Buscar

Estudo Para AV2 - Psicanálise Com crianças

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1)A noção de significante e sua relação com o real.
R: O real é o registro psíquico do não sentido, daquilo com o que não conseguimos lidar, aquilo que escapa. O significante, por sua vez, está no campo da linguagem sendo um constitutivo do indivíduo na sua construção psíquica. Assim, a linguagem encontra-se no campo do simbólico, onde temos os significantes como uma tentativa de inscrever simbolicamente a realidade numa tentativa de dar sentido e para que se consiga lidar com ela.
É a tentativa de dar sentido ao simbólico que é furado. O significante representa uma resposta simbólica daquilo que apresenta no encontro do real.
Significante é á imagem acústica, ou seja, o som que fica no pensamento da palavra proferida. 
 2)O que é linguagem?
R: Para Lacan a linguagem preexiste ao sujeito, ao seu nascimento e à sua constituição psíquica. O sujeito se inscreve no mundo através da linguagem, sendo ela constitutiva deste. Nesse sentido, nos apresenta as noções de significante e significado, no qual o significante seria mais relevante, pois não está atrelado ao significado, existindo uma cadeia de significantes presente no campo do simbólico. A relação do humano com o mundo é uma tentativa de dá-lo significado, fazendo isso através da linguagem. Se pensarmos assim, podemos dizer que o inconsciente também é estruturado como linguagem, sendo o sujeito efeito do discurso.
A linguagem é condição do inconsciente, sendo o sujeito efeito do discurso. A estrutura discursiva da língua falada preexiste ao sujeito. A linguagem é constitutiva, tanto do sujeito como da cultura. A linguagem define a condição de um ser.
3)A noção de objeto pequeno a e sua relação com o resto.
R: O objeto pequeno a pode ser considerado o objeto ao qual se endereça o gozo. Sendo assim, é um objeto de desejo ao qual se recorre para satisfação do mesmo. Porém todo e qualquer objeto de desejo não o satisfaz completamente, sempre vai haver um furo, algo que escapa. Essa “parte” que escapa é chamada de resto, aquela parte que toca o Real, ao qual não se acha uma explicação, está no campo do sem-sentido. 
O objeto pequeno a é o objeto de gozo. Contudo, nada satisfaz plenamente, haverá sempre um escape. Essa parte do escape é denominado resto, aquela parte que toca o real, pois não há uma explicação.
4)Explique o matema da fantasia.
R: É a relação de proximidade ou separação do sujeito como objeto de desejo do outro. 
O matema da fantasia desrespeita a relação do sujeito com o pequeno a. Quando durante o processo de castração a criança percebe que ela não é objeto completo da mãe, sendo mesmo um sujeito dividido e reconhece que ela também é um sujeito dividido ($). O furo está para todos, aí ocorre a separação. Quanto mais próximo o sujeito está do objeto menos há a separação e a criança permanece na situação de gozo da mãe. 
O matema da fantasia tem a ver com a relação do sujeito com o pequeno a. No processo de castração a criança percebe que não é inteira para a mãe, pois existe um furo, é diante desse insight que ocorre a separação. Quanto mais próximo o sujeito está do objeto menos há a separação e a criança permanece na situação de gozo da mãe.
5)A equivalência entre resto e dejeto.
R: Quando a criança se depara com a castração, que entra em contato com o real e com a falta, ela está na posição de objeto. Esse objeto é apresentado em primeiro momento como objeto de gozo do outro, na qual se tem uma ideia de completude, de ser um objeto que sacia totalmente o desejo do outro. Se deparando com a realidade de que não consegue o feito de suprir todo o desejo da mãe, que há algo furado, algo que escapa, ou seja, deparando-se com a realidade de que nenhum objeto de gozo satisfaz completamente o desejo, a criança sente-se como esse objeto ao qual cabe um resto, algo que não satisfaz completamente o desejo da mãe. Sendo assim, antes de conseguir inscrever simbolicamente esse resto, a criança considera-se como dejeto, como algo que “não presta” e é jogado fora. Nesse momento é necessário dar início à tentativa de elaboração e ressignificação dessa falta para vê-la não mais como dejeto, mas como possibilidade de uma nova posição subjetiva, a de sujeito desejante. 
Na castração a criança percebe que não é inteira para a mãe, pois existe um furo. Ou seja, algo que escapou ao gozo. Nesse momento, ela sai da posição de objeto para uma posição subjetiva. Desta feita, ela sente que não é suficiente para a mãe, se sentindo como dejeto. 
6)O brincar como elaboração do resto. 
R: O trabalho do analista no brincar com a criança é ajuda-la na elaboração do resto, já que nesse sentido a brincadeira ocupa lugar de discurso na análise. Quando a criança percebe que não consegue satisfazer completamente o desejo da mãe, que se vê como um objeto furado e que nele há um resto, algo que falta, em primeiro momento a criança vê-se perdida. Já que não é o objeto que satisfaz completamente o desejo do outro, o que ela poderia ser? E é nesse ponto que começa a elaboração. Perdendo a posição de objeto, é necessário que se usem recursos simbólicos para elaborar essa falta nela mesma e nos outros. Durante a brincadeira vão se observando os pontos onde a criança demonstra dificuldades nesse sentido e pontuando, afim de oferecer uma nova possibilidade, a de tomar a posição psíquica de sujeito desejante e não apenas de objeto de gozo. 
7)A posição de objeto de gozo do Outro. 
R: Em primeiro momento, onde ocorre a alienação, a criança ocupa a posição psíquica de objeto de gozo do outro. Essa posição equivale à fantasia dos pais em relação à ela e a como ela se aliena aos significantes impostos pelo Outro. É importante esse primeiro momento de alienação para que a criança que ainda não fala, por exemplo, consiga sobreviver no mundo onde o que impera são os significantes impostos antes mesmo do seu nascimento. 
8)	A separação e sua relação com a inscrição do Nome-do-Pai.
R: Após passar pelo processo de alienação, necessário nesse primeiro momento da vida, a separação, ou seja, a transformação de objeto de gozo do outro para sujeito dividido, só é possível a partir da inscrição simbólica do Nome-do-Pai. Assim, a criança percebe que a mãe, sendo um sujeito que não possui o falo, usa-o como objeto de gozo. Nesse sentido, o bebê não seria capaz de entender a realidade, já que não sabe ainda o que move o desejo da mãe e o que ela busca. Dessa forma, o bebê sairia da posição de objeto de gozo da mãe, nesse estado de submissão total ao seu desejo, porque de fato não consegue saciar completamente esse desejo. A partir disso, há uma mudança no funcionamento da mãe que indica a existência do Nome-do-Pai, que seria aquele Sujeito ao qual se endereça o desejo fálico da mãe, apontando essa ruptura de que ele por si só não seria suficiente para saciar completamente o desejo da mãe, ocorrendo dessa forma a separação.
A criança deixa de ser objeto de gozo e passa assumir sua posição subjetiva, pois percebe que ela não é suficiente para satisfazer a plenitude da mãe, pois há um escape na relação. 
Nessa separação, a criança percebe que ela pode escolher os dois lados, o que mais tiver possibilidade de saber, já que o lado da mãe é só um desejo e do pai é significante. 
9- Direção do tratamento. 
A direção do tratamento se dá através da linguagem. Essa linguagem para a criança é simbólica, é através do brincar que ela discursa na terapia.

Outros materiais