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Aula13 Apostila1 2E265AOINW

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO 
 
Direito Administrativo 
 
Improbidade Administrativa 
Lei nº 8.429/92 
 
Professor Edson Marques 
 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Direito Administrativo 
Tribunal Regional Federal da 1ª Região 
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Edson Marques 2 
 
SUMÁRIO 
 
1.1 Improbidade Administrativa .................................................................. 3 
1.2 Sujeitos da Improbidade ....................................................................... 6 
1.3 Agentes políticos ................................................................................. 7 
1.4 Agentes administrativos ..................................................................... 11 
1.5 Servidores públicos ............................................................................ 12 
1.6 Empregados públicos ......................................................................... 12 
1.7 Servidores temporários ...................................................................... 13 
1.8 Agentes delegados ............................................................................. 13 
1.9 Agentes honoríficos ............................................................................ 13 
1.10 Agentes credenciados......................................................................... 13 
1.11 Outros .............................................................................................. 14 
1.12 Terceiro ............................................................................................ 14 
1.13 Espécies ou modalidades .................................................................... 15 
1.14 Ato de improbidade que importe em enriquecimento ilícito ..................... 15 
1.15 Ato de improbidade que causa lesão ao erário ....................................... 17 
1.16 Ato de improbidade decorrente da concessão ou aplicação indevida de 
benefício financeiro ou tributário.......................................................... 19 
1.17 Ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração ...... 20 
1.18 Do Processo Administrativo ................................................................. 21 
1.19 Do Processo Judicial ........................................................................... 22 
1.20 Da Prescrição .................................................................................... 26 
1.21 Das Disposições Penais....................................................................... 26 
1.22 Questões Comentadas ........................................................................ 28 
1.23 Questões Selecionadas ..................................................................... 126 
1.24 Gabarito ......................................................................................... 150 
 
 
 
 
Direito Administrativo 
Tribunal Regional Federal da 1ª Região 
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) 
Prof. Edson Marques 
 
 
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Improbidade Administrativa 
 
Prevê a Constituição Federal em seu art. 37, §4º, o princípio da probidade 
administrativa ao estabelecer que “os atos de improbidade administrativa 
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função 
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação prevista em lei, sem prejuízos da ação penal cabível”. 
 
Com efeito, o princípio da probidade administrativa é uma qualificação do 
princípio da moralidade administrativa, ou seja, entendeu o legislador 
constituinte de conferir tratamento de destaque à probidade administrativa. 
 
Nesse sentido, o renomado Professor José Afonso da Silva destaca que “o 
princípio da probidade administrativa é uma forma de moralidade 
administrativa que mereceu consideração especial pela Constituição, 
que pune o ímprobo com a suspensão dos direitos políticos (art. 37, 
§4º)”. 
 
Define o mestre que “a probidade administrativa consiste no dever do 
funcionário de servir à Administração com honestidade, procedendo no 
exercício das suas funções sem aproveitar os poderes ou facilidades 
delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira 
favorecer. Cuida-se de uma imoralidade administrativa qualificada”. 
 
É importante dizer que o referido dispositivo constitucional é norma que exige 
complemento, ou seja, trata-se de norma de eficácia limitada. 
 
Por isso, a fim de regulamentar o preceito constitucional, foi editada a Lei nº 
8.429/92, denominada de Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que 
dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de 
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou 
função na administração pública direta, indireta ou fundacional. 
 
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Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) 
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Deve-se observar que a sanção por improbidade administrativa não tem 
natureza penal, na medida em que a Constituição dispôs que a sanção de 
improbidade não traz prejuízo à ação penal cabível. 
 
Significa dizer, portanto, que a ação judicial por ato de improbidade 
administrativa tem natureza de ação civil, ou seja, não tem natureza de ação 
criminal. 
 
Portanto, a Lei de Improbidade não trata de ilícitos penais, não aplica ou 
impõe penalidades criminais por violação ao princípio da probidade, ou seja, é 
uma lei que impõe sanções de natureza civil, política e administrativa, 
mas não penal, muito embora haja previsão de ilícito criminal àquele que 
represente por ato de improbidade sabendo-o ser falso, conforme o seguinte: 
 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade 
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da 
denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito 
a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à 
imagem que houver provocado. 
 
Nesse sentido, Supremo Tribunal Federal já se manifestou em diversas 
assentadas que a Lei nº 8.429/902 não tem natureza penal, conforme 
assim consignado: 
 
“O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas ajuizadas 
pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - 
CONAMP e pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB para 
declarar, por maioria, a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 
84 do Código de Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 
10.628/2002 — v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 
84 do CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta 
Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia constitucional, 
usurpou a competência do STF como guardião da Constituição 
Federal ao inverter a leitura por ele já feita de norma 
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constitucional, o que, se admitido, implicaria submeter a 
interpretação constitucional do Supremo ao referendo do legislador 
ordinário. Considerando, ademais, que o § 2º do art. 84 do CPP 
veiculou duas regras — a que estende, à ação de improbidade 
administrativa, a competência especial por prerrogativa de função 
para inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à 
mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citadoartigo 
— concluiu-se que a primeira resultaria na criação de nova hipótese 
de competência originária não prevista no rol taxativo da 
Constituição Federal, e, a segunda estaria atingida por 
arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a ação de 
improbidade administrativa é de natureza civil, conforme se 
depreende do § 4º do art. 37 da CF, e que o STF jamais 
entendeu ser competente para o conhecimento de ações 
civis, por ato de ofício, ajuizadas contra as autoridades para 
cujo processo penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, 
Gilmar Mendes e Ellen Gracie que afastavam o vício formal, ao 
fundamento de que o legislador pode atuar como intérprete da 
Constituição, discordando de decisão do Supremo, exclusivamente 
quando não se tratar de hipótese em que a Corte tenha decidido 
pela inconstitucionalidade de uma lei, em face de vício formal ou 
material, e que, afirmando a necessidade da manutenção da 
prerrogativa de foro mesmo após cessado o exercício da função 
pública, a natureza penal da ação de improbidade e a convivência 
impossível desta com uma ação penal correspondente, por crime 
de responsabilidade, ajuizadas perante instâncias judiciárias 
distintas, julgavam parcialmente procedente o pedido formulado, 
para conferir aos artigos impugnados interpretação conforme no 
sentido de que: a) o agente político, mesmo afastado da função 
que atrai o foro por prerrogativa de função, deve ser processado e 
julgado perante esse foro, se acusado criminalmente por fato 
ligado ao exercício das funções inerentes ao cargo; b) o agente 
político não responde a ação de improbidade administrativa se 
sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo fato; c) os demais 
agentes públicos, em relação aos quais a improbidade não 
consubstancie crime de responsabilidade, respondem à ação de 
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improbidade no foro definido por prerrogativa de função, desde que 
a ação de improbidade tenha por objeto ato funcional”. ADI 
2797/DF e ADI 2860/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 15.9.2005. 
(ADI-2797) (ADI-2860) 
 
Sujeitos da Improbidade 
 
No âmbito da improbidade administrativa temos o sujeito ativo e o sujeito 
passivo. O sujeito passivo é aquele que sofre ou sofreu a lesão por ato 
improbidade. E o sujeito ativo a quem é imputado o ato de improbidade. 
 
Quanto ao sujeito passivo, regra geral, a Lei nº 8.429/92 atribui à qualidade a 
entidade ou ente estatal, ou seja, a Administração Pública direta ou indireta. 
Todavia, poderá também ser sujeito passivo de ato de improbidade entidade que 
não integre a Administração, mas que receba recursos estatais, como é o caso 
das entidades paraestatais. 
 
Com efeito, são sujeitos passivos da improbidade administrativa os seguintes: 
 
▪ Administração Direta (União, Estados, DF e Municípios e seus 
respectivos órgãos) 
 
▪ Administração Indireta (Autarquias, Fundações, Empresas 
Públicas e Sociedades de Economia Mista) de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e de Território. 
 
▪ Empresa incorporada ao patrimônio público 
 
▪ Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou 
da receita anual 
 
▪ Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal 
ou creditício, de órgão público; 
 
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▪ Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou 
da receita anual 
 
Atenção: 
 
Nos casos de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, 
fiscal ou creditício, de órgão público ou entidades cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta 
por cento do patrimônio ou da receita anual, limita-se a sanção 
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos 
cofres públicos. 
 
De outro lado, o sujeito ativo, ou seja, aquele que comete o ato de improbidade 
administrativa é, em regra, o agente público, considerado este como todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, 
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função 
nas entidades mencionadas como sujeito passivo da improbidade. 
 
É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, 
para tanto, utilizamos a clássica lição de Hely Lopes Meirelles, para quem os 
agentes públicos são divididos em: 
 
a) Agentes políticos 
b) Agentes administrativos 
c) Agentes honoríficos 
d) Agentes delegados 
e) Agentes credenciados 
 
Agentes políticos 
 
Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos 
constitucionais independentes, ou seja, dotados de independência funcional, 
prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm 
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diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, 
nomeação ou designação. 
 
Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério 
Público, dos Tribunais de Contas, além dos representantes do Poder Executivo 
(Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, 
Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados 
Estaduais, Distritais e Vereadores). 
 
Por outro lado, há forte corrente que defende serem agentes político apenas 
aqueles erigidos a cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, 
Deputado, Vereador etc. 
 
Nesse sentido, vale salientar, que o STF tem entendido que os agentes 
políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes 
diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de 
cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal 
como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo 263. 
Vejamos: 
 
Informativo 263 (RE-228977) 
Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* (v. 
Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - Recurso 
extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de 
dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. 
Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não 
tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os 
magistrados enquadram-se na espécie agente político, 
investidos para o exercício de atribuições constitucionais, 
sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho 
de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação 
específica. 
(...) 
(...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. 
Estes, são investidos para o exercício de atribuições 
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no 
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desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e 
legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao exercíciode suas funções decisórias. 
 
(...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua 
obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os 
agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e 
quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios 
públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de 
sua competência. São as autoridades públicas supremas do 
Governo e da Administração na área de sua atuação, pois não estão 
hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites 
constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes 
políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à 
independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para tanto, 
ficam a salvo de responsabilidade civil por seus eventuais erros de 
atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé 
ou abuso de poder. Nesta categoria encontram-se os Chefes 
de Executivo (Presidente da República, Governadores e 
Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e 
Secretários de Estado e de Município); os membros das 
Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e 
Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados 
em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores 
da República e da Justiça, Promotores e Curadores 
Públicos)..." 
 
Aqui, porém, fica uma ressalva. É que o STF, no julgamento da Reclamação nº 
2.138/RJ, asseverou que "A Constituição não admite a concorrência entre dois 
regimes de responsabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o 
previsto no art. 37, §4º (regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no 
art. 102, I, "c", (disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)". 
 
Com isso, o STF firmou orientação no sentido de que agentes políticos 
submetidos ao regime especial de responsabilização da Lei 1.079/50 
não podem ser processados por crimes de responsabilidade e pelo 
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regime da Lei de Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação de 
sua competência e principalmente pelo fato de que referidos diplomas (LIA e Lei 
1.079/1950) preveem sanções de ordem política, como, v. g., infere-se do art. 
2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. 
 
É que, nesse caso, haveria possibilidade de bis in idem, com dupla punição 
política por um ato tipificado nas duas leis. Vejamos: 
 
INFORMATIVO Nº 471 
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7 
PROCESSO: Rcl - 2138 
ARTIGO 
Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a 
reclamação para assentar a competência do STF para julgar o feito 
e declarar extinto o processo em curso no juízo reclamado. Após 
fazer distinção entre os regimes de responsabilidade 
político-administrativa previstos na CF, quais sejam, o do 
art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime de 
crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e 
disciplinado pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os agentes 
políticos, por estarem regidos por normas especiais de 
responsabilidade, não respondem por improbidade 
administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas por 
crime de responsabilidade em ação que somente pode ser 
proposta perante o STF nos termos do art. 102, I, c, da CF. 
Vencidos, quanto ao mérito, por julgarem improcedente a 
reclamação, os Ministros Carlos Velloso, Marco Aurélio, Celso de 
Mello, estes acompanhando o primeiro, Sepúlveda Pertence, que 
se reportava ao voto que proferira na ADI 2797/DF (DJU de 
19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo 
considerações sobre a necessidade de preservar-se a observância 
do princípio da moralidade, e afirmando que os agentes políticos 
respondem pelos crimes de responsabilidade tipificados nas 
respectivas leis especiais (CF, art. 85, parágrafo único), mas, em 
relação ao que não estivesse tipificado como crime de 
responsabilidade, e estivesse definido como ato de improbidade, 
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deveriam responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, 
aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese dos 
autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação civil 
pública, não se enquadravam como crime de responsabilidade 
definido na Lei 1.079/50 e que a competência para julgar a ação 
seria do juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson 
Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-
2138) 
 
Contudo, o próprio STF vem mitigando a aplicação dessa decisão, em razão de 
ter sido proferida em sede de controle concreto de constitucionalidade, 
produzindo efeitos apenas inter partes. Vejamos: 
 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
POR ATO DE IMPROBIDADE COM TRÂNSITO EM JULGADO. EX PREFEITO. 
ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO QUE DECIDIDO NA RECLAMAÇÃO 2.138 E 
NO AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO 6.034. AGRAVO 
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. As decisões 
proferidas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal nas 
Reclamações 2.138/DF e 6.034/SP têm efeitos apenas inter 
partes, não beneficiando, assim, o ora Agravante. 2. Inviável o 
agravo regimental no qual não são impugnados todos os fundamentos da 
decisão agravada. 3. Não cabe Reclamação contra decisão com trânsito 
em julgado. Súmula STF n. 734. 4. Agravo regimental ao qual se nega 
provimento. (Rcl 8221 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal 
Pleno, julgado em 25/02/2010) 
 
Agentes administrativos 
 
Agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à 
hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções 
políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a 
que servem. 
 
Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração 
Direta) e entidades administrativas (Administração Indireta) vínculo funcional 
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ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo 
de dependência. 
 
Por isso, dividem-se em servidores públicos, empregados públicos e funcionários 
temporários. 
 
Servidores públicos 
 
Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público 
mantendo vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades 
mediante retribuição pecuniária. 
 
Vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um 
servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação 
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em 
caráter efetivo ou em comissão. 
 
Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e 
servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e 
Assessoramento Superior). 
 
Empregados públicos 
 
Empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou 
seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por 
prazo indeterminado. 
 
Via de regra, os empregados públicos são contratados, por meio de seleção ou 
concurso público, e ocupam postos nas empresaspúblicos e sociedades de 
economia mista. No entanto, a EC n. 19/98 permitiu a contratação de 
empregado público no âmbito da Administração direta, regra que foi suspensão 
pelo STF por força da ADI 2341. 
 
 
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Servidores temporários 
 
Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente temporários, são 
agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, 
para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição 
Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando 
atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público. 
 
Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação 
de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas 
jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições 
e os requisitos legais. 
 
Agentes delegados 
 
Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato 
administrativo em que se delega a realização de uma atividade, obra ou serviço 
público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso 
atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Temos como 
exemplo os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, 
permissionários, tabelião, leiloeiros etc. 
 
Agentes honoríficos 
 
Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, 
honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados 
pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, 
podendo ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos 
Tutelares das crianças e adolescentes etc). 
 
Agentes credenciados 
 
Os chamados agentes credenciados são aqueles que o Estado dá a 
incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato 
determinado, mediante remuneração. 
 
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Outros 
 
É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a 
exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares e os 
terceirizados (agentes em colaboração). 
 
É o que explicita a Profa. Di Pietro, em relação aos militares que antes da EC 
18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a 
emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, 
figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados 
simplesmente de militares. 
 
Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de 
forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma 
expressão já bastante ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 
327, que se refere a qualquer agente público para fins penais apenas. 
 
Com efeito, o termo atualmente mais usual, e podemos dizer mais adequado, 
inclusive com previsão legal (Lei nº 8.429/92) é o de agente público, conforme 
assim expresso: 
 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Terceiro 
 
Contudo, a lei também admite o terceiro como sujeito ativo da improbidade 
administrativa. Então, também será sujeito ativo todo aquele que, mesmo 
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Significa dizer que um particular, que não tenha qualquer vínculo com a 
Administração Pública ou com as entidades tuteladas, mas que induza um 
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agente público ou concorra com este, ou ainda que se beneficie do ato de 
improbidade praticado por ele, também será considerado sujeito ativo da 
improbidade administrativa. 
 
Espécies ou modalidades 
 
Quanto aos atos de improbidade administrativa, a LIA estabelece quatro 
espécies ou modalidades de atos de improbidade, sendo atos que: 
 
▪ Importam em enriquecimento ilícito (art. 9º); 
▪ Causam prejuízo ao erário (art. 10); 
▪ Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício 
Financeiro ou Tributário (art. 10-A) 
▪ Atentam contra os princípios da Adm. Pública (art. 11) 
 
Ato de improbidade que importe em enriquecimento ilícito 
 
Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial 
indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou 
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou 
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, 
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou 
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão 
decorrente das atribuições do agente público; 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação 
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor 
de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço 
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos 
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
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qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o 
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por 
essas entidades; 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, 
ou aceitar promessa de tal vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas 
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou 
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse 
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das 
atribuições do agente público,durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação 
de verba pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou 
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que 
esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas 
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei; 
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. 
 
Para os casos de enriquecimento ilícito são previstas as seguintes sanções 
(penalidade): 
 
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, 
• Ressarcimento integral do dano, quando houver, 
• Perda da função pública, 
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• Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, 
• Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial, e 
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; 
 
Ato de improbidade que causa lesão ao erário 
 
Na segunda modalidade, dispõe a LIA que constitui ato de improbidade 
administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades 
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas 
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no 
art. 1º desta lei; 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, 
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou 
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante 
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou 
ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de 
mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço 
por preço superior ao de mercado; 
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e 
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
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VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para 
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los 
indevidamente; 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no 
que diz respeito à conservação do patrimônio público; 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes 
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça 
ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade 
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades. 
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a 
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar 
as formalidades previstas na lei; 
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia 
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. 
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao 
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas 
ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades 
privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração 
pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas 
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
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XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das 
prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com 
entidades privadas; 
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com 
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou 
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. 
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com 
entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou 
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. 
 
Para os casos de lesão ao erário são previstas as seguintes sanções 
(penalidade): 
 
• Ressarcimento integral do dano, 
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer 
esta circunstância, 
• Perda da função pública, 
• Suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, 
• Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano, 
• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; 
 
Ato de improbidade decorrente da concessão ou aplicação indevida de 
benefício financeiro ou tributário 
 
A LC nº 157/2016 acresceu o Art. 10-A, estabelecendo que constitui ato de 
improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, 
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que 
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 
31 de julho de 2003. 
 
Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 
2% (dois por cento). 
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios 
tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de créditopresumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou 
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indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota 
mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 
7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. 
 
Ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração 
 
Dispõe, ainda, a Lei de Improbidade que constitui ato de improbidade 
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública 
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: 
 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele 
previsto, na regra de competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições 
e que deva permanecer em segredo; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de 
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
 VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação 
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades 
privadas. 
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos 
na legislação. 
 
Para os casos de improbidade por violação aos princípios da Administração 
Pública são previstas as seguintes sanções (penalidade): 
 
• Ressarcimento integral do dano, se houver, 
• Perda da função pública, 
• Suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
• Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida 
pelo agente, e 
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• Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. 
 
Do Processo Administrativo 
 
A Lei de Improbidade prevê que qualquer pessoa poderá representar à 
autoridade administrativa competente para que seja instaurada 
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, 
conforme art. 14, observando o seguinte: 
 
Art. 14 
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, 
conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e 
sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. 
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho 
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 
1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério 
Público, nos termos do art. 22 desta lei. 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará 
a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, 
será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, 
de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de 
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. 
 
Assim, caso seja aberto procedimento administrativo a comissão processante 
dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas, 
podendo tais órgãos designar representantes para acompanhar o procedimento. 
 
De todo modo, para apurar qualquer ilícito previsto na LIA, o Ministério Público, 
de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante 
representação formulada, poderá requisitar a instauração de inquérito policial 
ou procedimento administrativo. 
 
Ademais, nos termos do art. 16 da LIA, havendo fundados indícios de 
responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à 
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procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a 
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha 
enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, o qual 
observará o Código de Processo Civil (arts. 822 e 825). 
 
Podendo, neste caso, o pedido incluir a investigação, o exame e o bloqueio de 
bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no 
exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. 
 
Do Processo Judicial 
 
Prevê o art. 17 da LIA que a ação principal seguirá o rito ordinário, e será 
proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada. 
 
Poderá ocorrer, mesmo administrativamente, o afastamento do agente 
do exercício do cargo, empregou ou função, conforme previsto no art. 20, 
parágrafo único, que assim expressa: 
 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente 
poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, 
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se 
fizer necessária à instrução processual. 
 
Caso tenha sido proposta a medida cautelar, a ação principal deverá ser proposta 
dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. 
 
Não há prerrogativa de foro na ação de improbidade administrativa. 
Assim, ação deverá ser proposta junto ao juízo de primeiro grau. Nesse sentido, 
é o entendimento do Supremo Tribunal Federal. Ilustrativamente: 
 
INFORMATIVO Nº 572 
TÍTULO: Improbidade Administrativa - Ação Civil - Competência do 
Magistrado de Primeiro Grau (Transcrições) 
PROCESSO: RE - 439723 
ARTIGO 
[...] 
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Cumpre enfatizar, neste ponto, que o Supremo Tribunal Federal, no 
referido julgamento plenário da ADI 2.797/DF, ao declarar a 
inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002, na parte em que esta 
introduziu o § 2º no art. 84 do CPP, explicitou que, tratando-se de 
ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92), 
mostra-se irrelevante, para efeito de definição da competência 
originária dos Tribunais, que se cuide de ocupante de cargo 
público ou de titular de mandato eletivo ainda no exercício das 
respectivas funções, pois, em processos dessa natureza, a ação 
civil deverá ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau. 
Cabe assinalar, por outro lado, que esta Suprema Corte, em tal 
julgamento, reconheceu a inconstitucionalidade da Lei nº 10.628/2002 
também no ponto em que esse diploma legislativo 
atribuía prerrogativa de foro a ex-ocupantes de cargos públicos e a ex-
titulares de mandatos eletivos, sendo indiferente, para esse efeito, que, 
contra eles, houvesse sido instaurado ou estivesse em curso, quer 
processo penal de índole condenatória, quer processo resultante do 
ajuizamento de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 
8.429/92). Ao assim decidir, o Supremo Tribunal Federal, relembrando 
antiga lição ministrada porJOÃO BARBALHO (“Constituição Federal 
Brasileira”, p. 303/304, edição fac-similar, 1992, Brasília), advertiu que a 
outorga desse tratamento seletivo a determinados cidadãos que não mais 
se acham no desempenho da função pública – cujo exercício lhes 
assegurava a prerrogativa de foro “ratione muneris” – ofende o princípio 
republicano, que traduz postulado essencial e inerente à organização 
político-constitucional brasileira. Nada pode autorizar o desequilíbrio 
entre os cidadãos da República. Isso significa, na perspectiva da 
controvérsia suscitada pela Lei nº 10.628/2002, que as atribuições 
constitucionais dos Tribunais devem merecer interpretação que impeça a 
indevida expansão, por efeito de imprópria atividade legislativa comum, 
de sua competência originária, para que não se transgrida, com a 
(inadmissível) concessão de prerrogativa de foro a ex-ocupantes de 
cargos públicos ou a ex-titulares de mandatos eletivos, um valor 
fundamental à própria configuração da idéia republicana, que se orienta 
pelo vetor axiológico da igualdade, viabilizando-se, desse modo, em 
relação a quem não mais detém certas titularidades funcionais no 
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aparelho de Estado, a aplicação ordinária do postulado do juiz natural, 
cuja importância tem sido enfatizada, em sucessivas decisões, por esta 
Corte Suprema (RTJ 149/962-963 – RTJ 160/1056-1058 – RTJ 169/557 
– RTJ 179/378-379, v.g.). Vê-se, portanto, como anteriormente 
assinalado, que o acórdão impugnado nesta sede recursal extraordinária 
ajusta-se, nesse específico ponto, à orientação jurisprudencial que esta 
Suprema Corte firmou no exame da matéria ora em análise. Sendo assim, 
em face das razões expostas, e considerando, sobretudo, o julgamento 
plenário da ADI 2.797/DF, conheço, em parte, do presente recurso 
extraordinário, para, nessa parte, negar-lhe provimento. Publique-se. 
Brasília, 24 de novembro de 2009. Ministro CELSO DE MELLO Relator * 
decisão publicada no DJE de 17.12.2009 
 
Com efeito, proposta a ação, prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações 
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo 
objeto. 
 
A ação poderá ser proposta contra o agente público, o terceiro e inclusive a 
pessoa jurídica. 
 
Assim, no caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, 
aplica-se a possibilidade de inversão do polo prevista na Lei da Ação Popular. Ou 
seja, a pessoa jurídica (de direito público ou de direito privada) que tiver sido 
lesada pelo ato de improbidade, poderá deixar de contestar a ação e atuar ao 
lado do autor da ação, conforme o seguinte: 
 
Art. 6º 
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo 
ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o 
pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se 
afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo 
representante legal ou dirigente. 
 
Cumpre destacar que, o Ministério Público, se não intervir no processo 
como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de 
nulidade. 
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Ademais, no âmbito do processo judicial é vedada a transação, acordo ou 
conciliação. 
 
Na fase instrutória, ação deverá ser instruída com documentos ou justificação 
que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com 
razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas 
provas. 
 
É importante salientar que no procedimento judicial, haverá a chamada 
defesa prévia ou preliminar, é que, conforme dispõe o §7º, do art. 17, 
estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará 
a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que 
poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo 
de quinze dias. 
 
Diante disso, o juiz ao receber a manifestação, terá prazo de trinta dias para, 
em decisão fundamentada, rejeitar ou admitir a ação. Rejeitará a ação, se 
convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou 
da inadequação da via eleita. 
 
Se receber a petição inicial, determinará a citação do réu para 
apresentar contestação. Dessa decisão caberá agravo de instrumento. 
 
O juiz poderá, em qualquer fase do processo, ao reconhecer a 
inadequação da ação de improbidade, extingui-la sem julgamento do 
mérito. 
 
Nos termos do art. 18, a sentença que julgar procedente ação civil de reparação 
de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o 
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa 
jurídica prejudicada pelo ilícito. 
 
Em todo caso, a Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações 
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público, mesmo 
antes da sentença. 
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Ademais, conforme dispõe o art. 20, a perda da função pública e a 
suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em 
julgado da sentença condenatória. 
 
De qualquer forma, a aplicação das sanções decorrentes da Lei de Improbidade 
não depende: 
 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo 
quanto à pena de ressarcimento; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle 
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
 
Da Prescrição 
 
A prescrição é a perda do poder de se propor a ação, ou seja, não haverá mais 
a pretensão, que se trata do ilícito de improbidade. Assim, uma vez ocorrida a 
prescrição não haverá mais como aplicar eventuais punições e o processo deverá 
ser extinto. 
 
Nesse sentido, conforme dispõe o art. 23 da LIA, as ações destinadas a levar 
a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: 
 
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de 
cargo em comissão ou de função de confiança; 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para 
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço 
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. 
 
Das Disposições Penais 
 
É importante destacar, mais uma vez, que a Lei de Improbidade Administrativa 
não é uma lei de natureza criminal. Todavia, ainda que não se destine a tratar 
especificamente de ilícito criminal, há algumas hipóteses de tipificação criminal. 
 
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Nesse sentido, dispõe o art. 19, que “Constitui crime a representação por 
ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, 
quando o autor da denúncia o sabe inocente”. A pena será de detenção de 
seis a dez meses e multa. 
 
Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos 
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
Então, vamos às questões. 
 
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Questões Comentadas 
 
1. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As disposições da 
lei, aplicáveis apenas aos agentes públicos, alcançam os que exercem 
cargo, emprego ou função pública, de modo efetivo ou transitório, e os 
que exercem, por eleição, mandato eletivo. 
 
Comentário: 
 
Verifica-se que tanto os agentes públicos, sejam efetivos ou que tenham vínculo 
transitório, ocupem cargos, exerçam função pública ou tenham um emprego 
público, seja por eleição, mandato ou nomeação, são considerados sujeitos 
ativos da improbidade administrativa, conforme o seguinte: 
 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer 
agente público, servidor ou não, contra a administração direta, 
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de 
empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão 
punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os 
atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que 
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de 
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, 
a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição 
dos cofres públicos. 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
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No entanto, não apenas àquele considerado agente público (servidor ou não) 
responde por ato de improbidade, a lei alcança terceiros, ou seja, aquele que 
induzam, concorram ou se beneficie de ato de improbidade, de acordo com o 
art. 3º da LIA, assim expresso: 
 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele 
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a 
prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer 
forma direta ou indireta. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
2. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AC – CESPE/2012) Ato de improbidade é 
definido como o ato lesivo ao ordenamento jurídico praticado 
exclusivamente por servidor público, no exercício de sua função, contra 
a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes 
da União, dos estados, do DF e dos municípios. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 2° da Lei nº 8.429/92, verifica-se que o ato de improbidade 
administrativa pode ser praticado por agente público, servidor ou não. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
3. (ANALISTA TÉCNICO - MJ - CESPE/2013) A Lei de Improbidade 
Administrativa é aplicável a qualquer agente público que seja servidor 
estatutário vinculado às pessoas jurídicas de direito público, não 
abrangendo os empregados públicos vinculados à administração 
indireta. 
 
Comentário: 
 
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A Lei de Improbidade aplica-se ao agente público, seja ele ocupante de cargo efetivo 
ou de emprego público, alcançado inclusive terceiros que não seja agentes públicos. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
4. (ANALISTA JUDICIÁRIO - TJDFT - CESPE/2013) Somente são sujeitos 
ativos do ato de improbidade administrativa os agentes públicos, assim 
entendidos os que exercem, por eleição, nomeação, designação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função na administração direta, indireta ou fundacional de 
qualquer dos poderes da União, dos estados, do DF e dos municípios. 
 
Comentário: 
 
Além dos agentes públicos, também são sujeitos ativos do ato de improbidade o 
terceiro, ou seja, aquele que mesmo não sendo agente público, induz, concorre ou se 
beneficia, direta ou indiretamente, de ato de improbidade. 
 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas no artigo anterior. 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob 
qualquer forma direta ou indireta. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados 
federais, os senadores e o presidente da República, na qualidade de 
agentes políticos, não se submetem às regras da lei em apreço, em 
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razão de se sujeitarem a regime especial de responsabilização. 
 
Comentário: 
 
De fato, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento na Reclamação nº 
2.138 no sentido de que os agentes políticos que estejam submetidos à Lei de 
crime de responsabilidade (Lei nº 1.079/50) não respondem por improbidade 
com base na Lei nº 8.429/92, conforme o seguinte: 
 
“(...) o Tribunal, por maioria, julgou procedente a reclamação 
para assentar a competência do STF para julgar o feito e 
declarar extinto o processo em curso no juízo reclamado. 
Após fazer distinção entre os regimes de responsabilidade 
político-administrativa previstos na CF, quais sejam, o do art. 
37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime de crime de 
responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e disciplinado 
pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os agentes políticos, por 
estarem regidos por normas especiais de responsabilidade, 
não respondem por improbidade administrativa com base na 
Lei 8.429/92, mas apenas por crime de responsabilidade em 
ação que somente pode ser proposta perante o STF nos 
termos do art. 102, I, c, da CF. Vencidos, quanto ao mérito, por 
julgarem improcedente a reclamação, os Ministros Carlos Velloso, 
Marco Aurélio, Celso de Mello, estes acompanhando o primeiro, 
Sepúlveda Pertence, que se reportava ao voto que proferira na ADI 
2797/DF (DJU de 19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. Carlos 
Velloso, tecendo considerações sobre a necessidade de preservar-
se a observância do princípio da moralidade, e afirmando que os 
agentes políticos respondem pelos crimes de responsabilidade 
tipificados nas respectivas leis especiais (CF, art. 85, parágrafo 
único), mas, em relação ao que não estivesse tipificado como crime 
de responsabilidade, e estivesse definido como ato de improbidade, 
deveriam responder na forma da lei própria, isto é, a Lei 8.429/92, 
aplicável a qualquer agente público, concluía que, na hipótese dos 
autos, as tipificações da Lei 8.429/92, invocadas na ação civil 
pública, não se enquadravamcomo crime de responsabilidade 
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definido na Lei 1.079/50 e que a competência para julgar a ação 
seria do juízo federal de 1º grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson 
Jobim, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138) 
 
Contudo, doravante é preciso ter cuidado com esse tipo de questão. É que, o 
próprio STF tem mitigado essa decisão sob o fundamento de ter sido proferida 
em controle concreto e, portanto, o efeito somente seria inter partes, não se 
aplicando, sobretudo, aos Prefeitos por não constarem do art. 102, inc. I, alínea 
“c”, da CF/88. 
 
Aliás, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) já há entendimento uniforme no 
sentido de que a Lei nº 8.429/92 aplica-se a agentes políticos, sobretudo os que 
não respondem por crime de responsabilidade típico. Ilustrativamente: 
 
“2. Conforme decidido pela Corte Especial, no julgamento da Rcl 
2.790/SC, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 4/3/10, a Lei 8.429/92 
é aplicável aos agentes políticos municipais, tais como prefeitos, ex-
prefeitos e vereadores. (AgRg nos EREsp 1119657/MG, Rel. Ministro 
ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2012, DJe 
25/09/2012)” 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
6. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) O disposto na lei 8.429/92 não se 
aplica a prefeitos, agentes políticos que se submetem ao regime do 
Decreto-Lei n.º 201/1967 (crime de responsabilidade). 
 
Comentário: 
 
O STF e o STJ já firmaram entendimento de que o disposto na Lei 8.429/92 
aplica-se a agentes políticos municipais (ex. prefeitos), ainda que se submetem 
ao regime do Decreto-Lei n.º 201/1967, por se tratar de norma que estabelece 
crime funcional ou de responsabilidade impróprio (não é de responsabilidade 
propriamente dito). Ilustrativamente: 
 
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ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO 
CIVIL PÚBLICA POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
PREFEITO. APLICAÇÃO DA LEI N. 8.429/92 E DO DECRETO N. 201/67 DE 
FORMA CONCOMITANTE. ATO IMPROBO QUE TAMBÉM PODE 
CONFIGURAR CRIME FUNCIONAL. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. JUÍZO 
SINGULAR CÍVEL E TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INAPLICABILIDADE DO 
PRECEDENTE DO STF (RECLAMAÇÃO N. 2.138/RJ) IN CASU. 
1. Os cognominados crimes de responsabilidade ou, com designação mais 
apropriada, as infrações político-administrativas, são aqueles previstos no 
art. 4º do Decreto-Lei n. 201, de 27 de fevereiro de 1967, e sujeitam o 
chefe do executivo municipal a julgamento pela Câmara de Vereadores, 
com sanção de cassação do mandato, litteris: "São infrações político-
administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela 
Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato" [...]. 
2. Deveras, as condutas tipificadas nos incisos do art. 1º do Decreto-Lei 
n. 201/67 versam os crimes funcionais ou crimes de responsabilidade 
impróprios praticados por prefeitos, cuja instauração de processo criminal 
independente de autorização do Legislativo Municipal e ocorre no âmbito 
do Tribunal de Justiça, ex vi do inciso X do art. 29 da Constituição Federal. 
Ainda nesse sentido, o art 2º dispõe que os crimes previstos no dispositivo 
anterior são regidos pelo Código de Processo Penal, com algumas 
alterações: "O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum 
do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, com as 
seguintes modificações" [...] (Precedentes: HC 69.850/RS, Relator 
Ministro Francisco Rezek, Tribunal Pleno, DJ de 27 de maio de 1994 e HC 
70.671/PI, Relator Ministro Carlos Velloso, DJ de 19 de maio de 1995). 
3. A responsabilidade do prefeito pode ser repartida em quatro esferas: 
civil, administrativa, política e penal. O código Penal define sua 
responsabilidade penal funcional de agente público. Enquanto que o 
Decreto-Lei n. 201/67 versa sua responsabilidade por delitos funcionais 
(art. 1º) e por infrações político-administrativas (art. 4º). Já a Lei n. 
8.429/92 prevê sanções civis e políticas para os atos improbos. Sucede 
que, invariavelmente, algumas condutas encaixar-se-ão em mais de um 
dos diplomas citados, ou até mesmo nos três, e invadirão mais de uma 
espécie de responsabilização do prefeito, conforme for o caso. 
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4. A Lei n. 8.492/92, em seu art. 12, estabelece que "Independentemente 
das sanções penais, civis e administrativas, previstas na legislação 
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito" [...] a 
penas como suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, 
indisponibilidade de bens e obrigação de ressarcir o erário e denota que 
o ato improbo pode adentrar na seara criminal a resultar reprimenda 
dessa natureza. 
5. O bis in idem não está configurado, pois a sanção criminal, subjacente 
ao art. 1º do Decreto-Lei n. 201/67, não repercute na órbita das sanções 
civis e políticas relativas à Lei de Improbidade Administrativa, de modo 
que são independentes entre si e demandam o ajuizamento de ações cuja 
competência é distinta, seja em decorrência da matéria (criminal e civil), 
seja por conta do grau de hierarquia (Tribunal de Justiça e juízo singular). 
6. O precedente do egrégio STF, relativo à Rcl n. 2.138/RJ, cujo relator 
para acórdão foi o culto Ministro Gilmar Mendes (acórdão publicado no DJ 
de 18 de abril de 2008), no sentido de que "Se a competência para 
processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse 
abranger também atos praticados pelos agentes políticos, submetidos a 
regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-
rogante do disposto no art. 102, I, "c", da Constituição", não incide no 
caso em foco em razão das diferenças amazônicas entre eles. 
7. Deveras, o julgado do STF em comento trata da responsabilidade 
especial de agentes políticos, definida na Lei n. 1.079/50, mas faz 
referência exclusiva aos Ministros de Estado e a competência para 
processá-los pela prática de crimes de responsabilidade. Ademais, 
prefeito não está elencado no rol das autoridades que o referido diploma 
designa como agentes políticos (Precedentes: EDcl nos EDcl no REsp 
884.083/PR, Relator Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJ de 
26 de março de 2009; REsp 1.103.011/ES, Relator Ministro Francisco 
Falcão, Primeira Turma, DJ de 20 de maio de 2009; REsp 895.530/PR, 
Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 04 de fevereiro de 2009; 
e REsp 764.836/SP, Relator Ministro José Delgado, relator para acórdão 
ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, DJ de 10 de março de 2008). 
8. O STF, no bojo da Rcl n. 2.138/RJ, asseverou que "A Constituição não 
admite a concorrência entre dois regimes de responsabilidade político-
administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º 
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(regulado pela Lei n° 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, "c", 
(disciplinado pela Lei n° 1.079/1950)" e delineou que aqueles agentes 
políticos submetidos ao regime especial de responsabilizaçãoda Lei 
1.079/50 não podem ser processados por crimes de responsabilidade pelo 
regime da Lei de Improbidade Administrativa, sob pena da usurpação de 
sua competência e principalmente pelo fato de que ambos diplomas, a 
LIA e a Lei 1.079/1950, preveem sanções de ordem política, como, v. g., 
infere-se do art. 2º da Lei n. 1.079/50 e do art. 12 da Lei n. 8.429/92. E, 
nesse caso sim, haveria possibilidade de bis in idem, caso houvesse dupla 
punição política por um ato tipificado nas duas leis em foco. 
9. No caso sub examinem, o sentido é oposto, pois o Decreto n. 201/67, 
como anteriormente demonstrado, dispõe sobre crimes funcionais ou de 
responsabilidade impróprios (art. 1º) e também a respeito de infrações 
político-administrativas ou crimes de responsabilidade próprios (art. 4º); 
estes submetidos a julgamento pela Câmara dos Vereadores e com 
imposição de sanção de natureza política e aqueles com julgamento na 
Justiça Estadual e com aplicação de penas restritivas de liberdade. E, 
tendo em conta que o Tribunal a quo enquadrou a conduta do recorrido 
nos incisos I e II do art. 1º do diploma supra ("apropriar-se de bens ou 
rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio" e "utilizar-
se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou 
serviços públicos"), ou seja, crime funcional, ressoa evidente que a 
eventual sanção penal não se sobreporá à eventual pena imposta no bojo 
da ação de improbidade administrativa. Dessa forma, não se cogita bis in 
idem. 
10. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 1066772/MS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 25/08/2009, DJe 03/09/2009) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
7. (ANALISTA – ADVOCACIA – EBC – CESPE/2011) Os empregados 
públicos, regidos pelas normas trabalhistas, não se submetem aos 
preceitos contidos na lei de improbidade administrativa, por não serem 
agentes políticos nem constarem expressamente no rol de sujeitos 
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ativos, previstos taxativamente na norma de regência. 
 
Comentário: 
 
Os empregados públicos são considerados agentes públicos, e, portanto, estão 
submetidos aos preceitos da Lei de Improbidade Administrativa, conforme 
prescreve o art. 2º da LIA, que assim prevê: 
 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MS – 
CESPE/2013) Considera-se agente público todo aquele que exerce, 
exclusivamente com remuneração, função pública como preposto do 
Estado. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 2° da Lei nº 8.429/92, reputa-se agente público todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas como 
sujeito passivo de ato de improbidade. 
 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/2014 – FUB – TODOS OS CARGOS DE NÍVEL MÉDIO) Aquele 
que exercer, mediante designação, função transitória e sem 
remuneração na Universidade de Brasília poderá responder por ato de 
improbidade administrativa. 
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Comentário: 
 
Para fins de improbidade administrativa é considerado agente público qualquer pessoa 
que, ainda que transitoriamente, mesmo sem remuneração, seja por eleição, 
nomeação, designação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerça cargo, 
emprego ou função pública na administração pública ou demais pessoas qualificadas 
como sujeitos passivos de ato de improbidade. 
 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele 
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas no artigo anterior. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – 
CESPE/2010) Aquele que, não sendo agente público, induz ou concorre 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficia sob qualquer 
forma não se submete às disposições da Lei n.º 8.429/1992, devendo a 
sua conduta ser apurada de acordo com o Código Penal. 
 
Comentário: 
 
Submete-se ao regramento da Lei de Improbidade aquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade 
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta, conforme preconiza 
o seu art. 3º da Lei nº 8.429/92: 
 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele 
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a 
prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer 
forma direta ou indireta. 
 
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Gabarito: Errado. 
 
 
11. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA – CESPE/2011) Particular não 
responde por eventual ação de improbidade por não ser agente público. 
 
Comentário: 
 
Não só o agente público está submetido à Lei de improbidade, mas o terceiro 
(particular) que concorra, induza ou que se beneficie, direta ou indiretamente, 
de ato de improbidade, conforme prevê o art. 3º da Lei 8.429/92. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
12. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) No sistema 
adotado pela referida lei, são sujeitos ativos do ato de improbidade os 
agentes públicos, assim como aqueles que, não se qualificando como 
tais, induzem ou concorrem para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficiam direta ou indiretamente. 
 
Comentário: 
 
De fato, além do agente público, também é sujeito ativo da improbidade, de 
acordo com o art. 3º da LIA, aquele que, mesmo não sendo agente público, 
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie 
sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
13. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TC/DF – CESPE/2012) A Lei 
de Improbidade Administrativa pune atos praticados contra a 
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos poderes 
do DF, inclusive os realizados por aqueles que não sejam servidores 
públicos. 
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Comentário: 
 
Considera-se também como sujeito ativo da improbidade administrativa o 
terceiro, isto é, aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou 
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer 
forma direta ou indireta (art. 3º da LIA). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
14. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Um terceiro que 
pratique, juntamente com um agente público, ato do qual decorra 
prejuízo ao erário não

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