Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al 34 Nivelamento Língua Portuguesa 35 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead Introdução Estamos chegando ao último capítulo do nosso estudo, com muitos conhecimentos revisa- dos e muitos outros adquiridos. Neste capítulo, vamos rever e entender como se estruturam tex- tos narrativos, descritivos, dissertativos, o resu- mo e a resenha e praticar sua construção através de exercícios. Lembrem-se de que para criarmos bons tex- tos é fundamental, além de conhecermos nosso sistema linguístico, muita leitura e reflexão sobre o que lemos. Com ela tornamos mais variado o nosso vocabulário, mas não devemos deixar de consultar o dicionário, já que as palavras só de- vem ser usadas com segurança, conhecendo seu significado. Com um vocabulário adequado, po- demos expressar com clareza e precisão nossas ideias e pensamentos. Narração Narrar é contar histórias reais ou imaginá- rias, expor fatos. A narração sempre está presen- te em nossa vida, pois constantemente contamos, lemos ou ouvimos sobre acontecimentos ocorri- dos na sociedade em que vivemos. Na narração é importante observar a presen- ça de elementos como: o fato (o quê), as persona- gens (quem), o lugar (onde), o tempo (quando), a causa (o porquê), o modo (como) e as conseqü- ências (por isso). Nela ocorrem transformações, percebemos um universo em movimento. Há um estado inicial (apresentação), posteriormente ocorrem fatos ou conflitos, que transformam o estado das coisas e das pessoas (complicação), com o acontecimen- to de um momento crítico (clímax) e finalmente restabelece-se o equilíbrio, com a solução dos conflitos (desfecho ou desenlace). Então, na narração, percebemos que ocor- rem transformações, em um determinado tempo (antes, durante e depois) e espaço. Vejamos o exemplo abaixo: O homem nu Fernando Sabino Ao acordar, disse para a mulher: — Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum. — Explique isso ao homem — ponderou a mulher. — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago. Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de TIPOS DE TEXTO E PRODUÇÃO TEXTUAL Im ag em 3 – S to ck .X CH NG Cleide de Leon Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al Nivelamento Língua Portuguesa 36 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do para- peito. Ainda era muito cedo, não poderia apare- cer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento. Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando an- siosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos. — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — cha- mou, em voz baixa. Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro. Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lenta- mente os andares... Desta vez, era o homem da televisão! Não era. Refugiado no lance de escada en- tre os andares, esperou que o elevador passasse e voltou para a porta de seu apartamento sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão: — Maria, por favor! Sou eu! Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fa- zendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal-ensaiado. Os passos na escada se aproxima- vam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vaga- rosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão. Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer. — Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado. E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Perce- beu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, come- çava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror! — Isso é que não — repetiu, furioso. Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois ex- perimentou apertar o botão de seu andar. Lá em- baixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: “Emergência: parar.” Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquan- to insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu. — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma caute- la. Ouviu que outra porta se abria atrás de si. Vol- tou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho: Bom dia, minha senhora— disse ele, con- fuso. — Imagine que eu... A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito: — Valha-me Deus! O padeiro está nu! E correu ao telefone para chamar a radio- patrulha: — Tem um homem pelado aqui na porta! Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava: — E um tarado! — Olha, que horror! — Não olha não! Já pra dentro, minha filha! Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta. — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir. Não era: era o cobrador da televisão. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Objetiva,2001 Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al 36 Nivelamento Língua Portuguesa 37 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead No texto anterior, a ação inicia quando são apresentadas algumas personagens (o homem e a mulher), o lugar (o apartamento), o momento (ao acordarem). Em seguida, começa a complicação no momento em que a porta se fecha, e o homem se vê completamente nu do lado de fora de seu apartamento. O momento mais crítico da história (clímax) se dá quando uma velha o encontra des- pido e começa a gritar causando grande confu- são. Finalmente, sua mulher ouve a gritaria, abre a porta para ver o que estava acontecendo, e com isso ele pode entrar em seu apartamento. Como vimos, há movimento, há um antes e um depois, o estado das coisas vai se transfor- mando conforme vai passando o tempo. Descrição Descrever é apresentar as características de um objeto, pessoa, paisagem ou ambiente. Na descri- ção, ao contrário da narração, não há movimento. O que se descreve está registrado em certo momentono tempo, não há progressão. Para se fazer uma boa descrição, é preciso sa- ber observar a realidade, selecionar os detalhes mais importantes do que vai ser descrito, para posterior- mente colocá-los na melhor ordem, de modo que transmitam a imagem do que está sendo descrito. Vejamos como exemplo um trecho do livro O cortiço de Aluísio Azevedo Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dor- miu de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitar- ra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mos- travam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas. Azevedo, Aluísio. O cortiço. Martins,1972. p.43-4 Dissertação Dissertar é expor idéias e conceitos e chegar a conclusões. A dissertação deve ser feita de maneira organizada e lógica, pois no texto dissertativo va- mos expor o que pensamos a respeito de um deter- minado assunto. Para podermos redigir textos dissertativos, pre- cisamos não só conhecer o tema que vai ser aborda- do, procurando a informação necessária em livros, revistas entre outros locais, como também saber selecionar e ordenar toda a informação obtida de acordo com a orientação que se quer dar ao assunto. O texto deve ser escrito de maneira clara, objetiva e dentro do padrão formal da língua. Os textos dissertativos devem ser estruturados em introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução deve apresentar a idéia-núcleo, ou seja, o assunto a ser tratado e sua delimitação. Nesta parte, deve-se deixar transparecer qual é o ob- jetivo do trabalho, para que ele vai ser escrito. O desenvolvimento é a parte do texto em que, de forma organizada, as questões referentes ao as- sunto vão ser fundamentadas. A conclusão é parte final do texto em que se faz uma síntese do que foi exposto. Nessa parte, po- dem aparecer não só a posição do autor como pro- postas a respeito do assunto. Vejamos os exemplos: Por que temos olheiras quando dormimos mal? Há dois tipos predominantes de olhei- ras: as de causa genética, que costumam surgir a partir da adolescência, e as pro- vocadas por stress, cansaço ou noites mal-dormidas. Nesses casos, as olheiras surgem quando uma pessoa não alcança o relaxamento muscular durante o sono. Essa situação provoca dilatação anormal dos vasos ao redor dos olhos, levando ao escurecimento da pele. Quem tem predis- posição para o distúrbio deve evitar álcool, cigarro e sal, que intensificam o congestio- namento dos vasos sanguíneos. rev. Galileu, maio de 2002, p. 25 Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al Nivelamento Língua Portuguesa 38 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead O tema do texto anterior se refere às olhei- ras e fala de suas causas (Há ...mal-dormidas). No desenvolvimento, são usados argumentos que fundamentam a afirmação feita na frase que apre- senta a idéia-núcleo do parágrafo (Nesses casos... vasos sanguíneos). Na última frase, apresenta-se a conclusão com uma sugestão para as pessoas que têm predisposição para o problema. Estradas que matam Entre a zero hora da última quinta- feira e a meia-noite de domingo passado, período do feriado de Corpus Christi, fo- ram registrados 1.398 acidentes nas estra- das federais, com um passivo de 92 mortos e 858 feridos, segundo a Polícia Rodoviá- ria Federal. E muito mais séria teria sido a incidência de acidentes, caso não tivesse a Polícia Rodoviária Federal intensifica- do a fiscalização. Além da imprudência como causa maior de acidentes de trânsi- to, também o mau estado de conservação de nossas estradas tem concorrido para re- sultados estatísticos tão trágicos como os verificados no último feriadão. Estudo realizado pelo Instituto de Pes- quisa Econômica Aplicada (Ipea) demons- tra que as más condições das rodovias, so- madas à imprudência dos motoristas, são as responsáveis por 35 mil mortes na área de transporte por ano. Um caminhão se acidenta a cada cinco minutos nas estradas federais. Em doze meses – segundo semes- tre de 2004 e primeiro semestre de 2005 – foram registrados 110 mil acidentes envol- vendo caminhões, com a morte de 6.341 condutores. Os feridos foram em número de 68.524. O estudo realizado pelo Ipea indica, ainda, que os acidentes com trans- portes são a segunda maior causa externa de mortes no país, depois das motivadas por agressões. O Ipea demonstrou também que os acidentes no país causam aos co- fres públicos prejuízos da ordem de R$ 22 bilhões por ano. Há, também, como con- seqüência de acidentes com caminhões, os impactos ambientais relacionados com o despejo de produtos químicos. Paralelamente ao alerta que represen- ta o estudo do Ipea, para a Associação de Medicina de Tráfego é alta a incidência de acidentes e mortes nas estradas do Brasil, principalmente pelas más condições de trabalho a que são submetidos os cami- nhoneiros, obrigados ao uso de medica- mentos anti-soníferos, para que a jornada seja completada sem interrupções. Com o aumento crescente de veículos em tráfego no país, é preciso que as autoridades fede- rais levem a sério a necessidade de obras de infra-estrutura que melhorem as condi- ções das estradas, bem como aplicação de recursos, com a participação da iniciativa privada, em transportes ferroviário e hidro- viário, como forma de evitar o monopólio do transporte rodoviário de cargas. OPINIÃO - Correio do Povo, 12 de junho de 2007 O texto Estradas que matam, fala sobre as estradas no Brasil e tem por objetivo mostrar a necessidade de conservação das estradas e de conscientização dos motoristas para evitar acidentes. No primeiro parágrafo, apresenta-se o tema, com afirmações – a imprudência e a má conservação das estradas causam acidentes de trânsito - que são validadas por dados estatís- ticos. No segundo parágrafo, comprova-se com estudos feitos que as más condições das rodo- vias e a imprudência dos motoristas causam acidentes com mortes e feridos nas estradas do Brasil, além de prejuízos à natureza e aos co- fres públicos. No terceiro parágrafo, faz-se referência às más condições de trabalho dos caminhoneiros, fundamentada pela Associação de Medicina de Tráfego e se menciona a necessidade de obras de infra-estrutura e a aplicação de recursos em outros meios de transporte. Observe que o texto foi escrito em 3ª pes- soa, usou-se a língua padrão e procurou-se de- monstrar a verdade dos conteúdos com dados estatísticos que a comprovam. Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al 38 Nivelamento Língua Portuguesa 39 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead Resumo Resumir um texto é reduzi-lo, conservando as idéias do autor. O primeiro passo para elaborar um bom resu- mo é compreender o texto lido. Leia o texto tantas vezes quanto for necessário. Use o dicionário para esclarecer o significado de palavras desconhecidas. Depois disso, procure identificar as idéias princi- pais contidas no texto e como elas se relacionam. Na etapa de elaboração do resumo, não esque- ça que você vai criar um texto mais curto, usando suas próprias palavras para apresentar as idéias do autor do texto. Jamais faça comentários ou julga- mentos sobre o assunto, pois, como já foi dito, você está, unicamente, apresentando as idéias de outra pessoa. Nunca copie partes do texto. Issosignifica que ele não foi compreendido. Exclua a maioria dos exemplos e detalhes. Sempre mencione no seu resu- mo o nome do autor do texto. Vejamos um resumo do conto A Cartomante de Machado de Assis A Cartomante “A Cartomante” é a história de Vilela, Cami- lo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso. A história começa numa Sexta-feira de novembro de 1869, com um diálogo entre Camilo e Rita. Camilo nega-se veementemente a acreditar na cartomante e sempre desaconselha Rita de maneira jocosa. A cartomante está caracterizada neste conto como uma charlatã, destas que falam tudo o que serve para todo mundo. É um personagem sinistro, que apesar de não ter nem o seu nome revelado (carac- terística machadiana), destaca-se como um per- sonagem que ludibria os personagens principais. Rita crê que a cartomante pode resolver todos os seus problemas e angústias. Camilo, já no fim do conto, quando está prestes a ter desmascarado seu caso com Rita, no ápice de seu desespero, recor- re a esta mesma cartomante, que por sua vez o ilude da mesma forma como ilude todos os seus clientes, inclusive Rita. A mulher usa de frases de efeito e metáforas a fim de parecer sábia e dona do destino de Camilo. Este sai de lá confiante em suas palavras e ao chegar no apartamento de Vile- la encontra Rita morta e é morto a queima roupa pelo amigo de infância, que já sabendo da traição da esposa, o esperava de arma em punho. Resumo disponível no site www.hlea.com.br/resumo_livros Resenha A resenha, como o resumo, também se ca- racteriza por apresentar informações de outro texto de maneira reduzida, mas nela, além da sín- tese do texto, podem ser apresentados comentá- rios e avaliações. Além de textos, qualquer obra ou evento pode ser resenhado. É importante ressaltar que o resenhista deve levar em consideração a quem se destina a rese- nha para, assim, selecionar as informações do objeto resenhado de acordo com o público a que se destina. Um mesmo objeto, por exemplo, pode ser resenhado ao público em geral ou a um espe- cialista sobre o assunto. A resenha pode ser descritiva ou crítica. A descritiva não contém avaliações do resenhista. Ela apresenta o nome do autor, o título da obra, o nome da editora, o lugar e a data de publicação, além disso, apresenta um resumo e a descrição estrutural da obra. Na resenha crítica, aparecem comentários do resenhista. Exemplo: Felicidade (Happiness, Estados Unidos,1998,Lume) – O diretor americano Todd Solondz se notabiliza pela crueldade, destilada em filmes como Bem-Vindo à Casa das Bonecas, Histórias Proibidas e neste Feli- cidade O alvo do cineasta são aquelas pessoas que vão pela vida aos tropeços e almejam tudo o que há de medíocre. Esse ponto de vista está longe de atrair o consenso (pode-se argumentar que bater em que já está por baixo é covardia). Mas o fato é que Solondz trafega por uma linha fina entre a maldade e a compreensão. Aqui, ele acompanha um punhado de personagens, como um psiquiatra pedófilo e uma dona-de-casa que se crê objeto de todos os homens – e oferece uma espiadela dolorosa e compassiva no des- penhadeiro da condição humana. Rev. Veja, junho de 2007, p.132 Além de aperfeiçoarmos nossa escrita, com a leitura ativamos nossa imaginação, podemos conhecer outros lugares e pessoas e muitas coisas mais que você mesmo pode descobrir. Ar qu ivo U LB RA EA D Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al Nivelamento Língua Portuguesa 40 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead Questão para reflexão Leia o texto abaixo e identifique o tipo de texto, justificando sua resposta. Referência comentada FIORIN, José Luiz e Savioli, Francisco Pla- tão. Para entender o texto: leitura e redação. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2000. O livro enfoca a interpretação e a produção de textos, apresentando os diferentes processos de construção do significado. Ele contém 44 li- ções com exercícios, sendo que as 40 primeiras enfocam mecanismos de construção do texto e as 4 últimas apresentam a leitura e a análise de dife- rentes tipos de textos. Referências bibliográficas FIORIN, José Luiz e Savioli, Francisco Pla- tão. Para entender o texto: leitura e redação. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2000. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getú- lio Vargas, 1971. INFANTE,Ulisses. Do texto ao texto: cur- so prático de leitura e redação. 5ª ed. São Paulo: Scipione, 1998. SOUZA, Luiz Marques de e CARVALHO, Sérgio Waldeck. Compreensão e Produção de Textos . 7ª ed. Petrópolis: Vozes, 2002. Estudo em ratos mostra que privação de sono afeta 78 genes Agência Estado Por AE São Paulo - Estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) permitiu uma avaliação geral das alterações orgânicas que podem ser causadas pela privação de sono, segundo informações da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). No Instituto do Sono, ratos que ficaram 96 horas privados do sono REM mos- traram alterações em 78 genes e, depois de 24 horas de descanso, 62% dos genes tiveram sua expressão normalizada. Segundo um dos autores da pesquisa, Camila Guindalini, o modelo utilizado trouxe informação sobre a reação dos animais, capacidade de atenção, modificações hormonais e dados neuroquímicos. A extensão das modificações moleculares ocorridas no cérebro depois de quatro dias e quatro noites sem dormir possibilitou avaliar ainda, segundo Camila, as interações entre os diferentes genes. Depois de 96 horas de privação de sono REM, o animal pode demorar até dez dias para recuperar as condições anteriores. A cientista diz que a alteração observada em 78 genes é menor do que a esperada, já que o genoma tem cerca de 25 mil genes. Os genes alterados incluíam os relacionados a processos metabólicos, ritmo biológi- co (controle do período de sono e vigília), resposta a estímulos e regulação de proliferação celular. O sono REM é a fase que ocorre, em humanos, predominantemente na segunda metade da noite e que cientistas acreditam estar relacionada às funções cognitivas como atenção e memória, entre outras funções. O estudo foi publicado na revista “Behaviourial Brain Research”. http://www.abril.com.br/noticias/ciencia-saude/estudo-ratos-mostra-privacao-sono-afeta-78-genes-454134.shtml Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al 40 Nivelamento Língua Portuguesa 41 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead Ti po s d e Te xt o e Pr od uç ão T ex tu al Autoavaliação 1. Estabeleça a relação: a. Existe relação de anterioridade e de posteridade entre os enunciados. b. Não existe relação de anterioridade e posterioridade entre os enunciados. c. Aparece a opinião do autor do texto. d. Apresenta informações de forma reduzida. ( ) descrição ( ) narração ( ) resumo ( ) resenha 2. Leia o texto abaixo e marque a alternativa correta. A Capital Neste livro, Eça de Queiroz faz, com traços vigorosos e de maneira maliciosa, os retratos caricaturais de seus amigos ín- timos. Com final ironia, chega a pôr em Artur Corvelo sua própria personalidade. Examina em todos os ângulos a socie- dade portuguesa de seu tempo. Artur dei- xa a modesta terra natal e vai para Lisboa, alimentando doces ilusões, certo de que lá haveria melhor lugar para um intelectual. Depois das decepções voltou ao lugar tranqüilo, mas, em face da vida monótona, sentia saudade da capital, embora tivesse saído “daquele inferno em Lisboa, como um vencido de uma batalha” - com feridas por toda a parte - no seu amor traído, na sua ambição iludida. http://www.resumosdelivros.com.br/e/eca-de- queiroz/a-capital/ O texto apresentado é: (A) um resumo(B) uma resenha (C) uma dissertação (D) um resumo crítico 3. O trecho abaixo se caracteriza como: (A) narração (B) descrição (C) dissertação Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Do conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector Gabarito Questão para reflexão Sugestão para resposta É um texto dissertativo que mostra o re- sultado de uma pesquisa referente à privação do sono e sua consequências. Nota-se que são feitas a análise e a interpretação de dados co- lhidos da realidade. Na primeira frase do pri- meiro parágrafo, o autor introduz o assunto colocando o estudo feito pela Unifesp e sua delimitação. Nas duas frases subsequentes, de desenvolvimento, destaca o modelo utilizado e ilustra com dados as informações obtidas du- rante a pesquisa. Observe que é seguida a mes- ma estrutura no segundo parágrafo que inicia com o relato sobre a extensão das modifica- ções ocorridas no cérebro e as interações entre diferentes genes. Nas duas frases seguintes, de desenvolvimento, mostra-se quanto tempo pre- cisa o cérebro para se recuperar depois de 96h de vigília e o número de genes afetados. Final- mente, no último parágrafo, é retomada a ques- tão dos genes alterados e sua relação com os processos metabólicos, ritmos biológicos, res- posta a estímulos e regulação de proliferação celular, concluindo que a atenção e a memória estão relacionadas ao sono. Autoavaliação: 1 - b, a, d, c, 2 - A, 3 - B R ef er ên ci a da s I m ag en s Nivelamento Língua Portuguesa 42 www.ulbra.br/eadwww.ulbra.br/ead REFERÊNCIA DAS IMAGENS Imagem 1 – Stock.XCHNG - http://www.sxc.hu/photo/948188 - Acesso em 17/08/2009. Imagem 2 – Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bandeira_rs.png - Imagem de domínio público Imagem 3 – Stock.XCHNG - http://www.sxc.hu/photo/1195312 - Acesso em 17/08/2009.
Compartilhar