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4 Tipos de Texto e Produção Textual

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Introdução
Estamos chegando ao último capítulo do 
nosso estudo, com muitos conhecimentos revisa-
dos e muitos outros adquiridos. Neste capítulo, 
vamos rever e entender como se estruturam tex-
tos narrativos, descritivos, dissertativos, o resu-
mo e a resenha e praticar sua construção através 
de exercícios.
Lembrem-se de que para criarmos bons tex-
tos é fundamental, além de conhecermos nosso 
sistema linguístico, muita leitura e reflexão sobre 
o que lemos. Com ela tornamos mais variado o 
nosso vocabulário, mas não devemos deixar de 
consultar o dicionário, já que as palavras só de-
vem ser usadas com segurança, conhecendo seu 
significado. Com um vocabulário adequado, po-
demos expressar com clareza e precisão nossas 
ideias e pensamentos. 
Narração
Narrar é contar histórias reais ou imaginá-
rias, expor fatos. A narração sempre está presen-
te em nossa vida, pois constantemente contamos, 
lemos ou ouvimos sobre acontecimentos ocorri-
dos na sociedade em que vivemos. 
Na narração é importante observar a presen-
ça de elementos como: o fato (o quê), as persona-
gens (quem), o lugar (onde), o tempo (quando), a 
causa (o porquê), o modo (como) e as conseqü-
ências (por isso). 
Nela ocorrem transformações, percebemos 
um universo em movimento. Há um estado inicial 
(apresentação), posteriormente ocorrem fatos ou 
conflitos, que transformam o estado das coisas e 
das pessoas (complicação), com o acontecimen-
to de um momento crítico (clímax) e finalmente 
restabelece-se o equilíbrio, com a solução dos 
conflitos (desfecho ou desenlace). 
Então, na narração, percebemos que ocor-
rem transformações, em um determinado tempo 
(antes, durante e depois) e espaço. 
Vejamos o exemplo abaixo:
O homem nu
Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:
 — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar 
a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a 
conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não 
trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou 
a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de 
vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as 
minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a 
gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, 
para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele 
bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, 
dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, 
mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto 
esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a 
ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o 
pão. Como estivesse completamente nu, olhou 
com cautela para um lado e para outro antes de 
TIPOS DE TEXTO 
E PRODUÇÃO TEXTUAL
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Cleide de Leon
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arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho 
deixado pelo padeiro sobre o mármore do para-
peito. Ainda era muito cedo, não poderia apare-
cer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o 
pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, 
impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha 
e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando an-
siosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da 
água do chuveiro interromper-se de súbito, mas 
ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava 
que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó 
dos dedos.
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — cha-
mou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá 
dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do 
elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lenta-
mente os andares... Desta vez, era o homem da 
televisão!
Não era. Refugiado no lance de escada en-
tre os andares, esperou que o elevador passasse e 
voltou para a porta de seu apartamento sempre a 
segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu 
passos na escada, lentos, regulares vindos lá de 
baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fa-
zendo uma pirueta, e assim despido, embrulho 
na mão, parecia executar um ballet grotesco e 
mal-ensaiado. Os passos na escada se aproxima-
vam, e ele sem onde se esconder. Correu para o 
elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir 
a porta e entrar, e a empregada passava, vaga-
rosa, encetando a subida de mais um lanço de 
escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor 
da testa com o embrulho do pão. Mas eis que a 
porta interna do elevador se fecha e ele começa 
a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, 
sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta 
do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia 
mesmo ser algum vizinho conhecido... Perce-
beu, desorientado, que estava sendo levado cada 
vez para mais longe de seu apartamento, come-
çava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, 
instaurava-se naquele momento o mais autêntico 
e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a 
com força entre os andares, obrigando-o a parar. 
Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a 
momentânea ilusão de que sonhava. Depois ex-
perimentou apertar o botão de seu andar. Lá em-
baixo continuavam a chamar o elevador. Antes 
de mais nada:
“Emergência: parar.” Muito bem. E agora? 
Iria subir ou descer? Com cautela desligou a 
parada de emergência, largou a porta, enquan-
to insistia em fazer o elevador subir. O elevador 
subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta 
vez esmurrando a porta, já sem nenhuma caute-
la. Ouviu que outra porta se abria atrás de si. Vol-
tou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e 
tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho 
de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
Bom dia, minha senhora— disse ele, con-
fuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para 
cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radio-
patrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram 
ver o que se passava:
— E um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente 
a porta para ver o que era. Ele entrou como um 
foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem 
se lembrar do banho. Poucos minutos depois, 
restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda 
ofegante, indo abrir. Não era: era o cobrador da 
televisão.
Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Objetiva,2001
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No texto anterior, a ação inicia quando são 
apresentadas algumas personagens (o homem e a 
mulher), o lugar (o apartamento), o momento (ao 
acordarem). Em seguida, começa a complicação 
no momento em que a porta se fecha, e o homem 
se vê completamente nu do lado de fora de seu 
apartamento. O momento mais crítico da história 
(clímax) se dá quando uma velha o encontra des-
pido e começa a gritar causando grande confu-
são. Finalmente, sua mulher ouve a gritaria, abre 
a porta para ver o que estava acontecendo, e com 
isso ele pode entrar em seu apartamento.
Como vimos, há movimento, há um antes e 
um depois, o estado das coisas vai se transfor-
mando conforme vai passando o tempo.
Descrição
Descrever é apresentar as características de um 
objeto, pessoa, paisagem ou ambiente. Na descri-
ção, ao contrário da narração, não há movimento. O 
que se descreve está registrado em certo momentono tempo, não há progressão. 
Para se fazer uma boa descrição, é preciso sa-
ber observar a realidade, selecionar os detalhes mais 
importantes do que vai ser descrito, para posterior-
mente colocá-los na melhor ordem, de modo que 
transmitam a imagem do que está sendo descrito.
Vejamos como exemplo um trecho do livro O 
cortiço de Aluísio Azevedo
Eram cinco horas da manhã e o cortiço 
acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua 
infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dor-
miu de uma assentada, sete horas de chumbo. 
Como que se sentiam ainda na indolência de 
neblina as derradeiras notas da última guitar-
ra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz 
loura e tenra da aurora, que nem um suspiro 
de saudade perdido em terra alheia.
A roupa lavada, que ficara de véspera 
nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe 
um farto acre de sabão ordinário. As pedras 
do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem 
e em alguns pontos azuladas pelo anil, mos-
travam uma palidez grisalha e triste, feita de 
acumulações de espumas secas.
 Azevedo, Aluísio. O cortiço. Martins,1972. p.43-4
Dissertação
Dissertar é expor idéias e conceitos e chegar a 
conclusões. A dissertação deve ser feita de maneira 
organizada e lógica, pois no texto dissertativo va-
mos expor o que pensamos a respeito de um deter-
minado assunto. 
Para podermos redigir textos dissertativos, pre-
cisamos não só conhecer o tema que vai ser aborda-
do, procurando a informação necessária em livros, 
revistas entre outros locais, como também saber 
selecionar e ordenar toda a informação obtida de 
acordo com a orientação que se quer dar ao assunto. 
O texto deve ser escrito de maneira clara, objetiva e 
dentro do padrão formal da língua.
Os textos dissertativos devem ser estruturados 
em introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução deve apresentar a idéia-núcleo, 
ou seja, o assunto a ser tratado e sua delimitação. 
Nesta parte, deve-se deixar transparecer qual é o ob-
jetivo do trabalho, para que ele vai ser escrito.
O desenvolvimento é a parte do texto em que, 
de forma organizada, as questões referentes ao as-
sunto vão ser fundamentadas. 
A conclusão é parte final do texto em que se 
faz uma síntese do que foi exposto. Nessa parte, po-
dem aparecer não só a posição do autor como pro-
postas a respeito do assunto. 
Vejamos os exemplos:
Por que temos olheiras 
quando dormimos mal?
Há dois tipos predominantes de olhei-
ras: as de causa genética, que costumam 
surgir a partir da adolescência, e as pro-
vocadas por stress, cansaço ou noites 
mal-dormidas. Nesses casos, as olheiras 
surgem quando uma pessoa não alcança 
o relaxamento muscular durante o sono. 
Essa situação provoca dilatação anormal 
dos vasos ao redor dos olhos, levando ao 
escurecimento da pele. Quem tem predis-
posição para o distúrbio deve evitar álcool, 
cigarro e sal, que intensificam o congestio-
namento dos vasos sanguíneos.
rev. Galileu, maio de 2002, p. 25
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O tema do texto anterior se refere às olhei-
ras e fala de suas causas (Há ...mal-dormidas). 
No desenvolvimento, são usados argumentos que 
fundamentam a afirmação feita na frase que apre-
senta a idéia-núcleo do parágrafo (Nesses casos...
vasos sanguíneos). Na última frase, apresenta-se 
a conclusão com uma sugestão para as pessoas 
que têm predisposição para o problema.
Estradas que matam
Entre a zero hora da última quinta-
feira e a meia-noite de domingo passado, 
período do feriado de Corpus Christi, fo-
ram registrados 1.398 acidentes nas estra-
das federais, com um passivo de 92 mortos 
e 858 feridos, segundo a Polícia Rodoviá-
ria Federal. E muito mais séria teria sido a 
incidência de acidentes, caso não tivesse 
a Polícia Rodoviária Federal intensifica-
do a fiscalização. Além da imprudência 
como causa maior de acidentes de trânsi-
to, também o mau estado de conservação 
de nossas estradas tem concorrido para re-
sultados estatísticos tão trágicos como os 
verificados no último feriadão.
Estudo realizado pelo Instituto de Pes-
quisa Econômica Aplicada (Ipea) demons-
tra que as más condições das rodovias, so-
madas à imprudência dos motoristas, são 
as responsáveis por 35 mil mortes na área 
de transporte por ano. Um caminhão se 
acidenta a cada cinco minutos nas estradas 
federais. Em doze meses – segundo semes-
tre de 2004 e primeiro semestre de 2005 – 
foram registrados 110 mil acidentes envol-
vendo caminhões, com a morte de 6.341 
condutores. Os feridos foram em número 
de 68.524. O estudo realizado pelo Ipea 
indica, ainda, que os acidentes com trans-
portes são a segunda maior causa externa 
de mortes no país, depois das motivadas 
por agressões. O Ipea demonstrou também 
que os acidentes no país causam aos co-
fres públicos prejuízos da ordem de R$ 22 
bilhões por ano. Há, também, como con-
seqüência de acidentes com caminhões, os 
impactos ambientais relacionados com o 
despejo de produtos químicos.
Paralelamente ao alerta que represen-
ta o estudo do Ipea, para a Associação de 
Medicina de Tráfego é alta a incidência de 
acidentes e mortes nas estradas do Brasil, 
principalmente pelas más condições de 
trabalho a que são submetidos os cami-
nhoneiros, obrigados ao uso de medica-
mentos anti-soníferos, para que a jornada 
seja completada sem interrupções. Com o 
aumento crescente de veículos em tráfego 
no país, é preciso que as autoridades fede-
rais levem a sério a necessidade de obras 
de infra-estrutura que melhorem as condi-
ções das estradas, bem como aplicação de 
recursos, com a participação da iniciativa 
privada, em transportes ferroviário e hidro-
viário, como forma de evitar o monopólio 
do transporte rodoviário de cargas.
OPINIÃO - Correio do Povo, 12 de junho de 2007 
O texto Estradas que matam, fala sobre as 
estradas no Brasil e tem por objetivo mostrar 
a necessidade de conservação das estradas e 
de conscientização dos motoristas para evitar 
acidentes.
No primeiro parágrafo, apresenta-se o 
tema, com afirmações – a imprudência e a má 
conservação das estradas causam acidentes de 
trânsito - que são validadas por dados estatís-
ticos.
No segundo parágrafo, comprova-se com 
estudos feitos que as más condições das rodo-
vias e a imprudência dos motoristas causam 
acidentes com mortes e feridos nas estradas do 
Brasil, além de prejuízos à natureza e aos co-
fres públicos.
No terceiro parágrafo, faz-se referência às 
más condições de trabalho dos caminhoneiros, 
fundamentada pela Associação de Medicina de 
Tráfego e se menciona a necessidade de obras 
de infra-estrutura e a aplicação de recursos em 
outros meios de transporte.
Observe que o texto foi escrito em 3ª pes-
soa, usou-se a língua padrão e procurou-se de-
monstrar a verdade dos conteúdos com dados 
estatísticos que a comprovam. 
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Resumo
Resumir um texto é reduzi-lo, conservando as 
idéias do autor. 
O primeiro passo para elaborar um bom resu-
mo é compreender o texto lido. Leia o texto tantas 
vezes quanto for necessário. Use o dicionário para 
esclarecer o significado de palavras desconhecidas. 
Depois disso, procure identificar as idéias princi-
pais contidas no texto e como elas se relacionam. 
Na etapa de elaboração do resumo, não esque-
ça que você vai criar um texto mais curto, usando 
suas próprias palavras para apresentar as idéias do 
autor do texto. Jamais faça comentários ou julga-
mentos sobre o assunto, pois, como já foi dito, você 
está, unicamente, apresentando as idéias de outra 
pessoa. Nunca copie partes do texto. Issosignifica 
que ele não foi compreendido. Exclua a maioria dos 
exemplos e detalhes. Sempre mencione no seu resu-
mo o nome do autor do texto. 
Vejamos um resumo do conto A Cartomante 
de Machado de Assis 
A Cartomante
“A Cartomante” é a história de Vilela, Cami-
lo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso. A 
história começa numa Sexta-feira de novembro de 
1869, com um diálogo entre Camilo e Rita. Camilo 
nega-se veementemente a acreditar na cartomante 
e sempre desaconselha Rita de maneira jocosa. A 
cartomante está caracterizada neste conto como 
uma charlatã, destas que falam tudo o que serve 
para todo mundo. É um personagem sinistro, que 
apesar de não ter nem o seu nome revelado (carac-
terística machadiana), destaca-se como um per-
sonagem que ludibria os personagens principais. 
Rita crê que a cartomante pode resolver todos os 
seus problemas e angústias. Camilo, já no fim do 
conto, quando está prestes a ter desmascarado seu 
caso com Rita, no ápice de seu desespero, recor-
re a esta mesma cartomante, que por sua vez o 
ilude da mesma forma como ilude todos os seus 
clientes, inclusive Rita. A mulher usa de frases de 
efeito e metáforas a fim de parecer sábia e dona 
do destino de Camilo. Este sai de lá confiante em 
suas palavras e ao chegar no apartamento de Vile-
la encontra Rita morta e é morto a queima roupa 
pelo amigo de infância, que já sabendo da traição 
da esposa, o esperava de arma em punho.
Resumo disponível no site www.hlea.com.br/resumo_livros
Resenha
A resenha, como o resumo, também se ca-
racteriza por apresentar informações de outro 
texto de maneira reduzida, mas nela, além da sín-
tese do texto, podem ser apresentados comentá-
rios e avaliações. Além de textos, qualquer obra 
ou evento pode ser resenhado.
É importante ressaltar que o resenhista deve 
levar em consideração a quem se destina a rese-
nha para, assim, selecionar as informações do 
objeto resenhado de acordo com o público a que 
se destina. Um mesmo objeto, por exemplo, pode 
ser resenhado ao público em geral ou a um espe-
cialista sobre o assunto.
A resenha pode ser descritiva ou crítica. A 
descritiva não contém avaliações do resenhista. 
Ela apresenta o nome do autor, o título da obra, o 
nome da editora, o lugar e a data de publicação, 
além disso, apresenta um resumo e a descrição 
estrutural da obra. Na resenha crítica, aparecem 
comentários do resenhista.
Exemplo:
Felicidade (Happiness, Estados 
Unidos,1998,Lume) – O diretor americano 
Todd Solondz se notabiliza pela crueldade, 
destilada em filmes como Bem-Vindo à Casa 
das Bonecas, Histórias Proibidas e neste Feli-
cidade O alvo do cineasta são aquelas pessoas 
que vão pela vida aos tropeços e almejam tudo 
o que há de medíocre. Esse ponto de vista está 
longe de atrair o consenso (pode-se argumentar 
que bater em que já está por baixo é covardia). 
Mas o fato é que Solondz trafega por uma linha 
fina entre a maldade e a compreensão. Aqui, ele 
acompanha um punhado de personagens, como 
um psiquiatra pedófilo e uma dona-de-casa que 
se crê objeto de todos os homens – e oferece 
uma espiadela dolorosa e compassiva no des-
penhadeiro da condição humana. 
Rev. Veja, junho de 2007, p.132
 Além de aperfeiçoarmos 
nossa escrita, com a leitura 
ativamos nossa imaginação, 
podemos conhecer outros 
lugares e pessoas e muitas 
coisas mais que você mesmo 
pode descobrir. 
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Questão para reflexão
Leia o texto abaixo e identifique o tipo 
de texto, justificando sua resposta.
Referência comentada
FIORIN, José Luiz e Savioli, Francisco Pla-
tão. Para entender o texto: leitura e redação. 16ª 
ed. São Paulo: Ática, 2000.
O livro enfoca a interpretação e a produção 
de textos, apresentando os diferentes processos 
de construção do significado. Ele contém 44 li-
ções com exercícios, sendo que as 40 primeiras 
enfocam mecanismos de construção do texto e as 
4 últimas apresentam a leitura e a análise de dife-
rentes tipos de textos. 
Referências bibliográficas
FIORIN, José Luiz e Savioli, Francisco Pla-
tão. Para entender o texto: leitura e redação. 16ª 
ed. São Paulo: Ática, 2000.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa 
moderna. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getú-
lio Vargas, 1971.
INFANTE,Ulisses. Do texto ao texto: cur-
so prático de leitura e redação. 5ª ed. São Paulo: 
Scipione, 1998. 
SOUZA, Luiz Marques de e CARVALHO, 
Sérgio Waldeck. Compreensão e Produção de 
Textos . 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
Estudo em ratos mostra que privação de sono afeta 78 genes
Agência Estado
Por AE
São Paulo - Estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) permitiu 
uma avaliação geral das alterações orgânicas que podem ser causadas pela privação de 
sono, segundo informações da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 
(Fapesp). No Instituto do Sono, ratos que ficaram 96 horas privados do sono REM mos-
traram alterações em 78 genes e, depois de 24 horas de descanso, 62% dos genes tiveram 
sua expressão normalizada. Segundo um dos autores da pesquisa, Camila Guindalini, o 
modelo utilizado trouxe informação sobre a reação dos animais, capacidade de atenção, 
modificações hormonais e dados neuroquímicos.
A extensão das modificações moleculares ocorridas no cérebro depois de quatro dias e 
quatro noites sem dormir possibilitou avaliar ainda, segundo Camila, as interações entre os 
diferentes genes. Depois de 96 horas de privação de sono REM, o animal pode demorar até 
dez dias para recuperar as condições anteriores. A cientista diz que a alteração observada 
em 78 genes é menor do que a esperada, já que o genoma tem cerca de 25 mil genes.
Os genes alterados incluíam os relacionados a processos metabólicos, ritmo biológi-
co (controle do período de sono e vigília), resposta a estímulos e regulação de proliferação 
celular. O sono REM é a fase que ocorre, em humanos, predominantemente na segunda 
metade da noite e que cientistas acreditam estar relacionada às funções cognitivas como 
atenção e memória, entre outras funções. O estudo foi publicado na revista “Behaviourial 
Brain Research”.
http://www.abril.com.br/noticias/ciencia-saude/estudo-ratos-mostra-privacao-sono-afeta-78-genes-454134.shtml
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Autoavaliação
1. Estabeleça a relação:
a. Existe relação de anterioridade e de 
posteridade entre os enunciados. 
b. Não existe relação de anterioridade e 
posterioridade entre os enunciados.
c. Aparece a opinião do autor do texto.
d. Apresenta informações de forma 
reduzida.
( ) descrição
( ) narração
( ) resumo
( ) resenha
2. Leia o texto abaixo e marque a 
alternativa correta.
A Capital
Neste livro, Eça de Queiroz faz, com 
traços vigorosos e de maneira maliciosa, 
os retratos caricaturais de seus amigos ín-
timos. Com final ironia, chega a pôr em 
Artur Corvelo sua própria personalidade. 
Examina em todos os ângulos a socie-
dade portuguesa de seu tempo. Artur dei-
xa a modesta terra natal e vai para Lisboa, 
alimentando doces ilusões, certo de que lá 
haveria melhor lugar para um intelectual. 
Depois das decepções voltou ao lugar 
tranqüilo, mas, em face da vida monótona, 
sentia saudade da capital, embora tivesse 
saído “daquele inferno em Lisboa, como 
um vencido de uma batalha” - com feridas 
por toda a parte - no seu amor traído, na 
sua ambição iludida.
http://www.resumosdelivros.com.br/e/eca-de-
queiroz/a-capital/
O texto apresentado é:
(A) um resumo(B) uma resenha
(C) uma dissertação
(D) um resumo crítico
3. O trecho abaixo se caracteriza como: 
(A) narração
(B) descrição
(C) dissertação
Ela era gorda, baixa, sardenta e de 
cabelos excessivamente crespos, meio 
arruivados.
Do conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector
Gabarito
Questão para reflexão
Sugestão para resposta
É um texto dissertativo que mostra o re-
sultado de uma pesquisa referente à privação 
do sono e sua consequências. Nota-se que são 
feitas a análise e a interpretação de dados co-
lhidos da realidade. Na primeira frase do pri-
meiro parágrafo, o autor introduz o assunto 
colocando o estudo feito pela Unifesp e sua 
delimitação. Nas duas frases subsequentes, de 
desenvolvimento, destaca o modelo utilizado e 
ilustra com dados as informações obtidas du-
rante a pesquisa. Observe que é seguida a mes-
ma estrutura no segundo parágrafo que inicia 
com o relato sobre a extensão das modifica-
ções ocorridas no cérebro e as interações entre 
diferentes genes. Nas duas frases seguintes, de 
desenvolvimento, mostra-se quanto tempo pre-
cisa o cérebro para se recuperar depois de 96h 
de vigília e o número de genes afetados. Final-
mente, no último parágrafo, é retomada a ques-
tão dos genes alterados e sua relação com os 
processos metabólicos, ritmos biológicos, res-
posta a estímulos e regulação de proliferação 
celular, concluindo que a atenção e a memória 
estão relacionadas ao sono.
Autoavaliação:
 1 - b, a, d, c, 2 - A, 3 - B
R
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s
Nivelamento Língua Portuguesa
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REFERÊNCIA 
DAS IMAGENS
Imagem 1 – Stock.XCHNG - http://www.sxc.hu/photo/948188 - Acesso em 17/08/2009.
Imagem 2 – Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bandeira_rs.png - Imagem de domínio público
Imagem 3 – Stock.XCHNG - http://www.sxc.hu/photo/1195312 - Acesso em 17/08/2009.

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