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TCC PRONTO Fagner REVISÃO FINAL comentado

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O 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CAMPUS FLORESTA – CZS
 CENTRO DE EDUCAÇÃO E LETRAS – CEL	
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ANTONIO FAGNER DA SILVA NOGUEIRA
ELIETE ARAGÃO NOGUEIRA
LUCIANA COSTA BEZERRA
MARIA GADIÊ CORREA DE ABREU
		
A CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE PORTO WALTER – ACRE
Porto Walter-AC
 2018�
ANTONIO FAGNER DA SILVA NOGUEIRA
ELIETE ARAGÃO NOGUEIRA
LUCIANA COSTA BEZERRA
MARIA GADIÊ CORREA DE ABREU
A CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO SUPERIOR PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE PORTO WALTER – ACRE
Trabalho de conclusão de curso elaborado como critério de avaliação para a disciplina de TCC, apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Acre/UFAC/Campus Floresta.
Orientador: Prof. Me. Ericson Araújo da Costa
Porto Walter-AC
 2017
�
Antônio Fagner da Silva Nogueira
Eliete Aragão Nogueira
Luciana Costa Bezerra
Maria Gadiê Correa de Abreu
A Contribuição do Ensino Superior para a Formação Profissional dos Professores da Educação Infantil do Município de Porto Walter – Acre
Aprovado em: ______/______/______
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Me. Ericson Araújo da Costa (Orientador)
Universidade Federal do Acre – UFAC
__________________________________________
Profa. Dra. Francisca Adma Martins
Universidade Federal do Acre – UFAC
__________________________________________
Profa. Dra. Maria Aldecy Rodrigues de Lima
Universidade Federal do Acre – UFAC
Porto Walter-AC
 2017
DEDICATÓRIA
Dedicamos o presente trabalho primeiramente a Deus, que nos permitiu concluir essa difícil etapa de nossas vidas. A todos nossos familiares, companheiros e companheiras, filhos, mães e pais que suportaram nossa tensão e nos deram força para suportar os obstáculos. Aos colegas dessa caminhada, mas, sobretudo aos nossos professores, que souberam ter paciência e esperar que déssemos frutos, e em especial ao nosso orientador, Prof. Me. Ericson Araújo da Costa, por quem já temos muito respeito e carinho de outras etapas: obrigado por tudo.
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AGRADECIMENTOS
Queremos, neste momento tão importante, agradecer a todos que fizeram parte desta empreitada difícil, mas prazerosa. Começamos por Deus, que é quem permite que as coisas aconteçam em nossas vidas. Depois, agradecemos a nossos parceiros de vida, esposos e esposas, pela compreensão nos momentos de dificuldades durante esses anos. Agradecemos a todos os nossos colegas de sala de aula pelas vezes que nos ajudaram a levantar. De forma carinhosa, agradecemos aos nossos professores que estiveram incansáveis na luta conosco, incentivando e nos mostrando os caminhos a seguir. Especialmente, agradecemos ao nosso orientador, Prof. Me. Ericson Araújo da Costa, que conhece nossas dificuldades e nos ajudou em cada queda, nos motivando e nos dizendo o porquê valia a pena prosseguir. Enfim, agradecemos à UFAC e a todos os mentores desse programa, que leva a locais tão distantes a possibilidade de um curso superior para aqueles que já não acreditavam ser possível. 
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RESUMO
O Ensino Infantil em nosso estado, assim como em todo o país, tem crescido gradativamente e, com isto, a preocupação com a formação inicial e continuada para seus professores. Assim, neste trabalho, tentaremos responder à seguinte problemática: Qual a contribuição do Ensino Superior para a formação profissional dos professores da Educação Infantil do município de Porto Walter-Acre. Como objetivo geral, procuramos analisar qual a contribuição do curso superior para a atuação dos professores na Educação Infantil. Realizaremos uma pesquisa exploratória, tendo como instrumento de produção de dados a entrevista com os professores, coordenadores e alguns pais, assim como alunos que já estão na escola há mais tempo. Esta pesquisa terá caráter qualitativo. Nossa pesquisa é embasada por autores como Cunha e Carvalho (2002); Kramer (2006); Piletti (2001); Silva e Rossetti-Ferreira (2000); Piaget e Inhelder (1989); entre outros. Como resultado, esperamos que possamos mostrar que a Educação Superior teve uma grande influencia na melhoria da qualidade do Ensino Infantil no município de Porto Walter, a partir da formação dos professores e da compreensão de sua importância nessa modalidade de ensino.
Palavras-Chave: Educação Superior. Educação Infantil. Formação. Professores.
�
lista de gráficos
	Gráfico 1
	Formação dos professores que estão em sala de aula na Escola Izaura Amorim de Lima........................................................................
	29
	Gráfico 2
	Escola de Ensino Infantil Izaura Amorim de Lima................................
	30
	Gráfico 3
	Alunos matriculados na Escola Izaura Amorim de Lima em 2017.......
	30
�
lista de abreviaturas e siglas
	CE
	Coordenadora de ensino
	CP
	Coordenadora pedagógica
	D
	Diretora
	ECA
	Estatuto da Criança e do Adolescente
	LDB
	Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
	MEC
	Ministério da Educação
	P
	Professor
�
sumário
	INTRODUÇÃO........................................................................................................
	9
	1 ENSINO SUPERIOR E ENSINO INFANTIL NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO...........................................................................................................
	12
	1.1 CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL................................................................................................................
	14
	1.2 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL...................................................................................................................
	18
	1.3 ATUAIS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO PARA PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL..........................................................................................
	22
	2 METODOLOGIA...............................................................................................
	26
	3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...........................................................
	28
	3.1 CARACTERÍSTICAS DA ÚNICA ESCOLA DE ENSINO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE PORTO WALTER, IZAURA AMORIM DE LIMA.........................
	28
	3.2 CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO SUPERIOR PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA IZAURA AMORIM DE LIMA..................................................................
	32
	4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................
	40
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................
	41
	APÊNDICES..........................................................................................................
	43
	APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO.........................................................................
	43
�
INTRODUÇÃO
O referido projeto tem por finalidade apresentar algumas reflexões a respeito da formação de professores para a Educação Infantil no município de Porto Walter, estado do Acre, tendo como foco principal a contribuição do Ensino Superior para a formação profissional dos professores da Educação Infantil do referido município, assim como seus possíveis avanços nessa modalidade de ensino a partir da conclusão do curso. 
A Educação Infantil, assim como as demais modalidades de ensino, há cerca de dez anos era atendida por professores que tinham formação apenas em nível médio, geralmente magistério; no entanto, há cerca de cinco anos, esse quadro vem mudando, pois foram criadas políticas públicas voltadas para a formação do professor. Assim, na realidade de 2017, temos na escolade Ensino Infantil do município de Porto Walter um quadro de professores formados em nível superior. Embora nem todos sejam formados no curso de Pedagogia, todos possuem experiência na área educacional, além da formação em um curso superior.
Neste sentido, buscaremos responder à seguinte temática: Qual é a contribuição do Ensino Superior para a formação profissional dos professores da Educação Infantil do município de Porto Walter-Acre? Para o aprofundamento do estudo selecionamos as seguintes questões de estudo: Qual a formação dos professores da Educação Infantil do município de Porto Walter, na zona urbana? Após a formação em nível superior, que avanços e contribuições os professores percebem na prática pedagógica do Ensino Infantil? Existe a necessidade de formação em nível superior do professor de Educação Infantil? 
Como objetivo geral para esta pesquisa temos: Identificar a contribuição do curso superior para atuar na Educação Infantil. Como objetivos específicos foram definidos: Traçar um perfil da formação dos professores de Educação Infantil do município; identificar e analisar os avanços percebidos pelos professores com formação em nível superior que atuam na Educação Infantil; averiguar, na fala dos professores de Educação Infantil, a necessidade ou não de formação superior para atuar na Educação Infantil.
A escolha da Escola Izaura Amorim de Lima como lócus para a realização da pesquisa ocorreu em razão de ser a única Escola de Ensino Infantil localizada na zona urbana do município e também por ser a única que tem professores já com formação em nível superior.
Para embasar nossa pesquisa, tomamos como referencial teórico muitos documentos e autores que falam sobre a Educação Superior ou sobre a Educação Infantil, como: Piaget e Inhelder (1989); Silva e Rossetti-Ferreira (2000); Piletti (2001); Cunha e Carvalho (2002), entre outros. 
Procuramos desenvolver esta pesquisa dentro de uma conjuntura coerente, buscando atender as necessidades básicas para o desempenho do nosso trabalho para que, no final deste, fosse possível concretizar nosso objetivo, que é analisar a contribuição do Ensino Superior para a formação profissional dos professores da Educação Infantil do município de Porto Walter-Acre, com o intuito de observar as mudanças que estão acontecendo ao longo dos anos.
Esta será uma pesquisa qualitativa, na qual buscaremos dados juntos aos professores do nosso município que atuam na Educação Infantil na escola Izaura Amorim de Lima. Na busca de possíveis respostas para nosso questionamento, será usada como instrumento de coleta de dados a entrevista. A escolha dos entrevistados para a realização dessa entrevista ocorreu de forma aleatória entre professores, coordenadores e também com o gestor de unidade de ensino. 
Nossa pesquisa iniciará com uma introdução na qual apresentaremos uma visão geral deste trabalho, indicando os objetivos, questões de estudo e a metodologia de trabalho.
No primeiro capitulo será apresentado um breve histórico da Educação Infantil e da Educação Superior no Brasil, assim como o currículo que orienta a Educação Infantil e o que orienta a Educação Superior. Também será debatido sobre a formação do professor da Educação Infantil e as politicas voltadas para tratar da questão de formação dos professores do Ensino Infantil.
No segundo capitulo será apresentada, de forma mais clara, a metodologia utilizada neste trabalho.
No terceiro capitulo serão discutidos e analisados os resultados da presente pesquisa, onde poderemos perceber por meio das respostas dos sujeitos as mudanças ocorridas na prática pedagógica dos professores a partir da conclusão do Ensino Superior.
Nas considerações finais serão apresentadas as conclusões do trabalho e as visões obtidas a partir da pesquisa sobre as mudanças ocorridas na prática dos professores após a conclusão do Ensino Superior.
Mediante o exposto temos o objetivo de mapear qual a real situação dos professores que atuam nesse nível de ensino e assim esperamos contribuir para a reflexão sobre a formação de professores com Ensino Superior para atuarem na Educação Infantil em nosso município.
Nesse viés, propomo-nos a analisar as contribuições que o Ensino Superior traz para a Educação Infantil na zona urbana do município de Porto Walter, bem como a discutir os avanços dessa modalidade educacional, pois entendemos que este trabalho nos fará ter uma melhor compreensão sobre os desafios que os docentes dessa modalidade enfrentam em nossa sociedade, sobretudo no que diz respeito à ação pedagógica dos professores que atuam junto a esse nível de ensino. 
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1 ENSINO SUPERIOR E ENSINO INFANTIL NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO
No Brasil, o Ensino Superior teve origem no século XIX. O pensamento de crescimento e ampliação do Ensino Superior veio a partir das ideias inovadoras de industrialização e desenvolvimento. 
Após inúmeras mudanças, acarretadas pelos diferentes governos, pelas mudanças e necessidades econômicas e pela própria urgência de melhorias e adequações no sistema de ensino, foi promulgada então, em 1961, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
O Ensino Superior não foi o foco da LDB de 1961; apesar de apresentar uma preocupação com todo sistema educacional, o foco principal era a Educação Básica. Podemos perceber isto pela implantação das faculdades de Ciências e Letras que inicialmente foram criadas sem referências pela falta de conhecimento e investimentos no Ensino Superior. 
O desconhecimento e a falta de investimentos quanto ao Ensino Superior teve reflexos no ensino secundário, principalmente quando se tratava da formação de professores, ou seja, faltava o caráter profissionalizante, como afirma ainda Teixeira:
 [...] a falta de estudo superior de tipo acadêmico havia de tornar extremamente precária a formação dos professores para os colégios secundários [...]. Sabemos que todo sistema de educação, em seus diferentes níveis de estudos e em seus diferentes currículos e programas, só pode ensinar a cultura que na universidade ou nas escolas superiores do país se produzir. Não seria possível um curso secundário humanístico ou científico sem que a universidade ou as escolas superiores tivessem estudos humanísticos ou científicos avançados. Como só teve o Brasil, no nível superior, escolas profissionais de saber aplicado, o seu ensino secundário acadêmico de humanidades e ciências teria de ser inevitavelmente precário e deficiente, como sempre foi durante essa longa experiência de ausência da universidade ou das respectivas escolas superiores para licenciar os docentes (TEIXEIRA, 1989, p. 7). 
No Brasil, o Ensino Superior nasceu devagar, sem muitas expectativas, e foi crescendo a partir da percepção da sua importância e necessidade para o desenvolvimento da educação, principalmente na formação de professores e profissionais de outras áreas. 
Quanto à Educação Infantil, surgiu a partir da necessidade de se ter um local onde deixar as crianças, com o aumento das indústrias e as mulheres cada vez mais ingressando no mercado de trabalho. 
Na Constituição de 1988 (BRASIL, 1988), a Educação Infantil é expressa, principalmente, quando afirma que o direito à creche ou à pré-escolar é direito da família e dever do estado.
Logo após, com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1996, o direito à Educação Infantil foi renovado e reafirmado:
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – direito de ser respeitado por seus educadores; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV – direito de organização e participação em entidades estudantis; V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
Art. 54. É dever de o Estado assegurar à criançae ao adolescente: I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade (BRASIL, 1996, p. 32-33).
Em 1996 com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, essa modalidade de ensino ficou definida:
Art. 29º. A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.   
Art. 30º. A Educação Infantil será oferecida em: 
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; 
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. 
Art. 31º. Na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental (BRASIL, 1996).
Ainda sobre os avanços quanto ao processo de expansão da Educação Infantil, além das leis que foram criadas, muitos autores compreenderam a importância, inclusive das políticas públicas voltadas não apenas para a garantia, mas para a melhoria no acesso e na qualidade do ensino oferecido, como citam Nunes, Corsino e Kramer: 
[...] as pesquisas sobre Educação Infantil têm caminhado em paralelo com os avanços das políticas públicas em relação (1) à democratização do aces​so (expresso de modo concreto no aumento do número de matrículas) e (2) à melhoria da qualidade empreendida pelos sistemas municipais e estadu​ais de ensino (alguns mais do que outros), mobilizados graças ao impacto dos movimentos sociais e das mudanças legais e institucionais, engendra​das também pelo governo federal. A elaboração de diretrizes e a definição de critérios de qualidade, a recente aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e a ampliação do ensino fundamental para nove anos abrem perspectivas de mudanças (NUNES; CORSINO; KRAMER, 2009, p. 12-13).
Em 2009, foi reeditado o documento intitulado “Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças”, que trouxe uma listagem dos direitos das mesmas:
• Nossas crianças têm direito à brincadeira. 
• Nossas crianças têm direito à atenção individual. 
• Nossas crianças têm direito a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante. 
• Nossas crianças têm direito ao contato com a natureza. 
• Nossas crianças têm direito à higiene e à saúde. 
• Nossas crianças têm direito a uma alimentação sadia. 
• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão. 
• Nossas crianças têm direito ao movimento em espaços amplos. 
• Nossas crianças têm direito à proteção, ao afeto e à amizade. 
• Nossas crianças têm direito a expressar seus sentimentos. 
• Nossas crianças têm direito a uma especial atenção durante seu período de adaptação à creche. 
• Nossas crianças têm direito a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa (CAMPOS; ROSEMBERG, 2009, p. 13). 
Atualmente, quando se fala em Educação Infantil, já existe uma visão da importância dessa modalidade de ensino, de que ela colabora no desenvolvimento da criança, que não é apenas um lugar no qual os pais deixam os filhos nos horários em que estão ocupados, mas sim um lugar que a criança precisa frequentar, não apenas como criança, mas como aluno que irá se desenvolver física e intelectualmente.
1.1 CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Quando se fala em currículo, seja ele de qualquer nível de ensino, é confuso saber exatamente do que se trata qual sua definição e o que realmente é conteúdo curricular. Segundo Apple (1994) currículo é a visão de um pequeno grupo, resultado de discussões e conflitos que não são positivos como um todo. Ao contrário dessa visão negativa, existem outros autores com visões mais otimistas e definidas sobre currículo, vendo-o de forma significativa e organizada, como escreveram Ramalho, Nuñes e Gauthier:
O currículo, mais que um conjunto de “competências que devem ser formadas”, constitui-se de experiências significativa, nas quais se constrói o fazer-pedagógico, em um contexto sócio histórico dado, que se organiza de diversos modos para aproximar-se a intenção formativa do “modelo profissional” de cada agência formadora como espaço de inovação pedagógica (RAMALHO; NUÑÊS; GAUTHIER, 2004, p. 136).
O currículo escolar deve ser flexível, permitindo ajustes e mudanças, de acordo com o cotidiano do aluno. Deve representar as diretrizes adotadas pela escola e os conteúdos que serão estudados. Segundo Piletti (2001, p. 50), “Currículo significa percurso, carreira, curso, ato de correr. Seu significado não abrange apenas o ato de correr, mas também o modo, a forma de fazê-lo, o local e o que ocorre no curso ou percurso efetuado”.
Quanto ao que se refere ao currículo da Educação Superior, este é pensado principalmente como formação técnica e profissional. Nos Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Profissional de Nível Técnico, está escrito:
Estas Diretrizes foram definidas pela Câmara de Educação Básica do CNE, a partir de proposta do Ministério da Educação, encaminhada pelos Avisos Ministeriais nºs 382 e 383, de 15 de outubro de 1998, e nº 16, de 21 de janeiro de 1999. Dizia o primeiro deles que o documento, então encaminhado como subsídio, pretendia garantir, por um lado, a definição de metodologia de elaboração de currículos baseados em competências para áreas profissionais e, por outro, a necessária flexibilidade para que, a partir dos mínimos nacionais que vierem a ser estabelecida nessas áreas, cada instituição possa construir seu currículo pleno de modo a atender às peculiaridades do desenvolvimento tecnológico local e regional. Destacava, ainda, os princípios norteadores dessa metodologia de formulação curricular, a flexibilidade e a empregabilidade. O Parecer CNE/CEB nº 16/99 toma como premissas essas colocações, desdobrando e enriquecendo a visão da nova educação profissional, constituindo-se em valioso documento normativo e, também, em rica fonte de reflexão propiciadora de ações inovadoras e criativas (BRASIL, 2000, p. 35).
A LDB de 1996 apresenta alguns artigos sobre a Educação Superior com a finalidade de enfatizar sua finalidade, credenciamento e durabilidade, o que faz parte da proposta curricular:
Art. 43º. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, emparticular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. 
Art. 46º. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação.  § 1º. Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. § 2º. No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.
Art. 47º. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver. § 1º. As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições. § 2º. Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. § 3º. É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos programas de educação à distância. § 4º. As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a necessária previsão orçamentária (BRASIL, 1996, p. 14-16).
No Ensino Infantil, o referencial curricular serve como orientação para os professores quanto aos procedimentos metodológicos, formações e orientações pedagógicas. O referencial é composto de três volumes: a introdução, que faz uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, incluindo concepções sobre a criança, a educação, a instituição e o profissional, que subsidiaram a definição de objetivos para a Educação Infantil. 
O segundo volume apresenta o eixo de formação pessoal e social, tratando do processo de construção de identidade das crianças: 
O âmbito de Formação Pessoal e Social refere-se às experiências que favorecem, prioritariamente, a construção do sujeito. Estão organizados de forma a explicitar as complexas questões que envolvem o desenvolvimento de capacidades de natureza global e afetiva das crianças, seus esquemas simbólicos de interação com os outros e com o meio, assim como a relação consigo mesmas. O trabalho com este âmbito pretende que as instituições possam oferecer condições para que as crianças aprendam a conviver, a ser e a estar com os outros e consigo mesmas em uma atitude básica de aceitação, de respeito e de confiança. Este âmbito abarca um eixo de trabalho denominado Identidade e autonomia (BRASIL, 1998, p. 46).
O último volume trata do conhecimento de mundo e apresenta as orientações de seis eixos de trabalho, orientados para a construção das diferentes linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática:
O âmbito de Conhecimento de Mundo refere-se à construção das diferentes linguagens pelas crianças e às relações que estabelecem com os objetos de conhecimento. Este âmbito traz uma ênfase na relação das crianças com alguns aspectos da cultura. A cultura é aqui entendida de uma forma ampla e plural, como o conjunto de códigos e produções simbólicas, científicas e sociais da humanidade construído ao longo das histórias dos diversos grupos, englobando múltiplos aspectos e em constante processo de reelaboração e ressignificação. Esta ideia de cultura transcende, mas engloba os interesses momentâneos, as tradições específicas e as convenções de grupos sociais particulares. O domínio progressivo das diferentes linguagens que favorecem a expressão e comunicação de sentimentos, emoções e ideias das crianças, propicia a interação com os outros e facilitam a mediação com a cultura e os conhecimentos constituídos. Incide sobre aspectos essenciais do desenvolvimento e da aprendizagem e engloba instrumentos fundamentais para as crianças continuarem a aprender ao longo da vida (BRASIL, 1998, p. 48).
Todos os volumes estão organizados em caráter didático, definindo metas de qualidade visando à formação integral das crianças, servindo como guia para os professores quanto aos objetivos, conteúdos, orientações didáticas e pedagógicas.
No que se refere aos conteúdos, os referenciais trazem orientações sobre como trabalhar, sobre os tipos de conteúdos, factuais, atitudinais, conceituais e procedimentais, trabalhando de forma integrada, aproveitando os diferentes espaços dentro da escola:
Os conteúdos abrangem, para além de fatos, conceitos e princípios, também os conhecimentos relacionados a procedimentos, atitudes, valores e normas como objetos de aprendizagem. A explicitação de conteúdos de naturezas diversas aponta para a necessidade de se trabalhar de forma intencional e integrada com conteúdos que, na maioria das vezes, não são tratados de forma explícita e consciente. Esta abordagem é didática e visa a destacar a importância de se dar um tratamento apropriado aos diferentes conteúdos, instrumentalizando o planejamento do professor para que possa contemplar as seguintes categorias: os conteúdos conceituais que dizem respeito ao conhecimento de conceitos, fatos e princípios; os conteúdos procedimentais referem-se ao “saber fazer” e os conteúdos atitudinais estão associados a valores, atitudes e normas. Nos eixos de trabalho, estas categorias de conteúdos estão contempladas embora não estejam explicitadas de forma discriminada (BRASIL, 1998, p. 49).
Portanto, o currículo traz orientações e sugestões que orientam a prática pedagógica, o cotidiano escolar e, principalmente, define o que o aluno deve estudar, respeitando cada etapa e nível de ensino. Ainda no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil define-se que: 
Cabe ao professor a tarefa de individualizar as situações de aprendizagem oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas, emocionais, sociais, cognitivas assim como os conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens socioculturais diversas. Isso significa que o professor deve planejar e oferecer uma gama variada de experiências que responda, simultaneamente, às demandas do grupo e as individualidades de cada criança (BRASIL, 1998, p. 32).
O professor deve saber explorar as capacidades dos alunos por meio de atividades desafiadoras, atividades que faça com que eles despertem para o pensamento criativo, considerando suas habilidades afetivas, emocionais e físicas.
1.2 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL
Quando falamos em formação de professores, geralmente, pensamos apenas na formação inicial. No entanto, a formação do professor deve ser continuada. Esse tema sempre foi tratado de forma politizada, com a formação do professor sempre vista a partir de interesses políticos, sem, na maioria das vezes, nos voltarmos realmente para a qualidade do ensino. Conforme ressaltam Cunha e Carvalho:
A reflexão sobre a formação de professores é subsidiária das compreensões políticas da educaçãodo que decorrem posturas filosóficas e epistemológicas que sustentam estas compreensões numa relação direta com as propostas pedagógicas. A cotidianidade assumiu uma importância significativa na compreensão do mundo, e os estudos de Heller (1985), no campo da filosofia, foram uma preciosa ajuda para a construção da pesquisa e da reflexão sistematizada. [...] Esse arcabouço histórico conceitual do entendimento da docência e da mudança paradigmática, que vem afetando a concepção de conhecimento e incluindo novas racionalidades, tem tido importante influência no campo da formação de professores, fragilizando a compreensão de que o conhecimento profissional, entendido na perspectiva da racionalidade técnica, seja base da docência (CUNHA; CARVALHO, 2002, p. 40).
No entanto, essa visão politizada deu lugar a uma verdadeira luta por qualidade no ensino público, desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior. Essa preocupação fica clara quando se trata de formação para professores em todo o ensino básico e, deve-se ressaltar, principalmente no Ensino Infantil, pois este sempre ficou um pouco à parte. Porém, atualmente, há uma preocupação em formar profissionais mais bem preparados para o Ensino Infantil, priorizando inclusive a formação superior em Pedagogia, como é orientado. 
O professor deve ser preparado para trabalhar com o aluno integralmente, formando-o em todas as áreas; sendo assim, este precisa, além de ter uma formação integral, gostar de ser educador. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional:
Art. 62 A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, [...] como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro primeiras series do ensino fundamental (BRASIL, 1996). 
Pela LDB, os professores da Educação Infantil devem ter formação mínima no magistério; no entanto, o que vemos na realidade é que os professores que geralmente trabalham nessa modalidade são aqueles mais velhos, mais cansados, muitas vezes com formação mais básica, com menor capacidade, compromisso e responsabilidade, ou seja, escolhem aqueles professores considerados menos capazes. Silva e Rossetti-Ferreira citam a LDB (BRASIL, 1996) destacando que:
“a Educação Infantil parte da educação básica, considerada primeira etapa desta e tendo como a finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a seis anos”, o que dá prioridade para que os profissionais que atuam na área também passem por formulações profundas, pois a educação atual exige algo diferenciado, desse docente. Com isto tem-se a necessidade de uma formação continuada e abrangente, sem perder o que se exige da faixa etária, é a criança e suas especificidades sua identidade e participação na construção do saber (Silva; Rossetti-Ferreira, 2000).
Silva e Rossetti-Ferreira (2000) ainda citam uma formação diferente, pois a criança do Ensino Infantil tem comportamentos e necessidades diferentes; assim, a formação do professor deve contemplar essas necessidades, pois trabalhar com crianças requer um preparo maior, conhecimentos não apenas didáticos e pedagógicos, mas também lúdicos, visto que as crianças também aprendem brincando. Quanto a isso, Silva e Rossetti-Ferreira ainda afirmam:
É essencial que a sua formação parta da sua pesquisa reflexiva sobre a área de atuação docente, onde é convidado a optar por uma educação de qualidade que o faça transmissor e mediador do conhecimento infantil. Considerando que este profissional irá trabalhar diretamente com a criança, e em um período de total importância para a infância, este deve também atingir as necessidades, encontradas, o que requer uma formação mais transformadora e eficaz, de competência (Silva; Rossetti-Ferreira, 2000, p. 43).
O professor precisa saber guiar a criança à aprendizagem sem fazer por ela, permitindo que ela descubra e se desenvolva no tempo certo. Quando se fala em guiar as crianças, Piaget e Inhelder escreveram:
Os professores podem guiá-las proporcionando-lhes os materiais apropriados mas o essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si mesma, permanecerá com ela (Piaget; Inhelder, 1989, p. 53).
Esse é um momento em que para a criança tudo é novo, por isso o professor deve estar preparado para permitir que ela faça suas próprias descobertas.
Para garantir que o professor do Ensino Infantil tenha acesso à formação adequada e de qualidade, estando realmente preparado para atender a criança em todas suas necessidades, é que os Referenciais Curriculares preveem que “a formação inicial e a continuada das professoras e professores de Educação Infantil são direitos e devem ser asseguradas a todos pelos sistemas de ensino com a inclusão nos planos de cargos e salários do magistério” (BRASIL, 1998, p. 18).
No que se refere à garantia do direito ao acesso à formação, a LDB regulamenta que:
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade Normal.
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
I - cursos formadores de profissionais para a educação básica, inclusive o curso normal superior, destinado à formação de docentes para a Educação Infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental;
II - programas de formação pedagógica para portadores de diplomas de educação superior que queiram se dedicar à educação básica;
III - programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis (BRASIL, 1996, p. 20).
Como já foi citado antes, mais importante do que a formação é a vocação, o amor pela profissão, o prazer em trabalhar com crianças, a paciência, o senso de humor, o gosto por brincadeiras; todas essas características são desejáveis em um professor do Ensino Infantil. Quanto à formação para trabalhar com as crianças, os Referenciais Curriculares para o Ensino Infantil ainda afirmam:
O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação (BRASIL, 1998, p. 41).
Quanto à questão prática, que é a necessidade da formação inicial, aquela que teoricamente habilita o professor para trabalhar no Ensino Infantil, os Parâmetros Nacionais de Qualidade para o Ensino Infantil determinam:
11. Os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas instituições de Educação Infantil são professoras e professores de Educação Infantil. 11.1 A habilitação exigida para atuar na Educação Infantil é em nível superior, pedagogia ou modalidade normal, admitindo-se, como formação mínima, a modalidade normal, em nível Médio. 11.2 Professores sem a formação mínima exigida por lei que exercem funções de professora ou professor de Educação Infantil quer sejam titulares ou auxiliares, obterão a formação exigida com o apoio da instituição onde trabalham. Caso atuem na rede pública, contarãotambém com o apoio dos sistemas de ensino. 11.3 Professoras e professores de Educação Infantil das instituições públicas são selecionados (as) por meio de concurso público para o cargo de professor de Educação Infantil (BRASIL, 2006, p. 38).
Vale ressaltar que a formação é de extrema importância, porém a prática pedagógica também precisa ser revista e atualizada. Isto por que não adianta ter a formação e não ser capaz de uma boa prática, de repassar às crianças os conhecimentos certos da forma mais atrativa possível.
1.3 ATUAIS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO PARA PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As políticas educacionais foram se afirmando aos poucos, quase sempre voltadas para o ensino básico. Com o entendimento da necessidade de que a criança realmente precisa passar pelo Ensino Infantil e com a compreensão da importância dessa etapa para a vida educacional da criança, as políticas para a Educação Infantil foram ganhando força. Inicialmente ela foi vista como uma compensação pela desvalorização social, como afirma Kramer:
Nos anos de 1970, as políticas educacionais voltadas à educação de crianças de 0 a 6 anos defendiam a educação compensatória com vistas à compensação de carências culturais, deficiências linguísticas e defasagens afetivas das crianças provenientes das camadas populares. Influenciados por orientações de agências internacionais e por programas desenvolvidos nos Estados Unidos e na Europa, documentos oficiais do MEC e pareceres do então Conselho Federal de Educação defendiam a ideia de que a pré-escola poderia, por antecipação, salvar a escola dos problemas relativos ao fracasso escolar (KRAMER, 2006, p. 799).
No entanto, apenas com a constituição de 1988 a Educação Infantil passou realmente a ser reconhecida como um dever e obrigação do estado, em relação à oferta e garantia do acesso, visto que antes era mais vista como uma forma de assistência à criança:
Na Constituição Federal de 1988, a educação das crianças de 0 a 6 anos, concebida, muitas vezes, como amparo e assistência, passou a figurar como direito do cidadão e dever do Estado, numa perspectiva educacional, em resposta aos movimentos sociais em defesa dos direi​tos das crianças. Nesse contexto, a proteção integral às crianças deve ser assegurada, com absoluta prioridade, pela família, pela sociedade e pelo poder público. A Lei afirma, portanto, o dever do Estado com a educação das crianças de 0 a 6 anos de idade. A inclusão da creche no capítulo da educação explicita a função eminentemente educativa desta, da qual é parte intrínseca a função de cuidar. Essa inclusão constituiu um ganho, sem precedentes, na história da Educação Infantil em nosso país (BRASIL, 1998, p. 9).
A partir de então as políticas públicas voltadas para a Educação Infantil cresceram, preocupando-se além do acesso com a função social. Atualmente essa preocupação só aumentou, pois a necessidade de que a criança viva esse momento de acordo com suas etapas ficou evidente. Como exemplo temos o Plano Nacional de Educação que propõe:
Plano nacional, estadual e municipal Meta 1: Universalizar, até a metade da vigência deste Plano, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches de forma a atender, no mínimo, trinta e cinco por cento das crianças, de até três anos, até o final da vigência deste PEE (BRASIL, 2014).
Além da meta foram definidas estratégias que devem ser realizadas ao longo dos dez anos de duração do PNE, para assegurar seu cumprimento:
1.1. Matricular cem por cento das crianças com quatro e cinco anos de idade na pré-escola, até a metade da vigência deste PEE;
1.2. Realizar, a cada dois anos, até o mês de julho, levantamento da demanda para o atendimento das crianças de zero a três anos em creche, em cada um dos municípios, por bairro, alcançando até o final da vigência deste plano a meta de atender trinta e cinco por cento das crianças dessa faixa etária;
1.3. Construir, ao longo de 2015, pacto com a sociedade civil sobre a universalização da pré-escola e a ampliação do atendimento em creche, definindo cronograma da oferta, padrão da estrutura física das instituições infantis, parâmetros de qualidade do atendimento e das instituições e indicadores de avaliação da Educação Infantil;
1.4. Estruturar, com o apoio da União, programa de apoio à construção e reestruturação de creches e pré-escolas em regime de colaboração com os municípios;
1.5. Estabelecer parceria com a Universidade Federal do Acre - UFAC e outras instituições de ensino superior para a realização de pesquisas que possam auxiliar creches e pré-escolas a avançarem em seu fazer pedagógico, a partir da apropriação dos avanços técnico-científicos sobre a infância e a Educação Infantil;
1.6. Desenvolver, a partir de 2015, programa de orientação e apoio às famílias, integrando políticas de educação, saúde e assistência social, com ênfase no desenvolvimento integral da criança, nos três primeiros anos de vida;
1.7. Articular com as comunidades e os órgãos de proteção dos direitos da criança, política para a oferta de matrículas gratuitas em creches certificadas como entidades beneficentes de assistência social na área de educação, com a expansão da oferta na rede escolar pública;
1.8. Implementar programa de formação inicial e continuada para os profissionais da Educação Infantil, docentes e não docentes, garantindo, até 2020, todos com nível superior ou formação específica para o trabalho na Educação Infantil;
1.9. Ampliar e fomentar a oferta do atendimento educacional especializado, complementar e suplementar as crianças de zero a cinco anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, altas habilidades e/ou superdotação, dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia e distúrbio de processamento auditivo central, assegurando a educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da Educação Básica; e.
1.10. Definir, em legislação específica, no âmbito do regime de colaboração do Estado e seus municípios, a forma de cooperação técnica, administrativa e financeira para o cumprimento da meta e respectivas estratégias relacionadas à Educação Infantil (BRASIL, 2014). 
Impulsionado pela intensidade das politicas já existentes, o Ministério da Educação (MEC), em 2002, definiu então a Política Nacional de Educação Infantil com as seguintes diretrizes:
Em coerência com esse processo histórico, político e técnico, o MEC define a Política Nacional de Educação Infantil com suas diretrizes:
►A educação e o cuidado das crianças de 0 a 6 anos são de responsa- usabilidade do setor educacional. ►A Educação Infantil deve pautar-se pela indissociabilidade entre o cuidado e a educação. ►A Educação Infantil tem função diferenciada e complementar à ação da família, o que implica uma profunda, permanente e articulada co​municação entre elas. ►É dever do Estado, direito da criança e opção da família o atendi​mento gratuito em instituições de Educação Infantil às crianças de 0 a 6 anos. ►A educação de crianças com necessidades educacionais especiais deve ser realizada em conjunto com as demais crianças, assegu​rando-lhes o atendimento educacional especializado mediante avaliação e interação com a família e a comunidade. ►A qualidade na Educação Infantil deve ser assegurada por meio do estabelecimento de parâmetros de qualidade. ►O processo pedagógico deve considerar as crianças em sua totali​dade, observando suas especificidades, as diferenças entre elas e sua forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar. ►As instituições de Educação Infantil devem elaborar, implementar e avaliar suas propostas pedagógicas a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil e com a participação das professoras e dos professores. ►As propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil devem explicitar concepções, bem comodefinir diretriz referente​. ► à metodologia do trabalho pedagógico e ao processo desenvolvimento/aprendizagem, prevendo a avaliação como parte do trabalho pedagógico, que envolve toda a comunidade escolar. ►As professoras e professores e os outros profissionais que atuam na Educação Infantil exercem um papel socioeducativo, devendo ser qualificados especialmente para o desempenho de suas fun​ções com as crianças de 0 a 6 anos. ►A formação inicial e a continuada das professoras e professores de Educação Infantil são direito e devem ser asseguradas a todos pelos sistemas de ensino com a inclusão nos planos de cargos e salários do magistério. ►Os sistemas de ensino devem assegurar a valorização de funcionários não-docentes3 que atuam nas instituições de Educação Infantil, promovendo sua participação em programas de formação inicial e continuada. ►O processo de seleção e admissão de professoras e professores que atuam nas redes pública e privada deve assegurar a formação específica na área e mínima exigida por lei. Para os que atuam na rede pública, a admissão deve ser por meio de concurso. ►As políticas voltadas para a Educação Infantil devem contribuir em âmbito nacional, estadual e municipal para uma política para a infância. ►A política de Educação Infantil em âmbito nacional, estadual e mu​nicipal deve se articular com as de Ensino Fundamental, Médio e Superior, bem como com as modalidades de Educação Especial e de Jovens e Adultos, para garantir a integração entre os níveis de en​sino, a formação dos profissionais que atuam na Educação Infantil, bem como o atendimento às crianças com necessidades especiais. ►A política de Educação Infantil em âmbito nacional, estadual e mu​nicipal deve se articular às políticas de Saúde, Assistência Social, Justiça, Direitos Humanos, Cultura, Mulher e Diversidades, bem como aos fóruns de Educação Infantil e outras organizações da sociedade civil. (BRASIL, 2002, p. 16-18). 
Apesar de cada vez mais estarem surgindo politicas públicas voltadas para a Educação Infantil e havendo uma intensificação dos projetos que visam à melhoria da qualidade do ensino, ainda estamos longe de realmente ter uma Educação Infantil de qualidade e com acesso garantido a todos.
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2 METODOLOGIA
Procuramos desenvolver esta pesquisa dentro de uma conjuntura coerente, buscando atender as necessidades básicas para o desempenho do nosso trabalho para que, no final, fosse possível concretizar nosso objetivo: analisar as contribuições da formação em Ensino Superior dos professores da Educação Infantil no município de Porto Walter, com o intuito de observar as mudanças que estão acontecendo ao longo dos anos. 
Levantaremos dados junto aos professores que atuam na Educação Infantil do nosso município, na escola Izaura Amorim de Lima, na busca de possíveis respostas para nosso questionamento; será utilizada a entrevista como instrumento de coleta de dados. De acordo com Gil: 
Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formulam perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada no âmbito das ciências sociais. Psicólogos, sociólogos, pedagogos, assistentes sociais e praticamente todos os outros profissionais que tratam de problemas humanos valem-se dessa técnica, não apenas para coleta de dados, mas também com objetivos voltados para diagnóstico e orientação (GIL, 2008, p. 109).
Esta pesquisa é de caráter exploratório, pois pretendemos mostrar que o Ensino Superior foi de extrema importância na vida dos professores da Educação Infantil, assim como modificar a ideia de que a formação superior não contribuiu para a prática desses docentes, como é o consenso geral. Quanto à pesquisa exploratória, Gil considera que:
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições (GIL, 2002, p. 41).
Foi utilizada a metodologia de forma qualitativa, pois este instrumento de pesquisa tem o ambiente natural como fonte direta de coleta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento, sendo que a coletas de dados acontecem naturalmente no ambiente estudado, nesse modelo de pesquisa. Tendo em vista que os dados coletados são predominantemente descritivos, devendo o pesquisador perceber as situações que estão presentes no ambiente local. Para Oliveira:
[...] a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada via de regra, por meio do trabalho intensivo de campo. Os dados coletados são predominantemente descritivos. O material obtido nessas pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações, acontecimentos, fotografias, desenhos, documentos, etc. Todos os dados da realidade são importantes. A preocupação com o processo é muito maior que com o produto. O interesse do pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas (OLIVEIRA, 2011, p. 25).
A metodologia se justifica por estarmos interessados em apresentar os fatos sem a preocupação de quantificá-los, com a finalidade apenas de verificar se a Educação Superior teve ou não alguma importância na formação dos professores da Educação Infantil no município de Porto Walter.
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3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
3.1 CARACTERÍSTICAS DA ÚNICA ESCOLA DE ENSINO INFANTIL DO MUNICÍPIO DE PORTO WALTER, IZAURA AMORIM DE LIMA
Por ser a única escola de Ensino Infantil no município de Porto Walter, a escola Izaura Amorim de Lima é o nosso objeto de estudo. A escola recebeu esse nome em homenagem à senhora que cedeu o local para se construir a sede, que foi fundada em 1985. Na época, a escola funcionava em uma sala de aula e um chapéu de palha, que atendia todas as crianças de quatro a seis anos, pois naquela época os alunos de seis anos ainda estudavam na pré-escola. 
A escola atualmente está localizada na Rua Alfredo Sales, bairro da Pista Velha. É uma escola estadual, pois foi construída pelo governo do estado e entregue à prefeitura municipal para uso e manutenção. Em 2016 a escola já contava com sete salas de aulas, uma sala dos professores, uma sala da direção, uma secretaria, uma sala da inclusão, uma sala de recreação e jogos, um auditório, cinco banheiros, uma cozinha e um refeitório; hoje, no entanto, um espaço importante que havia na escola não existe mais, que era um playground que servia para o lazer das crianças. 
A escola possui estrutura física ampla, com salas de aula arejadas e iluminadas. Possui uma sala de jogos onde professoras pedagogas confeccionam e desenvolvem jogos recreativos e dinâmicos, de modo que os alunos possam ter acesso ao lúdico.
As aulas se iniciam, no turno matutino, às 07h30 e terminam às 11h. No turno vespertino, se iniciam às 13h e terminam às 17h.
A equipe gestora é composta pela diretora, uma coordenadora de ensino, duas coordenadoras pedagógicas, um coordenador administrativo, e dois auxiliares de secretaria. A escola funciona com 53 funcionários, sendo 26 professores, 14 colaboradores do quadro de apoio e serviços diversos, duas merendeiras e quatro vigias. 
Dos 26 professores lotados na escola, apenas 12 estão em sala de aula como professores regentes, sendo 11 do sexo feminino e apenas um do sexo masculino. Cada professor regente possui um professor auxiliar que colabora no atendimento às crianças. Todos os professores regentes possuem formação em nível superior, enquanto os professores auxiliares possuem apenas o Ensino Médio, conforma demostradono Gráfico 1.
Gráfico 1: Formação dos professores que estão em sala de aula na Escola Izaura Amorim de Lima
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Fonte: Elaborado pelos autores.
De acordo com o Gráfico 1, podemos perceber que a maioria dos professores é formada em áreas de conhecimento (Letras Vernáculas, Matemática e Ciências Biológicas), sendo que apenas cinco são formados em Pedagogia. 
Quanto à forma de contratação, 10 deles possuem contrato permanente com a Secretaria de Educação de Porto Walter e dois são contratados temporariamente. O Gráfico 2 nos mostra a idade desses professores e suas experiências como docentes.
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Gráfico 2: Escola de Ensino Infantil Izaura Amorim de Lima
Fonte: Elaborado pelos autores.
Percebemos, pelo Gráfico 2, que a maioria dos professores possui idade entre 21 e 40 anos, com 11 a 20 anos de experiência em sala de aula, sendo que no Ensino Infantil a experiência da maioria varia de 1 a 10 anos. Além disso, percebemos também que dos 12 professores em sala de aula, dez possui contratos efetivos e apenas dois são contratados provisoriamente.
Como citado anteriormente, a escola atende a um total de 324 alunos na faixa etária dos três aos cinco anos de idade, distribuídos conforme demonstra o Gráfico 3.
Gráfico 3: Alunos matriculados na Escola Izaura Amorim de Lima em 2017
Fonte: Elaborado pelos autores.
Embora não seja uma creche, percebemos que a escola atende a um número alto de alunos com idade de três anos, realizando esse atendimento da melhor forma possível. É importante ressaltar que há uma creche em fase de construção para atender às crianças de três anos com maior qualidade.
A maioria das crianças, cerca de 70%, faz uso do transporte escolar terrestre, utilizando como meio de transporte o micro-ônibus escolar. 
A escola Izaura Amorim de Lima, como dito anteriormente, é a única escola de Ensino Infantil em nosso município, ficando responsável por atender a toda a demanda da população; desta maneira, é necessário limitar o número de vagas a cada início de ano letivo.
Os alunos atendidos pela escola, geralmente, vêm de famílias de baixa renda provenientes de comunidades rurais e que sobrevivem com os recursos do Programa Bolsa Família. São pais que não possuem, em sua maioria, nem mesmo o Ensino Fundamental completo.
Para trabalhar com a Educação Infantil é preciso valorizar, além da formação, a afinidade do profissional com as crianças, pois sabemos que é necessário respeitar as características de cada criança, sua infância, sua necessidade de brincar, de ser cuidado e respeitado. Assim, na hora de optar por profissionais a ser lotados na escola de Ensino Infantil, todos esses aspectos devem ser levados em consideração.
Na escola Izaura Amorim de Lima os professores seguem uma rotina diária com os alunos para facilitar sua prática pedagógica: realizam atividades rotineiras, e algumas definidas de acordo com o tema da aula; os alunos também têm horário para descansar e para ir para a sala de jogos, proporcionando momentos de lazer e de diversão, porém sem esquecer o aprendizado. Quanto ao planejamento dessa prática pedagógica, os professores realizam diariamente e também nos momentos de planejamento com a coordenação pedagógica da escola.
Por ser uma escola urbana, todos os professores são da sede do município, embora alguns já tenham trabalhado durante muitos anos em escolas rurais. Nas observações e conversas informais com os professores, percebemos que eles não tiveram muitos empecilhos no decorrer da sua formação em nível superior, visto que a maioria é moradora da zona urbana do município e não precisaram se deslocar nos períodos letivos como aconteceu, por exemplo, com os professores que moravam na zona rural.
3.2 CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO SUPERIOR PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA IZAURA AMORIM DE LIMA 
Realizamos entrevistas com oito professores regentes de sala, formados em nível superior, sendo que dois são formados em Pedagogia; também entrevistamos a diretora, a coordenadora de ensino e as duas coordenadoras pedagógicas, além de conversas informais e observações na escola, quando conseguimos, por exemplo, os dados de sua estrutura física�. 
Acreditamos, a partir do que vimos e ouvimos, que o Ensino Superior trouxe mudanças para a prática pedagógica desses professores, por isso o primeiro questionamento que fizemos foi sobre sua visão quanto à importância do Ensino Superior para a atuação do professor da Educação Infantil. A maioria dos professores responderam que o Ensino Superior foi muito importante para sua prática como professor, visto que tiveram a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, se aperfeiçoar, ficando mais qualificados para atuar em sala de aula, como citou um professor: “[o Ensino Superior foi importante] para ficar qualificado, evoluir na nossa prática como educador, evoluir profissionalmente, ser mais valorizado e estar preparado para as mudanças” (P3, 2017).
O Ensino Superior faz a pessoa evoluir tanto como profissional quanto como indivíduo, pois lhe apresenta visões diferentes, outros olhares sobre as questões educacionais que às vezes são tão fechadas à nossa realidade. Outros professores, além de concordar com a questão da qualificação proporcionada pelo Ensino Superior, ainda enfatizaram a possibilidade que o curso ofereceu de melhorarem sua atuação, não apenas na sala de aula, mas como profissionais da educação, como podemos perceber na fala desse professor: “[percebe-se a mudança] não só na Educação Infantil, mas acredito que o Ensino Superior seja de fundamental importância para o professor atuar em outras áreas, modalidades de ensino, pois com certeza torna-se mais qualificado” (P5, 2017).
A formação superior deixa o professor habilitado para atuar em diferentes modalidades de ensino, além de mostrar meios de fazer um trabalho diferente, dentro da sua realidade. É certo que essa formação trouxe vantagens para a prática pedagógicas desses profissionais, como ressaltou um dos professores: “O Ensino Superior é importante porque você adquire novos conhecimentos e sua prática pedagógica se torna melhor” (P7, 2017).
Ao adquirir novos conhecimentos o profissional passa a ver as coisas sob uma ótica diferente, começa a ter vontade de melhorar, de fazer a diferença dentro da sua realidade, e é perceptível o quanto a formação superior trouxe esse ânimo aos professores, proporcionando inclusive melhora na autoestima.
Um fator interessante, citado por um professor formado em Pedagogia, foi a oportunidade de terem uma formação voltada para a área infantil:
O professor vai passar de quatro a cinco anos se preparando para atuar nesta área, com isso ele adquire novos conhecimentos. Apesar de também poder trabalhar no ensino infantil as pessoas que tem magistério, a exigência é professor formado com nível superior (P6, 2017).
Trabalhar no Ensino Infantil não é tarefa fácil, daí a necessidade de uma formação adequada, que realmente prepare o professor para atender às necessidades das crianças. 
Por se tratar do primeiro nível de ensino, existem professores que acreditam que é fácil, pois depende mais de seu desempenho pessoal e experiência do que da formação profissional. Podemos perceber isso na fala de um dos professores quando questionado sobre a importância do Ensino Superior para sua atuação na Educação Infantil: “Não exatamente [importante], pois trabalhar na Educação Infantil, não requer tanto conhecimento, mas sim paciência, pois são seres pequenos que necessitam de carinho e muita atenção” (P8, 2017). 
Apesar de no Ensino Infantil os conteúdos serem mais simples, a complexidade dos alunos é maior do que a dos jovens e adolescentes. Realmente é preciso ter paciência, dar carinho, atenção, mas fazer isso da maneira certa, fazendo a criança entender que também tem responsabilidades, que precisa ter compromisso, que precisa aceita regras; não é fácil e é preciso que o professor tenha muita habilidade.
A gestãoda escola também foi questionada sobre a importância do Ensino Superior para seu trabalho na Educação Infantil e, como os professores, a maioria concorda que foi importante, pois mostrou métodos de Ensino Infantil que antes eram desconhecidos por eles. A coordenadora de ensino julga que “a formação em nível superior te dá suporte cognitivo para atuar em qualquer sala de aula e, principalmente para os que fizeram Pedagogia, ensina sobre a criança, suas fases e a importância de saber respeitar suas experiências” (CE, 2017).
Uma das coordenadoras pedagógicas entrevistadas concorda que quem teve a oportunidade de fazer Pedagogia está mais bem preparado para lidar com o Ensino Infantil já que foram estudados muitos autores que falam do desenvolvimento da criança, como Piaget, Vygotsky e outros. Porém, alguns acreditam que a experiência ainda é mais importante do que a formação acadêmica, como disse a diretora:
Acredito que a experiência conta mais do que a formação, principalmente a nossa que foi semipresencial, e alguns não aproveitaram para enriquecer seus conhecimentos, o que desvaloriza a capacidade de quem realmente colheu todos os frutos possíveis (D, 2017).
Em todas as formações existem aqueles que aproveitam e os que não valorizam a oportunidade, mas isso não desmerece quem se esforça para aprender, pois a diferença será percebida na prática, no mercado de trabalho. 
Dos sujeitos pesquisados, quatro já possuem uma especialização latu sensu, o que mostra que estão buscando aperfeiçoar cada vez mais sua prática, buscando novos aprendizados.
Quanto aos avanços já percebidos em sua prática pedagógica após sua formação em nível superior, todos citaram a percepção da aplicação de alguma característica que foi fruto dos conhecimentos adquiridos na formação superior, como a segurança que um dos professores sente atualmente quanto ao seu exercício docente: “Certamente percebo avanços grandiosos; hoje me sinto segura sobre como atender as crianças do Ensino Infantil, como compreendê-las, o que posso cobrar delas e quais as habilidades que devo desenvolver durante essa etapa” (P2, 2017).
Aprender a lidar com a criança no Ensino Infantil é um avanço importante e necessário, pois faz toda a diferença nas atitudes e no comportamento da criança na escola e no seu futuro. Além dessa segurança sobre como tratar as crianças como alunos foram citadas as habilidades necessárias nesse tratamento, que também foram avanços percebidos na prática: “[percebi maior] segurança, habilidade para lidar com essa classe estudantil e mais facilidade para participar de todas as atividades sociais” (P3, 2017).
Conquistar a confiança das crianças é uma questão importante no Ensino Infantil, visto que, geralmente, elas estão habituadas somente ao ambiente familiar, gerando um estranhamento quando chegam à escola, sendo comum ver crianças gritando nos primeiros dias de aula. Cabe à escola e ao professor saber lidar com essa situação, conquistando e agradando a criança, para que ela possa se sentir à vontade e para que aprenda a gostar da escola. É fundamental, para os atores escolares, aprenderem a lidar e aceitar que a condição da criança é especial e diferente e que exige do professor um posicionamento também especial e diferente, a começar por compreender que nesta fase o professor precisa ir além de ensinar. É possível perceber que alguns professores identificam as mudanças:
Acredito que o principal avanço que o ensino superior deu para minha prática foi me fazer aceitar que ser professor é mais do que ensinar e que no ensino infantil isso se torna mais sério ainda. Despertou um sentimento pela profissão que eu não tinha e isso se reflete nas minhas aulas hoje (P5, 2017).
O professor nesta modalidade de ensino deve apresentar características paternais e maternais, ver na criança sua necessidade de ser protegida, amada, respeitada, gostar de brincar com ela, ter prazer em contar uma história de forma dinâmica e engraçada. Essas são características que não se aprendem na formação superior, mas que são descobertas e despertadas durante a formação do educador, sendo necessário desenvolvê-las e aceitá-las, com motivação e paciência, para desempenhar esse papel na vida da criança. 
A formação proporciona o conhecimento de métodos para desempenhar esse papel, como destacou um dos professores quando questionado sobre os avanços percebidos após a conclusão do Ensino Superior em sua prática: “Após minha formação adquiri mais estratégias sobre como lidar com os educandos, bem como conhecimentos diversos” (P8, 2017).
Os avanços são sempre voltados para a evolução dos conhecimentos, da forma de ver a criança e da maneira de lidar em sala de aula. Questionados sobre as disciplinas que mais colaboraram para esse aprendizado durante sua formação superior foram citadas as disciplinas de Português, Matemática, Ciências e, principalmente, todas as disciplinas voltadas para a questão da criança, conforme o relato abaixo:
Todas as disciplinas foram importantes, mas para a Educação Infantil as que mais contribuíram foram às voltadas para a questão cognitiva, como a psicologia, literatura infantil, didáticas, os estágios, enfim, todas as disciplinas que me ajudaram a entender como lidar com a criança e como desempenhar uma boa prática pedagógica em sala de aula (P4, 2017).
Podemos perceber que as disciplinas didáticas e pedagógicas, aquelas que ensinam a trabalhar com os alunos, a ministrar uma aula, foram as que mais fizeram diferença para os professores, além de Português, Matemática e Ciências, visto que estas são as que eles precisam como conteúdo na sala de aula.
Procuramos saber dos professores se acreditam que o nível superior poderia ter contribuído mais para sua prática na Educação Infantil. A maioria argumentou que poderia ter colaborado mais se tivessem tido a oportunidade de cursar Pedagogia, visto que assim teriam tido mais acesso aos conhecimentos relacionados com o desenvolvimento da criança. Alguns disseram que esperavam mais do curso superior que fizeram (P7, 2017) e ainda questionaram a interação entre professor e aluno na sua formação superior, visto que o curso só acontecia em alguns meses de forma presencial, sendo que no restante do ano era a distancia. Assim, acreditam que teriam tido a oportunidade de adquirir mais conhecimentos se tivessem tido acesso a um curso superior integralmente presencial e que certamente viriam a melhorar cada vez mais sua prática diária.
O Ensino Superior apresentou contribuições diferentes para os diversos professores, considerando-se o grau de comprometimento de cada um com sua profissão e formação. Assim, todos enfatizaram que o Ensino Superior teve grande importância para sua vida, visto que abriu novos horizontes e trouxe pontos de vistas diferentes quanto ao que eles pensavam sobre educar. “Ter uma qualificação profissional é importante, pois, assim, acontece um trabalho de qualidade e uma prática envolvida em mudanças necessárias para o ensino de qualidade” (P4, 2017).
Concordar que o Ensino Superior trouxe qualificação profissional é afirmar que a prática docente foi melhorada. A coordenadora de ensino ressaltou que “como profissional da educação, o Ensino Superior foi uma conquista e a chance de continuar fazendo o que eu gosto, além de me mostrar uma infinidade de conhecimentos que eu desconhecia” (CE, 2017).
A formação superior realmente foi uma oportunidade para que todos pudessem se qualificar na sua profissão, não apenas no sentido de novos conhecimentos, mas também no sentido financeiro. “O Ensino Superior mudou minha forma de ver a educação, hoje eu me sinto mais valorizado, importante mesmo, parece que só porque você conclui uma faculdade você agora sabe mais do que os outros” (D, 2017).
Uma formação superior é importante na vida de qualquer profissional, em qualquer área, pois não só capacita, mas também proporciona inovações, confiança, segurança no exercício da profissão. 
Vimos que dos 12 professores que estão atuando em sala de aula naescola Izaura Amorim de Lima, sete não são formados pelo curso superior de Pedagogia, ou seja, são formados em outras áreas, específicas para algumas disciplinas. Assim, estes foram questionados sobre as dificuldades que sentem ao trabalhar com o Ensino Infantil tendo uma formação especifica para trabalhar com outras modalidades de ensino.
A grande maioria destacou que não sente tanta diferença pela questão da formação, visto que consideram a experiência tão importante quanto a formação, bem como destacaram que o que faz a diferença é a vontade de cada um em estudar, se dedicar ao trabalho e tentar fazer a diferença, como enfatizou um dos professores: “não tenho dificuldades de trabalhar com a Educação Infantil, pois planejo e busco novos conhecimentos a cada dia” (P7, 2017).
Vivemos em um município no qual a mão de obra ainda é muito escassa, assim, cada profissional precisa atuar na vaga que aparece no mercado, ou seja, na área que surge uma oportunidade de colocação, mesmo que não seja a de sua formação; não temos professores suficientes em todas as áreas, por isso cada um trabalha mais com as disciplinas que têm maior afinidade e experiência, tendo que estar preparados para qualquer situação que surgir, conforme falou um dos professores: “Na verdade não encontrei nenhuma dificuldade, pois acredito que o professor tem que estar preparado para se deparar com qualquer situação” (P8, 2017). 
Sobre a questão de trabalhar com pessoas que já concluíram o Ensino Superior, todos responderam que se sentem à vontade, pois é bom trocar experiências e saber que todos estão preparados para desenvolver um bom trabalho, principalmente tendo em conta que, além de formação superior, têm também a experiência necessária para realizar sua prática profissional com qualidade e responsabilidade.
A partir da análise da prática pedagógica dos professores com formação em nível médio e em nível superior, a equipe gestora foi questionada sobre a percepção da necessidade da formação em nível superior para atuar na Educação Infantil, se acreditam que o ensino aprendizagem mudou a partir da formação superior dos professores. Os três membros da equipe entrevistados responderam que acreditam que a formação superior é uma necessidade, como enfatizou a diretora da escola:
A formação superior traz aos professores reflexões sobre as práticas pedagógicas com a missão de levá-los a entender e compreender o novo estudante da Educação Infantil como sujeito participativo da cultura, observando temas diversos que, dentro dos objetivos do currículo, priorizam a transformação, a criatividade e a expressão (D, 2017).
A Educação Superior foi positiva na vida dos professores e automaticamente na vida dos alunos, pois a mudança na prática do professor reflete principalmente na aprendizagem dos alunos. Quanto a essa questão, o coordenador de ensino ressaltou que “não é por que se trata de crianças que não se exija do professor nível superior. Mesmo nesta etapa da educação é necessário qualificação do professor, pois é aqui que as crianças aprendem os valores, a interagir, a conviver etc.” (CE, 2017). 
Assim como a diretora da escola, a coordenadora de ensino concorda que o nível superior trouxe benefícios à prática pedagógica do professor do Ensino Infantil, argumentando que essa formação é necessária, pois mesmo lidando com crianças o professor precisa aprender como tratá-las. Sabemos que os conteúdos curriculares são simples e fáceis, portanto, o problema não é dominar o conteúdo, mas sim dominar os caminhos para chegar até a criança, é saber ensinar e brincar, educar e cuidar, é mostrar o erro sem ser grosseiro, pois para a criança os sentimentos são diferentes, tudo é mais intenso. Uma das coordenadoras pedagógicas ressaltou:
O Ensino Superior foi de extrema importância para a prática desses professores, podemos perceber claramente no cotidiano da escola: professores mais preparados, mais criativos, com metodologias novas, buscando recursos diferentes. Além de isso também se refletir nos momentos de planejamentos, quando os professores não precisam mais de tanta ajuda como antes; eles sabem os caminhos, precisam no máximo de algumas orientações, estou nesta escola há cinco anos e nunca vi esses professores tão preparados, cheios de ideias, produzindo matérias e tornando a rotina da escola dinâmica e agradável aos alunos (CP2, 2017).
Portanto, apesar de todos concordarem que a experiência faz muita diferença no atendimento à criança do Ensino Infantil, é notório também que a formação superior trouxe mudanças positivas à prática pedagógica do professor do Ensino Infantil na escola Izaura Amorim de Lima.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista a análise das falas dos professores e da equipe gestora que foram entrevistados na escola Izaura Amorim de Lima, concluímos que o Ensino Superior trouxe uma contribuição importante para a prática pedagógica dos docentes desta escola. 
Os professores são formados em cursos superiores diferenciados, em áreas que não são ideais para atender crianças, no entanto percebe-se que mesmo assim a qualidade do ensino mudou na escola a partir da formação superior dos professores. 
Vimos que trabalhar com o Ensino Infantil não é uma tarefa fácil, que o profissional precisa ter um perfil definido, precisa compreender a criança ainda na sua infância, deve ser tolerante, paciente, amável, extrovertido, gostar de realizar brincadeiras e, acima de tudo, estar disposto a se portar como uma criança quando isso for necessário.
No Ensino Infantil o professor deve ensinar brincando e cuidando da criança, então este deixa de ter apenas a função de orientar e mediar o conhecimento, ele torna-se alguém importante para a criança, alguém a quem ela se entrega e confia, e se o professor não for capaz de despertar isso na criança ele não se encaixa no perfil de professor desse nível de ensino.
Sabemos que as características descritas acima não são ensinadas na formação superior do professor, no entanto, a formação mostra a criança ao professor, ensina sobre suas necessidades, sua personalidade, seu desenvolvimento cognitivo e orienta o professor sobre como lidar e conquistar essa criança.
Por isso acreditamos que a formação superior é tão importante para os professores da escola Izaura Amorim de Lima, por que deu a eles embasamento sobre o que é ser criança e sobre como lidar com sua condição de infância.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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