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Resumo Direito Constitucional I

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Direito Constitucional:O objeto de estudo do Direito Constitucional é 
a constituição e as normas constitucionais, diante da sistemática do ordenamento 
jurídico dos Estados e de discussões sobre os valores estatais, a eficácia 
das normas constitucionais, técnicas e interpretação do texto constitucional 
(Hermenêutica Constitucional), costumes e defesa de direitos fundamentais. 
Constitucionalismo ->O Constitucionalismo é o movimento social, jurídico e político que tem como 
principal característica a limitação do exercício do poder do Estado por meio do texto constitucional, 
com o objetivo de preservar os direitos fundamentais do povo. O constitucionalismo tem sua origem 
na Magna Carta Inglesa e nas Constituições escritas e rígidas dos EUA, de 1787, e da França, de 1791. 
Trata-se, pois, do contínuo processo de limitação do poder político, que posteriormente, veio a 
trazer direitos e garantias aos cidadãos, para além da simples limitação do poder. 
Teoria que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão 
estruturante da organização política-social de uma comunidade. 
Sentidos de Constitucionalismo 1º sentido: o termo é usado para designar o movimento político 
e cultural desenvolvido nos séculos XVII e XVIII na Europa ocidental e na América do Norte que 
reagiu ao absolutismo apresentando como solução a adoção de constituições escritas de origem 
popular e hierarquicamente superiores a todo ordenamento jurídico. 2º sentido: o termo também é 
utilizado para designar a própria teoria desenvolvida pelo movimento anteriormente mencionado 
com o objetivo de limitação do poder e fortalecimento dos direitos fundamentais. Nesse sentido 
constitucionalismo é uma teoria normativa da política. 3º sentido – neoconstitucionalismo: designa 
o modelo constitucional que autoriza o judiciário a aplicar diretamente a Constituição sem ter 
necessariamente a lei como intermediária. Atualmente esse modelo tem sido estimulado pelo 
ativismo judicial que pressupõe verdadeira produção normativa do judiciário. 4º sentido – 
transconstitucionalismo: parte da ideia de que o mundo globalizado impõe aos Estados nacionais a 
manutenção de um diálogo permanente com outros Estados. A manutenção de um relacionamento 
de adequação recíproca, pois as questões constitucionais não devem ser resolvidas isoladamente no 
âmbito interno de cada Estado, mas sim, a partir da observância dos sistemas estrangeiros, das 
posições de outros tribunais constitucionais e de tribunais internacionais. O STF tem adotado aos 
poucos essa ideia como ocorreu no julgamento do Recurso Extraordinário 5119611, cuja motivação 
centrou-se na jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos. 
Constituição - >Na concepção de Niklas Luhmann, a constituição é um acoplamento estrutural 
entre o direito e a política, considerada como a lei máxima da sociedade. Portanto, o que viabiliza a 
conexão entre o direito e a política, como ciência da organização, administração e estruturação das 
vontades populares nos Estados Democráticos, é a constituição 
A atual Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, é 
classificada como escrita codificada, democrática, dogmática eclética, rígida, formal, analítica, 
dirigente, normativa, principiológica, social e expansiva. De conteúdo extenso, prolixo e 
demasiadamente detalhado, compõe-se de mais de trezentos artigos: duzentos e cinquenta integrantes 
do corpo permanente da Constituição e os demais inseridos no Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (ADCT). 
 
Hermenêutica Constitucional 
Hermenêutica - é a ciência que fornece e técnica para interpretação. 
Hermenêutica constitucional - É o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para 
determinar o sentido e o alcance das normas constitucionais. 
INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO > buscando o real significado dos artigos 
constitucionais; 
• 
MÉTODO GRAMATICAL: Analisa a norma segundo as regras gramaticais da língua em 
que foi redigida. É considerada a mais pobre das interpretações, por se limitar a 
investigar o significado dos vocábulos e suas relações recíprocas, descurando-se da 
realidade social a que se dirige a norma 
• MÉTODO HISTÓRICO: Investiga o significado da norma segundo o histórico de sua 
elaboração (projetos legislativos, exposições de motivos) e segundo a época em que foi 
redigida. 
• MÉTODO LÓGICO: Visa compreender o espírito da lei e a intenção do legislador ao 
editá-la. Procura descobrir a finalidade da lei, a vontade nela manifestada. Daí a denominação 
teleológica, quer dizer, finalística. 
• MÉTODO SISTEMÁTICO: Como a norma faz parte de um sistema, ela não pode ser 
analisada isoladamente, devendo ser compreendida a partir do cotejo com as demais regras 
e princípios (interpretação principiológica) de direito que tratam daquele assunto. 
• MÉTODO SOCIOLÓGICO OU FINALÍSTICO: Está previsto no art. 5o da LINDB: 
“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum”. Visando encontrar a solução mais justa, que é aquela que atende aos fins sociais 
(princípio da razoabilidade) e às exigências do bem comum. 
• Método evolutivo: Segue a linha da mutação constitucional; 
• Método popular: A análise se realiza através da participação da massa: partidos políticos, 
sindicatos > através de referendo, plebiscito etc; 
• Método jurisprudencial: Análise realizada pelos tribunais ao decidirem os casos 
concretos apresentados. 
 
Princípio da unidade da constituição :A Constituição é um todo uno, indivisível e harmônico; 
dessa forma deve ser entendida e interpretada. Deve o intérprete, então, analisar a 
Constituição como um sistema em que todas as normas estão interligadas. 
Princípio da máxima efetividade (também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação 
efetiva) O princípio da máxima efetividade das normas constitucionais (ou princípio da interpretação 
efetiva) consiste em atribuir na interpretação das normas oriundas da Constituição o sentido de 
maior eficácia, utilizando todas as suas potencialidades. 
Esse princípio é utilizado com maior incidência no âmbito dos direitos fundamentais, embora 
devesse ser aplicado a todas as normas constitucionais. 
 
Classificação das Constituições 
Existem vários modos da doutrina classificação das Constituições. Boa parte será baseada na obra de 
José Afonso da Silva. 
1.Quanto ao conteúdo 
Material (ou substancial) 
A Constituição material no sentido estrito significa o conjunto de normas constitucionais escritas ou 
costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a 
organização de seus órgãos e os direitos fundamentais, não se admitindo como constitucional 
qualquer outra matéria que não tenha aquele conteúdo essencialmente constitucional. Vale dizer 
que é possível separarem-se normas verdadeiramente constitucionais, isto é, normas que realmente 
devem fazer parte do texto de uma Constituição, daquelas outras, que só estão na Constituição por 
uma opção política, mas ficariam bem nas leis ordinárias. 
Formal 
A Constituição formal é o conjunto de normas escritas, hierarquicamente superior ao conjunto de 
leis comuns, independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando na Constituição é 
formalmente constitucional, pois tem a forma de Constituição As Constituições escritas não raro 
inserem matéria de aparência constitucional, que assim se designa exclusivamente por haver sido 
introduzida na Constituição, enxertada no seu corpo normativo e não porque se refira aos 
elementos básicos ou institucionais da organização política. A Constituição Imperial Brasileira de 
1824 faziaa nítida e expressa diferença entre normas de conteúdo material e as de conteúdo formal. 
2. Quanto à forma 
Escrita (ou positiva) 
É a Constituição codificada e sistematizada num texto único, escrito, elaborado por um órgão 
constituinte, encerrando todas as normas tidas como fundamentais sobre a estrutura do Estado, a 
organização dos poderes constituídos, seu modo de exercício e limites de atuação, e os direitos 
fundamentais (políticos, individuais, coletivos, econômicos e sociais). 
Não escrita (ou costumeira, ou consuetudinária) 
É a Constituição cujas normas não constam de um documento único e solene, mas se baseia 
principalmente nos costumes, na jurisprudência e em convenções e em textos constitucionais 
esparsos. Até o século XVIII preponderavam as Constituições costumeiras, hoje restaram poucas, 
como a Inglesa e a de Israel, esta última em vias de ser positivada.A É importante notar que, com o 
advento da Emenda Constitucional nº. 45, foi introduzido o § 3º, no art. 5º, possibilitando que 
tratado internacional sobre direito humanos possa ter força de norma constitucional, ainda que não 
esteja inserido formalmente na CF/88. Esse fato novo parece ter suavizado a condição de 
Constituição escrita da atual Carta brasileira. 
Assim, o novo parágrafo 3º do art. 5º: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
 
 
3. Quanto ao modo de elaboração 
Dogmática 
Será sempre uma Constituição escrita, é a elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza os 
dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes no momento. 
Histórica (ou costumeira) 
Sempre uma Constituição não escrita, resulta de lenta transformação histórica, do lento evoluir das 
tradições, dos fatos sócio-políticos. 
 
 
4. Quanto à origem 
Promulgada (popular ou democrática ou votada) 
É a Constituição que se origina de um órgão constituinte composto de representantes do povo, 
eleitos com a finalidade de elaborar e estabelecer aquela Constituição, portanto nasce de uma 
assembleia popular, seja esta representada por uma pessoa ou por um órgão colegiado. As 
Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram promulgadas. 
Outorgada 
É a Constituição elaborada e estabelecida sem a participação do povo, ou seja, a que o governante 
impõe ao povo de forma arbitrária, podendo ser elaborada por uma pessoa ou por um grupo. As 
Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967 e 1969 foram outorgadas. 
Cabe alertar para uma espécie de Constituição, entendida como uma Constituição outorgada por um 
bom número de autores, que é a Constituição Cesarista, examinada por plebiscito (para alguns 
autores tratar-se-ia de referendo) sobre um projeto formado por um imperador ou ditador, sendo 
que a participação popular não é democrática porque visa apenas confirmar a vontade do detentor 
do poder. 
 
 
5. Quanto à estabilidade (ou consistência, ou processo de reforma) 
Rígida 
Classificação relativa a rigidez constitucional foi estabelecida, inicialmente, por Lord Bryce. Trata-se 
de uma Constituição que somente pode ser modificada mediante processo legislativo, solenidades e 
exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis do que aqueles exigidos para a formação e 
modificação de leis comuns (ordinárias e complementares). Quanto maior for a dificuldade, maior 
será a rigidez. A rigidez da atual Constituição Brasileira é marcada pelas limitações procedimentais 
ou formais (incisos e §§ 2º, 3º, e 5º). Quase todos os Estados modernos aderem a essa forma de 
Constituição, assim como todas as Constituições Brasileiras, salvo a primeira, a Constituição Imperial, 
de 1824. 
Cabe lembrar que só há rigidez constitucional em Constituições escritas e que só cabe controle da 
constitucionalidade na parte rígida de uma Constituição. Por consequência, não existe possibilidade 
de controle da constitucionalidade nas Constituições flexíveis ou em qualquer Constituição 
costumeira. 
 
 
Flexível (ou plástica) 
É aquela Constituição que pode ser modificada livremente pelo legislador segundo o mesmo 
processo de elaboração e modificação das leis ordinárias. A flexibilidade constitucional se faz 
possível tanto nas Constituições costumeiras quanto nas Constituições escritas. 
 
 
Semi-Rígida 
É a Constituição que contém uma parte rígida e outra flexível. A Constituição Imperial Brasileira de 
1824 foi semi-rígida. 
Cabe alertar que alguns doutrinadores estabelecem outra espécie, a Constituição imutável. Mas a 
grande maioria dos autores a considera reprovável porque entende que a estabilidade das 
Constituições não deve ser absoluta, imutável, perene, porque a própria dinâmica social exige 
constantes adaptações para atender as suas exigências. A Constituição deve representar a vontade 
de um povo e essa vontade varia com o tempo, por isso a necessidade de que a Constituição se 
modifique. 
 
 
6. Quanto à extensão 
Concisa (ou sintética) 
É aquela Constituição que abrange apenas, de forma sucinta, principios constitucionais gerais ou 
enuncia regras básicas de organização e funcionamento do sistema jurídico estatal, deixando a parte 
de pormenorização à legislação complementar. 
Prolixa (ou analítica) 
É aquela Constituição que trata de minúcias de regulamentação, que melhor caberiam em normas 
ordinárias. Segundo o mestre Bonavides, estas Constituições apresentam-se cada vez em maior 
número, incluindo-se a atual Constituição Brasileira. 
 
 
7. Quanto à supremacia 
Constituição Material 
É aquela que se apresenta não necessariamente sob a forma escrita e é modificável por processos e 
formalidades ordinários e por vezes independentemente de qualquer processo legislativo formal 
(através de novos costumes e entendimentos jurisprudenciais). 
Constituição Formal 
É aquela que se apresenta sob a forma de um documento escrito, solenemente estabelecido quando 
do exercício do poder constituinte e somente modificável por processos e formalidades especiais 
nela própria estabelecidos.Apóia-se na rigidez constitucional. 
 
 
8. Constituição Garantia e Dirigente 
Constituição Garantia 
É a Constituição que se preocupa especialmente em proteger os direitos individuais frente aos 
demais indivíduos e especialmente ao Estado. Impõe limites à atuação do Estado na esfera privada e 
estabelece ao Estado o dever de não-fazer (obrigação-negativa, status negativus). 
Constituição Dirigente (Programática ou Compromissória) 
É a Constituição que contém um conjunto de normas-princípios, ou seja, normas constitucionais de 
princípio programático, com esquemas genéricos, programas a serem desenvolvidos ulteriormente 
pela atividade dos legisladores ordinários. 
No entender de Raul Machado Horta, as normas programáticas exigem não só a regulamentação 
legal, mas também decisões políticas e providências administrativas. As normas programáticas 
constitucionais estabelecem fundamentos, fixam objetivos, declaram princípios e enunciam 
diretrizes. 
Tais normas, que José Afonso da Silva situa dentre as de eficácia limitada, não são de 
reconhecimento pacífico na doutrina no que se refere a sua existência. É importante lembrar que 
como qualquer norma constitucional, as normas de eficácia limitada, entre elas as programáticas, 
têm eficácia, ou seja, produzem efeitos (para relembrar, voltar à classificação quanto à eficácia das 
normas constitucionais). 
 
Eficácia e Vigência das Normas Constitucionais 
Norma Constitucional de Eficácia Plena 
É a norma constitucional de efeito imediato eilimitado, independentemente de qualquer norma 
infraconstitucional regulamentadora posterior ou de qualquer outro ato do poder público. Trata-se 
de uma norma constitucional auto-aplicável. São exemplos o art. 1º e parágrafo único; art. 4º, 
incisos; art. 5º, inciso I. 
Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Redutível 
É auto-aplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional, pois contém 
todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto, restrição por lei 
infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder público. É exemplo o art. 5º, 
incisos VIII, XI, XII, XIII, XIV, XVI, XXIV, LX, LXI, LXVII. 
Norma Constitucional de Eficácia Limitada 
É aquela não regulada de modo completo na Constituição, por isso depende de norma 
regulamentadora elaborada pelo Poder Legislativo, Poder Executivo ou Poder Judiciário, ou de 
qualquer outro ato do poder público. Não é correto dizer que tais normas não têm eficácia, apenas a 
eficácia é mínima, já que seu alcance total depende de ato legislativo ou administrativo posterior. 
São eficazes, pelo menos, em criar para o legislador o dever de legislar ou ao administrador o dever 
de agir. São exemplos os arts. 4º, parágrafo único; 7º, incisos IV e V. Cabe lembrar que deverá ser 
assegurado, desde logo, o mínimo existencial (o mínimo necessário para que se tenha uma vida 
digna). 
 
 
-> Vigência de Normas Constitucionais 
Teoria da Recepção 
Baseia-se no princípio da continuidade do direito.A Constituição é à base de validade jurídica das 
normas infraconstitucionais. Com o advento de uma nova Constituição as normas 
infraconstitucionais anteriores vigentes sob o império da antiga Constituição, se forem 
materialmente (o seu conteúdo) incompatíveis com esta nova Constituição, serão revogadas. Por 
outro lado, aquelas normas infraconstitucionais anteriores materialmente compatíveis com a nova 
Constituição irão aderir ao novo ordenamento jurídico (isto é, serão recepcionadas) como se novas 
fossem porque terão como base de validade a atual Constituição (trata-se de uma ficção jurídica). 
Essa teoria é tradicionalmente admitida no direito brasileiro, independentemente de qualquer 
determinação expressa. 
Teoria da Repristinação 
Consiste em revigorar uma lei revogada, revogando a lei revogadora. Quanto à repristinação por 
superveniência de Constituição, não há direito anterior a ser restaurado, isto porque o direito 
constitucional brasileiro não admite repristinação que não seja expressamente permitida por lei 
constitucional. Nada impede, entretanto, que uma lei infraconstitucional repristine uma outra lei 
infraconstitucional já revogada desde que o faça expressamente, conforme a Lei de Introdução ao 
Código Civil (LICC), art. 2º, § 3º. 
Teoria da Desconstitucionalização 
Consiste em aproveitar como lei infraconstitucional preceitos da Constituição revogada não repetidos na 
Constituição superveniente, mas com ela materialmente compatíveis (compatibilidade do conteúdo da norma 
constitucional anterior com o conteúdo da Constituição superveniente). Porém, tradicionalmente no direito 
brasileiro, a superveniência da Constituição revoga imediatamente a anterior e as normas não contempladas 
na nova Constituição perdem sua força normativa, salvo na hipótese de a própria Constituição superveniente 
prever a desconstitucionalização expressamente. 
 
-> Poder Constituinte: O poder constituinte pertence ao povo, que o exerce por meio dos 
seus representantes (Assembléia Nacional Constituinte). “Todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (art.1º, 
parágrafo único da CF). 
 Poder constituinte originário 
O poder constituinte originário é o poder constituinte que tem a capacidade de criar uma 
constituição, documento que organiza juridicamente um Estado. A constituição é um documento 
jurídico normativo que fará nascer um novo Estado do ponto de vista jurídico-formal. Ou seja, o 
exercício desse poder faz surgir, inaugurar, um novo Estado. 
Poder constituinte originário histórico (ou fundacional) será aquele que cria a primeira constituição 
do Estado, no caso do Brasil efetivou-se com a elaboração da Constituição Imperial de 1824. 
Poder constituinte originário revolucionário, que é o poder que cria uma nova constituição, em 
substituição à anterior, gerando uma profunda ruptura com a ordem jurídica anterior do Estado. 
 
 Poder constituinte derivado 
O poder constituinte derivado é também chamado de poder constituinte instituído, secundário, de 2o 
grau ou remanescente. O poder constituinte derivado tem esses sinônimos porque tecnicamente ele 
não é um poder constituinte, mas um poder constituído 
 Poder constituinte derivado revisional A revisão é ampla e genérica, sendo exceção, pois é via 
extraordinária de modificação da constituição. A revisão constitucional se dá por meio de emendas 
constitucionais amplas, chamadas de revisionais, que possuem o intuito de analisar a adaptação do 
novo texto constitucional à sua aplicação prática, fazendo-se ajustes. 
Poder constituinte derivado reformador O poder constituinte derivado reformador estabelece a via 
ordinária de altera- ção da constituição, tendo caráter pontual e específico, tratando de temas 
particulares do texto constitucional, em obediência aos limites impostos na pró- pria constituição. 
Poder constituinte derivado decorrente O poder constituinte derivado decorrente é o poder 
outorgado aos entes estaduais da federação de editarem as suas próprias constituições. Nas 
federações há mais de um poder constituinte, pela existência do poder constituinte decorrente. 
 
Estado Liberal X Estado Social 
Estado Social : O Estado social, na verdade, representa uma transformação efetiva da superestrutura 
do Estado liberal. Quando coagido pela pressão das massas confere os direitos do trabalho, da 
previdência, da educação, intervém na economia como distribuidor, dita o salário, manipula a 
moeda, regula os preços etc., em suma, estende sua influência a quase todos os domínios que 
dantes pertenciam, em grande parte, à área de iniciativa individual, o Estado pode ser chamado de 
social. 
Estado Liberal : há uma divisão bem evidente entre o que é público, ligado às coisas do Estado 
(direitos à comunidade estatal: cidadania, segurança jurídica, representação política etc.) e o 
privado, mormente, a vida, a liberdade, a individualidade familiar, a propriedade, o mercado 
(trabalho e emprego capital) etc. Essa separação dicotômica (público/privado) era garantida por 
intermédio do Estado, que lançando mão do império das leis, garantia a certeza das relações sociais 
por meio do exercício estrito da legalidade. 
 
Teoria Dos Direitos Fundamentais 
Os direitos fundamentais inicialmente são definidos, pela doutrina, de acordo com o ideal da 
Revolução Francesa da ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’. Esse ideal possibilitou que, na 
concepção de Norberto Bobbio, eles fossem divididos em três ‘gerações’ de direitos 
A primeira dimensão de direitos fundamentais trata dos direitos individuais e está ligada ao ideal 
revolucionário francês da liberdade. Na época do surgimento desses direitos, defendia-se o 
Liberalismo Político acima do interesse social, o que possibilitou a criação de direitos que 
pressupunham uma igualdade formal, perante a lei, e consideravam o indivíduo de forma abstrata. A 
primeira dimensão de direitos fundamentais irá, portanto, determinar direitos individuais específicos 
para limitar a ação do Estado diante do indivíduo, já que eles criam uma obrigação negativa do 
Estado perante os membros de sua população. O governo terá, deste modo,a obrigação de não agir 
e não interferir na vida pessoal do homem, além de possibilitar que ele consiga exercer o seu livre 
arbítrio diante de suas escolhas pessoais. A primeira dimensão está ligada aos direitos individuais do 
homem. São eles: direito à vida, integridade física, liberdade (individual, de iniciativa e concorrência, 
de pensamento e de consciência filosófica e política), propriedade privada, vida privada, intimidade 
e inviolabilidade de domicílio, sigilo de correspondência, sigilo bancário, dentre outros. 
Segunda geração ou segunda dimensão: Direitos sociais seriam os Direitos da Igualdade, no qual 
estão à proteção do trabalho contra o desemprego, direito à educação contra o analfabetismo, 
direito à saúde, cultura, etc. Essa geração dominou o século XX, são os direitos sociais, culturais, 
econômicos e os direitos coletivos. O direito de segunda geração, ao invés de se negar ao Estado 
uma atuação, exige-se dele que preste políticas públicas, tratando-se, portanto de direitos positivos, 
impondo ao Estado uma obrigação de fazer, correspondendo aos direitos à saúde, educação, 
trabalho, habitação, previdência social, assistência social, entre outros. 
A terceira dimensão de direitos surge após a Segunda Guerra Mundial com a necessidade de uma 
proteção efetiva da pessoa humana, da expansão dos direitos já existentes e do nascimento de 
novos direitos. Podemos citar como direitos de terceira geração: direito ao desenvolvimento ou 
progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, direito de comunicação, de 
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e direito à paz, cuidando-se de direitos 
transindividuais, sendo alguns direitos coletivos e outros difusos, o que é uma peculiaridade, uma 
vez que não são concebidos para a proteção do homem isoladamente, mas de coletividades, de 
grupos. 
Quarta dimensão - Novos direitos que cuida dos direitos que seriam oriundos da globalização das 
relações sociais e do desenvolvimento biotecnológico responsável, sendo seus principais exemplos: 
direito à democracia, à informação e ao pluralismo10. 
 
Direitos Fundamentais 
Os direitos fundamentais são normas de conteúdo declaratório, pois diz quais são os direitos que os 
indivíduos têm 
A Constituição Federal de 1988, trouxe em seu Título II, os Direitos e Garantias Fundamentais, 
subdivididos em cinco capítulos: 
 
A- Direitos individuais e coletivos: são os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua 
personalidade, tais como à vida, à igualdade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à 
propriedade. Estão previstos no artigo 5º e seus incisos; 
 
B- Direitos sociais: o Estado Social de Direito deve garantir as liberdades positivas aos indivíduos. 
Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, 
proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das 
condições de vida dos menos favorecidos, concretizando assim, a igualdade social. Estão elencados a 
partir do artigo 6º; 
 
C- Direitos de nacionalidade: nacionalidade, significa, o vínculo jurídico político que liga um indivíduo 
a um certo e determinado Estado, fazendo com que este indivíduo se torne um componente do 
povo, capacitando-o a exigir sua proteção e em contra partida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres 
impostos a todos; 
 
D- Direitos políticos: permitem ao indivíduo, através de direitos públicos subjetivos, exercer sua 
cidadania, participando de forma ativa dos negócios políticos do Estado. Esta elencado no artigo 14; 
 
E- Direitos relacionados à existência , organização e a participação em partidos políticos: garante a 
autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos como instrumentos necessários e importantes 
na preservação do Estado democrático de Direito. Esta elencado no artigo 17. 
Todo ser humano já nasce com direitos e garantias, não podendo estes ser considerados como uma 
concessão do Estado, pois, alguns estes direitos são criados pelos ordenamentos jurídicos, outros 
são criados através de certa manifestação de vontade, e outros apenas são reconhecidos nas cartas 
legislativas. 
As pessoas devem exigir que a sociedade e todas as demais pessoas respeitem sua dignidade e 
garantam os meios de atendimento das suas necessidades básicas. 
Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois por um lado tem um ideal a atingir, que é 
a conciliação entre os direitos do indivíduo e os da sociedade; e por outro lado, assegurar um campo 
legítimo para a democracia. 
Os Direitos Fundamentais, ou Liberdades Públicas ou Direitos Humanos é definido como conjunto de 
direitos e garantias do ser humano institucionalização, cuja finalidade principal é o respeito a sua 
dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das condições mínimas de vida e 
desenvolvimento do ser humano, ou seja, visa garantir ao ser humano, o respeito à vida, à liberdade, 
à igualdade e a dignidade, para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. Esta proteção deve 
ser reconhecida pelos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais de maneira positiva. 
Direito à vida 
O direito à vida, previsto no artigo 5o , deve ser analisado em conjugação com o artigo 1o, inciso III, 
que trata da dignidade da pessoa humana. O direito à vida prevê o direito de não ser morto e de se 
ter uma vida digna nos termos constitucionais. Assim como todos os direitos constitucionais, o 
direito à vida também é relativo, pois limita-se por outros direitos. Os direitos convivem e um direito 
sofre limitação dos outros (princípio da convivência das liberdades públicas). A relativização do 
direito à vida é feita no artigo 5o , inciso XLVII, quando a constituição autoriza a pena de morte no 
caso de guerra declarada18. 
Direito à igualdade 
O segundo direito que está previsto no artigo 5o , caput, combinado com o artigo 5o , inciso I, é o 
direito à igualdade. O caput afirma a igualdade formal, perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, e o inciso I afirma que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações 
Princípio da legalidade 
 O princípio da legalidade está previsto no artigo 5o da Constituição que afirma: “Art. 5o , II - 
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”20. Portanto, 
o Estado não pode obrigar ninguém a fazer ou deixar de fazer algo se não estiver previamente 
documentado em um dispositivo elaborado pelos representantes do povo (lei). 
Vedação da prática de tortura e ao tratamento desumano ou degradante 
 O artigo 5o , inciso III, afirma que “Art. 5o , III – ninguém será submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante”21 . Assim não se permite a utilização da tortura ou qualquer 
tratamento desumano violador da dignidade da pessoa humana. 
Direito à liberdade de manifestação de pensamento 
 Outro direito fundamental importante é a liberdade de manifestação de pensamento, previsto no 
artigo 5o , incisos IV e V da constituição. A liberdade de manifestação de pensamento não é 
absoluta, pois nenhum direito é absoluto. Ter um direito é respeitar os deveres. Todos têm direito 
de manifestar seu pensamento, entretanto, não se pode desrespeitar o direito alheio nessa 
manifestação. 
Direito à liberdade de credo 
 A liberdade de consciência, crença e culto está assegurada nos incisos VI a VIII do artigo 5o da 
constituição: Art. 5o, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o 
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e às 
suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosanas entidades 
civis e militares de internação coletiva; 
Direito à liberdade intelectual, artística, científica e de comunicação 
 O artigo 5o , inciso IX da constituição, assegura o direito de liberdade intelectual, artística, científica 
ou de comunicação: “Art. 5o , IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença”22. O que se vê como indicação de 
idade para programas televisivos não é censura, apenas indicação etária para a programação para 
que os pais possam identificar conteúdos que julgam impróprios para seus filhos. 
Direito à inviolabilidade domiciliar 
 O artigo 5o , inciso XI, trata da inviolabilidade domiciliar: “Art. 5o , XI – a casa é asilo inviolável do 
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. 
Direito à intimidade e sigilo bancário 
 O artigo 5o , inciso X, afirma: “Art. 5o , X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação”24. A norma constitucional deixa claro que a violação da intimidade, vida privada, 
honra e imagem das pessoas pode ensejar na cobrança de indenizações pelos danos moral e 
material sofridos. Entretanto, mais uma vez afirma-se que os direitos fundamentais não são 
absolutos e, portanto, existem exceções que permitem essa violação 
Sigilo de correspondência e de comunicação 
Na norma, em questão, quatro sigilos são protegidos: o sigilo de correspondência, comunicações 
telegráfica, de dados e as comunicações telefônicas. Entretanto, todos os sigilos podem ser 
relativizados por leis infraconstitucionais, exceto o telefônico, que só pode ser relativizado por 
ordem judicial para investigação criminal ou processo penal, nos termos do inciso da constituição. 
Liberdade de profissão 
 O sigilo de correspondência e comunicação está previsto no artigo 5o , inciso XII, e afirma que: “Art. 
5o , XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. Portanto, no Brasil qualquer trabalho, ofício ou profissão é livre, 
exceto nos casos em que a atividade é tipificada na lei como algo ilegal. 
Liberdade de informação 
 A liberdade de informação está prevista na constituição: Art 5o , XIV - é assegurado a todos o acesso 
à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; (...) XXXIII 
- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
Liberdade de locomoção 
 A liberdade de locomoção está prevista na constituição: Art 5o , XV - é livre a locomoção no 
território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por 
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 
Liberdade de reunião 
 O artigo 5o , inciso XVI, estabelece a liberdade de reunião dos indivíduos, sem armas, em locais 
abertos ao público. Art 5o , XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais 
abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade 
competente. A constituição garante a liberdade de reunião nos estritos termos constitucionais, ou 
seja, em locais abertos ao público, de uso comum do povo, pois bens de uso especial não estão na 
regra constitucional. A reunião deve ter fins pacíficos e, portanto, sem armas. 
 Liberdade de associação 
 A liberdade de associação está prevista na constituição: Art 5o , XVII - é plena a liberdade de 
associação para fins lícitos, vedada a de cará- ter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na 
forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em 
seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - 
ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades 
associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente. 
Direito de propriedade 
 O direito de propriedade está previsto na constituição nos seguintes termos: Art 5o , XXII - é 
garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá à sua função social; XXIV - a lei 
estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos 
nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar 
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a 
pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será 
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a 
lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. 
 
 
Remédios ou Garantias Constitucionais 
Os remédios constitucionais são garantias previstas no texto constitucional, ou seja, elementos normativos 
que têm como objetivo assegurar o exercício regular dos direitos fundamentais. Essa proteção é necessária 
para se efetivar e resguardar a implantação dos direitos fundamentais. Os remédios constitucionais são: 
habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e 
ação popular. 
Habeas Corpus - O habeas corpus é uma garantia constitucional específica que se destina à proteção do 
direito de ir e vir, ou seja, tutela à liberdade de locomoção. Todas as vezes que a liberdade de locomoção for 
restringida de forma ilegal ou abusiva o remédio cabível é o habeas corpus. O inciso LXVIII prevê: “Art. 5o, 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder 
Preventivo – Antes de ocorrer a prisão. 
Repressivo - Após ocorrer a prisão 
Habeas Data - O habeas data tem como objetivo resguardar a liberdade de dados (‘data’). Os indivíduos 
têm direito de acesso a informações, e caso as informações pessoais dos indivíduos não forem obtidas de 
forma livre, cabe o remédio constitucional do habeas data. Portanto, o indivíduo tem o direito constitucional 
de obter seus dados personalíssimos, e caso seja impedido de acessá-los poderá impetrar o habeas data 
Mandando de Segurança - Serve para tutelar qualquer direito liquido e certo, desde que não amparado 
nem por Habeas corpus nem Habeas data quando houve ato irregular praticado por autoridade publica ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de função publica . Somente será impetrado com auxilio de advogado o 
titular do direito liquido e certo. 
Mandado de segurança coletivo As mesmas regras do mandado de segurança aplicam-se ao mandado de 
segurança coletivo, pois irá se defender direito líquido e certo violado por ilegalidade ou abuso de poder, por 
meio de uma autoridade coatora.O ingresso do mandado de segurança exige a presença do advogado. Os 
requisitos são, portanto, os mesmos. Art. 5o , LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de 
seus membros ou associados. 
 
Mandado de injunção - O mandado de injunção tem o objetivo de possibilitar o exercício de um direito 
que não pode ser exercido, pois não foi regulamentado pelo poder público. Tratam-se, portanto, de direitos 
que a legislação constituinte deixou para o legislador o seu regramento, ou seja, são as normas constitucionais 
de eficácia limitada, que dependem de norma infraconstitucional para serem exercidas. Quando não há 
regulamentação do direito e, por esse motivo, não se pode exercê-lo, é cabível o mandado de injunção 
 
Ação Popular - A ação popular também é um remédio constitucional, mas é diferente dos outros 
dispositivos, pois qualquer cidadão pode propor uma ação popular. A legitimidade ativa exige então que o 
autor seja cidadão, ou seja, esteja no exercício de seus direitos políticos (possui título de eleitor). O objetivo 
dessa ação será anular atos que lesem o patrimônio público ou questões de ordem pública. 
Ação Civil Pública - tem por objetivo reprimir ou mesmo prevenir danos ao meio ambiente, ao 
consumidor, ao patrimônio público, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e turístico, por 
infração da ordem econômica e da economia popular, ou à ordem urbanística, podendo ter por objeto a 
condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.

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