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Dor Torácica: Diagnóstico Diferencial e Abordagem João Victor B. Cabral Síndromes Coronarianas Agudas As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbimortalidade no Brasil, totalizando 32% de todas as causa. As doenças coronarianas destacam- se e a dor torácica cardiogênica é a que mais requer atenção. Circulação Coronariana ✓Coração: 300g; ✓DC: 5,5 l/min (FC: 70 x VS:80); ✓Fluxo coronariano (4-5%): 250 a 300 ml/min; ✓Fluxo coronariano esquerdo: 75 a 90 ml/100g VE; ✓Consumo de O2: 34 ml/min (12% do consumo total do organismo). Epidemiologia 4 Milhões de Atendimentos / Ano Brasil 5 a 8 Milhões de Atendimentos /Ano EUA IAM e AI ocorrem em cerca de 10 a 20% dos casos de Dor Torácica. 10% dos casos de Dor Torácica são Liberados dos Serviços com IAM. Epidemiologia ✓ De acordo com a OMS = Doenças Cardiovasculares (DCV) são a principal causa de incapacidade e mortalidade no mundo; ✓No Brasil, a Doença Arterial Coronariana (DAC) levou a mais de 100 mil óbitos em 2013; ✓Nos EUA ocorre um óbito por minuto resultado da DAC. Síndromes Coronarianas Agudas ▪ O momento de admissão de um paciente com Dor Torácica é um desafio, sendo necessário estabelecer um diagnóstico diferencial e o tratamento ideal; ▪ O tempo é primordial, pois a síndrome isquêmica coronariana é tempo- dependente quanto ao seu tratamento e morbimortalidade. TEMPO É MÚSCULO! Etiologia Miocárdio e Aorta Esôfago, Estômago e Pâncreas Músculoesquelética 2 a 19% 16 a 22% 36 a 49% Etiologia Dor na Parede Torácica Lesões de Costela Dor Neuropática Hérnia Discal Osteoporose Gastrointestinais Refluxo Gastroesofágico Ruptura Esofagiana Esofagite Gastrite PulmonaresTromboembolismo Pulmonar PNM Pneumotórax PsicogênicasSíndrome do Pânico TAG Depressão 1. Doenças Arterial Coronariana 2. Dissecção Aórtica 3. Estenose Valvar Aórtica Severa 4. Miocardite 5. Cardiomiopatia Hipertrófica 6. Pericardite 7. IAM Etiologia Cardiovasculares Síndromes Coronarianas Agudas ✓A SCA – Série de doenças resultantes da redução do fluxo sanguíneo para o miocárdio. • SCA sem Elevação do Segmento ST – Angina Instável (AI); • IAM sem Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMSSST). •IAM com Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMCSST). Síndromes Coronarianas Agudas • SCA sem Elevação do Segmento ST – Angina Instável (AI); • IAM sem Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMSSST). •IAM com Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMCSST). Aspectos Fisiopatológicos Lesão Isquêmica no Miocárdio Ativação de Plaquetas e Fatores de Coagulação Oclusão Trombótica Placa de Ateroma rompe- se e sobre ela se forma um trombo Lipídeos Trombogênicos Aspectos Fisiopatológicos Lesão Isquêmica no Miocárdio Desequilíbrio entre Demanda e Oferta Dilatação Coronariana Agravamento Temporal com Disfunção Endotelial Aspectos Fisiopatológicos ✓No IAM com SST – Trombose oclusiva do leito arterial; ✓Angina Instável ou IAM sem SST – Trombose semioclusiva, mantendo algum fluxo distal ao estreitamento. Todavia, ocorre a migração de microêmbolos que originam focos necróticos microscópicos. ✓Causas Não Ateroscleróticas: Anomalia congênita das Coronárias; Espasmo coronário; Dissecção de aorta e artéria coronária; Trauma; Embolia coronária; Proliferação da íntima e Doença dos pequenos vasos. Quadro Clínico ✓ A avaliação do paciente inicia-se pela coleta de informações sobre a dor, fatores de risco, comorbidades e dados do exame físico; ✓Importante atentar para o horário de início da dor, uma vez que a janela para Trombólise no IAM com SST é de 12h; ✓Fatores de Risco: HAS; DM; Dislipidemia; História Familiar; Idade; Sexo; Obesidade; Sedentarismo; Tabagismo – Elevação das Chances de Doença Aterosclerótica. Quadro Clínico Quadro Clínico Dor Avaliar a qualidade, intensidade, localização, duração, irradiação e fatores desencadeantes. Sudorese Associada à dor, mesmo que de origem gástrica, sugere isquemia miocárdica. Dispneia Associada à dor pode sugerir isquemia miocárdica. Náuseas Associadas à sudorese e a dor, mesmo que de origem gástrica, sugere isquemia miocárdica Quadro Clínico - Dor torácica/precordial – 80% dos casos; - Náuseas, vômitos, palidez, cianose, agitação e dispneia – Equivalentes Isquêmicos; - Exame: Estase das jugulares; Sopros Cardíacos; Ausculta de Creptações; Simetria de Pulsos Periféricos. Sinal de Levine Quadro Clínico Classificação da Dor Torácica Definitivamente Anginosa Dor retroesternal, precipitada por esforço físico, que irradia para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, com duração de minutos, aliviada com repouso ou nitrato em menos de 10 minutos. Provavelmente Anginosa Não possui todas as características da anterior e necessita de confirmação laboratorial para SCA. Provavelmente Não Anginosa Poucos sintomas associados à dor torácica e com necessidade de maior confirmação. Definitivamente Não Anginosa Sem nenhuma característica anginosa mesmo com dor retroesternal. Quadro Clínico Mnemônico PQRS Perguntas P - Provocar O que provoca ou piora a dor? Q - Qualidade Como é a qualidade da dor? Pontada, queimação,... R – Irradiação (radiation) A dor irradia? S – Severidade Qual a intensidade da dor (0 a 10)? T – Tempo Há quanto tempo iniciou a dor? Eletrocardiograma ✓OBRIGATÓRIO para todo paciente com relato de dor torácica em até 10 minutos após sua chegada; ✓Simples / Prático / Custo-Efetivo; ✓Sensibilidade no IAM: 50 a 90% com alterações de ST; ✓Repetição do ECG após 3 horas da chegada do paciente ou em caso de recorrência de dor ou instabilidade clínica; ✓Sua normalidade não indica exclusão de SCA. Classificação ✓Angina Instável e IAM SST - Dor apresenta-se em repouso ou desencadeada por esforços mínimos com duração entre 10 e 20 minutos. - O ECG pode ser normal ou com desvios transitórios, como depressão do segmento ST e inversão das ondas T. - IAM SST: Dor precordial acompanhado dos equivalentes isquêmicos; - ECG com alterações similares ao da AI. Classificação ✓IAM com SST - Síndrome clínica por sintomas caracterizados por isquemia do miocárdio, com dor não aliviada, com Supradesnivelamento do segmento ST. Classificação ✓IAM com SST - V1 – V2 – Septo de VE (Artéria Descendente Anterior); - V3 – V4 – Parede anterior de VE (Artéria Descendente Anterior); - V1 a V6 – Parede anterior extensa (Artéria Descendente Anterior); - DII, DII e aVF – Parede Inferior de VE (Artéria Coronária Direita). Diagnóstico ▪ Exame Físico; ▪ Padrão Ouro – ECG; ▪ Marcadores de Necrose Miocárdica: CK-MB; Mioglobinas e Troponinas – Lesão dos Miócitos. CK-MB-Específica – Eleva-se nas primeiras 3 a 6 horas após o início dos sintomas, com pico em torno de 16 a 24h, normalizando-se entre 48-72h. Sensibilidade de 90% entre 12-16h de início do IAM. Troponinas I e T são marcadores mais específicos e sensíveis de lesão miocárdica; Não se elevam mesmo após extenso dano esquelético Elevação 50% - 4h e 95% - 7h Diagnóstico A mioglobina é um marcador precoce de lesão miocárdica; Liberado após 1 a 2h da morte celular, com pico entre 3 a 5h; Não é específica; Eliminada rapidamente por excreção renal. Coletar os Marcadores na Admissão Repetição 6 e 9 horas Uso do Nitrato SL no Diagnóstico A dor torácica da angina típica melhora com repouso ou Nitrato SL, se após a sua administração ocorre melhora, há grande indício de doença cardíaca isquêmica. Não administrar Nitrato antes do ECG Se administrado, repetir ECGTratamento ✓Depende do tipo de ocorrência e gravidade do caso clínico; ✓Repouso Absoluto; ✓Suspensão de Dieta nas 6 Primeiras Horas; ✓Diminuição do consumo de oxigênio pelo miocárdio; ✓Estabilização ou desobstrução coronária. Tratamento Monitorização •Monitorização do RC, FC, PA e SpO2. Oxigenoterapia •Cânula Nasal – 3L/M Acesso •Ao menos dois. Tratamento MONAB M MORFINA O OXIGÊNIO N NITRATO A ÁCIDO ACETILSALICÍLICO B BETABLOQUEADOR Tratamento ✓Tratamento da SCA ✓Focar na terapia anti-isquêmica, antiplaquetária e anticoagulante; Terapia Anti- isquêmica ✓Controle da dor com a administração de Opioides e Nitratos; ✓Objetiva evitar o aumento do gasto energético pelo miocárdio. ✓Nitratos: Nitroglicerina / Mononitrato de Isossorbida: SL a cada 5 min – 3 Doses / Avaliar Nitroglicerina EV- Vasodilatação das artérias coronárias, redirecionamento de fluxo e inibição da agregação plaquetária. ✓Morfina - EV - Potente analgésico; redutor de pré- carga; ansiolítico; redução da dispneia. Tratamento Terapia Anti- isquêmica ✓Betabloqueadores - Diminuição da FC , PA e Contratilidade Miocárdica= Redução de Consumo de Oxigênio. ✓AAS - Oral -Inibidor irreversível da agregação plaquetária pela inibição de Tromboxano, evitando a metabolização da ciclo-oxigenase (enzima fundamental na coagulação) - É indicado para todos os pacientes com Suspeita ou História de SCA; - Após a alta 01 cp por dia. Terapia Antiplaquetária ✓Clopidogrel - Oral -Reduz a ativação da agregação plaquetária; - Pode ser usado em associação ao AAS. Tratamento Terapia Anticoagulante ✓Heparina – EV em BIC - Inibição dos fatores de coagulação. Tratamento Terapia de Reperfusão ✓Objetivo: Revascularização -Agentes fibrinolíticos, angioplastia ou implante de Stent ✓Fibrinolíticos: ✓Estreptoquinase; Alteplase; Tenecteplase ✓Angioplastia: ✓Ideal de 4 a 6h após o início da SCA ✓Stent ✓Eletivo ou de urgência.
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