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1.ª GERAÇÃO DO ROMANTISMO A primeira geração (nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto Alegre. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do exílio, I-Juca-Pirama. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo. 1.ª Geração Romântica (Principais Poetas) Gonçalves de Magalhães: Gonçalves de Magalhães é considerado o introdutor do romantismo no Brasil, sendo o responsável pela nossa primeira publicação romântica: Suspiros poéticos e saudades (1836). Seu livro e data de publicação foram escolhidos pela história da literatura como marco inicial do movimento romântico brasileiro. Em Paris, Gonçalves de Magalhães fundou, juntamente com Porto Alegre, Sales Torres e Pereira da Silva, a Niterói, revista brasiliense, também em 1836. Nesta revista, Magalhães provou sistematicamente os ideais do novo movimento e o repúdio aos modelos clássicos, sobretudo o referente à mitologia pagã. Uma das coisas vinculadas pela revista foi o ensaio redigido por Gonçalves de Magalhães “Sobre a História da Literatura do Brasil”, espelho da consciência crítica do grupo compilador da Niterói, que trata de uma retomada com algumas ampliações de toda a nossa história cultural descrita por alguns escritores estrangeiros. O prólogo de Suspiros Poéticos e Saudades é considerado o primeiro manifesto teórico do nosso Romantismo. Reparem no nacionalismo, ideal pátrio e religiosidade expressa nas suas últimas palavras: “Vai [livro]; nós te enviamos, cheio de amor pela Pátria, de entusiasmo por tudo o que é grande, e de esperanças em Deus, e no futuro.” Porém, Magalhães foi apelidado como “O Romântico Arrependido”, pois ainda que teorizasse como romântico, continuava escrevendo com influência da cartilha clássica. OBRA Teatro Antonio José ou O Poeta e a Inquisição (1838) Olgiato (1839) Poema épico Confederação dos Tamoios (1856). *Esta publicação foi motivo de polêmica com José de Alencar, que contestou a validade de uma forma já ultrapassada, bem como o paradoxo que a obra de Magalhães instaura ao defender tanto o índio com o catequizador, dubiedade não permitida pela estrutura épica. Poesia Lírica: Suspiros Poéticos e Saudades (1836) Outros Os mistérios (1857) Fatos do Espírito Humano, tratado filosófico (1858) Urânia, poesias (1862) Cânticos fúnebres, poesias (1864) A alma e o cérebro, ensaios (1876) Comentários e pensamentos (1880) Gonçalves Dias: Se Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil, Gonçalves Dias foi quem consolidou de fato o movimento, fundamentando as bases de uma poesia realmente brasileira, servindo, inclusive, de modelo para os períodos posteriores, sobretudo o Modernismo. Maranhense e filho de português com cafusa (mestiça de negro e índio), Gonçalves Dias dizia ser descendente das três raças que formaram a etnia brasileira. Tal origem parece ter influenciado na construção de uma obra que buscou conquistar uma identidade estritamente brasileira. Não é a toa que Gonçalves Dias é um dos maiores expoentes de nossa literatura indianista, já que com ele, segundo Alfredo Bosi, “o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou por fazer-se verdade artística” (História concisa da literatura brasileira, 2006, p. 105). É de Gonçalves Dias também a iniciativa de escrever, após pesquisas na Amazônia, um Dicionário da Língua Tupi (1858). Além da poesia indianista, o poeta versou sobre vários outros temas, produzindo poesia religiosa, poesia saudosista, poesia egótica e lirismo amoroso; multiplicidade que comprova a riqueza temática de sua obra. Sua simpatia pelo índio deriva, além do fato de ter descendência indígena, da sua convivência com os indígenas durante parte de sua infância no Maranhão. É importante ressaltar, ainda, que, ao contrário de Alencar que concebia o colonizador com certa simpatia, Gonçalves Dias abominava-o, vendo como símbolo do terror e da exploração indígena. No que se refere à sua literatura indianista, Gonçalves difere-se potencialmente do grupo de Magalhães ao conferir à sua poesia ritmo e cadência ágeis, com versos breves e bem construídos, em contraposição aos versos mais prosaicos e menos trabalhados de Magalhães. Reparem na força do ritmo nestes versos retirados do poema “I-Juca Pirama” (que significa “aquele que vai morrer”), do poeta maranhense: “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.” “I-Juca Pirama”, que narra a história do índio Tupi que é aprisionado pelos inimigos timbiras, é considerado o poema épico indianista mais perfeito da literatura brasileira. A expressão do ritmo, em Gonçalves Dias, é uma das características mais marcantes de sua poesia. O poeta soube empregar sabiamente todos os metros poéticos existentes na língua portuguesa. Em A Tempestade temos um inigualável exemplo deste virtuosismo, pois nesta composição o poeta faz uso desde o verso dissílabo ao extenso alexandrino, intercalando versos curtos e longos como se reproduzisse no ritmo o aumentar e diminuir da tempestade. Abaixo, selecionamos alguns trechos desta obra, na qual está facilmente identificada a relação interdependente entre a forma e o conteúdo: Um raio Fulgura No espaço Esparso, De luz; E trêmulo E puro Se aviva, S’esquiva Rutila, Seduz! [...] Um ponto aparece, Que o dia entristece, O céu, onde cresce, De negro a tingir; Oh! vede a procela Infrene, mas bela, No ar s’encapela Já pronta a rugir! Não solta a voz canora No bosque o vate alado, Que um canto d’inspirado Tem sempre a cada aurora; É mudo quanto habita Da terra n’amplidão. A coma então luzente Se agita do arvoredo, E o vate um canto a medo Desfere lentamente, Sentindo opresso o peito De tanta inspiração. [...] Um som longínquo cavernoso e ouco Rouqueja, e n’amplidão do espaço morre; Eis outro inda mais perto, inda mais rouco, Que alpestres cimos mais veloz percorre, Troveja, estoura, atroa; e dentro em pouco Do Norte ao Sul, — dum ponto a outro corre: Devorador incêndio alastra os ares, Enquanto a noite pesa sobre os mares. [...] Cresce a chuva, os rios crescem, Pobres regatos s’empolam, E nas turvas ondas rolam Grossos troncos a boiar! O córrego, qu’inda há pouco No torrado leito ardia, É já torrente bravia, Que da praia arreda o mar. [...] Nas águas pousa; E a base viva De luz esquiva, E a curva altiva Sublima ao céu; Inda outro arqueia, Mais desbotado, Quase apagado, Como embotado De tênue véu. [...] A folha Luzente Do orvalho Nitente A gota Retrai: Vacila, Palpita; Mais grossa Hesita, E treme E cai. Na poesia lírico-amorosa o tema do amor é tratado de maneira pessimista e trágica, tendo como motivo principal o “amor não correspondido”. Tal visão é analisada por parte da crítica como decorrente de uma frustração amorosa pessoal do poeta. O poeta teve seu pedido de casamento negado pelo pai de Ana Amélia por motivos de preconceito com relação à sua core à sua posição social. É neste segmento de sua poesia que encontramos alguns lugares-comuns do romantismo, tais como pessimismo, individualismo, sentimentalismo, insatisfação. Entre as poesias de sua lírica amorosa destacamos “Se se Morre de Amor”, “O Vate”, “Lira Quebrada” e “A Minha Musa”. A poesia saudosista de Gonçalves Dias é marcada pela contemplação da natureza como manifestação divina e como confidente das angústias, saudades e solidão do poeta. Exemplo clássico desta poesia é a famosa “Canção do Exílio”. REFERÊNCIAS http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_no_Brasil http://www.qieducacao.com/2010/10/1-geracao-romantica-principais-poetas.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo
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