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TCC revisão final com abstract

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O 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CAMPUS FLORESTA – CZS
CENTRO DE EDUCAÇÃO E LETRAS – CEL
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
FRANCISCO ALTEVIR SOUZA DA ROCHA
JOSE VILSON GONÇALVES DE PAIVA
MANOEL DA CONCEIÇÃO BEZERRA
ORLEAN GONÇALVES LIMA
AS PRÁTICAS DE GESTÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO
Porto Walter-AC
2018
FRANCISCO ALTEVIR SOUZA DA ROCHA
JOSE VILSON GONÇALVES DE PAIVA
MANOEL DA CONCEIÇÃO BEZERRA
ORLEAN GONÇALVES LIMA
AS PRÁTICAS DE GESTÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre-UFAC/Campus Floresta.
Orientador: Prof. Me. Ericson Araújo da Costa
Porto Walter-AC
2018
FICHA DE APROVAÇÃO
FRANCISCO ALTEVIR SOUZA DA ROCHA
JOSE VILSON GONÇALVES DE PAIVA
MANOEL DA CONCEIÇÃO BEZERRA
ORLEAN GONÇALVES LIMA
AS PRÁTICAS DE GESTÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO
Aprovado em: ______/______/______
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Me. Ericson Araújo Da Costa (Orientador)
Universidade Federal do Acre – UFAC
__________________________________________
Profa. Dra. Francisca Adma Martins
Universidade Federal do Acre – UFAC
__________________________________________
Profa. Dra. Maria Aldecy Rodrigues de Lima
Universidade Federal do Acre – UFAC
Porto Walter-AC
2018
DEDICATÓRIA
Nosso trabalho é dedicado a Deus, em primeiro lugar, por nos permitir essa importante conquista. 
Aos nossos pais, que sempre estiveram nos apoiando e dando suporte nos momentos de dificuldade. 
Aos nossos companheiros(as), aos nossos filhos e a todos nossos familiares, que suportaram nossa ausência e impaciência durante todos esses anos. 
Dedicamos também aos nossos mestres, pelo conhecimento transmitido, e aos nossos colegas de curso, pelas vezes que cederem o ombro amigo para desabafarmos.
Por fim, porém mais importante, dedicamos ao nosso mestre e orientador, Professor Ericson Araújo, pela parceria e compreensão.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos colegas de curso, que sempre colaboraram, motivando nossa empreitada; aos nossos familiares, pais, mães, esposos(as) e filhos, pela compreensão nos momentos em que não tivemos tempo para dar atenção, e pelas vezes que cediam seu tempo para nos ajudar em nossos problemas, possibilitando assim que conquistássemos mais essa vitória. 
Com muita gratidão, agradecemos nossos mestres e professores e a todos da Universidade Federal do Acre que colaboraram neste projeto que mudou as nossas vidas. 
Humildemente agradecemos ao nosso mestre e orientador, Ericson Araújo, por entender nossas dificuldades e nos ceder um pouco do seu conhecimento e acima de tudo por acreditar na nossa capacidade de desenvolver este trabalho.
Agradecemos em especial ao nosso Deus, que não permitiu que as barreiras nos enfraquecessem e nos deu motivação a cada dia e momentos de fraqueza em que pensamos em desistir. 
A análise das instituições escolares só tem sentido se for capaz de abrir o pensamento a outros possíveis. E só tem utilidade se tiver inteligência de perceber os seus limites. É preciso olhar para a escola como uma utopia, isto é, como um tempo e um espaço onde podemos exprimir a nossa natureza pessoal e social. 
(Antônio Nóvoa)
RESUMO
A presente monografia trata do tema “As práticas da gestão da escola de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino”. Nosso objetivo principal é analisar a prática da gestão da escola Borges de Aquino, de modo a compreender sua organização e funcionalidade no cotidiano escolar. Deste modo, buscamos responder à seguinte problemática: Como acontece a prática de gestão escolar na escola Borges de Aquino, a partir de sua organização e funcionalidade cotidiana? Pretendemos responder essa questão a partir das seguintes questões de estudo: Como se normatiza a gestão escolar da Escola Borges de Aquino? Como se organiza a equipe de gestão da escola Borges de Aquino no atendimento às questões do cotidiano da escola? Como é realizado o trabalho cotidiano dos gestores da escola Borges de Aquino, a partir do trabalho desenvolvido por seus membros: gestor e coordenadores pedagógicos, de ensino e administrativo? Qual o quadro formativo da equipe de gestão da escola Borges de Aquino? Existem dificuldades e/ou facilidades de organização e funcionalidade no trabalho da equipe de gestão? Quais? Este trabalho é uma pesquisa exploratória que tem como procedimento técnico o estudo de caso, realizado por meio de uma abordagem qualitativa, usando como instrumentos de coleta de dados a entrevista que será aplicada à equipe gestora da referida escola, assim como aos professores. Para embasar nossa pesquisa realizamos estudo sobre o tema gestão escolar tomando como referencial o livro “Dimensões da gestão escolar”, de Heloísa Lück, e as leis que normatizam a gestão escolar a nível estadual e federal. Como resultado da pesquisa, mostramos a organização, funcionalidade e práticas desenvolvidas no cotidiano da gestão na escola de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino.
Palavras-chave: Gestão Escolar. Práticas. Funcionalidades. Organização.
ABSTRACT
This monograph deals with the theme "The management practices of Borges de Aquino Elementary School. Our main objective is to analyze the management practice of the Borges de Aquino school, in order to understand its organization and functionality in school everyday. In this way, we try to answer the following problematic: How does the practice of school management in the Borges de Aquino school, from its organization and daily functionality? We intend to answer this question from the following study questions: How does the school management of the Borges de Aquino School become standard? How is the management team of the Borges de Aquino school organized in order to attend to the daily questions of the school? How is the day-to-day work of Borges de Aquino school managers accomplished through the work of its members: manager and pedagogical, teaching and administrative coordinators? What is the formative framework of the Borges de Aquino school management team? Are there difficulties and / or organizational and functional facilities in the work of the management team? Which are? This work is an exploratory research that has as technical procedure the case study, carried out through a qualitative approach, using as instruments of data collection the interview that will be applied to the management team of said school, as well as to the teachers. To support our research, we conducted a study on the subject of school management, taking as reference the book "Dimensions of school management", by Heloísa Lück, and the laws that regulate school management at state and federal levels. As a result of the research, we show the organization, functionality and practices developed in the day-to-day management of Borges de Aquino Elementary School.
Keywords: School Management. Practices. Functionalities. Organization.
LISTA DE TABELAS
	Tabela 1
	Número de alunos por níveis e turmas................................................
	34
	Tabela 2
	Informações da equipe de professores................................................
	36
LISTA DE GRÁFICOS
	Gráfico 1
	Quadro de funcionários da escola Borges de Aquino em 2017..........
	32
	Gráfico 2
	Quadro de funcionários sob a gestão da equipe.................................
	33
	Gráfico 3
	Nível de formação dos membros da equipe gestora...........................
	34
LISTA DE SIGLAS
	AAE
	Anos de experiência na escola
	AEE
	Anos de experiência na educação
	CEE
	Conselho Estadual de EducaçãoCS
	Curso superior
	DA
	Disciplina com a qual trabalha
	EF
	Ensino Fundamental
	EJA
	Educação de Jovens e Adultos 
	I
	Idade
	LDB
	Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
	MEA
	Modalidade de ensino na qual atua
	P
	Professor
	PDE
	Plano de Desenvolvimento da Escola
	PPP
	Projeto Político Pedagógico
	RE
	Regimento Interno
	S
	Sexo
	SEE
	Secretaria Estadual de Educação
	SIMAED
	Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação do Acre
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO........................................................................................................
	12
	1 A ATUAL CONJUNTURA EDUCACIONAL BRASILEIRA NA LEGISLAÇÃO E NA VISÃO DE HELOISA LÜCK.........................................................................
	15
	1.1 GESTÃO ESCOLAR NO ESTADO DO ACRE: ORGANIZAÇÃO E FUNCIONALIDADE................................................................................................
	20
	1.2 O PROCESSO DE GESTÃO DAS ESCOLAS DO ACRE: A ESCOLHA DE DIRETORES...........................................................................................................
	24
	2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................
	29
	3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.............................................................
	31
	3.1 APRESENTAÇÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO...........................................................................................
	31
	3.2 AS PRÁTICAS DE GESTÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO NO ANO DE 2017................................................
	40
	4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................
	45
	REFERÊNCIAS......................................................................................................
	47
INTRODUÇÃO
O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa educacional com foco na gestão escolar. O tema foi escolhido por acreditamos que os gestores das escolas são peças fundamentais para o equilibro entre o saber e a prática pedagógica de uma escola. Nossa pesquisa visa analisar a prática da gestão da escola Borges de Aquino, compreendendo sua organização e funcionalidade no cotidiano escolar. É a gestão que traça objetivos específicos, que, de acordo com as normas e regimentos da sua escola e da comunidade, busca compreender cada um dos sujeitos da instituição escolar, criando metas de qualidade para melhorar a rotina da escola e, principalmente, melhorando a aprendizagem dos seus alunos.
A gestão de uma escola define sua perspectiva de desempenho por meio de uma boa conduta organizacional por parte da equipe gestora, que gere a qualidade da educação. A educação brasileira vem sofrendo grandes mudanças no processo de ensino-aprendizagem nos últimos anos e toda a equipe pedagógica da escola precisa estar preparada e atualizada com as novas leis de educação. 
Nesse sentido, buscamos mais conhecimentos sobre o tema em questão, respondendo à seguinte problemática: Como acontece a prática de gestão escolar na escola Borges de Aquino a partir de sua organização e funcionalidade cotidiana? Para o direcionamento de nosso estudo investigativo traçamos algumas questões de estudo: Como se normatiza a gestão escolar da Escola Borges de Aquino? Como se organiza a equipe de gestão da escola Borges de Aquino no atendimento às questões do cotidiano da escola? Como é realizado o trabalho cotidiano dos gestores da escola Borges de Aquino a partir do trabalho desenvolvido por seus membros: gestor e coordenadores pedagógicos, de ensino e administrativo? Qual o quadro formativo da equipe de gestão da escola Borges de Aquino? Existem dificuldades e/ou facilidades de organização e funcionalidade no trabalho da equipe de gestão? Quais?
Estes questionamentos, aliados aos objetivos propostos, possibilitarão a nós, pesquisadores, o aprimoramento do conhecimento sobre o tema e, assim, compreender melhor como funciona a gestão escolar da instituição em foco.
A escolha do tema se fez pela curiosidade em saber como funciona a gestão escolar da instituição de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino no município de Porto Walter, no Acre, assim como as ações cotidianas de produção do projeto político-pedagógico, a ideologia da instituição, as metodologias e a rotina de trabalho, que observamos quando realizamos visitas à escola durante as atividades práticas das disciplinas na licenciatura.
Nesse viés, pretendemos conhecer a dinâmica de gestão que ocorre no espaço da escola para assim, também, contribuirmos com a formação na área de outros acadêmicos. Acreditamos que este trabalho se faz necessário visto que não existem documentos oficiais que registrem a prática de gestão no município.
Percebemos que esta escola concentra grande parte das nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos. Nesse sentido, vimos a necessidade de conhecer e entender a prática de gestão da maior escola do município, de modo a compreendermos como são formados nossos alunos, bem como a funcionalidade e organização da escola. 
Para subsidiar essa pesquisa traçamos alguns objetivos específicos: analisar as normas e resoluções que embasam a gestão da escola; averiguar como se organiza a equipe gestora no atendimento às exigências no cotidiano do contexto escolar; compreender os trabalhos da equipe gestora diante das demandas da instituição; traçar o perfil formativo dos gestores da escola; identificar e analisar possíveis dificuldades e/ou facilidades no trabalho desenvolvido pela equipe gestora na escola Borges de Aquino.
Esta pesquisa se classifica, quanto aos seus objetivos, como exploratória, pois buscamos conhecer e nos familiarizar com as práticas da gestão da escola Borges de Aquino; usaremos como procedimentos técnicos o estudo de caso, pois será realizado um estudo detalhado para chegarmos ao conhecimento profundo do objeto de estudo, por meio de uma abordagem qualitativa, usando como instrumentos de coleta de dados a entrevista.
Nosso trabalho tem como embasamento teórico o livro “Dimensões da gestão escolar e suas competências”, de Heloísa Lück (2009), além das leis federais e estaduais que normatizam o processo de gestão escolar. 
Iniciamos nosso trabalho apresentando uma introdução, na qual estão expostos a problematização, os objetivos e a metodologia da nossa pesquisa.
Na primeira seção descrevemos a atual conjuntura da educação brasileira, por meio do olhar de Lück (2009). Serão apresentadas também as possibilidades e caminhos da gestão escolar, nas escolas do Acre, por meio das leis que normatizam e regulamentam a gestão em nosso estado, bem como a lei de gestão democrática no Acre.
Na segunda seção, serão apresentados os caminhos da pesquisa, o tipo de pesquisa e as metodologias utilizadas.
Na terceira seção apresentaremos a análise e discussão dos dados, na qual será apresentada a escola em estudo, com uma breve descrição de sua história. Em seguida será descrita a organização, funcionalidade e práticas da gestão escolar, de acordo com os dados pesquisados. 
O conhecimento sobre a prática pedagógica da escola Borges de Aquino ajudará a todos os professores que atuam na área e/ou que querem seguir a carreira de gestor escolar. Nosso trabalho ajudará também na melhoria do ensino-aprendizagem da escola Borges de Aquino, visto que serão descritas as funções e as práticas reais de cada membro da equipe gestora, ressaltando-se as práticas positivas que induzem a qualidade do ensino.
1 A ATUAL CONJUNTURA EDUCACIONAL BRASILEIRA NA LEGISLAÇÃO E NA VISÃO DE HELOISA LÜCK
Sabemos que gestão é o ato de gerir, gerenciar, e que existe em qualquer ambiente, como na família, nas empresas e em qualquer lugar onde existam normas e regras de convivência e conduta. No entanto, nesta pesquisa, tratamos de uma gestão muito importante na sociedade, uma gestão sistematizada, que é a gestão escolar, a gestão dentro dasinstituições responsáveis por formar os cidadãos de forma integral. Lück define que:
Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e autocontrole (acompanhamento e avaliação com retorno de informações) (LÜCK, 2009, p. 24).
Durante muito tempo o termo gestão esteve relacionado a comando, autoridade, no entanto, a partir da gestão democrática, esse termo passou a lembrar de organização, a estar relacionado a um grupo e não mais a uma pessoa.
Quanto à gestão escolar, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) prevê que:
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996).
Então, a gestão democrática veio para mudar a visão sobre gestão, permitindo que se possa pensar em gestão escolar compartilhada, da qual todos fazem parte, tendo responsabilidades e sabendo sua importância no processo, inclusive se responsabilizando pelos resultados, sejam eles negativos ou positivos. 
A gestão democrática propõe participação de todos os sujeitos envolvidos no processo, de forma igualitária. Essa forma de gestão trouxe consigo mudanças e desafios que precisam ser analisados. Nessa atual conjuntura educacional temos novos empasses, como problemas na estrutura escolar e também na estrutura familiar, principalmente por lidar com pessoas, com visões e personalidades diferentes, situações que precisam ser analisadas e solucionadas. Quanto a esses desafios na educação atual, Lück ressaltou:
Novos desafios e exigências são apresentados à escola, que recebe o estatuto legal de formar cidadãos com capacidade de não só enfrentar esses desafios, mas também de superá-los. Como consequência, para trabalhar em educação, de modo a atender essas demandas, torna-se imprescindível que se conheça a realidade e que se tenham as competências necessárias para realizar nos contextos educacionais os ajustes e mudanças de acordo com as necessidades e demandas emergentes no contexto da realidade externa e no interior da escola. No contexto dessa sociedade, a natureza da educação e as finalidades da escola ganham uma dimensão mais abrangente, complexa e dinâmica e, em consequência, o trabalho daqueles que atuam nesse meio (LÜCK, 2009, p. 16).
Os desafios educacionais são muitos e precisam ser superados, de modo que os sujeitos envolvidos devem estar preparados e habilitados para enfrentar as barreiras. Entre todos os sujeitos envolvidos neste processo, o que melhor precisa entender esses desafios são os diretores, que devem conhecer a realidade do ensino, entender a realidade da escola e dos sujeitos envolvidos, além de ter a habilidade de saber ouvir, dialogar e gerenciar. Cabe ao gestor compreender todos os aspectos que colaboram ou atrapalham no processo ensino-aprendizagem. Quanto ao desafio do gestor em conhecer todos os enfrentamentos da educação, Lück relacionou alguns questionamentos:
Como, pois, ser um bom diretor escolar sem conhecer quais os desafios que a sociedade apresenta para as organizações e os cidadãos? Cabe-lhe compreender uma série de aspectos que envolvem a educação: [...] Suas características pessoais e orientações para a vida? Quais suas necessidades educacionais e humanas, em relação ao seu estágio de desenvolvimento e seus desafios sociais? Em que condições aprendem melhor? Como se pode organizar a escola para oferecer ao aluno condições educacionais favoráveis para sua formação e aprendizagem efetiva? (LÜCK, 2009, p. 17).
Essa necessidade de o gestor estar preparado e conhecer os desafios da educação se faz presente porque, na função de diretor, não há espaço para erros, pois se relaciona com muitas pessoas, jovens e crianças, que confiam no seu comando, na sua habilidade de organização e orientação; assim, este deve saber o que fazer, como agir, como mobilizar, planejar e estabelecer um ambiente participativo de qualidade. De acordo com Lück:
Não se pode esperar mais que os dirigentes enfrentem suas responsabilidades baseados em “ensaio e erro” sobre como planejar e promover a implementação do projeto político pedagógico da escola, monitorar processos e avaliar resultados, desenvolver trabalho em equipe, promover a integração escola-comunidade, criar novas alternativas de gestão, realizar negociações, mobilizar e manter mobilizados atores na realização das ações educacionais, manter um processo de comunicação e diálogo aberto, planejar e coordenar reuniões eficazes, atuar de modo a articular interesses diferentes, estabelecer unidade na diversidade, resolver conflitos e atuar convenientemente em situações de tensão (LÜCK, 2009, p. 25).
Falar em gestão democrática significa que todos os sujeitos precisam estar comprometidos com a qualidade e com os mesmos objetivos e, sobretudo, conscientes de quais são suas atribuições e importância nesse processo. Todos devem ter a responsabilidade e disponibilidade para colaborar e se doar em busca dos resultados. Lück definiu a importância da participação de cada um dentro desse processo:
A escola é uma organização social constituída pela sociedade para cultivar e transmitir valores sociais elevados e contribuir para a formação de seus alunos, mediante experiências de aprendizagem e ambiente educacional condizentes com os fundamentos, princípios e objetivos da educação. O seu ambiente é considerado de vital importância para o desenvolvimento de aprendizagens significativas que possibilitem aos alunos conhecerem o mundo e conhecerem-se no mundo, como condição para o desenvolvimento de sua capacidade de atuação cidadã (LÜCK, 2009, p. 20).
A escola é, aqui, definida como o ambiente responsável por transmitir valores, conceitos, desenvolver habilidade e competências, por meio da mudança de comportamentos e atitudes. Quanto aos professores, Lück destacou que:
[...] são profissionais que influem diretamente na formação dos alunos, a partir de seu desempenho baseado em conhecimentos, habilidades e atitudes e, sobretudo por seus horizontes pessoais, profissionais e culturais. De sua postura diante da vida, dos desafios, da educação e das dificuldades do dia-a-dia depende a qualidade de seu trabalho. Professores bem informados e bem formados são fundamentais para a orientação competente de seus alunos. Sua atuação junto de seus alunos deve ser aberta, com forte liderança e perspectivas positivas orientadas para o sucesso. Professores com elevadas expectativas no sentido de fazer diferença na aprendizagem de todos e cada aluno são aqueles que mais contribuem para a formação desses (LÜCK, 2009, p. 21).
Os professores são aqueles que lidam diretamente com os alunos, com os principais sujeitos desse processo. São eles quem dão vida ao que acontece na sala de aula, visto que sua atuação, a qualidade do seu trabalho, é o que define os desafios que irão enfrentar. Estes, além de uma formação de qualidade, precisam ter habilidade, vocação, gostar da profissão e, sobretudo, ter vontade de fazer a diferença e ser sujeito transformador na vida dos alunos. Quanto aos alunos, Lück destacou que eles são a razão da escola funcionar.
Os alunos são as pessoas para quem a escola existe e para quem deve voltar as suas ações, de modo que todos tenham o máximo sucesso nos estudos que realizam para sua formação pessoal e social. Para tanto, devem ser envolvidos em ambiente e experiências educacionais estimulantes, motivadorase de elevada qualidade. Alunos tendo sucesso na escola, pelo desenvolvimento de seu potencial e o gosto e hábito de aprender, são o foco principal da escola. Segundo esse princípio, a pedagogia escolar de qualidade é aquela centrada no aluno, que tem o aluno, sua formação e aprendizagem como ponto de partida e de chegada à determinação de todos os planos de ação e avaliação de sua efetividade (LÜCK, 2009, p. 21).
Os alunos são as peças fundamentais para que o processo ocorra, pois sem eles não existem escolas, já que estas funcionam para atendê-los. No entanto, seu desenvolvimento e aprendizado dependem também de sua vontade em adquirir conhecimentos, sua motivação e capacidade de se envolver. Assim, cabe à escola proporcionar um ambiente agradável e atrativo para que os alunos sintam-se à vontade em passar parte do seu tempo neste ambiente. Para Lück, os funcionários precisam atuar de forma a contribuir com o processo educativo.
Os funcionários são os colaboradores diretos da construção do ambiente educacional e na qualidade da efetivação de seus processos educacionais. Sua atuação contribui de forma significativa para o trabalho educativo, tendo em vista a infraestrutura que oferecem e sua presença nos vários segmentos da escola. De seu entendimento sobre sua responsabilidade educacional depende a qualidade de seu trabalho e repercussão na formação dos alunos. Portanto, o seu envolvimento no processo de gestão escolar se torna fundamental, mediante a participação em processos de decisão e nas reflexões sobre o sentido da educação e o papel da escola (LÜCK, 2009, p. 22).
Os funcionários da escola são aqueles que facilitam que as coisas aconteçam, pois estão nos bastidores, mas sua participação é muito significativa. No entanto, por estarem envolvidos no processo educacional, ainda que indiretamente, precisam saber como agir e se comportar, colaborando, assim, na formação dos alunos. Com relação aos gestores, que são todos os membros que compõem a equipe, Lück destaca que são os responsáveis pelo funcionamento da escola, em toda sua conjuntura, desde física a metodológica, enfatizando ainda que: 
Os gestores escolares, constituídos em uma equipe de gestão, são os profissionais responsáveis pela organização e orientação administrativa e pedagógica da escola, da qual resulta a formação da cultura e ambiente escolar, que devem ser mobilizadores e estimuladores do desenvolvimento, da construção do conhecimento e da aprendizagem orientada para a cidadania competente. Para tanto, cabe-lhes promover a abertura da escola e de seus profissionais para os bens culturais da sociedade e para sua comunidade. Sobretudo devem zelar pela constituição de uma cultura escolar proativa e empreendedora capaz de assumir com autonomia a resolução e o encaminhamento adequado de suas problemáticas cotidianas, utilizando-as como circunstâncias de desenvolvimento e aprendizagem profissional (LÜCK, 2009, p. 22).
A equipe de gestão escolar, composta por diretor, coordenadores, secretário escolar e auxiliares administrativos, fazem a gestão realmente funcionar, são responsáveis por organizar o processo administrativo, financeiro e pedagógico da escola. Assim, deve ser uma equipe preparada, capacitada, responsável e comprometida com o processo educativo. Essa turma faz a escolar cotidianamente abrir seus portões e prepara o ambiente para torná-lo propício a receber os alunos em todos os turnos, assim como receber a própria comunidade. Lück destaca o trabalho do diretor como sendo primordial, sendo este o que deve coordenar, organizar e liderar toda a vida escolar.
O diretor escolar é o líder, mentor, coordenador e orientador principal da vida da escola e todo o seu trabalho educacional, não devendo sua responsabilidade ser diluída entre todos os colaboradores da gestão escolar, embora possa ser com eles compartilhada. Portanto, além do sentido abrangente, a gestão escolar constitui, em caráter delimitado, a responsabilidade principal do diretor escolar, sendo inerente ao seu trabalho a responsabilidade maior por essa gestão (LÜCK, 2009, p. 23).
O diretor da escola, sobretudo, precisa saber liderar sem autoritarismo, mas com autoridade, saber ouvir, saber fazer valer sua opinião sem deixar de levar em consideração as demais, precisa ser sensato, ter habilidade de administrar conflitos, conhecer as leis educacionais, além de ser responsável e comprometido com sua função, precisa estar ciente de todos os problemas e ações dentro da escola, deve saber se impor sem humilhar nem constranger. Não é fácil ser gestor escolar, pois a responsabilidade maior é dele, no entanto, ao assumir esse compromisso, este precisa ter consciência do papel que está assumindo e se dispor a ser realmente o gestor ideal, que prioriza e faz a qualidade do ensino-aprendizagem na sua escola fluir.
Lück (2009) enfatiza papéis que são inerentes à função do gestor educacional quando destaca como suas atribuições a gestão de resultados educacionais, o monitoramento de processos educacionais e da avaliação institucional, o planejamento e organização do trabalho escolar e a gestão de pessoas.
Monitoramento e avaliação são duas faces de uma mesma moeda que representa o cuidado e o interesse por determinar a qualidade efetiva do trabalho realizado.
[...]
Por melhores que sejam os processos de gestão escolar, pouco valor terão, caso não produzam resultados efetivos de melhoria da aprendizagem dos alunos.
[...]
Nenhuma escola pode ser melhor do que as pessoas que nela atuam e do que a competência que põem a serviço da educação (LÜCK, 2009, p. 43, 55 e 81).
Assim, apesar de existir uma equipe gestora dentro da escola, percebe-se que o gestor continua sendo o centro de todo o processo e que cabe a ele ser capaz de torná-la democrática e participativa, sem isso significar indefinições de funções ou desordem nas tomadas de decisões. 
1.1 GESTÃO ESCOLAR NO ESTADO DO ACRE: ORGANIZAÇÃO E FUNCIONALIDADE
No estado do Acre a gestão democrática do ensino está regulamentada pela Lei nº 3141, de 2016, que regulamenta o processo de eleição e escolha dos diretores nas unidades de ensino. Nela estão dispostas diretrizes que regem a gestão democrática nas escolas.
Art. 2° A gestão democrática das unidades escolares da rede pública estadual de educação básica do Acre reger-se-á pelos princípios do art. 206, da Constituição Federal de 1988; art. 190, da Constituição Estadual de 1989; art. 3° 14 e 15 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB e pelas seguintes diretrizes: I – garantia de centralidade da escola no sistema; II – garantia da presença de todos os segmentos da comunidade escolar nos processos de elaboração das políticas das escolas e em suas instâncias decisórias, bem como de estratégias de acompanhamento das ações a serem implementadas; [...] e VI – gestão estratégica voltada para a qualidade do ensino, com foco no acesso, na permanência e no sucesso do aluno (ACRE, 2016).
Assim, a gestão escolar pública prevê direcionamentos para regulamentar e organizar o ensino, tendo como meta principal a qualidade do mesmo. A Lei nº 3141 ainda apresenta como deve se dar a organização pedagógico-administrativa dentro das unidades de ensino:
Art. 4º A organização pedagógico-administrativa das unidades escolares será composta pelas seguintes instâncias e respectivas funções:
I – direção escolar:
a) diretor;
b) coordenador de ensino;
c) coordenador administrativo;
d) coordenadores pedagógicos; e
e) secretário escolar.
II – conselho escolar; e
III – comitê executivo (ACRE, 2016).
As unidades escolares devem estar compostas, além da equipe gestora, denominada direção escolar, pelo conselho escolar e pelo comitê executivo. Assim, a organização escolar é composta por uma equipe que precisa, sobretudo, estar preparada e consciente de sua importância neste processo, desde os membros do conselho escolar até o secretário escolar. É imprescindível que o conselho escolar realmente funcionee exerça seu papel neste processo, não servindo apenas para assinar documentos; é mais importante que seus membros saibam sua participação e que classe representam. A Lei nº 3141 também define atribuições a cada membro que compõe a direção, começando pelo diretor escolar, a quem é atribuída uma importância maior por ser quem deve exercer a função de liderar e organizar todo esse processo.
Das Atribuições do Diretor da Unidade Escolar:
Art. 33. Compete ao diretor da unidade escolar: I – exercer a direção da unidade escolar; II – indicar o coordenador de ensino e os coordenadores pedagógicos, dentre os servidores docentes; e o coordenador administrativo e o secretário escolar, dentre os servidores não docentes, todos do quadro de pessoal efetivo da SEE e aprovados, quando for o caso, em processo de certificação específico para o exercício da função; [...] e XV – encaminhar ao CEE o PPP da escola, para fins de reconhecimento dos cursos, autorização de funcionamento e credenciamento das unidades escolares (ACRE, 2016).
Cabe ao diretor escolar direcionar todas as ações dentro da escola, atribuindo funções para todos os membros, direcionando os trabalhos, organizando as atividades, enfim, participando ativamente de todos os momentos dentro da unidade de ensino, visto que ele é o maior responsável por todo o funcionamento e resultados no processo de ensino-aprendizagem. O coordenador de ensino deve estar preocupado com a melhoria da qualidade do ensino, viabilizando ações que interfiram nesses resultados de forma positiva. Quanto às atribuições do coordenador de ensino, a Lei nº 3141 dispõe que:
Art. 34. Compete ao coordenador de ensino: I – cumprir dois turnos diários de trabalho na escola, com escala semanal que possibilite sua presença, alternadamente, em todos os turnos de funcionamento da unidade escolar, nos casos em que estas funcionem em mais de dois turnos; [...] e VIII – cumprir com as demais funções definidas em instrução normativa elaborada pela SEE e nos documentos da escola (ACRE, 2016).
O coordenador de ensino sempre foi visto como vice-diretor, alguém que age quando o diretor não estiver presente, mas a lei deixa claro que o coordenador de ensino tem atribuições que não devem ser colocadas em prática só quando o diretor estiver ausente, pelo contrário, o coordenador de ensino tem função primordial, visto que é um dos viabilizadores da melhoria do ensino; ele é o responsável principal pela qualidade do que o aluno está conseguindo adquirir como conhecimento, assim, precisa ter habilidades e competências voltadas para a compreensão do currículo, das normativas, índices, percentual de resultados, precisa ser alguém preparado e preocupado com o ensino-aprendizagem, acima de tudo. No que se refere ao coordenador administrativo, a Lei nº 3141 define que:
Art. 35. Compete ao coordenador administrativo: I – cumprir dois turnos diários de trabalho na escola com escala semanal que possibilite sua presença, alternadamente, em todos os turnos de funcionamento da unidade escolar, nos casos em que estas funcionem em mais de dois turnos; II – enviar à SEE relatório semestral sobre a manutenção e conservação do espaço físico na unidade escolar, observando critérios de padrões básicos contidos em instrução normativa elaborada para este fim; III – realizar inventário patrimonial, para conhecimento, de todos os bens que ficarão sob sua responsabilidade, bem como atualizá-lo a cada semestre; e IV – cumprir com as demais funções definidas em instrução normativa elaborada pela SEE e nos documentos da escola (ACRE, 2016).
O coordenador administrativo cumpre as funções de cunho administrativo, principalmente a questão do patrimônio e dos equipamentos da escola. Atualmente a função do coordenador administrativo mudou, visto que as questões mais documentais saíram da sua competência, ficando apenas as questões referentes ao espaço físico e ao patrimônio escolar. O coordenador pedagógico, de acordo com a Lei nº 3141, tem as seguintes atribuições: 
Art. 36. Compete ao coordenador pedagógico: I – cumprir o turno de trabalho na escola, conforme estabelecido entre a SEE e a direção escolar; II – participar da elaboração, implantação e revisão do PPP, PDE e RE; III – coordenar todo o trabalho pedagógico da escola, incluindo o planejamento pedagógico, vertical e horizontal das séries e turnos pelos quais estiver responsável, auxiliando os professores na elaboração de seus planos de curso e respectivos planos de aula; [...] e VI – cumprir com as demais funções definidas em instrução normativa elaborada pela SEE e nos documentos da escola (ACRE, 2016).
O coordenador pedagógico precisa desenvolver ações voltadas ao apoio ao professor, orientações sobre currículo, planejamentos, sequências didáticas, sem esquecer os resultados de evasão e reprovação que devem ser vistos e analisados, já que são frutos do trabalho desenvolvido pelo professor em sala de aula e este acontece a partir da orientação pedagógica. O secretário escolar exerce uma função ainda nova dentro de algumas escolas, mas tem suas atribuições definidas na Lei.
Art. 37. Compete ao secretário escolar: I – cumprir dois turnos diários de trabalho na escola, com escala semanal que possibilite sua presença, alternadamente, em todos os turnos de funcionamento da unidade escolar, nos casos em que estas funcionem em mais de dois turnos; [...] e IV – cumprir com as demais funções definidas em instrução normativa elaborada pela SEE e nos documentos da escola (ACRE, 2016).
O secretário escolar tem atribuições voltadas para a questão documental, para a manutenção dos arquivos, ou seja, para a vida funcional, em registro, da escola, além de trabalhar com sistemas de monitoramento, como o censo e o Sistema Integrado de Monitoramento e Avaliação do Acre (SIMAED), funções que há alguns anos eram de competência do coordenador administrativo. 
Percebe-se que nas descrições de todas as atribuições há a observação de que além destas, definidas pela Lei nº 3141, há outras em normativas elaboradas pela Secretaria Estadual de Educação (SEE), sendo uma destas a Instrução Normativa nº 04 de 2004, que já definia atribuições para os membros da direção escolar, exceto para o secretário escolar, que ainda não era uma função definida quando a normativa foi elaborada. Quanto à atuação de cada membro da equipe gestora, a Instrução Normativa 04/2004 a divide em três dimensões, assim previstas:
Art. 5º – O coordenador administrativo atua como um gerente das condições materiais para o funcionamento da escola e sua ação se dá em três dimensões [entre elas]:
[...]I – Planejamento, aplicação e prestação de contas dos recursos financeiros recebidos pela escola e manutenção do espaço físico [...].
Art. 6º – A ação do Coordenador de Ensino tem como foco a aprendizagem do aluno e ocorrerá em três dimensões [entre elas]:
I – Diagnose – leitura da realidade do ensino na escola [...].
Art. 8º – O coordenador pedagógico, sob a orientação do coordenador de ensino deverá:
I – Observar e analisar a realidade do ensino na sala de aula; [...] (ACRE, 2004).
Cada dimensão traz atribuições definidas de como devem ser executadas dentro da escola. Apesar de existirem leis diferentes, as ações se completam, sendo as mesmas apenas aprimoradas ou organizadas de forma a melhorar o processo de ensino-aprendizagem e o andamento das ações dentro da escola.
1.2 O PROCESSO DE GESTÃO DAS ESCOLAS DO ACRE: A ESCOLHA DE DIRETORES
O processo de gestão democrática se caracteriza pela participação efetiva de todos os sujeitos envolvidos, inclusive iniciando pelo processo de escolha, que é a partir de uma eleição entre todos os membros da comunidade escolar. Nesta questão, a Lei 3141 define que:
Art. 5º Haverá eleição, prévia à designação, para o exercício da função de diretor escolar.
Art. 6º Haverá indicação do diretor da unidade escolar, prévia à designação, para o exercício das seguintes funções:
I – coordenador de ensino; II – coordenador administrativo; III – coordenadorespedagógicos; e IV – secretário escolar.
Art. 8º Para efeito da eleição de diretores das unidades escolares somente terão direito a voto:
I – os professores efetivos, com vínculo temporário ou atuando em regime de permuta; [...].
Art. 9º O processo de eleição em cada escola será convocado pelo conselho escolar, por edital público afixado em locais visíveis, no qual constará a designação de uma comissão, com representação paritária dos membros da comunidade escolar (ACRE, 2016).
A lei de gestão democrática nas escolas propõe um processo eleitoral para a escolha dos gestores. A ideia de escolha por meio de eleição faz valer a democracia e garante que o diretor seja alguém escolhido pela própria comunidade escolar, que seja um representante da maioria, pois precisa ter a maior aceitabilidade possível. Não se pode reclamar que o diretor é alguém nomeado pela SEE por questões politicas e partidárias como acontecia anos atrás. 
No entanto, isto não impede que a politicagem aconteça, pois ainda existem diretores que muitas vezes agem com irresponsabilidade apenas para ficar como bonzinho e garantir apoio para uma reeleição. Assim, cabe à SEE cobrar resultados de qualidade e fazer com que o gestor seja obrigado a cumprir realmente sua função, pensando em ganhar apoio a partir da melhoria do processo de ensino, como reconhecimento do seu trabalho e esforço. Assim, para que o candidato a diretor tenha consciência da importância de agir de acordo com os regulamentos e leis educacionais, inclusive fazendo com que estas realmente sejam cumpridas dentro da escola, deve passar por um processo de certificação, conforme a Lei nº 3141.
Art. 10. O provimento da função de diretor dar-se-á mediante:
I – processo de certificação, de natureza eliminatória e classificatória; II – eleição, com participação da comunidade escolar; III – designação, pelo governador do Estado ou pelo Secretário da SEE, nos termos da Constituição Estadual e da lei complementar que dispuser sobre a estrutura organizacional administrativa do Poder Executivo do Estado; e IV – curso de formação continuada, em serviço, direcionado aos diretores eleitos pela comunidade escolar e designados na forma do inciso anterior (ACRE, 2016).
Esta certificação é um processo sério, no qual o candidato estuda e passa por um curso, para assim ser analisado seu conhecimento sobre as leis e princípios que regem a gestão escolar. Deste modo,
Art. 11. O processo de certificação será composto das seguintes etapas:
I – curso de formação direcionado aos candidatos ao exercício da função de diretor, em caráter presencial ou na modalidade à distância, com carga horária a ser definida em edital e com abordagem direcionada à realidade do Estado; e.
II – exame final de certificação (ACRE, 2016).
Para garantir que os candidatos a diretores sejam pessoas realmente comprometidas com o processo educacional e com interesse na melhoria da qualidade do ensino, a Lei nº 3141 define alguns critérios para participação no curso de certificação:
§ 1º Poderão participar da etapa prevista no art. 10, inciso I, todos os professores e servidores não docentes que atendam aos seguintes critérios:
I – fazer parte do quadro efetivo de pessoal dos profissionais da educação com, no mínimo, três anos de vínculo funcional;
II – ter licenciatura plena, no caso de professores; licenciatura plena ou formação de nível superior na área de administração pública, administração escolar ou processos escolares, no caso de servidores não docentes;
III – não se encontrar em período de estágio probatório, exigido em lei; e.
IV – não ter sido condenado ou sofrido qualquer espécie de penalidade administrativa em sindicância ou processo administrativo disciplinar nos últimos cinco anos (ACRE, 2016).
Esses critérios procuram garantir que só participem do processo de escolha candidatos com um mínimo de experiência docente e que não tenham um histórico profissional com características negativas, de modo que apresentem responsabilidade e compromisso com a profissão que exercem. Só assim, depois de aprovados neste curso de certificação, é que estarão aptos a participar do processo de escolha pela comunidade escolar.
Art. 15. Os candidatos aprovados no processo de certificação serão submetidos à eleição pela comunidade escolar nas unidades escolares.
Art. 16. Os candidatos habilitados no processo de certificação, mas que não lograrem êxito na eleição, comporão um cadastro de reserva para substituir futuras vacâncias, respeitando a classificação obtida no processo de certificação (ACRE, 2016).
Percebemos que assumir o cargo de gestor escolar não é fácil, pois precisa mostrar que conhece as leis, as atribuições de um gestor e ainda mostrar que é aceito pela comunidade na qual está inserido. Depois de eleito o gestor terá um mandato de quatro anos e, se realizar um bom trabalho neste período, ainda poderá concorrer e ser eleito para mais quatro anos, conforme disposto na Lei nº 3141:
Art. 20. O mandato do diretor é de quatro anos, com direito a uma reeleição consecutiva.
Art. 21. As eleições para indicação ao exercício da função de diretor das unidades escolares ocorrerão no mês de dezembro, com posse no primeiro dia útil de fevereiro do exercício subsequente (ACRE, 2016).
Na equipe gestora, apenas o diretor passa por esse processo de eleição, sendo que os outros membros serão indicados por ele para colaborar na sua gestão. Este deve procurar pessoas que também conheçam o trabalho educacional, conheçam e entendam as leis e orientações, que tenham compromisso e responsabilidade profissional e que, sobretudo, saibam trabalhar em equipe. A Lei nº 3141 ainda enfatiza que:
Art. 24. O coordenador de ensino será indicado pelo diretor e designado pelo secretário da SEE, dentre os servidores docentes do quadro efetivo, com formação mínima de nível superior, e que não tenha sido condenado ou sofrido qualquer espécie de penalidade administrativa em sindicância ou processo administrativo disciplinar nos últimos cinco anos (ACRE, 2016). 
Assim como o coordenador de ensino, o coordenador administrativo também deve ser indicado pelo diretor, conforme prevê a Lei nº 3141. 
Art. 25. O provimento da função de coordenador administrativo dar-se-á mediante:
I – processo de certificação, de natureza eliminatória e classificatória;
II – indicação, pelo diretor da escola;
III – designação, pelo governador do Estado ou pelo Secretário da SEE, nos termos da Constituição Estadual e da lei complementar que disponha sobre a estrutura organizacional do Poder Executivo do Estado;
IV – curso de formação continuada, em serviço (ACRE, 2016).
O coordenador administrativo precisa ter características de liderança e organização, visto que será responsável pela vida funcional da escola quanto a documentos e patrimônio. Além de conhecer as leis e regulamentos quanto à questão documental, precisa ter firmeza nas decisões e habilidades de observação. Assim como toda a equipe, o coordenador pedagógico também é indicado pelo diretor, conforme prevê a Lei nº 3141.
Art. 30. Os coordenadores pedagógicos serão indicados pelo diretor e designados pelo Secretário da SEE dentre os servidores docentes do quadro efetivo, com formação de nível superior, na área de licenciatura em pedagogia para as séries iniciais do ensino fundamental; ou licenciatura em qualquer área de formação para as séries finais do ensino fundamental e ensino médio, e que não tenham sido condenados ou sofrido qualquer espécie de penalidade administrativa em sindicância ou processo administrativo disciplinar nos últimos cinco anos.
Parágrafo único. Os coordenadores pedagógicos poderão ser lotados conforme as áreas de conhecimento, respeitando-se os limites quantitativos estabelecidos em instrução normativa a ser elaborada pelo setor competente da SEE (ACRE, 2016).
Estes também precisam ter habilidades especificas, visto que estarão trabalhando diretamente com os professores, e seu trabalho reflete diretamente nas ações realizadas dentrodas salas de aula. O coordenador pedagógico deve dominar os referenciais curriculares, as orientações sobre planejamentos, planos de aula, metodologias, recursos didáticos e outros, assim, precisa ter competências didáticas e pedagógicas. O secretário escolar, também indicado pelo diretor, atualmente é fundamental dentro das escolas. De acordo com a Lei nº 3141:
Art. 31. O secretário escolar será indicado pelo diretor e designado pelo Secretário da SEE, dentre os servidores não docentes do quadro efetivo, com formação mínima de nível médio, e que não tenha sido condenado ou sofrido qualquer espécie de penalidade administrativa em sindicância ou processo administrativo disciplinar nos últimos cinco anos (ACRE, 2016).
Para garantir o trabalho em equipe, de forma a fazer valer os princípios da gestão democrática, o diretor tem a liberdade de escolher sua equipe dentre os funcionários habilitados para o cargo; assim, este deve ser cauteloso e colocar o profissionalismo acima das amizades, pois é essa equipe que, em parceria com ele, fará o processo educativo ser bem sucedido ou não. Uma equipe ruim faz com que tudo desande. Um membro da equipe que não saiba trabalhar em grupo, ou que seja descomprometido com o processo, faz com que todas as ações não surtam o efeito desejado.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Desenvolvemos a nossa pesquisa de forma coerente, de acordo com os pressupostos e métodos teóricos a ser atingidos, o que nos ajudou a formular e entender o trabalho da equipe gestora da escola de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino.
Buscamos atingir nossos objetivos analisando a conduta, a prática, a legislação e a organização do gestor, dos coordenadores e professores que atuam na escola.
A nossa pesquisa seguirá de forma qualitativa, pois iremos estar mais próximos dos dados coletados, de forma objetiva, interagindo diretamente com a equipe pedagógica da escola, sendo o ambiente natural a melhor forma de colher os dados desejados, de forma prática, para obtermos o sucesso do nosso trabalho. De acordo com Goldenberg:
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa (GOLDENBERG, 2004, p. 34, grifo do autor).
Nossa pesquisa será exploratória, visto que nossa intenção é conhecer melhor a gestão da escola Borges de Aquino, procurando compreender se o que entendemos por gestão escolar é o que realmente acontece dentro das unidades de ensino. De acordo com Gil:
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2002, p. 41). 
Esta pesquisa busca explorar os problemas da gestão da escola Borges de Aquino, por meio de um estudo de caso; visto que o nosso foco é apenas a gestão da escola, procuramos nos aprofundar neste caso, detalhando-o sem procurar causas ou consequências, já que a intenção é apenas conhecer profundamente o objeto estudado. Para Gil,
O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados (GIL, 2002, p. 54). 
As informações serão coletadas por meio de entrevistas, pois deste modo podemos fazer um estudo mais detalhado com os sujeitos que fazem parte do corpo gestor da escola Borges de Aquino, com relatos de experiência, levantamento dos dados e estudo de caso. Quanto à entrevista, Martins cita que:
As entrevistas podem ser estruturadas, semiestruturadas ou totalmente abertas (não estruturadas). Nas estruturadas, se apresenta ao entrevistado um conjunto de questões pré-estabelecidas pelo pesquisador. Esse processo é repetido sempre na mesma sequência e usando as mesmas palavras com todos os participantes. Para o investigador, esse questionário responde a suas hipóteses, na perspectiva de que o respondente terá condições de fornecer os dados que ele julga relevantes. Isso é questionável quanto às reais possibilidades de observação do sujeito e encontra restrições por muitos pesquisadores na área de ciências humanas (MARTINS, 2013, p. 33).
Assim, este estudo visa apenas conhecer a situação, entender como a gestão dentro da escola Borges de Aquino está organizada e como funciona, entendendo, inclusive, os problemas que dificultam o processo de gestão, sem buscar entender o porquê das dificuldades, neste momento nosso objetivo é apenas compreender.
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
3.1 APRESENTAÇÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO
A escola Borges de Aquino é uma instituição escolar da rede pública de ensino do Estado do Acre, mantida pela SEE, que oferece ensino nas modalidades de Ensino Fundamental Regular (6º ao 9º ano), Ensino Médio Regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA) II e III.
A escola está localizada na Rua Beira Rio, bairro centro, no município de Porto Walter/Acre. O nome Borges de Aquino é uma homenagem ao coronel Francisco Borges de Aquino, primeiro intendente (prefeito) de Cruzeiro do Sul. Foi fundada em 1928, pelo então governador do ex-território do Acre, o senhor Hugo Carneiro, na época construída em paxiúba e coberta de palha, funcionando apenas com uma sala de aula, que atendia alunos da 1ª série.
A primeira estrutura em madeira da escola era composta por apenas duas salas de aulas, onde funcionavam a 1ª série e a 2ª série, uma em cada sala. Em 1967 a escola foi construída em alvenaria, passando a ser composta por três salas de aula, cantina e banheiro.
A escola Borges de Aquino passou por muitas ampliações, de modo que sua estrutura foi crescendo, tanto em espaço físico quanto em relação à demanda, e durante todos esses anos teve como gestor por indicação o professor Sebastião Correia Lima, visto que ainda não havia a escolha de diretor por meio do processo de eleição. 
Em 1998 a escola passou por mais uma reforma e ampliação, assim como pelo primeiro processo de escolha de diretor, sendo eleita, na ocasião, a professora Marluce Correia de Oliveira. 
No ano de 2000 teve início o atendimento aos alunos do Ensino Médio, na modalidade modular, com duas salas do magistério e uma de formação integral.
Em 2003, por meio de eleição, a escola passou a ser dirigida pelo professor Sebastião Virgínio de Brito, que assumiu em 2004 para um mandato de quatro anos. 
Em 2007 houve uma nova escolha de diretor, sendo eleito o professor Ericson Araújo da Costa para um quadriênio de 2008 a 2011, sendo que neste período a escola já atendia um total de 960 alunos, divididos nos três turnos.
Em 2011 o professor Ericson Araújo da Costa foi reeleito para um mandato de mais quatro anos, de 2012 a 2015. Neste período a escola contou com alguns avanços, como o funcionamento de um laboratório de informática, uma equipe administrativa e pedagógica melhor preparada, bem como uma turma de docentes com formação adequada e maior oferta de formação continuada.
Em 2015 a escola passou por uma nova reforma e ampliação, onde foram construídas mais duas salas. Neste ano também houve um novo processo eleitoral, sendo eleito o professor Sebastião Virgínio deBrito para o quadriênio de 2016 a 2020, sendo este o gestor atual.
A escola estadual de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino oferece um espaço físico que conta com 10 salas de aulas, um laboratório de informática (que no momento não está em funcionamento), uma biblioteca (que não oferece condições de atendimento aos alunos), uma sala de atendimento aos alunos da inclusão, uma sala do diretor, uma sala de professor, uma secretaria, uma cozinha, três banheiros femininos, três banheiros masculinos e um banheiro dos funcionários.
O quadro de funcionários da escola Borges de Aquino, em 2017, foi composto conforme demonstrado no Gráfico 1.
Gráfico 1: Quadro de funcionários da escola Borges de Aquino em 2017
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quanto à forma de contratação, conforme disposto no Gráfico 2, podemos ver que poucos são do quadro efetivo da SEE, principalmente os professores, sendo a grande maioria contratados ou por meio de concurso público simplificado por tempo determinado, ou por contratação direta, na qual não há nenhum processo seletivo.
Gráfico 2: Distribuição do quadro de funcionários da escola
 
Fonte: Elaborado pelos autores.
Percebe-se que a escola conta com um quadro composto por 57 funcionários, entre apoio e professores, no qual a maioria do pessoal de apoio é terceirizada e a maioria dos professores é contratada de forma provisória.
De acordo com o regimento interno, a gestão da escola Borges de Aquino possui uma organização pedagógico-administrativa constituída por: diretor da escola, o professor Sebastião Virgínio de Brito, formado em Matemática; coordenadora de ensino, professor Maria da Glória Lima da Silva, formada em Letras Vernáculas; coordenadora administrativa, senhora Maria Celeste Régio, formada em nível médio; secretária escolar, senhora Helane Cavalcante, atualmente cursando o nível superior em Ciências Contábeis; coordenadoras pedagógicas, Maria Joelma Bernardino da Silva e Ivania Ferreira da Silva, ambas formadas em Pedagogia; auxiliar administrativa, Fabiana Pedrosa, cursando o nível superior em Ciências Contábeis; e o senhor José Maria Mendonça, formado em nível médio e que apesar de ter um contrato efetivo de professor está assumindo uma função administrativa por não ter um curso superior. O Gráfico 3 nos mostra o nível de formação dos membros da equipe gestora da escola.
Gráfico 3: Nível de formação dos membros da equipe gestora
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir do Gráfico 3 percebemos que a gestão, coordenação de ensino e pedagógica possui ensino superior, ressaltando inclusive que as coordenadoras pedagógicas são formadas em Pedagogia. Porém, a equipe administrativa possui nível médio, sendo que dois membros dessa equipe estão concluindo a formação superior em 2018.
A escola funciona em três turnos e, no ano de 2017, possuía 1221 alunos matriculados, sendo 542 do Ensino Fundamental, 430 do Ensino Médio, 139 da EJA II Fundamental e 110 da EJA III Médio, sendo toda a clientela circunvizinha dos bairros Centro, Várzea, Restinga, Portelinha, Pista Velha, Cristo Rei e outros. 
Tabela 1: Número de alunos por níveis e turmas
	Nível
	Série\ano
	Turno
	Número de turmas
	Número de alunos
	Ensino Fundamental
	6º ANO
	Matutino
	02
	73
	
	7º ANO
	Matutino /Vespertino
	05
	186
	
	8º ANO
	Matutino /Vespertino
	03
	132
	
	9º ANO
	Matutino /Vespertino
	03
	151
	Ensino Médio
	1º ANO
	Vespertino /Noturno
	05
	234
	
	2º ANO
	Vespertino /Noturno
	03
	114
	
	3º ANO
	Vespertino /Noturno
	02
	82
	Educação de Jovens e Adultos
	EJA II
	Noturno
	03
	139
	
	EJA III
	Noturno
	03
	110
Fonte: Elaborado pelos autores.
A Escola de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino está localizada em um município com a realidade pobre, assim sendo, sua clientela não poderia ser diferente.
De acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola, a condição socioeconômica das famílias de seus alunos é de baixa renda, sobrevivendo em sua maioria de serviços informais ou com o recurso do Bolsa Família, apesar de quase todos possuírem casa própria, com no mínimo três cômodos. O número de pessoas que residem na casa geralmente está entre cinco a dez pessoas, pois além dos pais e dos filhos ainda moram outros parentes. Quanto à escolaridade, a grande maioria possui apenas Ensino Fundamental incompleto.
Quanto à formação familiar, existe uma heterogeneidade, como pais separados, mães solteiras, crianças morando com os avós, tios etc. Percebe-se que a idade média dos pais está entre 25 e 45 anos, tendo uma média de três a cinco filhos por família. A religião predominante é a católica.
Vale ressaltar que, de acordo com o Projeto Político Pedagógico (PPP), grande parte da clientela atendida pela escola não tem em seu bairro áreas de lazer ou de esporte, tendo como única opção a rua, o que facilita o contato com situações de conflito e violência, que muitas vezes trazem para dentro do ambiente escolar.
Em relação às condições de saúde, percebe-se uma grande carência, apesar de hoje já existirem mais postos de saúde para realizar atendimentos, inclusive um recém-inaugurado no bairro da Portelinha. Quanto ao perfil da clientela noturna, em sua maioria, são pessoas adultas, que já comandam sua própria vida. 
O horário de atendimento das aulas é: o turno matutino começa às 07h30 e termina às 11h15; o turno vespertino inicia às 13h e termina às 17h15, para o Ensino Fundamental e às 11h20 para o Ensino Médio; à noite o inicio é às 18h, com término às 21h para a EJA e às 22h20 para o Ensino Médio. 
De acordo com o observado no Regimento Interno da escola Borges de Aquino, o corpo docente é constituído por todos os professores que a integram e desempenham suas atividades pedagógicas para cada conteúdo curricular. Seu artigo 38 diz que o ingresso do professor no quadro desta unidade escolar é feito de acordo com as leis vigentes, enquanto o artigo 39 descreve suas incumbências:
I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III – zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V- ministrar os dias letivos e horas aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade (ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO, 2017b).
A escola conta com uma equipe de professores em sala de aula preparados para o exercício da função, inclusive a maioria possui bastante experiência, como mostra a Tabela 2.
Tabela 2: Informações da equipe de professores
	P
	I
	S
	AEE
	AAE
	MEA
	DA
	CS
	P1
	35
	F
	15
	07
	EF
	Português
	Letras Vernáculas
	P2
	46
	F
	07
	01
	EF
	Português
	Letras Vernáculas
	P3
	32
	M
	13
	10
	EM
	Português
	Letras Vernáculas
	P4
	38
	F
	17
	05
	EM
	Português
	Letras Vernáculas
	P5
	47
	M
	06
	03
	EF
	Matemática
	Matemática
	P6
	31
	M
	13
	08
	EF
	Matemática
	Matemática
	P7
	35
	M
	17
	17
	EM
	Matemática
	Matemática
	P8
	40
	F
	08
	05
	EM
	Matemática
	Matemática
	P9
	37
	F
	08
	03
	EF
	Geografia
	Pedagogia
	P10
	35
	F
	13
	03
	EF
	História
	Letras Vernáculas
	P11
	33
	F
	12
	04
	EF
	Geografia\História
	Letras Vernáculas
	P12
	26
	F
	02
	01
	EM
	Geografia
	Geografia
	P13
	34
	F
	13
	06
	EM
	História
	Letras Vernáculas
	P14
	27
	F
	07
	04
	EF
	Ciências
	Biologia
	P15
	41
	F
	24
	04
	EF
	Ciências
	Biologia
	P16
	40
	F
	17
	10
	EM
	Biologia
	Biologia
	P17
	22
	F
	04
	01
	EM
	Física
	Física
	P18
	25
	F
	02
	01
	EM
	Química
	Biologia
	P19
	33
	F
	13
	12
	EF
	Artes
	Ensino médio
	P20
	44
	F
	17
	08EM
	Artes
	Letras Vernáculas
	P21
	32
	M
	13
	10
	EF
	Matemática
	Matemática
	P22
	41
	F
	03
	03
	EF
	Português
	Letras Vernáculas
	P23
	34
	F
	09
	03
	EF
	História\Geografia
	Letras Vernáculas
	P24
	42
	F
	20
	15
	EF
	Inglês
	Letras Vernáculas
	P25
	27
	F
	03
	01
	EM
	Inglês
	Inglês
	P26
	37
	M
	17
	01
	EM
	Espanhol
	Espanhol
	P27
	31
	M
	08
	02
	EM
	Filosofia
	Filosofia
	P28
	47
	F
	25
	25
	EJAII
	Ciências humanas
	Biologia
	P29
	47
	M
	27
	27
	EJAII
	Ciências da natureza
	Matemática
	P30
	37
	F
	17
	09
	EJAII
	Linguagens
	Letras Vernáculas
	P31
	30
	M
	04
	04
	EJAIII
	Ciências humanas
	Matemática
	P32
	38
	F
	05
	01
	EJAIII
	Ciências da natureza
	Biologia
	P33
	35
	M
	10
	10
	EJAIII
	Linguagens
	Letras Vernáculas
Onde: P significa professor; I, idade; S, sexo; AEE, anos de experiência na educação; AAE, anos de experiência na escola, MEA; modalidade de ensino na qual atua; DA, disciplina com a qual trabalha; CS, curso superior e EF, Ensino Fundamental.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Percebemos que a maioria dos professores é contratada provisoriamente, o que em algumas situações pode ser positivo para a gestão, sob o ponto de vista disciplinar, pois estes professores, por medo de perder seus contratos no ano seguinte, tendem a ser mais comprometidos e responsáveis no trabalho, mas sob o ponto de vista de rendimento esse fator é negativo, pois a rotatividade dos professores atrapalha o processo de ensino-aprendizagem. Os professores começam a realizar um trabalho no ano em curso, já no ano seguinte entra outro, que começa tudo de novo, o que deixa os alunos apreensivos, além do fato de os professores estarem sempre trocando de lotação, um ano trabalhando com Geografia, no outro com História, no outro com Português, o que atrapalha no seu planejamento, pois a cada ano ele começa tudo de novo, sem poder aproveitar as experiências e atividades que foram positivas na disciplina em que estavam. Este é um fator que interfere diretamente no trabalho da gestão da escola, que precisa saber lidar e ajudar o professor a enfrentar essas dificuldades.
De acordo com o PPP (ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO, 2017a) os fundamentos da escola são:
I) Fundamentos ético-pedagógicos: A proposta de educação da escola de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino fundamenta-se no princípio de que educar é sinônimo de construir, de buscar alternativas criativas. Educar possibilita conviver em sociedade, respeitando e interagindo com os outros. É importante que todos, alunos, professores, funcionários, equipe gestora e pais estejam unidos para que, juntos, possam construir esse processo educativo. Neste sentido, a escola optou por trabalhar de forma sistemática os seguintes valores: 
a) Responsabilidade – A liberdade é necessária para desenvolver potencialidades de respeito, consideração, responsabilidade para consigo e com outras pessoas;
b) Respeito mútuo – É fundamental que a escola se firme como espaço privilegiado das relações sociais para todos, trabalhando o respeito a si próprio e ao próximo; 
c) Justiça – É de suma importância a valorização da justiça para a formação cidadã, tanto para o convívio social quanto para a vida política, uma vez que a formação para o exercício da cidadania passa, necessariamente, pela elaboração do conceito de justiça; 
d) Criatividade – A escola precisa respeitar o potencial criativo e lúdico do educando, levando em conta a qualidade e a diversidade de manifestações artísticas e culturais;
e) Ética e Cidadania – a escola optou pela ética e cidadania como pilares do seu processo educacional por acreditar que é através da ética e da cidadania que acontece a formação plena do educando; 
f) Excelência – Buscar a qualidade em tudo o que fazemos na escola;
g) Inovação – Incentivar a busca de soluções criativas e inovadoras para responder aos desafios;
h) Valorização – Incentivar, valorizar e reconhecer as contribuições individuais e coletivas de nossos alunos e colaboradores;
i) Solidariedade – Valorizar o espírito coletivo, comprometimento e colaboração no alcance dos objetivos institucionais.
II) Fundamentos epistemológicos: Inserida no contexto educacional como uma instituição que promove educação, a Escola de Ensino Fundamental e Médio Borges de Aquino já ultrapassou a ideia de ensino como simples transmissão de conteúdos, de informações técnico-científicas e ideias abstratas. As experiências de aprendizagem dentro do contexto da sala de aula proporcionam ao professor a visão do nível de desenvolvimento do aluno, evidenciando o quanto ele precisa de colaboração para que realize suas produções de modo independente. 
III) Fundamentos didático-pedagógicos: A prática pedagógica da escola é fundamentada na construção de um conhecimento visto como um conjunto de verdades relativas, que depende do momento em que se vive e do contexto social de cada grupo. A Escola fundamenta-se em um trabalho construtivo, levando em conta a interdisciplinaridade, a pluralidade cultural e a transversalidade. As ações didático-pedagógicas realizadas nesta escola buscam atender às necessidades dos alunos, a fim de garantir-lhes uma educação sólida. As atividades pedagógicas e administrativas são desenvolvidas seguindo os seguintes aspectos: atualização e aperfeiçoamento do pessoal docente, sendo esta uma das metas da unidade escolar; qualificação e atualização profissional, não só para o corpo docente, mas também para os demais profissionais. 
Quanto ao planejamento pedagógico, está definido no Regimento Interno que este deve ser elaborado de forma a contemplar os conteúdos expressos na proposta pedagógica contida no PPP, uma vez que esta foi construída sob a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, das normativas educacionais vigentes e com base no diagnóstico das necessidades de aprendizagem dos alunos. É no planejamento pedagógico que são definidas e programadas as ações específicas que serão desenvolvidas, objetivando a construção dos saberes, a interdisciplinaridade dos conhecimentos (respeitadas as especificidades de cada área de conhecimento) e os critérios e formas de avaliação para a conquista dos objetivos. 
O planejamento pedagógico não é um instrumento rígido e deve permitir também a avaliação das ações que, dependendo dos resultados alcançados, deverão ser replanejadas visando o melhor resultado possível com o máximo de nivelamento das turmas. Ainda está definido que ao planejamento pedagógico serão incorporados os planejamentos vertical e horizontal, conforme orientação e capacitação da SEE, e que o Planejamento Pedagógico se efetivará de forma anual, semestral, bimestral, mensal e semanal e contemplará, no mínimo:
I – Identificação e caracterização da unidade escolar, de sua clientela, de seus recursos físicos, materiais e humanos;
II – Objetivos da escola;
III – Definição das metas a serem atingidas e das ações a serem desenvolvidas;
IV – Planos dos cursos mantidos na escola;
V – Planos de trabalho dos diferentes núcleos que compõem a organização técnico-administrativa da escola;
VI – Critérios para acompanhamento, controle e avaliação da execução do trabalho;
VII – Serão incorporados ainda ao plano escolar os seguintes anexos:
Agrupamento de alunos e sua distribuição por turno, curso, série e turma;
Quadro curricular por curso e série;
Calendário escolar e demais eventos da escola;
Plano de trabalho dos coordenadores;
Horário de trabalho e horário de aula;
Projetos interdisciplinares (ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO, 2017b).
Realizamos a pesquisa com toda a equipe gestora da escola e com cinco professores, sendo dois do Ensino Fundamental, dois do Ensino Médio e um da EJA, sendo aqui identificados pela sua função ou como P1EF ou P2EF, para os professores do Ensino Fundamental, P1EM, P2EM para os professores do Ensino Médio e PEJA para professores da Educação de Jovens eAdultos.
Todos os professores entrevistados concordaram que a gestão da escola e da equipe pedagógica é boa, mas que precisam ser realizados alguns ajustes quanto ao tempo de alguns dentro do ambiente escolar, como disse a professora P1EM (2017): “A organização é simples, é a mesma em todo o estado. Na verdade, o que precisa ser organizado é o tempo de cada um dentro do ambiente escolar”.
Assim, os professores acreditam que em alguns momentos a equipe é pequena e não dispõe de tempo para atender todas as demandas da escola e dos professores.
Sobre a relação dos professores com a equipe gestora, houve consenso de que é muito boa, de compreensão e compromisso com a educação e os alunos. Os professores, ao serem questionados sobre sua relação com a comunidade escolar, pais e alunos, disseram que é ótima, pois procuram fazer seu trabalho pensando na aprendizagem significativa dos alunos.
3.2 AS PRÁTICAS DE GESTÃO DA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO BORGES DE AQUINO NO ANO DE 2017
Aqui apresentaremos as práticas de gestão na escola Borges de Aquino, de acordo com o que pudemos observar, assim como os dados e informações que coletamos a partir das entrevistas com os sujeitos.
Estivemos na escola em dois dias, em momentos diferentes, e assim observamos que a equipe gestora se reveza em horários, sendo que todos cumprem dois expedientes na escola, procurando sempre estar presentes, nos diferentes turnos, membros da equipe de ensino, pedagógica e administrativa.
No entanto, em conversas informais que tivemos, soubemos que a equipe é pequena para a demanda da escola; como exemplo disso nos foi exposta a situação de que a mesma pessoa que coordena o Ensino Médio, também coordena as turmas de EJA, assim como o fato de que a escola, com o tamanho que possui e quantidade de alunos que atende, não dispõe de um digitador para auxiliar no trabalho.
Procuramos saber da equipe como são regidas as leis de gestão dentro da escola e todos responderam que as leis que normatizam o ensino dentro da instituição são as leis federais, como a LDB, as leis elaboradas pela SEE e as que são elaboradas dentro da escola, como o PPP e o regimento interno, sempre a partir das orientações de Secretaria de Estado de Educação. Quanto a isso, o gestor falou:
As leis de gestão escolar são elaboradas pela Secretaria de Estado de Educação, em consonância com a LDB e normas do conselho estadual de educação, que visam distribuir e atribuir a todos os membros da gestão escolar o seu papel dentro da estrutura organizacional da escola (GESTOR, 2017).
Assim como o gestor, a coordenadora pedagógica entrevistada também enfatizou que:
As leis da gestão são regidas a partir do regimento interno e projeto político pedagógico da escola, que estão de acordo com as leis federais e estaduais. São estruturadas de acordo com a representatividade da comunidade escolar, em seguida são apresentadas para a comunidade escolar como um todo para que tomem conhecimento e possam tê-las como base para as decisões em sala de aula e planejamentos didáticos (COORDENADORA PEDAGÒGICA, 2017).
Quanto à organização da equipe de gestão, todos os membros destacaram sua composição, sendo, como já descrito anteriormente, um gestor, uma coordenadora de ensino, uma coordenadora administrativa, uma secretária escolar, duas coordenadoras pedagógicas (sendo que apenas uma foi entrevistada, pois a outra estava operada e de atestado médico) e dois auxiliares de secretaria. 
Com relação à forma de atendimento da gestão aos pais, alunos e professores, todos enfatizaram que é um atendimento realizado com dedicação, responsabilidade e, sobretudo, respeito. Ainda foi complementado que é um atendimento realizado de acordo com a necessidade, ou seja, as situações são encaminhadas para os setores de acordo com a necessidade, como disse a coordenadora pedagógica:
Aqui, todos atendemos pais, alunos e professores, cada um de acordo com aquilo que procura; por exemplo, se for problemas administrativos como notas, transferências ou outros, a coordenação administrativa é quem resolve, se o problema envolve alunos, pais, ou qualquer outro voltado para o ensino, é a coordenadora de ensino quem resolve, se for com professores, ou voltados para sala de aula, a coordenação pedagógica atende. É claro que se um dos membros não estiver presente, os que estão tentam resolver da melhor forma possível, de maneira que todos saiam satisfeitos com o atendimento (COORDENADORA PEDAGÓGICA, 2017).
Solicitados a exemplificar como realizam seu trabalho, cada um enfatizou seu dia-a-dia, iniciando pelo gestor.
Meu trabalho no dia-a-dia tem que ser o mais intenso possível, porém discreto, pois na minha visão o diretor não deve ser o centro das atenções da escola e sim um funcionário como os outros, um personagem a mais no cotidiano escolar, porém, com uma particularidade que não se pode transferir para os demais, o compromisso de atentar para tudo que está acontecendo dentro da escola, que vai desde a entrada do aluno e dos funcionários até a saída dos mesmos, mas de forma especial, atentando de forma especial para o ensino da escola (GESTOR, 2017).
A coordenadora de ensino também mostrou seu desempenho no cotidiano escolar.
Como sou responsável pelo ensino, diariamente procuro analisar a situação dos alunos quanto à aprovação, evasão, reprovação, infrequência, indisciplina, desinteresse, buscando compreender a causa desses problemas para traçar estratégias de solução, priorizando ainda o contato diário com as famílias de nossos alunos (COORDENADORA DE ENSINO, 2017).
Quanto ao planejamento, todos enfatizaram que este acontece mensalmente, o qual é chamado de vertical, e bimestralmente, o horizontal, sempre a partir do diagnóstico de como está se desenvolvendo a relação ensino-aprendizagem na sala de aula. A coordenadora pedagógica explicou:
O planejamento ocorre a cada início de semestre, a cada início de bimestre, que é o horizontal, e a cada início de mês, que é o vertical. Acontece na escola, onde os professores trocam experiências, traçam estratégias de leitura e escrita, metodologias diferenciadas, critérios de avaliação, escolhem gênero textual e tema transversal para trabalhar naquele período e realizam seus planejamentos de acordo com os referenciais curriculares (COORDENADOR PEDAGÓGICO, 2017).
Assim, percebemos que o planejamento ocorre frequentemente na escola, com acompanhamento e monitoramento. 
Os professores também foram questionados sobre os planejamentos e todos responderam o mesmo que a coordenadora, que são mensais e bimestrais, priorizando o trabalho de leitura e escrita em todas as disciplinas.
Sobre as dificuldades ou facilidades no desempenho da função, o gestor enfatizou que:
Dificuldades existem sempre em todos os lugares, e trabalhar em equipe muitas vezes não é fácil. Temos servidores que reclamam dos salários baixos, pessoas que não entendem sua função, ou seja, reclamações de todos os tipos, mas tem aqueles que se doam pelo trabalho com prazer e isso é louvável (GESTOR, 2017).
Questionados especificamente sobre as dificuldades no trabalho pedagógico, todos disseram que existem, principalmente com relação aos professores, que nem sempre aceitam as orientações.
Existem muitas dificuldades na organização do trabalho pedagógico, principalmente no que diz respeito à aceitabilidade dos professores, que ainda veem os coordenadores pedagógicos como fiscais, que vigiam o seu trabalho. Apesar de que isso já mudou bastante neste ano de 2017, os professores estão mais abertos, no entanto, ainda existem aqueles, que precisam de ajuda, mas não pedem e nem aceitam que precisam, e isso é uma situação difícil de gerenciar (COORDENADOR PEDAGÓGICO, 2017).
Assim com a coordenadora pedagógica, a de ensino também concordou com as dificuldades relacionadas ao professor:
A principal dificuldade é fazer o professor entender que precisa de ajuda, pois existem alguns que são descompromissados, estão sobrecarregados com outras tarefas, pois a maioria

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