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Direito coletivo do trabalho

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Direito coletivo do trabalho: 
sindicatos 
Principais abordagens do direito coletivo do trabalho, 
concernente aos sindicatos, dadas as grandes transformações 
históricas e culturais advindas da história, e com grande 
influência no Brasil. 
 
 
 Por Fillipe Matos 
DIREITO TRABALHISTA | 26/NOV/2015 
 
 Salvar como favorito 
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
Desde a idade média, surge a ideia, de união de pessoas, com objetivos 
comuns, com o fim de defesa de direitos entre si. Corporações de 
ofícios precedem o sindicalismo, mas se diferem, pois, as corporações 
reunia as forças produtivas numa só entidade, já o outro, separou os 
trabalhadores, ondem defendem direito a determinada coletividade de 
pessoas. 
Fortes são as influências da Revolução Industrial, Francesa e o 
Marxismo. A revolução industrial criou condições de união entre 
trabalhadores na medida em que projetavam ideias e objetivos em 
comum, temos um desiquilíbrio nas relações entre o trabalhador e o 
Estado, formou-se o proletariado, a indignação dos trabalhadores 
frente a condições análogas à escravidão que eram submetidos ao 
Estado Autoritário, que buscavam condições de vida ao trabalhador. 
Assim, nasce o sindicalismo, frente ao desrespeito ao trabalhador, 
nasce nestes, um sentimento de solidariedade, uma união por uma vida 
digna. 
A Revolução Francesa, pautada na Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade, o manifesto comunista de Marx e Engels que conclamou 
os trabalhadores à união, condenou a supressão das corporações, 
defendeu a necessidade da organização dos operários e o direito de 
associação. 
Com os anos, no Brasil, vem surgindo a Convenção Coletiva do 
Trabalho, que aos poucos vem se constituindo. Surge o Decreto Lei nº 
979, de 06/01/1903, no qual era facultado a alguns profissionais de 
industrias rurais e agricultura a organizarem-se, entre si, sindicatos 
para defesa de seus interesses. De outro lado, é interessante sabermos, 
a origem etimológica da palavra “sindicato”; deriva do 
francês SYNDICAT, de SYNDIC: representante de uma corporação, do 
latim: SYNDICUS, e do grego SUNDIKÓS: advogado público. 
Com efeito, o Decreto era vago, não fornecia um conceito amplo, 
apenas quais os objetos do interesse. Surge, então, o Decreto-Lei nº 
1.637, de 05/06/1907, que ampliou o conceito de sindicato em seu 
artigo primeiro, in verbis: 
Art. 1º E' facultado aos profissionaes de profissões similares ou 
connexas, inclusive as profissões liberaes, organizarem entre si 
syndicatos, tendo por fim o estudo, a defesa e o desenvolvimento dos 
interesses geraes da profissão e dos interesses profissionaes de seus 
membros. 
Paragrapho unico. São considerados como continuando a pertencer á 
profissão, embora não o pertençam mais, os profissionaes que tiverem 
exercido a profissão durante cinco annos e que não a tenham 
abandonado desde mais de dez annos, comtanto que não exerçam 
outra profissão e residam no paiz desde mais de tres annos. 
O citado artigo, traz em seu bojo, que os sindicatos, seriam, então, 
grupo de pessoas, de determinada profissão, que visam, em união de 
esforços, proteger direitos que teriam por fim o estudo, a defesa e o 
desenvolvimento dos interesses gerais da profissão. Cabe salientar, que 
no artigo oitavo do mesmo decreto, era incentivado o sindicato misto, 
que assim dispunha: 
Art. 8º Os syndicatos que se constituirem com o espirito de harmonia 
entre patrões e operarios, como sejam os ligados por conselhos 
permanentes de conciliação e arbitragem, destinados a dirimir as 
divergencias e contestações entre o capital e o trabalho, serão 
considerados como representantes legaes da classe integral dos 
homens do trabalho e, como taes, poderão ser consultados em todos os 
assumptos da profissão. 
Como bem salienta o Douto Roberto Barredo Prado, o sindicato misto, 
era constituído de pessoas em profissões similares ou conexas, abrange 
assim, tanto empregado e empregadores, estes formados livremente, 
não existia uma interferência estatal. Com o individualismo jurídico, 
reforçado pela afirmação do indivíduo ante a sociedade, liberdade, 
propriedade privada e limitação do poder pelo Estado, não houve uma 
preocupação social, culpas das grandes influencias advindas das 
revoluções trabalhistas que ocorriam na Europa. 
Adveio então, o decreto-lei nº 1.637, de 05/01/1907, que teve sua 
origem com a representação de quinze corporações operárias e uma 
federação de sete associações, representava cerca de seis mil operários. 
Findou-se a primeira guerra mundial, surge agitação por parte de 
operários, tivemos uma organização operária. Surge os movimentos 
grevistas. 
Surge uma figura emblemática neste palco, Deputado Maurício de 
Lacerda, que apresenta em 17/05/1917, o projeto de código de trabalho, 
contendo 107 artigos, distribuídos em seis títulos, ademais, surge 
desmembrada do código, a lei de acidentes de trabalho, o restante do 
projeto, não teve êxito. Salienta o professor Roberto Barreto Prado: 
Para os nossos estudos, a semente mais importante do projeto de 
Maurício Lacerda consistia na instituição de tribunais paritários de 
arbitramento, constituído de seis membros, três operários e três 
patrões ou seus representantes, sob a presidência do Ministro da 
Agricultora, ou do Prefeito do Distrito Federal, ou do Secretário do 
Departamento de Trabalho dos Estados, com competência para 
tomarem conhecimento e resolverem sobre as reclamações e conflitos 
de ordem coletiva entre operários e patrões. 
Por conseguinte, é promulgado em 24/01/1923 a Lei nº 4.682, 
conhecida como Lei Elói Chaves, tem-se assim, criada a previdência 
social no Brasil. A Lei 16.027, de 30/04/1923, cria o Conselho Nacional 
do Trabalho, com a finalidade de órgão consultivo do poder Estatal. 
Enfatiza o mestre Roberto Barreto Prado: 
Cabia ao Conselho Nacional do Trabalho encargos administrativos e 
judicantes, em todo o território nacional, sobre questões de previdência 
e de contratos de trabalho, sem prejuízo de programação sobre 
organização dos órgãos desse setor. O dec. Nº 18.074, de 19/01/1928, 
introduziu modificações no Conselho Nacional do Trabalho. Suas 
funções amplíssimas, reveladoras de exagerada centralização 
administrativa, estava a exigir reformulação total do sistema então 
incipiente de fiscalização e efetiva execução das leis trabalhistas. 
Já, na era Vargas, o Ministério do Trabalho procura conter o 
sindicalismo, trazendo-o para os limites do Estado controlado pela 
Burguesia. Em 1931, surge a Lei sindical, que cria os pilares do 
sindicalismo no Brasil, controle exercido pelo Ministério do Trabalho 
em colaboração com o Estado. Nesta época, o movimento grevista era 
intenso, poucos sindicatos manterem-se, apenas alguns poucos, 
aderindo a Lei: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, dentre outros. 
Grandes foram as conquistas desta época: Lei de Férias, descanso 
semanal remunerado, jornada de oito horas e etc. 
As lutas sindicais ressurgem em 1943, com o manifesto dos mineiros, o 
movimento popular em 1945, neste ano, criou-se o Movimento 
Unificador dos Trabalhadores, em setembro de 1946, temos o 
congresso Sindical dos Trabalhadores do Brasil sedeado no Rio de 
Janeiro, donde surge a Confederação Geral dos Trabalhadores. 
Acrescenta-se que, em 1967 temos o Movimento Intersindical Anti-
Arrocho, a greve de Osasco em 1968. Em 1978, o impacto, tudo para, a 
classe operária ressurge com força e mais organizada, a democracia 
começa a nascer. Surge em 1983 a Central Única dos Trabalhadores, 
que tem por objetivo sustentar que o trabalhador não é um objeto, ou 
um vendedor de mão de obra, e sim um produtor de riquezas, surge a 
emancipação do trabalhador, por assim dizer, estes já organizados, 
defendem suas classes e conquistam direitos, o Estado agora os teme. 
2. A CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Não há dúvidas que com o passardos anos os sindicatos vieram a 
sofrer grandes mudanças estruturais. É sabido que os sindicatos visam 
a proteção de determinada classe de trabalhadores, bem como cabe a 
representação econômica nos acordos e convenções coletivas. 
Nos dias atuais, os sindicatos vêm perdendo suas forças, seja pelo 
desleixe por parte de determinado grupo de representantes, que ao 
invés de defenderem os direitos inerentes à coletividade e também ao 
indivíduo, acabam por se corromper e criam uma insegurança jurídica 
aos operarius. 
Surge, a promulgação da nossa Carta Maior, a Constituição 
Republicana, nasce o Estado Democrático de Direito, grande foram os 
avanços ao sindicalismo no Brasil, elenca a Carta Magna, no capítulo II 
– Direitos Sociais, em seu artigo oitavo, in verbis: 
Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o 
seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de 
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder 
Público a interferência e a intervenção na organização sindical; 
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, 
na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou 
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um 
Município; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas; 
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de 
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do 
sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas 
organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do 
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, 
se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo 
se cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização 
de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as 
condições que a lei estabelecer 
Assim, o caput do artigo supracitado, aduz que é livre a associação 
profissional ou sindical, nos termos da lei. A constituição de OIT de 
1919, também já previa a liberdade sindical. Sobre liberdade sindical, 
cabe elucidar as palavras do professor Sérgio Pinto Martins: 
Liberdade Sindical é uma espécie de liberdade de associação. É o 
direito de os trabalhadores e empregadores se organizarem e 
constituírem livremente as agremiações que desejarem, no número por 
eles idealizado, sem que sofram qualquer interferência ou intervenção 
do Estado, nem uns em relação aos outros, visando à promoção de seus 
interesses ou dos grupos que irão representar. Essa liberdade sindical 
também compreende o direito de ingressar e retirar-se dos sindicatos. 
A liberdade sindical, significa, pois, o direito de os trabalhadores e os 
empregadores se associarem, livremente, a um sindicato. Todo aquele 
que estiver interesse profissional ou econômico a ser discutido poderá 
reunir-se num sindicato... 
Importa destacar o caput do artigo 511 da CLT, que também destaca: 
É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus 
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como 
empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou 
profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou 
profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 
Ademais, temos também, a dispensa de autorização para criação de 
sindicatos, a vedação ao poder público de interferir e intervir na 
organização sindical, elencado no inciso I. Por conseguinte, esta 
assegura a estabilidade do dirigente sindical, declarada no inciso VIII, 
transfere aos trabalhadores o direito de definir sua base territorial, 
bem como conceitua a finalidade dos sindicatos em seu inciso III. 
Uns dos mais importantes princípios, a liberdade sindical, resultado de 
movimentos sindicais contra a governança autoritária do Estado. Nesse 
norte, liberdade sindical seria o poder que os representantes dos 
sindicatos possuem para se organizarem entre si, de acordo com a 
vontade de seus membros. Sérgio Pinto Martins, esclarece que 
liberdade sindical implica a possibilidade de livre criação de mais de 
um sindicato, seria a liberdade de auto-organização sindical, sem 
qualquer ingerência ao Estado. 
Referido doutrinador aduz, que a pluralidade de sindicatos não tem o 
escopo de diminuir o poder das organizações já existentes e sim ter 
uma força maior e mais representativa, isto posto, sempre é importante 
salientar que ao sindicato é defeso a garantia dos interesses de seus 
membros. São as palavras do ilustre doutrinador Sérgio Pinto Martins: 
Aqueles que prestarem os melhores serviços terão mais associados. A 
imposição pelo Estado da unicidade sindical é que não pode ser 
tolerada. Se os interessados decidirem constituir poucos sindicatos, 
como na Antiga República Federal da Alemanha, ou muito sindicatos, 
ficará ao livre alvedrio deles e não de outra pessoa. O fato de o 
sindicalismo ser livre não quer dizer que o sindicato vai ser fraco, pois, 
prestando bons serviços e conseguindo boas condições de trabalho 
para a categoria, pode angariar mais sócios, aumentando sua receita. 
A priori, a liberdade sindical não pode encontrar barreiras em seu 
sistema, seja pelo poder Estatal ou até mesmo pelos dirigentes destas 
entidades. É livre o ingresso e saída dos sindicatos, assim, seria escolha 
do trabalhador a de ser associar ou não; nasce a liberdade de filiação. 
Me salta aos olhos, que a liberdade de associação é pouco exercida, na 
maioria das vezes são impostas aos trabalhadores a obrigação de se 
filiarem a determinada associação, essa imposição como saliento, 
deriva da falta de comunicação, ou até mesmo uma representação 
direta entre o sindicato e os trabalhadores. Isto porque, nos dias atuais, 
vemos o sindicato pouco se importando com a coletividade. 
Do mesmo modo, a criação de sindicatos, por determinando grupo de 
pessoas, em meu ver, não diminuiria a força sindical, muito pelo 
contrário, o fim específico seria atingido, isto porque os sindicatos, com 
certeza, iriam se preocupar muito mais com seus associados, 
diminuiríamos as chances de corrupção, pois os sindicatos 
trabalhariam arduamente em prol dos seus associados, teríamos uma 
“competição” de sindicatos. 
Todavia, não é isto que a Lei estabelece, a mesma proíbe a criação de 
mais de um sindicato na mesma base territorial, o que resta ao 
trabalhador apenas a possibilidade de ingressar ou não no 
sindicato, data vênia, a criação de um sindicato monopoliza os direitos 
coletivos, enriquece as associações, claro que não podemos generalizar, 
mas nos dias atuais, não é incomum vermos sindicatos totalmente 
neutros, dirigentes enriquecendo, como no caso do Sindicato dos 
Comerciários no Rio de Janeiro, onde uma família há quase cinquenta 
anos exercia seu monopólio nesta associação que devia proteger os 
trabalhadores. 
3. ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
É sabido que os sindicatos podem se constituir sem prévia autorização 
do Estado, conforme preceitua a Convenção nº 87 da OIT e o inciso I 
do art. 8º da Constituição, salienta-se que o poder público a que se 
refere a Constituição, designa apenas o Poder Executivo, pois se 
estendermos esta autorização estatal a outros poderes, teríamos um 
impedimento referente aos outros poderes, seja em questões voltadas a 
julgamentos ou criaçãode Leis. 
Nas palavras do professor Sérgio Pinto Martins, surge uma dúvida no 
que se refere ao seu registro no órgão competente. O artigo 45 do códex 
civil dispõe que para a existência de pessoas jurídicas, far-se-á com a 
inscrição de seus atos constitutivos no respectivo registro. O problema 
aparece, no sentido de que a legislação não conceitua ou dispõe de um 
órgão competente voltado à constituição sindical. 
Exemplifica, que os cartórios de registros de títulos e documentos não 
teriam um controle, assim não poderiam verificar a unicidade sindical, 
o que geraria um grande confronto de sindicatos. Assim, é de se 
concordar com o professor, ademais o Supremo Tribunal Federal 
também já entendeu essa recepção de competência. 
Cabe elucidar, que a portaria nº 343 de 04/05/2000, estabelece o 
pedido de registro sindical, que será dirigido ao Ministro do Estado do 
Trabalho e Emprego, e terá de ser instruídos com os seguintes 
documentos: edital de convocação dos membros; ata da assembleia 
geral da fundação da entidade; estatuto social aprovado; comprovante 
de pagamento da guia GRU. 
Como descrito por Sérgio Pinto Martins, far-se-á necessário além do 
registro do sindicato no cartório, o respectivo registro do órgão do 
Ministério do Trabalho a fim de que se garanta a base territorial do 
sindicato, que poderão ser criados: por formação simples: simples 
criação de um sindicato em um determinado território, 
desmembramento de um sindicato ou sua dissociação. 
3.1. ATIVIDADES SINDICAIS 
Atividades sindicais são as funções cometidas por este órgão, de 
maneira que se possa auferir as metas, com destaque para a relação de 
ganho de direitos à coletividade, ou determinado grupo de 
trabalhadores. Assim, estas atividades tem a finalidade de coordenar e 
defender interesses profissionais e econômicos os trabalhadores. 
Exemplifica José Claudio Monteiro de Brito Filho, três 
atividades/funções sindicais a serem destacadas e estudadas mais 
profundamente. A primeira delas a Função econômica, este cita 
Magano, e enfatiza “os meios que se serve o sindicato visando à 
satisfação de suas necessidades corresponde à sua função econômica, 
sendo também designadas fontes de custeio. ” 
Acrescenta-se também, que a função econômica do sindicato 
corresponde aos meios que são utilizados para que possa obter um 
custeio para desenvolvimento de suas atividades. O Artigo 548 traz em 
seu bojo o patrimônio dos sindicatos: 
Art. 548 - Constituem o patrimônio das associações sindicais: 
a) as contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das 
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais 
representadas pelas referidas entidades, sob a denominação de 
imposto sindical, pagas e arrecadadas na forma do Capítulo lIl deste 
Título; 
b) as contribuições dos associados, na forma estabelecida nos estatutos 
ou pelas Assembléias Gerais; 
c) os bens e valores adquiridos e as rendas produzidas pelos mesmos; 
d) as doações e legados; 
e) as multas e outras rendas eventuais 
Além disso, temos a função política, para Britto Filho, o sindicato atua 
na defesa e interesses de seus associados, é de concorda que assuma 
uma posição política. O artigo 521, letra d da CLT, veda o caráter 
partidário dos sindicatos. Assim, estes devem funcionar sem qualquer 
vínculo com partidos políticos, o que é de se concordar, pois feriríamos 
de morte o princípio da isonomia, e teríamos um tratamento 
diferenciado a determinados sindicatos, em prol de sua filiação ou 
associação a partidos políticos, geraria uma instabilidade jurídica, de 
maneira que os associados certamente teriam seus direitos ameaçados 
frente a imparcialidade dos sindicatos. 
Por conseguinte, a função ética, não deve qualquer representante 
sindical, se beneficiar, de sua posição a fim de atingir suas metas 
pessoais. A função ética, é o agir com boa-fé, seria então um padrão 
ético adotado pelo homem mediano em sua vida na sociedade. Assim, 
deve o sindicato agir na sua função, a de proteger seus associados. 
Em adição, temos a função negocial, conceituada por Amauri Mascaro 
Nascimento, por esta função cabe ao sindicato regulamentar os 
interesses de seus associados, seria uma auto composição. A função 
assistencial, que é aquela que cabe ao sindicato melhor prestar auxílio 
aos trabalhadores, seja em ato de demissão, seja na representação em 
greves. Já a função de representação decorre daquela de os sindicatos 
representarem determinada gama de profissionais, podendo elas serem 
inerentes à coletividade ou individual. 
3.2. NEGOCIAÇÃO COLETIVA 
Dentre as atividades desenvolvidas pelos sindicatos, cabe destacar a 
negociação coletiva. Nas palavras de Brito Filho, citando António 
Menezes Cordeiro, seria o meio de solução de conflitos ou soluções 
autônomas, exercidas pelos sindicatos, em suas atividades funcionais, 
sem interferência estatal, para a solução de conflitos, de modo que 
atenda os direitos de seus associados. Para Sérgio Pinto Martins, “a 
negociação coletiva é uma forma de interesses entre as partes, que 
acertam os diferentes entendimentos existentes, visando encontrar 
uma solução capaz de compor suas posições. ” 
De outro lado, as funções da negociação coletiva do trabalho, destaco 
as palavras de Sérgio Pinto Martins. Jurídicas: tem função normativa; 
obrigacional: determinando direitos e obrigações às partes; 
compositiva: como forma de auto resolver seus conflitos. 
Portanto, negociação coletiva é um procedimento que tem o escopo de 
colocar em pauta as divergências existentes, de maneira que se obtenha 
um resultado positivo em prol dos trabalhadores, se não há negociação, 
não há norma coletiva de trabalho. 
Elenca o artigo 8º, VI, da Constituição, que os sindicatos são obrigados 
a participarem das negociações coletivas. A norma coletiva, para Sérgio 
Pinto Martins: “ é um contrato de execução, criando imediatamente 
um contrato individual de trabalho. Ela prescreve condições gerais de 
trabalho, encerrando cláusulas que irão regular os contratos 
individuais de trabalho em curso ou futuros. ” 
4. CONCLUSÃO 
Primórdios da criação sindical nos mostra que se deram com a união 
dos trabalhadores, estes desprovidos de direitos, eram peças frente aos 
“senhorios”, máquinas de gerar lucros, que eram substituídas na 
maneira que se “desgastavam”. Nasce um sentimento de união, a fim 
de que possam lutar por condições de vida e trabalho melhores, voltado 
em prol da sociedade e da massa mais vulnerável: o trabalhador. 
Grandes foram as conquistas do sindicalismo no Brasil, a liberdade 
sindical, pautada num regime democrático de direito, surge de modo a 
estabelecer um livre arbítrio ao trabalhador, de modo que busque ser 
representado da maneira do seu id pessoal. Ademais, nasce a unicidade 
sindical, que a meu ver, seria um limitador da liberdade sindical. Em 
resumo, a unicidade sindical restringe a criação de mais de um 
sindicato em determinada base territorial, o que gera opera ao 
trabalhador a simples opção de filiar-se ou não ao sindicato. Gera uma 
insegurança, devíamos ter uma escolha pelo trabalhador, de ver o seu 
direito melhor representado. 
Por conseguinte, nem sempre um único sindicato será capaz de atender 
a sua demanda, divergências sempre surgirão, e muitas vezes estes 
sindicatos não poderão atender seus associados, seja pela demanda ou 
pelo conflito de interesses. 
REFERÊNCIAS

Outros materiais