e consumo de água fria Reserva Técnica de Incêndio (RTI) Conforme a NT 006-2008 - Sistema de hidrantes para combate a incêndio e NT 008- 2008 - Carga de Incêndio nas edificações e áreas de risco, tem-se: Os volumes acima devem ser acrescidos de 600 x n° de pontos de hidrantes para compor a RTI. Não necessitam de Reserva Técnica de Incêndio edificações até 750m2 de área respeitando a classificação de risco, e as casas térreas e sobrados. Estimativa de população e consumo de água friaConsumo diário de água de uma edificação – Exercício Calcular a capacidade dos reservatórios de um edifício residencial de 10 pavimentos, com 2 apartamentos por pavimento, sendo que cada apartamento possui 2 quartos e uma dependência de empregada. Adotar reserva de incêndio de 10.000 litros, prevista para ser armazenada no reservatório superior. Estimativa de população e consumo de água fria Consumo diário de água de uma edificação – Exercício Calcular a capacidade dos reservatórios de um edifício residencial de 10 pavimentos, com 2 apartamentos por pavimento, sendo que cada apartamento possui 2 quartos e uma dependência de empregada. Adotar reserva de incêndio de 10.000 litros, prevista para ser armazenada no reservatório superior. Cd = P× q Adota-se: 2 pessoas/quarto 1 pessoa/quarto empregada P = (2 × 2) + 1 = 5 pessoas/apto × 20 aptos P = 100 pessoas Cd = 100 × 200 l/dia = 20 000 l/dia CR = 2 × Cd CR = 2 × 20 000 = 40 000 l CR (superior) = (0,4 × 40 000) + 10 000 l = 26.000 l CR (inferior) = 0,6 × 40 000 = 24.000 l Estimativa de população e consumo de água fria Dimensionamento de reservatórios mondados in loco V = A x h V – Volume, ou seja, a capacidade do reservatório (m³) A – Área do reservatório (m²) h – Altura do reservatório (m) Exemplo:Qual deve ser a altura da lâmina de água de um reservatório de 7.200l cujas dimensões em planta são 2,0x3,0m? V = 7.200 litros = 7,2 m³ V = A × h 7,2 = (2,0 × 3,0) × h → h= 1,2 m Dimensionamento de reservatórios industrializados Capacidade definida pelo fabricante – de 310l à 5.000l. Rede de Distribuição e suas partes A Rede de Distribuição é composta pelo conjunto de tubulações que fazem a ligação do reservatório da edificação até os pontos de consumo. Pressupõem- se, desta forma, a existência de um sistema de abastecimento indireto, quer tenha ou não abastecimento. É aconselhável dividir os pontos de consumos em canalizações diferentes: banheiro deve ser alimentado por uma tubulação, cozinha e área de serviço por outra. Essa medida traz economia para a instalação predial de água fria, pois quanto menos pontos de consumo uma canalização tiver, menor será seu diâmetro e seu valor financeiro. A Rede de Distribuição é composta por: • Barrilete; • Colunas, Ramais e Sub-ramais. Rede de Distribuição e suas partes Rede de Distribuição e suas partes Barrilete Conforme a NBR 5626:1998 é o conjunto de tubulações que “se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento particular.” Podem existir dois tipos de barrilete: a) Concentrado Abriga os registros de operação em um área restrita, o que facilita a segurança e controle do sistema , pois é possível criar um local fechada (mesmo com dimensões maiores) para essa instalação. Rede de Distribuição e suas partes Barrilete Rede de Distribuição e suas partes Barrilete b) Ramificado Possibilita uma quantidade menor de tubulações junto ao reservatório, sendo portanto, mais econômico. Permite ainda registros mais espaçados e colocados antes do início das colunas de distribuição. Rede de Distribuição e suas partes Barrilete Rede de Distribuição e suas partes Colunas, ramais e sub-ramais Conforme a NBR 5626:1998: Coluna de distribuição é a tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais Ramal e a tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. Sub-ramal é a tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização. Rede de Distribuição e suas partes Colunas, ramais e sub- ramais Orientações de projeto: • Utilize coluna exclusiva para válvulas de descarga. Isso evita interferências com os outros pontos de utilização. • Em instalação de água quente não ligar o aquecedor a um ramal servido por coluna que também atenda um ramal com válvula de descarga. Rede de Distribuição e suas partes Materiais, dispositivos e peças de utilização do Sistema Predial de Água Fria Para que a distribuição da água ocorra de forma contínua e guarde os requisitos previstos na NBR 5626:1998, a escolha adequada dos materiais, dispositivos e peças de utilização das instalações. Os vários componentes das instalações – tubos e conexões, válvulas, registros, hidrômetros, bombas, reservatórios, etc – podem ser de diversos materiais, como PVC rígido (soldável ou roscável), aço galvanizado, cobre, etc. A escolha será realizada com base nos parâmetros fixados pelas normas brasileiras e nas características da edificação, da água e custo. A falta de respeito às normas técnicas, deficiências de materiais (baixa qualidade), mão de obra sem qualificação, além de eventual negligência dos projetistas e construtores, pode comprometer sobremaneira a qualidade da obra e gerar vícios construtivos. Rede de Distribuição e suas partes Dispositivos de controle de fluxo São elementos das instalações que servem para controlar, interromper e estabelecer o fornecimento de água nas tubulações e nos aparelhos sanitários. São produzidos em diversos materiais, normalmente bronze, ferro fundido, latão e PVC. São eles: • Torneiras; • Misturadores; • Registros de gaveta – permitem abertura ou fechamento de passagem de água pelas tubulações; • Registros de pressão – utilizados onde é necessária a regulagem da vazão, como chuveiros, duchas, torneiras, etc. • Válvulas de descarga – nas instalações de bacias sanitárias; • Válvulas de retenção – utilizada para regular o sentido do fluxo da água nas tubulações; • Válvula de alivio ou redutora de pressão – mantém constante a pressão de saída da tubulação, já reduzida a valores adequados. Rede de Distribuição e suas partes Dispositivos de controle de fluxo Torneira Registro de pressão Válvula de retenção Misturador
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