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CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA DE AMINOÁCIDOS, PEPTÍDEOS E PROTEÍNAS 01 Prof. Rafael Braga Gonçalves Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biomédicas Instituto Biomédico Departamento de Bioquímica 01 ATIVIDADE BIOLÓGICA x NUTRIÇÃO ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Características gerais Depois da água são as estruturas mais abundantes no organismo. Estão envolvidas em diversos processos biológicos tais como: Catálise Transporte e Armazenamento Movimento Sustentação Imunidade Impulsos nervosos Crescimento e Diferenciação ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Diversidade estrutural Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Genoma x Proteoma A Biologia Contemporânea está dirigida para o entendimento da interação de moléculas dentro das células e das interações entre células que permitem a construção de um organismo multicelular. No atual milênio duas grandes forças irão remodelar a Biologia Celular Molecular: Genomas: o conhecimento da seqüência completa de DNA de muitos organismos Proteomas: o conhecimento de todas as possíveis formas e funções das proteínas ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Níveis estruturais ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas As proteínas são compostas por um repertório de 20 aminoácidos que se diferenciam por seu grupamento R que é ligado ao carbono . Esses aminoácidos são unidos por ligações peptídicas dando origem a um polipeptídeo. Portanto, as proteínas são complexos constituídas por aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Uma cadeia de aminoácidos denomina-se de "peptídeo", estas podem possuir: 2 (dipeptídeos), 3 (tripeptídeos) ou 4 aminoácidos (tetrapeptídeos), e dezenas de aminoácidos (polipeptídeos). O termo proteina é dado quando na composição do polipeptídeo entram centenas ou milhares de aminoácidos. As proteínas são macromoléculas complexas, compostas de amino ácidos, e são os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega "proteios", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas representam cerca do 50 a 80% do peso seco da célula sendo, portanto, depois da água são as estruturas mais abundantes no organismo. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas Curva de titulação ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas A ligação peptídica ocorre entre dois aminoácidos liberando uma molécula de água. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Aminoácidos e ligações peptídicas As ligações peptídicas se dão sempre no sentido N-terminal para o sentido C-terminal. Uma certa liberdade pode ocorrer entre o N—C (-phi) e entre o C-C (-psi). As ligações peptídicas são rígidas e planas devido ao caráter parcial de dupla ligação de C—N. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Interações em biomoléculas As proteínas são estabilizadas principalmente por ligações não- covalentes. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura primária A estrutura primária é expressa quando ocorre a ligação de um aminoácido a outro, ou seja, é a sequência dos aminoácidos na cadeia polipeptídica. Essa ligação se dá principalmente por ligações peptídicas e também por forças de van der Waals. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura secundária O esqueleto da estrutura primária das proteínas pode assumir alguns motivos específicos que serão de fundamental importância tanto para sua função quanto para a sua análise. As estruturas mais abundantemente encontradas são as -hélices e as folhas-. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura secundária: α-hélice A -hélice é uma estrutura onde o esqueleto da proteína forma um eixo imaginário e o grupamento R forma a parte externa da hélice. As pontes de hidrogênio ligam um grupamento CO de um aminoácido a um grupamento NH de um aminoácido a quatro unidades adiante. Cada aminoácido relaciona-se com o seguinte por um deslocamento de 3.6 radicais de aminoácidos por volta de hélice. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura secundária: α-hélice A parte central da hélice é extremamente condensada uma vez que é governada por forças de van der Waals. Nelson & Cox, 2000 Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura secundária: Folha-β Esta é uma estrutura bem distinta das -hélices sob diversos aspectos. Um deles é que a folha- possui uma estrutura quase totalmente distendida, em comparação a estrutura em forma de bastão que predomina nas -hélices. Outro aspecto importante é que embora a folha- também seja estabilizada por pontes de hidrogênio, estas ligações entre os grupamentos CO e NH ocorrem em fitas diferentes, enquanto que nas -hélices estas interações ocorrem no mesmo filamento. Berger, Tymoczko & Stryer, 2008 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura secundária: Volta-β Aproximadamente 1/3 de todos os aminoácidos de proteínas globulares possuem voltas. Essas voltas denominam-se volta e ela ocorre mudando a direção das cadeias e conectando - hélices e/ou folhas- . Glicina Prolina Glicina Prolina Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura secundária: Predição Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura terciária Chamamos de estrutura terciária o arranjo tridimensional de todos os átomos da proteína a que nos referimos. Esse arranjo inclui uma série de aspectos relativos aos aminoácidos na sequência primária, ou seja, a sequência primária é que irá determinar o enovelamento correto da proteína. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Enovelamento protéico Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura terciária: interações químicas Agente redutor As conformações das proteínas são estabilizadas por diferentes interações. Apenas as pontes de enxofre formam ligações covalentes. Agente redutor Berger, Tymoczko & Stryer, 2008 As pontes de hidrogênio participam em todas as proteínas e podem se formar tanto dentro da estrutura secundária quanto em resíduos mais distantes. Ligações hidrofóbicas são especialmente importantes na estabilidade da conformação nativa uma vez que resíduos hidrofóbicos estão interiorizados na proteína. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura terciária: interações químicas Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Estrutura quaternária Fonte: Protein Data Bank Proteínas Fibrosas x Proteínas Globulares Fibrosas • Fornecem suporte, forma e proteção externa aos vertebrados • Insolúveis em água -Queratina • O superenovelamento amplia a resistência da estrutura. • Cabelos, lã, unhas, garras, espinhos, chifres, cascos e pele. • Ligações dissulfeto estabilizam a estrutura quaternária. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Classificação das proteínas: Redução das Pontes de Enxofre Colágeno • Encontrado em tecidos conjuntivos como tendões, cartilagens, matriz dos ossos e na córnea. • 3 alfa-hélices superenoveladas. As cadeias alfa das moléculas de colágeno são unidas por tipos não habituais de ligações covalentes cruzadas. À medida que as pessoas envelhecem há um acúmulo destas ligações,o que aumenta a rigidez e a inelasticidade do tecido conjuntivo. Proteínas Globulares Incluem as enzimas, as proteínas transportadoras, as proteínas motoras, as proteínas regulatórias, as imunoglobulinas etc. H3N CH CH3 C O N H CH C OCH2 OH OH + H3N CH CH3 COH O + CH C OCH2 OH OHH3N H2O, H + + + heat Requer ácido ou base, presença de água ou aquecimento. Leva a formação de peptídeos ou aminoácidos isolados. Assemelha-se a digestão utilizando-se enzimas. Ocorre dentro das células para a obtenção de aminoácidos para a síntese de proteínas e tecidos. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Introdução – hidrólise de proteínas Ribonuclease A – Proteína monomérica (4 S-S) – Uréia e mercaptoetanol (desnaturante e redutor) – Diálise – Mediu Atividade da enzima N D Perda da estrutura protéica resulta na perda de função. D N HS-CH2-CH2-SH b-mercaptoetanol H2N-CO-NH2 Uréia Seqüência primária Estruturas secundária e terciária Proteína Funcional ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Enovelamento protéico: A via de enovelamento de um grande polipeptídeo é complicada e nem todos os princípios que orientam este processo foram esclarecidos. Primeiro Modelo O processo de enovelamento é visto de forma hierárquica. • Estruturas secundárias locais formam-se inicialmente; • Seguem interações envolvendo maiores distâncias; • O processo continua até a formação de domínios completos e o completo enovelamento do polipeptídeo. Segundo Modelo Colapso hidrofóbico • Há um colapso espontâneo do polipeptídeo em um estado compacto; • Este colapso é mediado por interações hidrofóbicas entre resíduos apolares; • O estado resultante desse colapso pode ter um conteúdo elevado de estrutura secundária. A maioria das proteínas provavelmente se enovela por um processo que incorpora os dois modelos. Desenovelado Intermediário (s) Enovelado Enovelamento Protéico Assistido • Intermediários • Resíduos hidrofóbicos expostos – agregação • Formação de pontes de enxofre incorretas • Isomerização dos resíduos de prolina • Precursores – remoção depois do enovelamento • Proteínas de Choque Térmico – HSP70 • Encontradas em células submetidas ao estresse térmico. • Elas se ligam às regiões hidrofóbicas das proteínas que ainda estão desenoveladas, evitando que a proteína agregue. • Elas funcionam como uma espécie de concha que se abre permitindo a entrada do polipeptídeo desenovelado, fechando-se em seguida. Gasto de ATP. • Chaperoninas • Proteínas complexas que ajudam no enovelamento de proteínas que não sabem se enovelar sozinhas. • Neste processo também há gasto de ATP. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS O funil energético: Desenovelado Intermediário (s) Enovelado Mal Enovelado ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Enovelamento incorreto e agregação protéica : Native Protein Misfolded Isoform Association Small Oligomers Amyloid Fibrils Protofibrils ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Enovelamento incorreto e agregação protéica : Encefalopatias Espongiformes Mal enovelamento de proteínas e agregação. • Transmissível PrPC PrPSC Doença de Alzheimer • Funções cognitivas como memória, fala e raciocínio. • Placa senil ou placa amilóide (peptídeo A neurotóxico). August D., primeira paciente 1901 Em geral, existem 3 vias para regular a função/atividade de proteínas. • A célula pode: – Regular a taxa de síntese de proteínas; – Regular a taxa de degradação; – Regular a taxa de atividade intrínseca da proteína através de interações covalentes e não- covalentes • Ligação de uma molécula específica; • Modificação química. Sistema Ubiquitina-Proteassoma Regulação da taxa de degradação • Complexo multienzimático • Região catalítica localizada internamente • Ubiquitina (76 aas) • Degradação, localização e atividade da proteína ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Regulação da função e da atividade: Fosforilação Fosforilação e Defosforilação regulam covalentemente a atividade da proteína. • Um dos mecanismos mais comum de regulação da atividade de proteínas. • Proteínas quinases catalisam a fosforilação e fosfatases catalisam a defosforilação. • A fosforilação altera a carga da proteína e geralmente leva a uma mudança conformacional. • Fosfofrutoquinase-2 e frutose 2,6-bifosfatase (enzima bifuncional). ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Fatores que afetam sua estabilidade calor pH alta pressão agentes químicos: uréia, cloreto de guanidina, etc. agentes mecânicos: agitação ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Fatores que afetam sua estabilidade – alta temperatura 01 EXPLORANDO AS PROTEÍNAS A solubilidade das proteínas depende enormemente da concentração de sal no meio. Sua solubilidade aumenta a medida que aumenta a força iônica do meio pois mais íons vão se ligando na molécula e prevenindo sua agregação (salting in). Numa força iônica muito alta, os sais acabam por envolver as moléculas levando sua agregação e precipitação (salting out) Devido essa característica é possível separar as proteínas de acordo com sua solubilidade. ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Isolamento e purificação: precipitação por sais Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Isolamento e purificação: centrifugação Berger, Tymoczko & Stryer, 2008 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Isolamento e purificação: cromatografia líquida Numa coluna de cromatografia as proteínas podem ser separadas por carga, tamanho, afinidade e outras propriedades. Este tipo de coluna contém sempre uma fase sólida (matriz) e uma fase móvel que pode ser uma solução de proteínas. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Explorando as proteínas: eletroforese em gel A eletroforese de proteínas é geralmente realizada num polímero de poliacrilamida (gel). A migração das proteínas se dá em função de seu tamanho e forma. A eletroforese é uma técnica muito poderosa e amplamente utilizada na análise de proteínas em função de seu tamanho. Proteínas carregadas pela ligação de SDS migram através de um campo elétrico em direção ao polo positivo. Nelson & Cox, 2000 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Explorando as proteínas: High Performance Liquid Chromatography O aparelho de HPLC funciona com diversos tipos de colunas pré-empacotadas que separam as proteínas por sua carga, tamanho, afinidade e etc. A cromatografia líquida de alta performance ou HPLC é uma técnica avançada que usa alta pressão para movimentar as moléculas de proteína rapidamente através da coluna. Estas características proporcionam que as moléculas fluam através da coluna de maneira que diminua a difusão das bandas com conseqüente aumento da resolução. Berger, Tymoczko & Stryer, 2008 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Explorando as proteínas: dicroísmo circular ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Explorando as proteínas: espectrometria de massa Berger, Tymoczko & Stryer, 2008 ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Resumo:
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