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Civil II - Av1-Av2 (2)

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CIVIL II
AULA 02 - 20/02/2013
Professor Fernando fraga
Caso concreto
*Sílvio resolve casar e vai até o Ponto Frio comprar uma geladeira
Elementos estruturais (necessários) do contrato de compra e venda.
�
1. Acordo
2. Objeto
3. Preço
�
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Quem compra tem obrigação de pagar (Sílvio), quem vende tem obrigação de entregar o bem (Ponto Frio).
*Após 05 (cinco) dias da compra o Ponto Frio entregou a geladeira.
O vínculo jurídico se extingue pelo efetivo cumprimento da obrigação.
*Se por algum motivo o Ponto frio entregasse uma armário ao invés da geladeira
O devedor não pode obrigar o credor a receber prestação diversa da pretendida, se o Ponto Frio pudesse proceder dessa forma haveria insegurança nas relações jurídicas. 
No vínculo jurídico transitório incide o princípio da identidade material do objeto. Art. 313, CC.
O sujeito passivo tem o direito jurídico de cumprir a obrigação (o devedor)
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
*O que acontece com o inadimplemento do Ponto Frio (devedor) 
O objeto da obrigação é prestação de dar, fazer e não fazer, não sendo cumprida a obrigação surge à responsabilidade civil.
Obs.: Morte civil – Consistia na perda dos direitos inerentes a personalidade, então no direito romano até determinada época, o devedor que não cumpria com sua obrigação se tornava escravo do seu credor, com o Justiniano o devedor passou a responde com o seu patrimônio. 
Atualmente o poder público atua de forma coercitiva determinando que se o devedor não cumprir com sua obrigação ele irá responder com o seu patrimônio.
Hoje não se adota a morte civil, não se responde com a liberdade ou com o corpo, mas sim com o patrimônio. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Vide. Art. 649 do CPC (bens de família não entram)
No vínculo jurídico o sujeito passivo (devedor - aquele que deve cumprir com a obrigação) fica adstrito ao sujeito ativo (credor - aquele que pode exigir o cumprimento) no cumprimento de uma prestação que tem por objeto dar, fazer ou não fazer. 
Objeto da obrigação – dar, fazer e não fazer.
Não sendo cumprida a obrigação surge a responsabilidade civil (contratual, por existir o vínculo jurídico). 
�
Vínculo jurídico - contratual
Acordo entre as partes- extracontratual
�
Caso concreto
Prof. Fraga no seu veloz Fiat 147, no caótico trânsito do Rio, colide na traseira do C4 Palas do Arthur, taxista.
Perdas e danos.
Obrigação extracontratual, pois não havia vínculo jurídico antes do fato.
Art. 206 s3, V, CC. (Prescreve em (03) três anos o prazo para reparação civil). 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Efetivamente perdeu – Danos emergentes (É o valor necessário a restituir a coisa ao seu estado anterior)
Danos materiais – 10.000,00 (preço para o concerto do C4 Palas do Arthur)
Deixou de lucrar – Lucros cessantes (Aquilo que ele deixou de ganhar)
O carro ficou 30 dias parado e o Arthur deixou de lucrar 10.000,00
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
	
Elementos subjetivos
	
Sujeito ativo (credor)
	Determinado
	
	
	Determinável
	
	
Sujeito passivo (devedor)
	Determinado
	
	
	Determinável
Exemplo
Fernando comprou uma geladeira no Ponto Frio.
	Sujeito
	Passivo 
	
	Ativo 
	No que concerne ao pagamento
�
(devedor) Fernnando
(credor) Ponto Frio
�
	No que concerne à entrega
�
(devedor) Ponto Frio
(credor) Fernando
�
Obs.: o sujeito ativo pode ser determinável assim como o sujeito passivo.
Obrigações em que você é o devedor não sabe quem é seu credor
Caso concreto
*Suzana, ao passear na praia da bica com sua cadela (fifi), encontra o Rafael que também passeia com seu Pit Bull. Logo o Cachorro do Rafael parte em direção a fifi, quando esta, se vendo acuada, também corre, porém em direção contrária e acaba por se perder, da dona, no requintado Jardim Guanabara. Dia seguinte Suzana começa colocar cartazes pelo bairro: procura-se, (...). Gratifica-se.
Qual o negócio jurídico do caso concreto?
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido. 
Suzana é devedora, pois tem obrigação de cumprir o prometido e não se sabe quem é o seu credor, que nesse caso é determinável, pois ainda não se sabe quem vai achar a cadela.
Caso concreto
Arthur, ao sair para o intervalo, descendo as escadas da Estácio, encontra um Rolex no valor de 80.000,00R$. Ele tem direito a exigir alguma recompensa pela coisa achada?
ACHÁDEGO – É o prêmio dado ao achador de coisa perdida, também conhecido como ALVÍSSARA.
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
ELEMENTO OBJETIVO
	
ELEMENTO OBJETIVO
	
PRESTAÇÃO
	DAR
	
	
	FAZER
	
	
	NÃO FAZER
É o objeto da obrigação que pode ser de dar, fazer e não fazer.
Não poder atender telefone em sala de aula é uma obrigação negativa.
VÍNCULO JURÍDICO
É a relação que existe entre o credor e o devedor.
TEORIA DUALISTA DE BRINZ
Tem por finalidade distinguir o débito da responsabilidade. O débito consiste no dever jurídico, já à responsabilidade é a possibilidade se ré exigir coercitivamente o cumprimento da obrigação.
Ao proceder a esta distinção vislumbra-se a existência de débito sem responsabilidade, assim como a existência de responsabilidade sem débito. 
Fernando no seu veloz e inalcançável Fiat 147, no caótico trânsito do Rio, colide na traseira do C4 Palas do Arthur, taxista.
Art. 206 §3, V, CC. (Prescreve em (03) três anos o prazo para reparação civil). 
Art. 206. Prescreve:
§ 3o Em três anos:
V - a pretensão de reparação civil;
Passaram-se 04 anos e o Arthur não acionou o Fernando juridicamente, ocorreu então a prescrição. (Prescrição – É a perda da pretensão).
A dívida continua existindo, Fraga continua devendo, porém não pode o Arthur exigir de forma coercitiva, pois prescreveu a pretensão. 
O Fraga tem débito, mas não mantém a responsabilidade.
Obs.: Dívida de jogo não obriga o pagamento.
Fernando ganha, na Mega-Sena da virada, 170.000.000,00R$. Dias depois encontra o Arthur, e este sabendo que o Fernando acabara de ganha uma ¨bolada¨ pede o pagamento daquela dívida prescrita. Então o Fernando paga o valor devido.
Fraga encontra Angela que diz: acionar o Arthur juridicamento e pede seu dinheiro de volta, a dívida já estava prescrita. 
Pode o Fernando fazer isso?
A obrigação natural não é dotada de exigibilidade. Não pode, pois devia. 
De acordo com o art. 882, CC - não pode o Fernando, depois, entrar na justiça e pedir seu dinheiro de volta porque a dívida estava prescrita. 
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
RESPONSABILIDADE SEM DÍVIDA
Caso concreto
Arthur aluga um apartamento com o Fernando, tendo como fiadora, Renata.
O vínculo jurídico obrigacional acontece entre credor e devedor.
	Quanto ao pagamento do aluguel
	CREDOR – Fernando
	
	DEVEDOR – Arthur
	
	RENATA - Terceira interessada
Obs.: Renata não faz parte do vínculo obrigacional, faz parte tão-somente da relação jurídica. 
Renata é terceira por não fazer parte do vínculo jurídico obrigacional, é também interessada porque tem interesse jurídico no cumprimento da obrigação. 
O fiador tem responsabilidade, mas não tem débito. 
DIREITOSREAIS 
Conj. de normas com a finalidade de regular as relações existentes entre uma pessoa e uma coisa. A coisa deve ser passível de valoração econômica e ser apropriada.
Criação dos direitos reais - somente a lei cria Direitos reais. (Art. 1225 – rol dos Direitos Reais).
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
(...)
Criação – Quem pode criar Direito obrigacional - a própria lei ou a vontade das partes. (art. 265).
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
No Direito Civil vigora o princípio da autonomia da vontade – Temos a liberdade para realizarmos qualquer negócio jurídico.
Os sujeitos do direito obrigacional:
�
Sujeito ativo – Determinado ou determináveis. 
Sujeito passivo - Determinado ou determináveis. 
�
Obs.: podem ser determinado ou determináveis. 
Os sujeitos dos Direitos Reais:
�
Sujeito ativo - Determinado
Sujeito passivo - Indeterminado�
Quanto à propriedade o sujeito ativo é determinado (titular do direito).
Quem precisa respeitar os direitos de propriedade? Todos.
Sujeito passivo é indeterminado, porque é toda a coletividade.
Os direitos reais são oponíveis ERGA OMNES.
OBJETO
O objeto do direito obrigacional é a prestação e pode ser de Dar, Fazer e Não Fazer.
O objeto do direito real é a coisa, coisa dotada de valoração econômica e passível de apropriação.
Quando se é dono da coisa, o que se pode fazer com ela?
Atributos inerentes à propriedade.
DA AÇÃO
Ação pessoal – contra o próprio devedor
Ação real – Busca a própria coisa 
Direito de sequela, parte final do art. 1228.
Quando o direito de propriedade é violado não se pede perdas e danos, mas reintegração de posse. (Ação Real – buscar a própria coisa)
Art. 1228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o poder de reavê-la de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Usar – Utilizar a coisa ao fim que ela se destina.
Gozo ou Fruição – É a possibilidade que o titular tem de fruir frutos ou rendimentos.
Fruto – É tudo aquilo que a coisa periodicamente produz e que sua retirada não acarreta diminuição da própria coisa.
Produto – É tudo aquilo que a coisa produz e que sua retirada acarreta perda ou diminuição da coisa.
Caso concreto
Michhele é casada em regime parcial de bens com o Júlio, e acaba de receber herança, do seu pai, de um apartamento no Jardim Guanabara. A quem pertence o apartamento?
Art. 1659. Excluem-se da constância do casamento:
I. os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar.
Michele resolve vender, precisa ela do consentimento do Júlio?
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
EXTINÇÃO
O direito obrigacional se extingue pelo decurso do tempo.
As relações de consumo se extingue em 5 anos.
O direito real não se extingue pelo decurso do tempo.
Não se perde a propriedade pelo lapso temporal.
Obs.: Usucapião é a forma de aquisição da propriedade.
OBRIGAÇÃO PROPTER REM
Trata-se de uma obrigação híbrida, visto que surge em razão da existência de determinado bem ou coisa, sua exigibilidade recai não sobre a coisa, mas sim sobre a pessoa titular do direito real.
Sua principal característica é que transferindo-se a titularidade, transfere-se a exigibilidade.
Caso concreto
Fernando tinha um apartamento na Adolfo colto e vendeu para o Sílvio. Quem pagará o condomínio e por quê?
As despesas de condomínio são obrigações propter rem, portanto serão pagas pelo Sílvio, pois ao transferir a titularidade, transferi-se automaticamente a exigibilidade.
Exercício
 01. Fernando alienou seu imóvel para Renata, após um ano Renata é notificada pelo condomínio em razão de um débito condominial no valor de 12.000,00R$, divida esta anterior à aquisição do imóvel. Renata alega em sua defesa que como a dívida é anterior a aquisição, a ação deverá ser proposta contra Fernando. Decida a questão.
Resposta – Embora seja débito anterior, Renata deverá pagar a dívida condominial, pois esta é uma é uma característica da obrigação propter rem, onde a dívida acompanha o imóvel, após o pagamento esta deve entrar com ação contra Fernando.
 
CIVIL II
AULA 03 – 27/02/2013
Professor Fernando Fraga 
	Obrigações simples
	01 Credor
	
	01 Devedor
	
	01 Prestação
As obrigações simples apresentam todos os elementos no singular.
Obrigação de DAR divide-se em:�
DAR COISA CERTA
DAR COISA INCERTA
�
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
Caso concreto
Víctor ganhou 260.000.000,00 na mega-sena da virada e resolveu comprar uma Ferrari, foi até a loja e celebrou contrato de compra e venda. A concessionária promete entregar o carro em uma semana.
	Pagamento
	Victor
	Devedor
	
	Concessionária
	Credor
	Entrega
	Victor
	Credor
	
	Concessionária
	Devedor
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Quando Victor será dono do carro? 
Quando o carro for entregue.
1. Art. 237. Até a entrega o devedor é dono da coisa. 
Obs.: Primeira regra da obrigação de dar coisa certa (Até a tradição o devedor é o dono da coisa)
2. Princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal)
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Princípio da redução – primeira parte do art. 184
Caso concreto
Jurandir comprou um apartamento na planta e após 30 parcelas de 10.000,00R$ fica desempregado. Acontece que no contrato há uma clausula que diz: em caso de inadimplência perderá, o devedor, o apartamento e tudo que já foi pago. 
De acordo com o art. 53, CDC. A clausula é nula, mas não é porque a clausula é nula que todo o contrato seja nulo por completo. 
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado. 
Princípio da redução, primeira parte - Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável. 
O contrato pode subsistir mesmo que uma clausula seja nula. Princípio da Redução.
3. Perda – Quando a coisa deixa de existir
Antes da entrega da Ferrari do Victor, uma chuva alaga o pátio da concessionária e cai um raio destruindo-a por inteiro. Pergunta-se, foi com culpa ou sem culpa da concessionária? 
Quando a perda ocorre sem culpa resolve-se a obrigação com a devolução dos possíveis adiantamentos (evitando o enriquecimento sem causa por parte da concessionária).
O que significa resolver a obrigação?
Deixa de existir exigibilidade no cumprimento do vínculo obrigacional.
RES PERIT DOMINO (regra do direito civil)
A coisa perece para o dono, só quem é o dono sofre a perda da coisa.
A propriedade se estabelece entre uma pessoa e uma coisa.
A concessionária manda um funcionário fazer teste na Ferrari. O funcionário faz o teste na linha vermelha a 200 km/h, perde o controle do veiculo e capota 8 vezes. Pergunta-se, com culpa ou sem culpa da concessionária?
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III. O empregador ou comitente.
Com culpa a concessionária responde pelo equivalente mais perdas e danos.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor,antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá pelo equivalente mais perdas e danos.
Condição suspensiva – Clausula do negócio jurídico subordinado a evento futuro e incerto.
DETERIORAÇÃO- Quando a coisa continua existindo, mas tem valor deteriorado ou diminuído.�
SEM CULPA – art. 235 (resolve-se)
COM CULPA- art.236(perdas e danos)�
Obrigação de restituir (devolver)
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Caso concreto
Victor empresta sua Ferrari para o Fernando. 
Fernando é devedor, pois tem o direito de devolver a coisa e Victor é credor, dono da coisa.
Fernando pega a Ferrari do Victor emprestada enquanto este viaja e vai para Cabo Frio. Ao chegar a cidade estaciona a Ferrari e toma, tranquilamente, seu refrigerante, quando vem um caminhão da prefeitura em alta velocidade e bate na Ferrari (PT). Pergunta-se, Fernando teve culpa?
O Fernando tinha o direito de restituir a coisa antes do acidente, mas não teve culpa quando esta se perdeu. Então resolve-se a coisa.
Ao invés de emprestar a Ferrari o Victor aluga para o Fernando, 20 dias depois do aluguel vem um caminhão da prefeitura em alta velocidade e bate na Ferrari (PT). Decida o caso concreto.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Deterioração 
Sem culpa, resolve-se. Com culpa, perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Quem ganha ou quem perde é sempre o dono da coisa.
ACRÉSCIMO – Lucrará o credor, pois é o dono da coisa.
Se houver trabalho – Indenização, do contrário haverá o enriquecimento sem causa.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
COISA CERTA- Quando ela é perfeitamente individualizada (Gênero, Qualidade e Quantidade). 
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA
É aquela em que não se encontra determinada a QUALIDADE.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
	10 sacas
	De arroz
	?
	Quantidade
	Gênero
	Qualidade
Sempre que houver escolha, a escolha é do devedor.
Via de regra a escolha pertence ao devedor, salvo se o contrário não for estabelecido no momento de criação da obrigação.
PRINCÍNPIO DA QUALIDADE MÉDIA – Em conformidade com esse princípio não poderá o credor entregar o pior, nem o credor exigir o melhor.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
CONCENTRAÇÃO – Consiste no ato através do qual ocorre a escolha da qualidade e por consequência a obrigação de dar coisa incerta transforma-se em obrigação de dar coisa certa.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
A coisa incerta só existe até a concentração.
Suponhamos que, em virtude de grande chuva, o depósito de arroz alague. 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
1. O gênero nunca perece.
2. Antes da concentração não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa.
3. Na hipótese de perecimento aplica-se as regras inerentes a obrigação de dar coisa certa.
�
Sem culpa – resolve-se
Com culpa – perdas e danos
�
4. Na coisa incerta, se chover (perda parcial)
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
Atraso – Mora
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Liberdade de forma - para a realização dos negócios jurídicos não existe uma forma específica, salvo quando a lei exige.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Exercício
Sílvio adquire a vista uma geladeira junto ao Ponto Frio com o prazo de entrega de cinco dias. Passado trinta dias, após inúmeras reclamações, procura você na qualidade de advogado perguntando qual a providência jurisdicional cabível.
Resposta – Na qualidade de advogado deve-se proceder através de antecipação da tutela sob pena de multa diária (O Ponto Frio será notificado pelo juiz), segundo o art. 476, CC. Para solicitar o direito é necessário está pagando.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Obs.: o direito processual civil trata da tutela específica dos direitos das obrigações, permitindo a antecipação da tutela com a fixação de multa diária, sem prejuízo das perdas e danos.
Art. 461, § 4º - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
 
CIVIL II
AULA 04 – 06/03/2013
Professor Fernando Fraga 
Caso concreto
01. Arthur adquiriu um consorcio de um Fiat UNO. Após efetuar o pagamento de 30 parcelas é sorteado. Na data da entrega ao invés de um FIAT UNO exige uma carta de crédito no valor do automóvel, ocorrendo à recusa do consorcio. Inconformado ingressa juridicamente exigindo a carta de crédito. Decida a questão.
Resposta.
A questão versa sobre a obrigação de dar coisa certa e segundo o princípio da identidade material do objeto, o sujeito passivo (devedor) fica adstrito ao sujeito ativo (credor) no cumprimento de uma prestação.
De acordo com o Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa, também trata da questão o Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
02. Alexandre celebrou contrato com uma operadora de telefonia celular no qual sua conta ao atingir o valor de 80.00,00R$ acarretaria o bloqueio para a realização de ligações, mas continuaria recebendo chamada. Ao receber sua conta telefônica é surpreendido com o valor de 1200.00,00R$. Como não possui recursos financeiros lhe procura na qualidade de advogado, qual a providência jurisdicional cabível.
Resposta. 
A questão versa sobre a obrigação de fazer, personalíssima, pois só ela, a operadora, consegue resolver a situação pendente.
A primeira coisa que se deve fazer é entrar com ação para não pagar (inexigibilidade de dívida) e entrar com antecipação da tutela para não pagar, não desabilitar a linha e não negativar (inclusão no SPC), deve também, o credor, pedir o refaturamento da conta mais perdas e danos.
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE MATERIAL DO OBJETO (art.313)
Princípio segundo o qual o sujeito passivo (devedor) fica adstrito ao sujeito ativo (credor) no cumprimento de uma prestação.
DA OBRIGAÇÃO COM FACULDADE DE SOLUÇÃO
Trata-se de uma obrigação simples (dar, fazer e não fazer). Na qual se inseri um direito potestativo para o devedor permitindo que esse proceda à dação de pagamento (Pagarcom objeto diverso daquele que lhe é devido).
DIREITO POSTETATIVO – É aquele que exercido pelo seu titular acarreta no outro o direito de sujeição. Ex.: Divórcio. 
DAÇÃO DE PAGAMENTO
É o cumprimento da obrigação através de objeto direto aquilo que lhe é devido.
Obs.: Sujeito tem uma dívida de 500.000,00, este pode dar um apartamento como pagamento através da DAÇÃO. 
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
O credor não é obrigado a receber, mas pode aceitar a prestação.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
Versando sobre o direito potestativo do devedor, a faculdade de solução não poderá ser exigida pelo credor.
DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER – Conduta positiva
Consiste na realização de um ato, serviço ou tarefa.
ESPÉCIES DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
1. Obrigação de fazer INFUNGÍVEL ou PERSSONALÍSSIMA 
É aquela em que a obrigação somente poderá ser feita pelo próprio devedor.
A) Inadimplemento absoluto (Inexiste utilidade no cumprimento da obrigação).
 �
Sem culpa – Resolve-se
Com culpa – perdas e danos
�
B) Inadimplemento relativo
Ainda existe utilidade no cumprimento da prestação.
Providência jurisdicional com antecipação da tutela e estabelecimento de multa diária com perdas e danos.
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
2. Obrigação de fazer FUNGÍVEL.
É aquela obrigação que poderá ser cumprida por terceira pessoa.
A) Inadimplemento absoluto
�
Caso concreto
Renata vai casar com X, na Ilha fiscal, no dia do casamento Renata não comparece, só aparecendo então três dias depois.
�
Sem culpa – resolve-se
Com culpa – perdas e danos
�
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
B) inadimplemento relativo
1. Providência - Solicitar providência jurisdicional, exigindo que o próprio devedor cumpra com a obrigação, pedido de antecipação de tutela, fixação de multa diária mais perdas e danos.
Art. 461, § 4º, CPC - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.
2. Providência jurisdicional com pedido de contratação de terceira pessoa as custa do devedor originária com perdas e danos.
Não cabe a antecipação da tutela nesse caso devido a sua irreversibilidade caracterizando violação ao princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório.
3. Em caso de urgência o credor executa ou manda executar o ato ou serviço independentemente de autorização judicial e posteriormente exigi do devedor originário as perdas e danos.
C) Emissão de declaração de vontade 
Caracteriza-se quando o devedor se obriga futuramente a manifestar sua vontade.
Obs.: No contrato de compra e venda superior a 30 salários mínimos se fará através de escritura pública.
DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – conduta negativa
Consiste na abstenção da prática de determinado ato, ou seja, você se compromete a não praticar o ato.
O inadimplemento consiste na praticar do ato.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
A) Inadimplemento absoluto (O ato não pode ser desfeito)
�
Sem culpa – resolve-se
Com culpa – perdas e danos
�
B) Inadimplemento relativo (o ato pode ser desfeito)
Providência jurisdicional exigindo que o próprio devedor desfaça, com fixação da multa diária mais perdas e danos. 
Em caso de urgência o credor desfaz ou manda desfazer e posteriormente exigi perdas e danos. 
DA OBRIGAÇÃO AMBIÓTICA
Segundo Washington de Barros Monteiro inexiste obrigação Ambiótica. Deve proceder a análise de qual obrigação deve ser prestada em primeiro lugar, pois esta será a modalidade de obrigação.
Para ele não existe obrigação simbiótica, a primeira prestação a se fazer será a modalidade de obrigação.
CIVIL II
AULA 05 – 13/03/2013
Professor Fernando Fraga 
	
Obrigações complexas
	Pluralidade de Objeto
	Obrigações Alternativas
	
	
Pluralidade de Sujeito
	Divisíveis
	
	
	Indivisíveis
	
	
	Solidárias
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
Caracteriza-se pela pluralidade de prestações, sendo que o devedor se desobriga cumprindo com qualquer das prestações.
Obs.: Uma coisa ou outra, se desobriga entregando alguma delas.
Quando há a escolha da coisa acontece a CONCENTRAÇÃO.
Para o que o devedor possa cumprir obrigação, há necessidade de que proceda a concentração (O devedor escolhe e comunica ao credor a sua escolha)
Em dois momentos na obrigação o objeto é indeterminável:
�
Coisa Incerta
Obrigações Alternativas�
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO
Todas as prestações se impossibilitaram
	ESCOLHA DO DEVEDOR
	ESCOLHA DO CREDOR
	SEM CULPA –
RESOLVE-SE 
	Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
	SEM CULPA - RESOLVE-SE 
	Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
	COM CULPA - 
EQUIVALENTE A QUE POR ÚLTIMO SE IMPOSSIBILITOU MAIS PERDAS E DANOS
	Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
	COM CULPA – 
O CREDOR EXIGE O EQUIVALENTE A QUALQUER DAS PRESTAÇÕES
	Art. 255. (Parte final) se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Obs.: se ambas as prestações se impossibilitarem simultaneamente o devedor estará o brigado a pagar o equivalente a qualquer das prestações mais perdas e danos.
Segundo a doutrina, toda vez que o devedor concorrer culposamente para o inadimplemento absoluto da obrigação responderá por PERDAS e DANOS.
INADIMPLEMENTO RELATIVO
Quando (01) uma prestação se impossibilita.
	ESCOLHA DO DEVEDOR
	ESCOLHA DO CREDOR
	
COM OU SEM CULPA – 
ENTREGA A SUBSISTENTE
	
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
	
SEM CULPA – 
ENTREGA A SUBSISTENTE
	Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
	
	
	COM CULPA – 
O CREDOR EXIGE O EQUIVALENTE A QUALQUER DAS PRESTAÇÕES QUE SE IMPOSSIBILITOU MAIS PERDAS E DANOS
	Art. 255. (Parte final) se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
	
	
	
COM CULPA – 
ACEITA A SUBSISTENTE
	Art.255. (Primeira parte) Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos;
Obs.: segundo Gustavo Tepedino se o credor não aceitar a subsistente não poderá exigir perdas e danos, pois estaria evidenciado o enriquecimento sem causa.
A contrário senso, alguns doutrinadores defendem a incidência de perdas e danos pelo fato do credor ter perdido a opção da escolha.
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Nas obrigações divisíveis somente se evidenciará quando exigir pluralidade de sujeitos no polo ativo ou passivo. A divisibilidade ou invisibilidade decorre do objeto.
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 
Incide a regra doCONCURSU PARTES FIUNT, ou seja, a obrigação se divide em exata proporção existente entre os credores e os devedores, como se fossem obrigações autônomas e distintas.
Exemplo
Fernando empresta 60,00R$ a Renata, Ana e Arthur.
	RENATA
	ANA
	ARTHUR
	20
	20
	20
Cada devedor deve parte e responde tão-somente pela sua cota parte.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
DAS OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS 
Exemplo
Fernando resolve dar a Renata, Ana e Arthur um Boi premiado.
	RENATA
	ANA
	ARTHUR
	1/3
	1/3
	1/3
Como se cada um devesse 1/3
1. Cada devedor deve parte do objeto mais responde pela integralidade da prestação ou do objeto.
Renata, Ana e Arthur devem um Boi premiado de 12.000.000,00R$ ao Fernando. Pergunta-se, pode o Fernando exigir da Renata todo o valor do Boi? Sim. 
2. O devedor que satisfaz a dívida por inteiro sub-roga-se nos direitos do credor em relação aos codevedores.
3. Se a pluralidade for dos credores, qualquer credor pode exigir a prestação por inteiro.
4. Se um dos codevedores receber a prestação por inteiro estará obrigado a pagar ao cocredor a sua cota parte em dinheiro.
5. Se a pluralidade for dos credores, o devedor ou devedores somente se desobrigaram pagando:
1. A todos conjuntamente;
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
2. Caução de ratificação.
O Boi premiado morre por culpa de um dos devedores.
O Boi (que era indivisível) morreu, então passa agora ser divisível (custando 12.000.000,00) 
6. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu (DANOS EMERGENTES), o que razoavelmente deixou de lucrar (LUCROS CESSANTES).
Como a culpa foi de um dos devedores: equivalente mais perdas e danos.
Obs.: Se a culpa for de todos os devedores, todos respondem pelo equivalente mais PERDAS e DANOS, entretanto se a culpa for de um só dos devedores todos respondem pelo equivalente, mas PERDAS e DANOS só o culpado.
Exercício
01. Renata pactuou com a floricultura que a ornamentação da igreja para o seu casamento deveria ocorrer com RASA CHÁ, estabeleceu que caso a floricultura ficasse impossibilitada poderia desobriga-se procedendo a ornamentação com LÍRIOS BRANCOS, na data da celebração do seu casamento fica inconformada, pois a ornamentação foi realizada com os lírios e após retornar de sua viagem ingressa juridicamente pedindo perdas e danos, a floricultura em contestação alega que na forma do art. 253, desobrigou-se. Decida a questão.
RESPOSTA – A questão versa sobre a obrigação de fazer, onde a floricultura, através da faculdade de solução, desobrigou-se, incidindo aqui um direito potestativo. Portanto o caso em comento não cabe perdas e danos.
02. Sílvio comprometeu-se junto ao condomínio ¨morar bem¨ a elaborar o sistema de segurança até 15/03, caso ficasse impossibilitado ficaria obrigado a entregar até o dia 30/03 o sistema X já existente no mercado. No dia 16/03 Sílvio comunica ao condomínio que por sua desídia (vagabundagem) não elaborou o sistema, razão pela qual irá proceder a entrega do sistema X. O condomínio inconformado ingressa juridicamente exigindo perdas e danos. Sílvio em contestação alega que desobrigou-se. Decida a questão.
Análise do caso concreto.
Em 15/03 Sílvio se impossibilitou COM CULPA.
Em 30/03 Sílvio se impossibilitou SEM CULPA.
RESPOSTA – A questão versa sobre a obrigação alternativa, caracterizada pela pluralidade de objeto. Embora a prestação do dia 30/03 tenha se impossibilitado SEM CULPA do Sílvio, não o exime de responsabilidade quanto à prestação do dia 15/03, a qual se impossibilitou COM CULPA do mesmo. Então Sílvio responderá por perdas e danos pelo inadimplemento da obrigação.
CIVIL II
AULA 06 – 20/03/2013
Professor Fernando Fraga 
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Caracteriza-se pela pluralidade de sujeito na relação obrigacional.
Diversamente do Direito Civil Frances e do Direito civil Alemão, no Direito Civil Brasileiro inexiste presunção de solidariedade, ou decorre da lei ou da vontade das partes.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 149. (segunda parte) se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Exemplo
Fernando comprou um celular na loja no valor de 2.400,00R$, após 3 dias o celular apresentou problema e foi levado a assistência técnica. Quem responde pelo defeito? 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente...
A loja, a assistência e o fabricante.
Como a solidariedade não se presume, se decorrer da vontade partes precisa ser expressa. 
REGRAS
Fernando e Sílvio emprestam 60,00R$ para Ana, Renata e Michele.
	FERNANDO
	SÍLVIO
	ANA
	RENATA
	MICHELE
	20
	20
	20
1. DA SOLIDARIEDADE ATIVA
A) Qualquer credor pode independentemente do cocredor exigir a dívida por inteiro. O credor que receber a prestação por inteiro estará obrigado a pagar ao cocredor a outra parte em dinheiro.
B) Qualquer credor independentemente do cocredor poderá remitir parcialmente ou integralmente a dívida, sendo parcial somente poderá remitir a cota parte do remitido. (Remissão = perdão/ Remitir = perdoar)
C) Qualquer credor pode independentemente do cocredor exonerar ou extinguir um dos devedores da solidariedade.
D) Se um dos credores falecer deixando herdeiros, estes somente poderão exigir proporcionalmente ao seu quinhão hereditário, salvo se for o único herdeiro ou se o objeto da prestação for indivisível.
Fernando sai da Estácio às 2300h e em grave acidente de carro, vem a óbito, deixando dois herdeiros, Felipe e Ana.
	FERNANDO - 30
	SÍLVIO - 30
	ANA
	RENATA
	MICHELE
	20
	20
	20
	FELIPE
	ANA
	15
	15
E) Se a prestação se impossibilitar por culpa de um dos credores subsiste a solidariedade (todos respondem pelo equivalente mais perdas e danos).
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
2. DA SOLIDARIEDADE PASSIVA
A) Cada devedor deve parte, mas responde pela integralidade da prestação. O devedor que efetua o pagamento da dívida por inteiro tem direito de regresso em face dos codevedores.
DIREITO DE REGRESSO – Incide o princípio da gravitação jurídica, não há a transferência de todos os privilégios e garantias.
SUB-ROGA-SE = Ocorre todas as transferências
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
B) O pagamento efetuado por qualquer devedor a qualquer credor extingue a obrigação até o limite do pagamento.
C) Se um dos devedores falecer deixando herdeiros, estes responderam proporcionalmente ao seu quinhão hereditário, salvo se for o único herdeiro ou se o objeto da prestação for indivisível, respeitando-se o princípio do benefício do inventário. (Insolvente)
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
D) Se um dos devedores se tornar insolvente os codevedores responderam pela cota parte do insolvente.
	FERNANDO
	SÍLVIO
	ANA
	RENATA - INSOLVENTE
	MICHELE20 + 10
	X
	20 + 10
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
E) Se a prestação se impossibilitar por culpa de todos os devedores, todos responderam pelo equivalente mais perdas e danos, entretanto se a culpa for de um só dos devedores, todos respondem pelo equivalente, mas perdas e danos só o culpado. 
Exercício
1. Mariana e Arthur se casaram, após celebração dos esponsais, abriram uma conta conjunta no BRADESCO com a finalidade de procederem a aquisição do enxoval. Após 6 meses Arthur emite um cheque sem fundo que após ser devolvido duas vezes acarreta a inclusão de ambos os correntistas junto ao SERASA. A providência efetuada pelo banco está correta? Justifique sua resposta.
Resposta – A questão versa sobre obrigação indivisível, não podendo ser solidária, pois esta não se presume. E de acordo com o art. 263, § 2º só aqule que tem culpa responderá por perdas e danos, fincando o restante exonerado de responsabilidade. Portanto a providência efetuada pelo banco está incorreta, pois só o Arthur deve ter o nome incluso no Serasa.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
2. Victor emprestou a quantia de 80.000,00 R$ para Ana, Renata, Gabriela e Sílvia conjuntamente. Na data do pagamento Victor tomou conhecimento que Ana havia falecido deixando dois herdeiros, Renata se encontrava insolvente e Gabriela havia sido declarada incapaz por problemas mentais. Victor poderá exigir a integralidade de Sílvia? Responda justificadamente.
Resposta - Não, a questão a questão em comento versa sobre obrigações divisíveis e não sobre obrigações solidárias, pois esta não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes. Portanto Victor pode cobrar tão-somente o equivalente a 20,00R$, cota parte de Sílvia na obrigação divisível.
	ANA - Falecida
	RENATA – Insolvente
	GABRIELA - Incapaz
	SÍLVIA
	20
	20
	20
	
20
	
	
	
Curador
	
	Herdeiro X
	Herdeiro Y
	Concurso de credores (Quirografário)
	
	
	10
	10
	
	
	
CIVIL II – Av2
AULA 07 - 27/03/2013
Da extinção das obrigações.
O meio normal de extinção das obrigações ocorre pelo seu efetivo cumprimento.
1. Quem pode ou deve pagar
O pagamento deve ser efetuado pelo seu devedor ou por seu representante, toda via nada impede que o pagamento venha a ser efetuado por terceira pessoa. 
Obs.: 
	
Representação
	Legal
	Lei
	
	Judicial
	Tutor, Curador
	
	Convencional
	Quando o representante pode ser escolhido.
O terceiro pode ser:
a) Terceiro interessado – Aquele que possui interesse jurídico no cumprimento da obrigação, logo tem legitimação (detentor de direitos especiais para determinados atos da vida civil) para usar dos meios conducentes para a exoneração do devedor. 
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Obs.: Filho entra com ação de investigação de paternidade.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
Ação de consignação
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
O terceiro interessado que efetua o pagamento da dívida sub-roga-se no direito do credor.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
b) Terceiro não interessado - Aquele que não possui interesse jurídico no cumprimento da obrigação.
b.1) Em seu próprio nome – Nesse caso não se sub-roga, mas tem direito de regresso.
Ex.: a namorada que paga a conta do namorado.
b.2) Em nome do devedor – Não se sub-roga-se, nem tão pouco tem o direito de regresso, segundo doutrina majoritária essa liberalidade equipara-se a uma doação pura.
Ex.: A que paga a fatura de B, fazendo um favor.
Segundo Gustavo Tepedino incide o direito de regresso para evitar o enriquecimento sem causa.
2. A quem se deve pagar
O pagamento deve ser efetuado ao credor ou a seu representante sob pena de não ser considerado válido.
Exceções:
a) O Credor ratifica o pagamento;
b) O pagamento é efetuado de boa fé ao credor putativo (aquele que você acha que é seu credor mais não é);
c) O pagamento é efetuado a pessoa incapaz de quitar a dívida, mas reverte em proveito do credor (Sujeito paga o cartão do outro).
Obs.: Não se aplica essa regra quando se tratar de pensão alimentícia.
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
3. Do objeto do pagamento
Vigora o princípio do nominalismo, o qual estabelece que as dívidas pecuniárias serão pagas em moeda corrente na data do cumprimento da obrigação.
Incide o princípio da identidade material do objeto.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Entre pessoas físicas não se admite celebração de contrato em moeda estrangeira, entretanto se o contrato for celebrado entre pessoa física e uma pessoa jurídica pertencente ao sistema financeiro nacional, poderá haver celebração de contrato em moeda estrangeira, mas o pagamento se fará em moeda nacional.
Se posteriormente a criação da obrigação, por fato imprevisível sobrevier manifesta desproporção poderá a parte prejudicada solicitar a providência jurisdicional para reequilibrar a obrigação.
Teoria da imprevisão
 Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
4. Do tempo do pagamento
Via de regra, o credor não pode exigir o cumprimento antecipado da obrigação, salvo se o devedor se tornar insolvente ou falência (pessoa jurídica) ou se as garantias fidejussórias se tornarem insuficientes e o devedor não promoverem a sua reposição. 
CONCURSO DE CREDORES
�
CT
FISCO
O.R.G
FIDEJUSSÓRIOS
QUIROGRAFÁRIOS
�
5. Do lugar do pagamento
Via de regra a obrigação deve ser cumprida no domicílio do devedor, salvo se outra coisa não se estipulou.
O pagamento reiteradamente efetuado em local diverso do estabelecido do contrato faz presumir renúncia do credor ao estabelecido no contrato.
CIVIL II 
AULA 08 - 24/04/2013
Do pagamento indireto
Consiste na extinção de obrigação de forma diversa da originalmente pactuada.
Formas:
1. DAÇÃO EM PAGAMENTO 
Trata-se de extinção da obrigação com objeto diverso do originalmente pactuado.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
Fernando deve 500.000,00 R$ para Sílvio (prestação pecuniária).
Sílvio aceita o apartamento que o Fernando ofereceu em troca da dívida (acordode vontade).
Alei determina que uma vez que o credor tenha aceitado pagamento diverso do pretendido o negócio se regulará pela compra e venda.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Uma vez que o credor aceite objeto diverso o negócio jurídico será regulado pelas normas inerentes ao contrato de compra e venda.
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Art. 357 combinado com 482, CC
Evicção – Perda da coisa em decorrência de sentença judicial.
Ocorre evicção quando há a perda total ou parcial da coisa em face de outrem, possuidor de direito anterior, em virtude de uma sentença judicial.
Fernando devia 500.000,00 ao Sílvio. Pagou a dívida com um apartamento, através da dação de pagamento. Ocorre que o apartamento era objeto de ação e perde o apartamento para Michelle. Decida a questão.
Em caso de evicção ficará sem efeito a quitação, ressurgindo a obrigação primitiva.
2. IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO – 
Trata-se do oferecimento de uma parcela possível de quitar mais de um débito existente entre o devedor e o credor.
As dividas precisam ser líquidas, exigíveis e a parcela oferecida deve ser da mesma natureza das dívidas.
 Obrigação líquida - É aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo. 
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz.
Exigível – é a dívida que já se encontra vencida.
Alexandre deve ao Fernando
 100 120 130 180 (Valor)
01/01 01/02 01/03 01/04 (Vencimento)
Alexandre oferece 350 (Parcela fornecida precisa ser da mesma natureza).
Regras:
a) Pela vontade do devedor – O devedor ao fornecer a parcela deve informar em quantas prestações quer imputar o pagamento.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
b) Pela vontade do credor – Subsidiaria a vontade do devedor. Como o devedor não informou em quais parcelas quer imputar o pagamento, o credor poderá escolher em quaisquer imputar.
Se o credor passa o recibo por conta do capital e não fizer menção aos juros vencidos, presume a lei que renunciou.
Alexandre deve ao Fernando
 100 120 130 180 (Valor)
01/01 01/02 01/03 01/04 (Vencimento)
Obs.: Juros em cada parcela vencida.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
c) Por determinação legal – Subsidiaria a vontade do devedor e do credor. Uma vez que o devedor não informa em quais parcelas quer imputar o pagamento e o credor ao fornecer o recibo da quitação, não faz menção as parcelas quitadas, a imputação far-se-á na forma da lei, a qual determina que primeiro será imputado o valor dos juros e posteriormente as parcelas exigíveis em primeiro lugar (Primeiro paga os juros vencidos e depois as parcelas que vencerem a mais tempo). 
Se todas forem exigíveis ao mesmo tempo a imputação far-se-á na mais onerosa (Maior taxa de juros).
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
 3. DA NOVAÇÃO –
 Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.
É a criação de uma nova obrigação (autônoma e distinta) com a finalidade de extinguir a obrigação anterior.
Poder ser:
a) Novação Objetiva – Com a substituição do objeto;
b) Subjetiva Ativa – Substituição do credor;
c) Subjetiva Passiva – Substituição do devedor:
C1 – Delegação – É a substituição do devedor com o seu consentimento;
C2 – Expromissão - É a substituição do devedor independentemente do seu consenso;
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.
Obs.: Caso não se evidencie o Animus Novandi (Com a intenção de inovar uma obrigação) a nova obrigação simplesmente confirma a obrigação anterior.
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
Michelle deve 30.000,00 R$ de cheque especial, por não poder pagar o banco cobra 3.000,00 R$ de juros mensais. Michelle faz acordo com de 20 parcelas de 1500,00 R$ com o banco.
Obs.: Renegociação de dívida é diferente de novação.
MUTUO FENERATÍCIO (EMPRESIMO) – Pode ser comodato (infungível) ou mutuo (fungível), simples ou feneratício.
Michelle celebra um contrato de mutuo feneratício de 30.000,00 R$ e zera a obrigação.
Obs.: Somente pode ser objeto de novação as obrigações ao menos anuláveis, não se admitindo a novação sobre obrigações nulas, extintas ou inexigíveis (Existência de nulidade relativa).
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
Uma vez nulo sempre nulo (Nulidade absoluta).
Princípio da redução – art. 184 (primeira parte).
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Venda de um apartamento no valor de 500.000,00 R$ através de instrumento particular.
Princípio da conversão substancial - 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Princípio da convalidação – A confirmação do negócio jurídico anulável, pode ser expresso ou tácito.
Convalidar – Torna-se válido.
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
4. DA COMPENSAÇÃO
Consiste na extinção de delitos recíprocos existente entre o credor e o devedor, as dívidas precisam ser líquidas, exigíveis, fungíveis entre si, assim como a necessidade da identidade dos sujeitos da relação obrigacional.
Fernando é credor de Alexandre (deve 10.000), em outra obrigação:
Fernando (devedor) Alexandre (Credor)
 10.000,00 9.000,00 Compensação
Alexandre Fernando
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferemna qualidade, quando especificada no contrato.
Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.
Fernando (locador) Arthur (Locatário)
A aluguel vence no último dia útil do mês em vigor, Arthur recebe no 5º dia útil. Fica acordado que o Arthur pode efetuar o pagamento até o 5º dia útil. Pergunta-se, qual a data de vencimento do pagamento e em que data ocorre inadimplência?
Vencimento – 1º dia útil do mês subsequente
Inadimplência – 6º dia útil.
O fiador somente pode compensar a dívida do credor com a do afiançado.
Se o Arthur não paga gera responsabilidade para o Jurandir (Teoria dualista de Brinz).
Fernando (Fiador) Arthur (Locatário) Jurandir (Fiador)
 9.000,00 9.000,00 S/ compensação
Arthur Fernando Fernando
Não pode haver compensação, pois não há identidade de sujeito.
Jurandir pode exigir que o Arthur compense com o Fernando.
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
No caso de seção de crédito, se o devedor não for notificado poderá opor ao cessionário a compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
Fernando (Credor) CEDENTE
 10.000
Arthur 
 Renata (cessionária) 
Cedente – Aquele que cede um direito patrimonial a terceiro (cessão).
Fernando (cedente) Renata (Cessionária) Arthur
 10.000,00 10.000,00 9.000,00
Arthur Arthur Fernando
5. DA CONFUSÃO 
– Consiste na reunião das qualidades de credor ou devedor na mesma pessoa extinguindo a obrigação. Poderá ocorrer por atos Inter vivos ou causa mortis.
A empresa A empresta a 10.000 a empresa B – A empresa B compra a empresa A.
Não se pode dever ou ser credor de se mesmo.
Princípio da Saisine
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
6. DA REMISSÃO 
– Leberalidade praticada pelo credor exonerando parcialmente ou a integralidade da dívida. Para que a remissão produza seus efeitos deverá ser aceita pelo devedor.
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
Quando o perdão é aceito, renuncia-se a eventuais perdas e danos.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.
A entrega voluntária de um título de crédito presume a remissão.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Fernando (Credor solidário)
Renata Fernanda Natalia 
 20 20 20
Remissão 40
 60
Só se pode exigir 40, pois Fernando perdoou Renata.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida (DIVISÍVEL).
Fernando (Credor – Touro premiado)
Renata Fernanda Natalia 
 1/3 1/3 1/3
Remissão 
Ao perdoar a Renata, Fernanda e Natalia estão obrigado a cumprir a obrigação devolvendo o touro por inteiro, porém estas deveriam pagar o equivalente a 1/3 cada, haja visto que a Renata foi perdoada. Nesse caso, deve o Fernando restituir 1/3 do valor do Touro para Fernanda e Natalia, evitando assim o enriquecimento sem causa.
Exercício
Arthur perdeu 10.000,00R$ em um jogo de Pocker para Sílvio, como não possuía recursos emitiu nota promissória com vencimento para 30 dias, na data do vencimento, como não possuía recurso, não efetuou o pagamento. Razão pela qual seu credor ingressou com ação de execução. Pergunta-se, o que Arthur poderá alegar em sua defesa?
R: Em conformidade com o 367 combinado com o 814 § 1º, CC, Arthur poderá alegar em sua defesa que o título de crédito é uma novação de dívida de jogo, razão pela qual não se obriga o pagamento, pois a lei veda a dívida. 
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§ 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
Obs.: Se o Sílvio recebe o título de jogo (promissória) e transfere ou cede a terceiro o Arthur será obrigado a pagar a dívida.
Art. 814, § 1º (segunda parte) mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
CIVIL II 
AULA 10 - 08/05/2013
07 – DO PAGAMENTO DE CONSIGNAÇÃO
Consiste no depósito judicial ou extra judicial da coisa devida com a finalidade de extinguir a obrigação.
Somente se admite consignação quando se tratar de obrigação da coisa certa.
Se a obrigação for de fazer a prática do ato acarretará sua extinção em decorrência de seu efetivo cumprimento e caso se trate de obrigação de não fazer a conduta positiva do agente acarretaria o inadimplemento da obrigação.
Requisitos para os pagamentos e consignações:
Quanto as pessoas
A1) Judicial (Ação)
Somente possui legitimação o devedor, o representante e o terceiro interessado.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
A2) EXTRAJUDICIAL – Possui legitimação o devedor, seu representante, o terceiro interessado e o terceiro não interessado, se o fizer em nome e na conta do devedor.
a) QUANTO AO OBJETO
A prestação deve ser íntegra, ou seja, o devedor deve depositar o que está sendo solicitado pelo credor e discutir eventuais diferenças.
Art. 4o  (Lei 8.245/91) Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado. Com exceção ao que estipula o § 2o do art. 54-A, o locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada.      (Redação dada pela Lei nº 12.744, de 2012)
        Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta dias de antecedência.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Tem que depositar o que está sendo pedido pelo credor para a extinção do contrato.
c) QUANTO AO TEMPO
Deve ser proposta até o cumprimentoda obrigação, se posterior deverá incluir os juros e eventuais dúvidas cobradas pelo credor.
Obs.: Ação de consignação não é meio adequado para que o devedor quite dívidas em atraso.
d) DO LUGAR
A ação deverá ser proposta no local de cumprimento da obrigação (Domicílio).
Se posteriormente ao depósito e antes da citação o depositante solicitar o levantamento da garantia extingue-se a ação ressurgindo a obrigação primitiva.
Se posterior a citação o levantamento da quantia depositada somente poderá ocorrer com a anuência do depositário (Credor)
DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Sendo o crédito um direito patrimonial (disponível) é possível de ser transferido a terceiros.
1. Da lesão de crédito
Negócio jurídico através do qual uma pessoa cedente transfere a terceiro cessionário o seu crédito. Para que a cessão produza plena eficácia deverá ocorrer concordância do devedor, caso não concorde ou não tenha sido notificado poderá opor ao cessionário as exceções pessoais que poderia opor ao cedente.
Exceções pessoais - Compensações, prescrição, inexigibilidade de dívida, etc.
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
Via de regra, o cedente não responde pela solvência do devedor em face do cessionário, salvo se no momento da cessão, o cedente já conhecia o Estado de insolvência do devedor, ou na hipótese do cedente haver se responsabilizado contratualmente. 
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
Difere-se da cessão de contrato, pois nesta transfere-se todos os direitos e obrigações inerentes ao próprio contrato. A cessão de contrato poderá ser vedada pelo contratante ou se no próprio contrato existir cláusula proibitiva.
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Negócio jurídico através do qual o novo devedor assumi a obrigação originária.
Para sua efetivação deverá haver a ausência do credor, razão pela qual se o novo devedor se tornar insolvente não poderá o credor que anuiu demandar contra o devedor primitivo.
A doutrina distingue a assunção em:
1. Simples – Quando somente um novo devedor assumi a obrigação.
2. Cumulativa – Quando a dívida é assumida por mais de um devedor.
DO INADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO
Não sendo cumprida a obrigação ocorre o seu inadimplemento, o qual poderá ser absoluto ou relativo.
1. Do inadimplemento absoluto (UTILIDADE)
Inexiste utilidade no cumprimento da obrigação.
Via de Regra o devedor responde com o seu patrimônio, pelo inadimplemento da obrigação, salvo as exceções legais.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Art. 649 - São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; (Alterado pela L-011.382-2006)
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; (Alterado pela L-011.382-2006)
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3º deste artigo; (Alterado pela L-011.382-2006)
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político. 
Via de regra, o devedor não responde pelo inadimplemento da obrigação quando esta depender de caso fortuito ou força maior, salvo na hipótese de haver expressamente por responsabilizados.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Não cumprida o obrigação sendo o inadimplemento absoluto ocorrerá o surgimento das perdas e danos.
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
	
Perdas e Danos
	EFETIVAMENTE PERDEU
Danos emergentes
	Dano Material
	
	
	Dano moral
	
	DEIXOU DE LUCRAR
Lucros Cessantes
	Dano Material
CIVIL II 
AULA 11 - 15/05/2013
DO INADIMPLEMENTO RELATIVO
Existindo utilidade no cumprimento da obrigação está caracterizada a mora.
DA MORA – É o atraso por retardamento no cumprimento da obrigação.
Espécies: 
a) Mora ACCIPIENS (Credor)
caracteriza-se quando o credor sem justo motivo se recusa a receber ou a fornecer o recibo de quitação.
Efeitos: 
O devedor se exonera da responsabilidade sobre a coisa.
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.
b) Mora do SOLVENS (Devedor)
b1) Mora EX-RÉ
Art. 397, (Caput). O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Caracteriza-se pelo inadimplemento da obrigação positiva e líquida em seu termo (Vencimento).
b2) Mora EX PERSONE 
Inexistindo prazo para o cumprimento da obrigação deverá o credor interpelar ou notificar o devedor, concedendo-lhe prazo, sobre pena de evidenciação da mora.
Art. 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.
EFEITOS DA MORA DO DEVEDOR
O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação mesmo que esta decorra de caso fortuito ou força maior, salvo se demonstrar isenção de culpa no atraso ou na hipótese de que mesmo que a obrigação fosse cumprida no seu termo a coisa iria se perder.
DA CLÁUSULA PENAL
Trata-se da obrigação acessória, inserida no momento de criação da obrigação ou posteriormente tendo por finalidade intimidar o devedor e pré-fixar as perdas e Danos.
Espécies:
a) CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA
Utilizada no caso do inadimplemento relativo, inexistindo necessidade de que o credor demonstre o seu prejuízo (Presumido), podendo ser exigida conjuntamente com a obrigação principal ou em momento posterior.
LIMITAÇÕES
a) Em se tratando de relação de consumo não poderá ser superior a 2%;
        Art. 52, (Lei 8.078/90). No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
  § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
b) Em se tratando de despesa de condomínio não poderá ser superior a 2%;
Art. 1.336. São deveres do condômino:
§ 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos jurosmoratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
Da cláusula penal compensatória utilizada para o caso do total inadimplemento da obrigação, convertendo-se na forma do artigo 410 em alternativa a benefício do credor.
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
1. Exigir o cumprimento da obrigação (Inadimplemento absoluto converte-se em inadimplemento relativo);
2. Devolução do valor pago mais cláusula penal compensatória;
3. Exigir perdas e danos 
Obs.: Se no contrato existir previsão expressa de que caso o valor da cláusula penal compensatória não satisfaça o prejuízo do credor, que o mesmo poderá exigir perdas e danos, estas não poderão ser inferior ao valor da cláusula penal compensatória.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
Obs2.: Se o valor da cláusula penal for excessivo ou se a obrigação estiver sido cumprida em parte, deverá o juiz restituí-la equitativamente.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
DAS ARRAS
É O Sinal Fornecido Em Dinheiro Ou Outro Bem Móvel Com A Finalidade De Garantir A Execução Do Contrato. Se o sinal for da mesma natureza da parcela principal considera-se princípio de pagamento.
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
Espécies:
a) Confirmatórias – Tem por finalidade garantir a execução do contrato, razão pela qual não se admite o direito de arrependimento.
Em caso de inexecução, se esta for de quem forneceu o sinal perdê-lo-á.
Se a inexecução for de quem o recebeu, restitui-lo-á mais o equivalente.
Em ambos os casos a parte prejudicada poderá exigir o cumprimento do contrato ou se demonstrar maior prejuízo poderá exigir perdas e danos.
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.
b) Penitenciais – Estabelece o direito de arrependimento, logo se a inexecução for de quem as cometeu, perdê-la-á. Se a inexecução for de quem as recebeu, restitui-la-á mais o equivalente. Em ambos os caso não haverá direito a perdas e danos.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
 
EXERCÍCIOS
Heloisa adquiriu de Natália um apartamento localizado no edifício Águas do Campeche. Após dois meses de transferência do imóvel, Heloisa foi notificada pelo sindico do prédio a paga um débito residual relativo a parcela condominial não adimplida pela antiga proprietária (Natália). Em resposta ao condomínio Heloisa alegou não ter responsabilidade pelo pagamento, uma vez que a sua utilidade é ulterior. Além disso, argumentou que o eventual cumprimento dessa obrigação caracteriza enriquecimento sem causa para a alienante. Sobre a situação hipotética responda: 
Qual a natureza jurídica da obrigação imputada a Heloisa pelo síndico?
R: Obrigação Propter Rem.
Os argumentos utilizados por Heloisa são plausíveis do ponto de vista jurídico? Justifique.
R: Não, Heloisa está equivocada quanto ao argumento, pois trata-se de obrigação propter rem, onde ao transferir titularidade transfere-se também a responsabilidade. Podendo, Heloisa, após o pagamento da dívida condominial entrar com ação de restituição contra a antiga proprietária, em conformidade com o art. 1.345, CC.
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
2. Luiz é devedor de Pedro em razão de um contrato de mútuo. O débito é garantido por fiança dada por Jamile. Após dois meses de celebração do negócio, Jamile é declarada insolvente por decisão judicial. Diante dessa situação, Pedro intima Luiz para que, no prazo de 20 dias, apresente nova garantia. Este por sua vez deixa transcorrer o prazo sem qualquer manifestação. Sobre a situação hipotética, responda: Pedro poderá cobrar antecipadamente o valor emprestado? Justifique.
R: Sim, pois em conformidade com o art. 333, III, CC ao cessarem as garantias do débito pode o credor cobrar o valor emprestado com antecipação.
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
3. Célia (Compradora) e Alfredo (vendedor) celebram entre si contrato de compra e venda. Estabeleceram como data de pagãmente o dia 17 de fevereiro. Não previram lugar para o pagamento. No dia do vencimento, Alfredo fica aguardando o pagamento e Célia fica aguardando a cobrança. Ambos permanecem inertes e o pagamento não é efetuado. Uma vez que não há previsão contratual, qual deveria ser o lugar do pagamento e a quem serão imputados os efeitos da mora? Justifique sua resposta.
R: De acordo com o art. 327, CC o lugar do pagamento é o domicílio do devedor. Os efeitos de mora serão imputados tanto ao credor quanto ao devedor, pois ambos incidem em mora recíproca. O pagamento deve ser efetuado em através de consignação, pois o devedor deve cumprir a obrigação de pagar.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
4. Junior assumiu a obrigação de reparar a obrigação do imóvel comercial de Sandro no prazo de 7 dias, onde funciona um restaurante. Sendo certo que, nesse tempo, não poderia haver qualquer atividade, Sandro exigiu o cumprimento rigoroso do cronograma da obra. Contudo, vencido o prazo, o devedor ainda não tinha atingido metade do serviço, porque estava muito atarefado no período, haja vista ter muitas outras obras para atender ao mesmo tempo. Considerando o descumprimento do dever, quais as opções de Sandro para obter as prestações acordada?
R: A questão versa sobre inadimplemento relativo da obrigação de fazer fungível e em conformidade com o art. 249 pode solicitar providência jurisdicional com pedido de contratação de terceira pessoa as custa do devedor e, em caso de urgência, o credor executa ou manda executar o ato ou serviço independentemente de autorização judicial. Ainda de acordo com o Art. 461, § 4º, CPC Sandro pode solicitar Perdas e Danos.
Art. 249. Se o fato puder

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