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DIREITO ADMINISTRATIVO II Profa. Msc. Ana Cláudia Aguiar Universidade Estácio de Sá Rio Grande do Norte – Estácio de Natal Direito Administrativo II Concessão Especial – Lei n.º 11.079/04 Parcerias público-privadas (PPP): apesar da grande expectativa do legislador, que imaginava uma grande transformação nas estruturas do país, as parcerias não foram tão exitosas, principalmente devido a insegurança do empresário. O que é uma parceria? Comunhão de esforços para um objetivo comum! A parceria da que estamos falando segue esse conceito? Não! Direito Administrativo II As finalidades e os esforços não são comuns! Ao invés de parceria, na verdade, estamos diante de interesses divergentes. Exemplo: pedágio nas estradas. O que vimos na concessão comum serve para especial: “Delegação de serviço pelo poder concedente para empresa ou consórcio de empresas; necessita de autorização legislativa; depende de licitação na modalidade concorrência; formalizada por contrato administrativo.” Direito Administrativo II Características especiais da PPP Prazo determinado Art. 5º, Lei n.º 11.079/04: I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação; Direito Administrativo II Consulta pública (art. 10, inc. VI, Lei n.º 11.079/04) VI – submissão da minuta de edital e de contrato à consulta pública, mediante publicação na imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por meio eletrônico, que deverá informar a justificativa para a contratação, a identificação do objeto, o prazo de duração do contrato, seu valor estimado, fixando-se prazo mínimo de 30 (trinta) dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á pelo menos 7 (sete) dias antes da data prevista para a publicação do edital; Direito Administrativo II Financiamento privado O Estado e o usuário (através da tarifa) irão pagar em suaves prestações o financiamento. O Estado paga como? Pluralidade compensatória Pode pagar via ordem bancária, transferências de créditos não tributários (indenização), utilização de bem público, concessão de direitos (construção vertical – outorga onerosa). Responsabilidade Compartilhamento dos riscos. Se o negócio não der certo os prejuízos serão divididos. Direito Administrativo II Vedações expressas pela Lei n.º 11.079/04 Valor da parceria “Não pode ter valor inferior a 10 milhões de Reais”. Prazo do contrato “Não pode ser inferior a 5 anos e nem superior a 35 anos”. Objeto do contrato “Não pode ser objeto único, isto é, sempre haverá a combinação entre serviço, obra e fornecimento. No mínimo dois elementos”. Direito Administrativo II Sociedade de Propósitos Específicos Previsão legal: art. 9º, lei n.º 11.079/04 Para fiscalizar e gerir a parceria público privada a lei fala que uma pessoa jurídica deverá ser criada. Formada por representantes da empresa privada e do setor público. Direito Administrativo II Permissão Pública Lei n.º 8.987/95, art. 2º, IV e art. 40. IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Direito Administrativo II Tipos de Permissão a) Permissão de serviço público – transfere a prestação de serviço público, não pode ser de obra; b) Permissão de uso de bem público – transfere um bem público para o particular dar um uso adequado. Direito Administrativo II Natureza da Permissão (divergência doutrinária) Originalmente a Permissão era ato unilateral, discricionário e precário. Precariedade: vínculo revogável a qualquer tempo, sem indenização. No art. 40 da Lei n.º 8.987/95: Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, (...) inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Direito Administrativo II O STF se posiciona hoje pela natureza contratual da permissão de serviço público, porém, a permissão de uso de bem é ato unilateral. CABM não concorda com essa posição, para ele toda a permissão é ato unilateral. Direito Administrativo II Concessão Permissão Natureza Jurídica: contrato de obra e serviço. Natureza Jurídica: ato unilateral*, permissão de serviço público é contrato. Licitação: obrigatório na modalidade concorrência. Licitação: obrigatório, sem modalidade específica (de acordo com o valor do contrato). Concessionária: PJ e Consórcio de PJ. Permissionária: PF e PJ. Prazo determinado: extinção com indenização. Prazo determinado: ato precário revogável sem indenização. Autorização legislativa: sim! Autorização legislativa: não! Direito Administrativo I Autorização de serviço público (Previsão CF/88) Não está expressa em lei. “É ela ato unilateral, precário e discricionário pelo qual a Administração Pública faculta ao particular o desempenho de atividade material ou a prática de ato que necessite deste consentimento para ser legítimo, ou seja, trata-se da autorização como ato praticado no exercício do poder de polícia.” Exemplos: taxi, conservação de praças, jardins ou canteiros de avenidas, em troca da afixação e placas com propaganda da empresa, serviço de despachante etc.. Direito Administrativo I Autorização vinculada Art. 21. Compete à União: XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: Direito Administrativo I a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; Direito Administrativo I Atividades privadas de interesse público! Embora não sejam serviços públicos, muitas destas atividades requer investimentos vultuosos, incompatíveis com a concepção clássica de autorização como sendo um ato unilateral, discricionário e precário. Por isso, a doutrina construiu o que se convencionou chamar de “autorização vinculada”.
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