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Pagamento de Obrigações: Regras e Condições

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1 - ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
1.1 - DO PAGAMENTO : REGRAS GERAIS 
 
Pagar é cumprir a obrigação. Nesse sentido, paga não apenas aquele que entrega a quantia em dinheiro (obrigação de dar), mas também o indivíduo que realiza uma atividade (obrigação de fazer) ou, simplesmente, se abstém de um determinado comportamento (obrigação de não fazer).
CONDIÇÕES SUBJETIVAS DO PAGAMENTO.
1.2 - DE QUEM DEVE PAGAR (QUEM PODE PAGAR):
1 – O devedor;
2 - Qualquer interessado na extinção da dívida, art. 304.
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
3 - Terceiro interessado é a pessoa que, sem integrar o pólo passivo da relação obrigacional-base, encontra-se juridicamente adstrita ao pagamento da dívida. ex. fiador.
4 - Terceiro não interessado em nome e por conta do devedor, sem direito a qualquer reembolso, art. 304, parág. Único. Neste caso, não tem o direito de cobrar o valor que desembolsou para quitar a dívida, tendo em vista que o fez por motivos filantrópicos. ex: pai que paga dívida de filho.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
5 - Terceiro não interessado em nome próprio: com direito de reembolsar o valor pago, mas não se sub-rogar no lugar do credor, art. 305. Neste caso, tem o direito de reaver o que pagou, entretanto, não se sub-roga nos direitos do credor.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Se houver desconhecimento ou oposição do devedor, o terceiro não terá o direito de reembolsar-se. art. 306.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
- Pagamento que importe transferência de domínio só poderá ser feito pelo titular do objeto cuja propriedade se pretende transferir art. 307.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, mesmo que o devedor não tivesse o direito de aliená-la. art. 307, parág. único.
Parágrafo único. Se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
1.3 - PARA QUEM PAGAR:
1 - Ao credor (accipiens)
2 - Ao seu representante de direito
3 - O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda que provado depois que não era o credor, art. 309.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
4 – fora desses casos, pagando-se a outrem vale o brocardo “quem paga mal, paga duas vezes”. art. 310.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Exceção: valerá o pagamento se o credor ratificar o recebimento ou o devedor provar que ele reverteu em seu proveito.
Se o devedor foi intimado da penhora de crédito, ou da impugnação oposta por terceiros e, ainda assim efetua o respectivo pagamento ao credor, poderá ser constrangido a efetuar novamente o pagamento àqueles – art. 312.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA O PAGAMENTO
1.4 - QUANTO SE PAGA E SUA PROVA:
 - O valor combinado: o credor não é obrigado a receber por partes, se assim não ajustou. art 313/314.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
 - São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira (excetuados os casos previstos na legislação especial)
 
1.5 - COMO SE PAGA:
 - Mediante a entrega de recibo: o devedor que paga tem direito a quitação e pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dado o recibo. art. 319.
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
 - A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Mas ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em 60 dias, a falta do pagamento.
 - Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
 - No pagamento realizado em quotas periódicas, a quitação da última, salvo prova em contrário, estabelece a presunção de estarem solvida as anteriores.
 - Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. art. 326.
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
Atender-se-ão os usos e costumes do local. ex: alqueire que difere a depender de região no país, bem como de peso, quilogramas, arrobas ou onças. 
1.6 - DO LUGAR DO PAGAMENTO:
 - No domicílio do devedor – como regra, as dívidas são consideradas quesíveis (quérable). art. 327.
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
 - Exceções: as dívidas serão portáveis (portable), devendo ser pagas no domicílio do credor:
 - Se as partes assim convencionarem;
 - Se tal resultar da lei;
 - Se tal resultar da natureza da obrigação ou das circunstâncias
 - Havendo a previsão de dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha cabe ao credor.	
 - Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. art. 328.
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
 - Se ocorrer motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, se prejuízo para o credor. art. 329.
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
 - O pagamento feito reiteradamente em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. art. 330.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
1.7 - DO TEMPO DO PAGAMENTO – QUANDO SE PAGA
	
 - No vencimento, na época ajustada para o pagamento
 - Se não foi determinada a data, o credor pode exigir imediatamente o pagamento, salvo disposição legal em sentido contrário. art. 331.
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
 - Se forem condicionais, cumprem-se na data do implemento da condição estipulada. art. 332.
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
Exceções: caberá cobrança antes do vencimento:
a) No caso de falência do devedor ou de concurso de credores;
b) Se os bens hipotecadosou empenhados (penhor), forem penhorados em execução de outro credor;
c) Se cessarem, ou se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias (fiança), ou reais (hipoteca, penhor) e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Obs: Se em todas essas situações, houver solidariedade passiva, a antecipação da exigibilidade da dívida não alcançará os devedores solventes.
2 - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
 - No pagamento por consignação, o devedor promove o depósito de uma coisa para se liberar dos efeitos do descumprimento de sua obrigação. 
 - Poderá ser objeto de depósito tanto um bem móvel quanto um bem imóvel.
 - Tratando-se de dinheiro, a consignação não necessariamente precisará ser judicial; será possível realizar uma consignação extrajudicial do valor pecuniário numa instituição bancária.
2.1 - CABIMENTO – ART. 334
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
2.2 - REQUISITOS DE VALIDADE: ART. 336
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
 - Em relação às pessoas (devedor e credor);
 - Em relação ao objeto: o pagamento deve ser feito em sua totalidade;
 - Quanto ao modo, ou seja, a consignação deve ser feita no modo em que está previsto para o cumprimento da obrigação. Ex. pagamento a vista não pode ser parcelado.
 - Quanto ao tempo, deverá ser observado o pactuado.
Também não poderá mudar o local de pagamento. art. 337.
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
Possibilidade de levantamento do depósito pelo devedor: art. 338.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.
a) Antes da aceitação ou impugnação do depósito;
b) Depois da aceitação ou impugnação de depósito pelo credor;
c) Julgado procedente o depósito.
2.3 - CONSIGNAÇÃO DE COISA CERTA E COISA INCERTA. 
Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, o devedor poderá citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. art. 341.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Se for coisa indeterminada (leia-se: incerta) é preciso proceder a certificação do “concentração do débito” art. 342.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Se a escolha couber ao credor, este deverá ser citado (5 dias) para tal fim, sob pena de perder o direito, bem como de ser depositada a coisa segundo a escolha do devedor.
3 - DAÇÃO EM PAGAMENTO- ART. 356
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
As partes celebram um acordo para substituir o objeto da prestação devida por um outro.
3.1 - Requisitos:
1 - A existência de uma dívida vencida;
2 - O consentimento do credor;
3 - A entrega de coisa diversa da devida;
4 - O ânimo de solver (animus solvendi)
4 - COMPENSAÇÃO: CC. ARTS. 368 A 380
Compensação é a extinção de duas obrigações, cujos credores são ao mesmo tempo devedores um do outro. Ou ainda, o simples desconto que reciprocamente se faz no que duas pessoas devem uma à outra. 
4.1 - Seus requisitos são:
a) Reciprocidade das dívidas: CC., arts. 368, 376 e 377;
b) Que elas sejam líquidas (CC., art. 369) e vencidas;
c) Que sejam homogêneas, isto é, da mesma natureza: CC., art. 370
d) Que não haja renúncia prévia de um dos devedores ou cláusula expressa excluindo essa possibilidade: CC., art. 375
e) Que se observe a norma relativa a imputação do pagamento se houver vários débitos compensáveis: CC., arts. 352, 355 e 379;
f) Que não traga prejuízos a terceiros: CC., art 380
4.2 - A compensação pode ser:
a) Legal: quando emana da lei, independente da vontade das partes e opera ainda que alguma delas se oponha;
b) Convencional: quando resulta de acordo das partes;
c) Judicial: quando realizada em juízo (sub-espécie de legal)
5 - SUB-ROGAÇÃO: CC. ARTS. 346 A 351
Em sentido amplo sub-rogar é colocar uma coisa em lugar de outra, uma pessoa em lugar de outra. Duas, portanto são as espécies de sub-rogação: a sub-rogação real (coisas) e a pessoal (pessoas). Na sub-rogação real verifica-se a substituição de uma coisa por outra, ficando a segunda em lugar da primeira, com os mesmo ônus e atributos. Assim acontece nos casos de sub-rogação de vínculos que recaiam sobre bens inalienáveis. Na sub-rogação pessoal, ocorre substituição de uma pessoa por outra, ressalvando-se a esta os mesmos direitos e ações que àquela competiam. É da sub-rogação pessoal que se ocupa o Código Civil, no capítulo do pagamento com sub-rogação.
Exemplo: cessão de direitos creditórios daquele que solveu a obrigação alheia ou emprestou a quantia necessária para o pagamento que satisfez o credor; esse terceiro sub-roga-se em nome do credor, de modo que o devedor não se desonera do vínculo obrigacional. A obrigação estará extinta para o antigo credor, apenas, que não mais poderá cobrá-la - em tese, então, não extingue a obrigação, mas sim a substituição do sujeito passivo.
Parece ser uma cessão de crédito, pois aqui também há uma alteração subjetiva da obrigação, mas não é cessão por diversas razões:
a) A cessão de crédito independe de pagamento, a sub-rogação depende;
b) A cessão visa lucro, a sub-rogação não: CC., art. 350
c) A sub-rogação dispensa notificação do devedor, a cessão não: CC., art. 290;
d) Na sub-rogação não se tem a transferência, legal ou convencional, do direito creditório, a cessão sempre será feita por um ato consensual.
Trata-se de um instituto autônomo, mediante o qual o crédito, com o pagamento feito pelo terceiro, se extingue ante o credor satisfeito, mas não em relação ao devedor, tendo-se apenas uma substituição legal ou convencional do sujeito ativo. A sub-rogação é, pois, uma forma de pagamento que mantém a obrigação, apesar de haver a satisfação do primitivo credor.
A sub-rogação pode ser legal: quando imposta por lei (CC, art. 346, I a III; Dec. n. 2.044, de 1908, art. 40), ou convencional: quando resultar de acordo de vontade entre o credor e terceiro (CC, art. 347, I) e entre o devedor e terceiro (CC, art. 347, 11).
6 - IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO: CC. ARTS. 352 A 355
Ocorrerá sempre que a pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, puder indicar a qual deles oferece em pagamento. Extingue o débito a que se refere, bem como todas as garantias reais e pessoais.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o
direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
6.1 - Deacordo com o art. 353 do CC, a imputação pressupõe 5 elementos:
a) Dualidade ou multiplicidade de débitos;
b) Identidade de credor e de devedor;
c) Os débitos devem ser da mesma natureza;
d) Devem ser ainda líquidos e estarem vencidos;
e) O pagamento deve cobrir qualquer desses débitos.
6.2 - A imputação do pagamento pode ser feita:
a) Pelo devedor: CC. arts. 314, 352 e 353,
b) Pelo credor: CC. art. 353
c) Em razão de determinação legal: CC art. 355
7 - DAÇÃO EM PAGAMENTO: CC. ARTS. 356 A 359
A doação em pagamento é um acordo firmado entre devedor e credor, por via da qual o credor concorda em receber do devedor, para desobrigá-lo de uma dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. Seus requisitos são:
a) existência de um débito vencido;
b) intenção de solver o débito;
c) diversidade do objeto oferecido em relação ao devido;
d) concordância do credor: expressa ou tácita.
Há quem diga que a dação em pagamento é uma novação subjetiva, todavia não o é porque extingue a obrigação sem criar uma nova.
8 - NOVAÇÃO: CC. ARTS. 360 A 367
Novação é a substituição de uma dívida por outra, ocorrendo a mera substituição e não a extinção da obrigação. È um ato que cria uma nova obrigação destinada a extinguir a precedente, substituindo-a.
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o
devedor quite com este.
8.1 - Para que ela ocorra será preciso:
a) Existência de obrigação anterior, que se extingue com a constituição de nova, que vem a substituíla (obligatio novanda);
b) Criação dessa nova obrigação, em substituição à anterior, que se extingue;
c) Capacidade, legitimação e intenção de novar;
8.2 - São três os modos pelos quais se opera a novação:
a) Pela mudança de objeto da prestação;
b) Pela mudança do devedor;
c) Pela mudança do credor.
8.3 - Assim, podemos concluir que a novação pode ser:
a) Objetiva ou real: quando há mutação do objeto devido entre as mesmas partes (CC., art. 360, I)
b) Subjetiva ou pessoal: quando há mutação de um ou ambos os sujeitos da obrigação: novação subjetiva ativa (CC., art. 360, III) e novação subjetiva passiva por delegação (CC., art. 360, II) ou por expromissão (CC., art. 362).
8.4 - Vale mencionar que não se caracteriza novação:
a) Quando for feita simples redução do montante da dívida;
b) Mera tolerância do credor não importa manifestação da vontade de novar;
c) Não ocorre novação quando o credor tolera que o devedor lhe pague parceladamente;
d) Quando há modificação da taxa de juros.
Em resumo, intenção de novar não se presume. Deve ser expressamente declarada pelas partes, ou resultar, de modo inequívoco, da natureza das obrigações, inconciliáveis entre si. Não havendo ânimo de novar, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
9 - CONFUSÃO
A obrigação pressupõe a existência de dois sujeitos: o ativo e o passivo. Credor e devedor devem ser pessoas diferentes. Se essas duas qualidades, por alguma circunstância, encontrarem-se em uma só pessoa, extingue-se a obrigação, porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra si próprio.
Em razão desse princípio, dispõe o art. 381 do Código Civil: "Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor". Na compensação, há dualidade de sujeitos, com créditos e débitos opostos, que se extinguem reciprocamente, até onde se defrontarem. Na confusão, reúnem-se numa só pessoa as duas qualidades, de credor e devedor, ocasionando a extinção da obrigação.
Em geral, a confusão resulta da herança. O caso mais comum é do filho que deve ao pai e é sucessor deste. Morto o credor, o crédito transfere-se ao filho, que é exatamente o devedor. Opera-se, neste caso, a confusão, desaparecendo a obrigação. Mas a confusão pode resultar, também, da cessão de crédito, do casamento pelo regime da comunhão universal de bens e da sociedade.
9.1 - ESPÉCIES
A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela (CC, art. 382). Pode ser, portanto, total ou parcial. Na última, o credor não recebe a totalidade da dívida, por não ser o único herdeiro do devedor. Por exemplo, os sucessores do credor são dois filhos e o valor da quota recebida pelo descendente devedor é menor do que o de sua dívida.
A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade (CC, art. 383). Em se tratando de obrigação solidária passiva, e na pessoa de um só dos devedores reunirem-se as qualidades de credor e devedor, a confusão operará somente até a concorrência da quota deste. Se ativa a solidariedade, a confusão será também parcial ou imprópria (em contraposição à confusão própria, abrangente da totalidade do credito), permanecendo, quanto aos demais, a solidariedade.
9.2 - EFEITOS
A confusão extingue não só a obrigação principal como também os acessórios, como a fiança, por exemplo. Mas a recíproca não é verdadeira. A obrigação principal, contraída pelo devedor, permanece se a confusão operar-se nas pessoas do credor e do fiador. Extingue-se a fiança, mas não a obrigação. Igualmente se houver confusão entre fiador e devedor: desaparece a garantia, mas subsiste a obrigação principal.
Porém, "cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior" (CC, art. 384). O fenômeno pode acontecer, por exemplo, no caso de abertura da sucessão provisória em razão da declaração de ausência e posterior aparecimento do presumidamente morto, ou ainda em caso de anulação de testamento já cumprido. Nestas hipóteses, não se pode falar que a confusão efetivamente extinguiu a obrigação, mas que somente a neutralizou ou paralisou, até ser restabelecida por um fato novo.
10 - Cessão de Crédito
A cessão de crédito é o negócio jurídico onde o credor (cedente), transfere a um terceiro (cessionário), sua posição ativa na relação obrigacional. Essa transferência, que pode ser onerosa ou gratuita, total ou parcial, deve ser notificada ao devedor (cedido), a fim de evitar a nulidade do negócio jurídico celebrado pagando a prestação a quem lhe é devido. Art. 290 CC.
A cessão de crédito se justifica no estimulo de circulação de riquezas, através da troca de títulos de credito (cheques, duplicatas, notas promissórias), não exige formalidade entre o cessionário e o cedente, pode ser até verbal, mas para ser oponível a terceiros deve ser feita por escrito dotada de fé publica conforme art. 288 do CC.
A cessão de crédito não deve ser vista como uma nova obrigação entre o cessionário e o cedido e sim como uma sucessão ativa da relação obrigacional, sendo que o cedido continua devendo a mesma prestação, mudando só o seu credor.
A prestação é transferida com todos os seus acessórios e garantias ao cessionário, salvo estipulação em contrário entre ele e o cedente. Assim, a obrigação permanece com suas garantias reais (penhor, hipoteca e antícrese), garantias pessoais (fiança, penhor de terceiro), e acessórias como juros e cláusula penal moratório e compensatória, cláusulas relativas ao modo, tempo e lugar do pagamento, eleição de foro ou compromissória, direito potestativos relacionado ao crédito como a faculdade de opção em obrigações alternativas ou a concentração em obrigações objetivamente determináveis (dar coisa incerta) etc.
Não são todos os créditos que podem ser transferidos, a exemplo das obrigações de fazer "intuitu personae", créditos já penhorados, créditos alimentícios (créditos personalíssimos, ex: pensão, salários). 
10.1 - Espéciese Efeitos
A transmissão onerosa do crédito pode ocorrer quando o cedente transmite o credito ao cessionário por um valor menor da prestação que será paga pelo devedor, enquanto na gratuita o cedente transmite ao cessionário exatamente o mesmo valor da prestação que será paga pelo devedor. A cessão total ocorre quando o cedente transfere todo o crédito, e será parcial quando ceder apenas parte dele, ficando o devedor obrigado pela mesma prestação inicial, porém, agora, com pluralidade de credores titulares de direitos creditórios diferenciados, sendo que, em caso de varias cessões o cedido deve pagar o cessionário que detinha o titulo e seja por ultimo notificado.
As cessões de crédito podem ser convencionais (quando as partes avençam um contrato por sua vontade), legais (quando resultam de leis, ex: sub-rogação) e judiciais (quando resultam de sentenças judiciais, para resolver litígios entre as partes).
A cessão pode também ser “pro soluto” (art. 296 CC), quando o cessionário assume o risco da solvência do devedor. 
E pode ser "pro solvendo" (art. 297 CC), quando o cedente assume o risco da solvência do devedor, não responde por mais daquilo que ele recebeu com os respectivos juros, mas deve ressarcir ao cessionário as despesas da cessão e as que houveram na cobrança. Então se Soraya não pagar a dívida (ex: o cheque não tinha fundo), Beth poderá executar Olivia. Mas primeiro deve o cessionário cobrar do cedido para depois cobrar do cedente.
Quando a cessão é onerosa, o cedente sempre responde "pro soluto", o mesmo aplica-se na cessão gratuita com má-fé do cedente (ex: dar ao cessionário um cheque sabidamente falso caracteriza responsabilidade do cedente, mas se o cedente não sabia da ilegalidade não responde nem "pro soluto" por se tratar de doação, art. 295 CC ); mas o cedente só responde "pro solvendo" se estiver estipulado no contrato de cessão (art. 296 CC).
11 - Cessão de Débito
É um negócio jurídico pelo qual o devedor transmite a dívida a terceiros com a autorização do credor. A diferença entre cessão de crédito e cessão de débito está apenas em que uma parte tem direitos e a outra possui deveres, respectivamente.
Assunção de dívida é a substituição da parte do devedor, com outro a assumindo. Para que ocorra, é necessária a aprovação do credor e se ele não é obrigado a receber coisa diversa do objeto da obrigação, também não é obrigado a aceitar outro devedor mesmo que esse tenha mais recursos.
11.1 - Características da assunção: 
 Tem natureza contratual;
 Quer se faça somente entre credor e terceiro, quer se faça com intervenção expressa do devedor primitivo, ou seja, pode ocorrer de dois modos: entre o devedor e terceiro ou entre credor e terceiro. Caso ocorra a segunda hipótese e o devedor tenha interesse moral em pagar a dívida, pode ele (o devedor) valer-se da consignação em pagamento;
Se exigir forma especial, assim deverá ser feito;
Se não exigir forma especial a forma ser livre;
11.2 - Espécies e Efeitos
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
A liberação do devedor primitivo é uma opção das partes e cabe ao credor escolher. Pelas mesmas razões, o contrato pode proibir a assunção da dívida, caso em que o devedor poderá opor-se a ela. (art.300).
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
No caso previsto no art. 300, haverá dois contratos:
Sujeito Ativo ( 1º Contrato Principal
Sujeito Passivo ( 2º Contrato acessório – Contrato de fiança que garante o primeiro.
Eles têm como garantia real: 
a) Penhor;
b) Hipoteca;
c) Anticrese;
d) Alienação fiduciária em garantia.
Caso a substituição do devedor seja anulada, o débito pode retaurar-se:
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302 – O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Na falta de estipulação expressa, as exceções oponíveis pelo primitivo devedor transferem-se ao assuntor, salvo as exceções pessoais. Não pode, p.ex., alegar compensação com o devedor pretérito.
Art. 303 - O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Como regra quase geral, quem adquire imóvel hipoteca absorve no preço o valor da hipoteca e se compromete a liquidar o débito junto ao credor. Se este é notificado da aquisição e da assunção da dívida e não impugnar em 30 dias, seu silêncio, nesse caso particular, implicará em concordância com a modificação subjetiva.
Há ainda, dois tipos de devedores:
Solventes: Aqueles que conseguem quitar suas dívidas;
Insolventes: aqueles que não conseguem quitar suas dívidas. Nesse caso pode ser dividido em pessoa física e pessoa jurídica. A pessoa jurídica pode entrar em falência pelo não cumprimento de suas dívidas.
12 - REMISSÃO
É o perdão da divida, onde o pai (credor) do filho, declara que não vai mais exigi-la (por meio de um documento particular ou devolvendo o titulo objeto da obrigação). Para produzir efeito jurídico é necessário que seja aceito, tácita e expressamente, uma vez que ainda restará a obrigação moral.
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
12.1 - Requisitos:
Ânimo de perdoar: o ato de perdoar deve ser expressa, exige a capacidade jurídica e a legitimação para dispor do referido credito, como validade do negocio jurídico.
Aceitação do perdão: a remissão não prescinde da concordância do devedor (não desejar dever favores ao credor; respeitabilidade social em pagar suas dívidas), podem levar a recusa do perdão.
12.2 - Espécies:
 	A remissão pode ser parcial ou total. Se o credor não é obrigado a receber parcialmente a divida, pode, a contrario sensu, perdoá-la parcialmente.
A remissão pode ser ainda ser expressa ou tácita. A expressa pode ocorrer de forma escrita ou verbal, porem é recomendável algo em escrito, sobre a renuncia do debito (carta, testamento e etc.).
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. 
13 – INADIPLEMENTO
O Inadimplemento, por sua vez, é o descumprimento das obrigações assumidas ou seu cumprimento de forma incompleta; é a quebra do dever jurídico criado entre aqueles que se comprometeram a dar, fazer ou se omitir de fazer algo ou alguma coisa.
Inadimplemento Absoluto: O inadimplemento absoluto se caracteriza por criar uma impossibilidade ao credor de receber a prestação devida, convertendo-se a obrigação principal em obrigação de indenizar. A partir do descumprimento da obrigação, a prestação se torna inútil para o credor, de modo que, se prestada, não mais satisfará as necessidades do mesmo. Podemos citar como exemplo um contrato de prestação de serviços, em que o objeto da referida obrigação seja a gestão e o preparo de um evento. Neste mesmo caso, se o objeto da obrigaçãoincluir a preparação do local, as acomodações para os convidados e a alimentação e, na data convencionada, os contratantes não comparecerem ao local, teremos um caso de inadimplemento absoluto, em razão da impossibilidade da prestação do serviço em outra data que não a aprazada pelos sujeitos. 
Inadimplemento Relativo: Já o inadimplemento relativo consiste no descumprimento da obrigação que, após descumprida, ainda interessa ao credor. A obrigação, neste caso, ainda pode ser cumprida mesmo após a data acordada para o seu adimplemento, por possuir, ainda, utilidade.
Inadimplemento Voluntário ou Culposo: o descumprimento decorreu de negligência, ou mais gravemente, por dolo do devedor, o que determinará o conseqüente dever de indenizar a parte prejudicada.
Inadimplemento Involuntário ou Fortuito: Entende-se por inadimplemento involuntário aquele ocorrido sem intenção das partes. Trata-se de um descumprimento da obrigação indesejado, mas que apresenta alguns efeitos na ordem patrimonial. Grande parte da doutrina brasileira aponta como requisitos deste tipo de inadimplemento: 1) inevitabilidade do acontecimento (artigo 393, parágrafo único); 2) ausência de culpa para ocorrência do evento; 3) superveniência de fato irresistível.
Mora
Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento, e o credor que o não quiser receber no tempo, lugar e forma convencionados; a mora vem a ser não só a inexecução culposa da obrigação, mas também a injusta recusa de recebê-la no tempo, no lugar e na forma devidos.
Mora solvendi ou mora do devedor: configura-se quando este não cumprir, por culpa sua, a prestação devida na forma, tempo e lugar estipulados; seu elemento objetivo é a não realização do pagamento no tempo, local e modo convencionados; o subjetivo é a inexecução culposa de sua parte.
Mora accipiendi ou mora do credor é a injusta recusa de aceitar o adimplemento da obrigação no tempo, lugar e forma devidos; são pressupostos: a) a existência de dívida positiva, líquida e vencida; b) estado de solvência do devedor; c) oferta real e regular da prestação devida pelo devedor; d) recusa injustificada, em receber o pagamento; e) constituição do credor em mora; tem como conseqüências jurídicas a liberação do devedor, isento de dolo, da responsabilidade pela conservação da coisa, a obrigação de ressarcir ao devedor as despesas efetuadas, a obrigação de receber a coisa pela sua mais alta estimação, se o valor oscilar entre o tempo do contrato e o do pagamento, e a possibilidade da consignação judicial da res debita pelo devedor.
Mora de ambos: verificando-se mora simultânea, isto é, de ambos os contratantes, dá-se a sua compensação aniquilando-se reciprocamente ambas as moras, com a conseqüente liberação recíproca da pena pecuniária convencionada; imprescindível será a simultaneidade da mora, pois se for sucessiva, apenas a última acarretará efeitos jurídicos.
Purgação da mora é um ato espontâneo do contraente moroso, que visa remediar a situação a que se deu causa, evitando os efeitos dela decorrentes, reconduzindo a obrigação à normalidade; purga-se, assim, o inadimplente de suas faltas; é sempre admitida, exceto se lei especial regulamentar diferente, indicando as condições de emedar à mora.
Perdas e Danos
As perdas e danos são uma conseqüência do inadimplemento culposo do devedor. Vimos isto pela análise da regra geral prevista pelo art. 389 do CC: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.” Perdas e danos vêm a ser a indenização pecuniária que o devedor é obrigado a pagar pelo não-cumprimento das obrigações em face dos prejuízos sofridos pelo credor.
Duas são as espécies de dano, consoante mostra o art. 402 do CC:
Dano emergente (o que efetivamente perdeu)
O dano emergente é aquele que se refere ao que o credor efetivamente perdeu. Ele se origina diretamente do evento. Portanto, na condenação referente ao dano emergente, a indenização pode se processar de duas formas e a escolha pertence ao autor do pedido: 1) o autor do dano é condenado a proceder à restauração do bem danificado; 2) o autor do dano é condenado a pagar o valor das obras necessárias a essa reparação.
O lucro cessante (o que razoavelmente deixou de lucrar)
O lucro cessante é aquele que o credor deixou de lucrar ou que ocasionou a diminuição potencial do seu patrimônio. Representa a eventualidade de um ganho possível. No caso da locação, por exemplo, corresponde ao pagamento dos aluguéis que o locador deixou de receber.
Juros
Várias são as idéias que se pode ter do conceito de juro. Podemos considerá-lo como a importância cobrada, por unidade de tempo, pelo empréstimo de dinheiro. Preço que se paga pelo uso de dinheiro alheio. Se falarmos de juro com um sentimento de taxa, pode ser referido como uma expressão de uma porcentagem da soma emprestada. 
Juros são o rendimento do capital, os frutos civis produzidos pelo dinheiro, sendo, portanto, considerados como bem acessório, visto que constituem o preço do uso do capital alheio em razão da privação deste pelo dono, voluntária ou involuntariamente.
Juros compensatórios decorrem de uma utilização consentida do capital alheio, pois estão, em regra, preestabelecidos no título constitutivo da obrigação, onde os contraentes fixam os limites de seu proveito, enquanto durar o negócio jurídico, ficando, portanto, fora do âmbito da inexecução
Juros moratórios constituem pena imposta ao devedor pelo atraso no cumprimento da obrigação, atuando como se fosse uma indenização pelo retardamento no adimplemento da obrigação; poderão ser: a) convencionais, caso em que as partes estipularão a taxa de juros moratórios até 12% anuais e 1% ao mês; b) legais, se as partes não os convencionarem, pois, mesmo que não se estipulem, os juros moratórios serão sempre devidos, na taxa estabelecida por lei, ou seja, de 6% ao ano ou 0,5% ao mês.
Cláusula Penal
A cláusula penal é um pacto acessório, pelo qual as próprias partes contratantes estipulam, de antemão, pena pecuniária ou não, contra a parte infringente da obrigação, como conseqüência de sua inexecução culposa ou de seu retardamento, fixando, assim, o valor das perdas e danos, e garantindo o exato cumprimento da obrigação principal.
Tem uma função compulsória, por constituir um meio de forçar o cumprimento do avençado; visa punir uma conduta ilícita; seus caracteres são a acessoriedade, a condicionalidade, a compulsoriedade, a subsidiariedade, a ressarcibilidade, por constituir prévia liquidação de perdas e danos, e a imutabilidade relativa.
PAGAMENTO = Pagar é cumprir a obrigação. Nesse sentido, paga não apenas aquele que entrega a quantia em dinheiro (obrigação de dar), mas também o indivíduo que realiza uma atividade (obrigação de fazer) ou, simplesmente, se abstém de um determinado comportamento (obrigação de não fazer).
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO = o devedor promove o depósito de uma coisa para se liberar dos efeitos do descumprimento de sua obrigação, poderá ser objeto de depósito tanto um bem móvel quanto um bem imóvel, e tratando-se de dinheiro, será possível realizar uma consignação extrajudicial do valor pecuniário numa instituição bancária.
DAÇÃO EM PAGAMENTO = receber prestação diversa da que lhe é devida.
COMPENSAÇÃO = é a extinção de duas obrigações, cujos credores são ao mesmo tempo devedores um do outro. Ou ainda, o simples desconto que reciprocamente se faz no que duas pessoas devem uma à outra.
SUB-ROGAÇÃO = é colocar uma coisa em lugar de outra, uma pessoa em lugar de outra. Duas, portanto são as espécies de sub-rogação: a sub-rogação real (coisas) e a pessoal (pessoas). Não extingue a obrigação, mas sim a substitui o sujeito passivo.
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO = Ocorrerá sempre que a pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza,a um só credor, puder indicar a qual deles oferece em pagamento. Extingue o débito a que se refere, bem como todas as garantias reais e pessoais.
NOVAÇÃO = é a substituição de uma dívida por outra, ocorrendo a mera substituição e não a extinção da obrigação. È um ato que cria uma nova obrigação destinada a extinguir a precedente, substituindo-a.
CONFUSÃO = a obrigação pressupõe a existência de dois sujeitos: o ativo e o passivo. Credor e devedor devem ser pessoas diferentes, sendo assim, extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
Cessão de Crédito = é o negócio jurídico onde o credor (cedente), transfere a um terceiro (cessionário), sua posição ativa na relação obrigacional. Essa transferência, que pode ser onerosa ou gratuita, total ou parcial, deve ser notificada ao devedor (cedido), a fim de evitar a nulidade do negócio jurídico celebrado pagando a prestação a quem lhe é devido. Art. 290 CC.
Cessão de Débito = é um negócio jurídico pelo qual o devedor transmite a dívida a terceiros com a autorização do credor. A diferença entre cessão de crédito e cessão de débito está apenas em que uma parte tem direitos e a outra possui deveres, respectivamente.
REMISSÃO = É o perdão da divida, onde o pai (credor) do filho declara que não vai mais exigi-la (por meio de um documento particular ou devolvendo o titulo objeto da obrigação). Para produzir efeito jurídico é necessário que seja aceito, tácita e expressamente, uma vez que ainda restará a obrigação moral.
INADIPLEMENTO = O Inadimplemento, por sua vez, é o descumprimento das obrigações assumidas ou seu cumprimento de forma incompleta; é a quebra do dever jurídico criado entre aqueles que se comprometeram a dar, fazer ou se omitir de fazer algo ou alguma coisa.

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