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Petição Prática V SEmana 3

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EXCELENTÍSSIMO (A). SR (A). JUIZ (A) FEDERAL DA ___VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE ______
MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, professora, portadora da carteira de identidade nº..., inscrita no CPF n°....., endereço eletrônico, residente a rua ...., nº ...., Cidade/ UF, por sua advogada que esta subscreve (doc. Anexo) com endereço profissional à Rua ..., n° ..., bairro:...., Cidade: ..../ UF, vem impetrar, com fundamento no artigo 5°, LXIX da CF/88 e lei 12016/2009,
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR
Pelo rito sumaríssimo, contra ato do reitor da Universidade Federal de ___, AUTARQUIA FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, inscrito no CNPJ n°....., endereço eletrônico, situada a rua ...., nº ...., Cidade/ UF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer, conforme documentos anexados a Petição Inicial, que lhe seja concedida a gratuidade de justiça, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC, por não possuir condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.
DOS FATOS
A autora é servidora pública federal, e atuava como professora em curso de graduação na Universidade ___. Marcos Silva, aluno da referida instituição, inconformado com a nota que lhe fora atribuída pela professora, abordou a mesma com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. Nesse instante, a autora, com o propósito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que, na queda, quebrou um braço.
Diante do ocorrido, foi instaurado Processo Administrativo Disciplinar, para apurar eventual responsabilidade da servidora, que ao mesmo tempo foi denunciada pelo crime de lesão corporal. 
Na esfera criminal, a mesma foi absolvida em decisão que transitou em julgado, uma vez que restou provado ter agido em legítima defesa. O processo administrativo, entretanto, prosseguiu, sem a citação da servidora, pois a Comissão nomeada entendeu que ela já tomara ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, a Comissão apresentou relatório pugnando por sua condenação à pena de demissão. O PAD foi encaminhado ao reitor da universidade para a decisão final, e sob o fundamento de vinculação ao parecer emitido pela Comissão, o mesmo aplicou a pena de demissão à servidora, afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. Em 11/01/2017, a autora foi cientificada de sua demissão, por meio de publicação em Diário Oficial, e na mesma ocasião, foi afastada de suas funções. Desde então está enfrentando sérias dificuldades financeiras.
DOS FUNDAMENTOS 
É nítido que ouve ato de ilegalidade, visto que não foi dado a servidora a possibilidade do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela constituição federal e também pela lei 8112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, autarquias e das fundações públicas federais.
Art. 143, Lei 8112/90. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. 
Art. 5º, CF/88. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se(...):LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
No momento em que não houve a citação da autora, esses dispositivos foram violados, o que consequentemente deve acarretar a nulidade do processo administrativo disciplinar, visto que sem o direito a defesa, qualquer penalidade aplicada é indevida e ilegal.
A doutrina, aqui representada por Hely Lopes Meirelles (1999, p. 626), é objetiva quando diz:
“Desde a citação acusatória deverá ser facultado ao indiciado, ou ao seu advogado, o exame dos autos na repartição, para apresentação de defesa e indicação de suas provas no prazo regulamentar, possibilitando-lhe o acompanhamento de toda a instrução. Nesse conhecimento da acusação, com oportunidade de contestação, apresentação de contraprovas e presença nos atos instrutórios, é que se consubstancia a ampla defesa assegurada pela Constituição (art. 5º, LV) e sem a qual é nulo o julgamento condenatório. Essa garantia constitucional estende-se a todo e qualquer procedimento acusatório - judicial ou administrativo - e se consubstancia no devido processo legal, de prática universal nos Estados de Direito. É a moderna tendência de jurisdicionalização do poder disciplinar, que impõe condutas formais e obrigatórias para garantias dos acusados contra arbítrios da Administração, assegurando-lhes não só a oportunidade de defesa como a observância do rito legalmente estabelecido para o processo”.
No mesmo entendimento, a jurisprudência mostra que não observados o contraditório e a ampla defesa, as penalidades decorrentes do ato administrativo são ilegais:
APELAÇÃO CÍVEL, REEXAME NECESSÁRIO E RECURSO ADESIVO.SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL.DEMISSÃO DE SERVIDOR, EM ESTÁGIO PROBATÓRIO, ANTERIORMENTE A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. PODER JUDICIÁRIO QUE NÃO PODE ADENTRAR AO MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. SENTENÇA QUE ANULOU O ATO, ESCORREITA. DANOS MATERIAL E MORAL CONFIGURADOS. PLEITO DE MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. IMPOSSIBILIDADE.RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL E ADESIVO CONHECIDOS E DESPROVIDOS. SENTENÇA MANTIDA EM GRAU DE REEXAM NECESSÁRIO. Ao Poder Judiciário é permitido perquirir todos os aspectos de legalidade e legitimidade do ato perquirido pela Administração Pública, não se permitindo pronunciar sobre o mérito administrativo. A infração disciplinar imputada a servidor público não estável deverá ser apurada mediante instauração de processo administrativo, exigindo-se, entretanto, que por ele reste demonstrada a falta ensejadora da pena demissória e, desde que sejam assegurados ao servidor processado, os direitos ao contraditório e à ampla defesa. A infração disciplinar imputada ao servidor, ainda em período de estágio probatório, não foi devidamente apurada por meio de processo administrativo, não tendo sido observados os Princípios do Contraditório e Ampla Defesa e Legalidade, sendo, portanto, irregular e ilegal a aplicação da pena de demissão pela Administração. Em decorrência da ilegalidade do ato de demissão, escorreita a sentença que declarou nulo tal ato e, em razão disso, determinou a reintegração aos quadros dos servidores públicos municipais ao cargo anteriormente ocupado. Devida à condenação do ente público ao pagamento de indenização por danos materiais e morais. Não há falar em majoração dos honorários advocatícios, pois estes foram corretamente fixados, em conformidade com a apreciação equitativa do julgador.
(TJ-PR - CJ: 11681255 PR 1168125-5 (Acórdão), Relator: Luiz Mateus de Lima, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1350 03/06/2014)
Desta forma, é inegável que todos os atos decorrentes do processo administrativo aqui discutido, devem ser desfeitos em virtude da inobservância destes princípios constitucionais que são de suma importância para a validade e respeito ao devido processo legal.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
A lei 12016/09 em seu artigo 1° fala da necessidade da concessão de medidas de urgência, no sentido de dar garantias aquele que teve seu direito cerceado e proteger direito líquido e certo através do mandado de segurança, in vérbis:
Art. 1°. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
É evidente que estão presentes os requisitos para concessão da medida liminarde urgência, quais sejam “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”, pois está comprovado que a autora teve seus direitos cerceados quando não foi chamada ao processo administrativo sofrido e em virtude de não ter seu direito preservado, ocorreu a injusta demissão e consequentemente as dificuldades financeiras pelo qual a servidora está passando atualmente, razão pela qual requer sua reintegração aos quadros funcionais em caráter de urgência.
DOS PEDIDOS
 Diante do exposto, requerer a V. Exa. :
Deferimento da gratuidade da justiça;
Que seja deferida liminarmente a confirmação da tutela antecipada, reintegrando a autora imediatamente aos quadros funcionais até a decisão final;
Citação do réu para contestar a demanda;
Sejam julgados procedentes os pedidos de anulação do ato demissional, bem como a efetiva reintegração da servidora aos quadros da autarquia federal;
Condenação do Réu ao pagamento retroativo de todas as verbas a que faria jus a servidora se estivesse em exercício;
Condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios em seu máximo legal.
.
VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$.....
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e Data
_______________________________
Advogado
OAB/ UF n°....

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