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Caso Concreto Aula 05 Direito Constitucional

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O Artigo 5º, caput, da Constituição Federal do Brasil conceitua igualdade ao estabelecer que 
todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. No inciso I do referido 
artigo, temos também que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. 
No entanto, essa previsão constitucional é limitada, caso seja interpretada literalmente, haja 
vista que nem todas as pessoas estão nas mesmas condições de igualdade. 
O Princípio da Igualdade evoluiu da antiguidade, passando pelo Período Medieval, pelo 
Liberalismo, a Revolução Francesa, até a promulgação da Constituição Federal de 1988, com a 
adoção, pelo Ordenamento Pátrio, do princípio da igualdade em sua acepção substancial, haja 
vista a busca pela concretização dos chamados direitos sociais a serem implementados pelo 
Estado. 
Surge o conceito jurídico de Igualdade Material, dando amparo a realização de ações 
afirmativas pelo Poder Público. Assim, a concessão de direitos sociais a camadas menos 
favorecidas da população é compatível com a Constituição Federal de 1988. 
O filósofo Aristóteles proferiu a seguinte frase, aproximadamente no ano 300 antes de Cristo, 
o: “Devemos tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, na medida de suas 
desigualdades”. Essa frase dialoga com a Igualdade Material. 
Exemplos de tratamento jurídico diferenciado dado a certos grupos de pessoas que se 
encontram em situação de vulnerabilidade: 
 Lei Maria da Penha, que protege a mulher no contexto familiar. 
 Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que protege os menores de idade. 
 Estatuto do Idoso, que protege os direitos da pessoa idosa. 
 Código de Defesa do Consumidor. 
 Reserva de vagas para portadores de necessidades especiais em concursos públicos. 
 Aposentadoria diferenciada para militares e para mulheres. 
Ainda, o STF declarou o reconhecimento da proclamação na Constituição da igualdade 
material, sendo que, para assegurá-la, “o Estado poderia lançar mão de políticas de cunho 
universalista — a abranger número indeterminado de indivíduos — mediante ações de 
natureza estrutural; ou de ações afirmativas — a atingir grupos sociais determinados — por 
meio da atribuição de certas vantagens, por tempo limitado, para permitir a suplantação de 
desigualdades ocasionadas por situações históricas particulares. Certificou-se que a adoção de 
políticas que levariam ao afastamento de perspectiva meramente formal do princípio da 
isonomia integraria o cerne do conceito de democracia. Anotou-se a superação de concepção 
estratificada da igualdade, outrora definida apenas como direito, sem que se cogitasse 
convertê-lo em possibilidade” (Inf. 663/STF).

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