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resumo dos casos de D. Proc. Civil II

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RESUMO DOS CASOS DE D. PROC. CIVIL II
Caso concreto 1) Mario ajuizou ação indenizatória em face da Loja FREE MAGAZINE com o objetivo de obter reparação pelos danos decorrentes da aquisição de um condicionador de ar defeituoso. A demanda foi ajuizada perante a Vara Cível da Capital, pelo procedimento comum, onde o autor pretender obter indenização no valor de 20.000,00 (vinte mil reais). Após a citação, a empresa ré propôs a realização de um negócio processual atípico, reduzindo todos os prazos processuais para 05 dias e modificando a distribuição do ônus da prova, o que foi prontamente aceito pelo autor. O juiz indeferiu o negócio processual proposto pelas partes sob o fundamento de que viola o princípio da ampla defesa. Diante da situação INDAGA-SE:
a) O juiz agiu de acordo com as regras do CPC acerca do procedimento comum? 
R: Não, pois o juiz deve se limitar a controlar a validade do negócio jurídico. Ressalta-se ainda que as partes que estão dispostas a renunciar à prazos a seu favor, o que é permitido.
b) A referida demanda poderia ter sido ajuizada nos Juizados Especiais Cíveis? 
R: Sim, desde que o valor não seja superior a 40 salários mínimos. 
Caso concreto 2) Pedro ingressou com uma ação indenizatória em face do Estado de Belo Horizonte pleiteando indenização no valor de R$200.000,00, por ter sido incluído, de forma fraudulenta, no quadro societário do Frigorífico Boi Bom. A referida fraude foi realizada na Junta Comercial do referido Estado e causou inúmeros transtornos ao autor. O juiz da 05ª Vara Fazendária, ao receber a inicial, constatou que existem vários julgados do STJ contrários aos interesses do autor e julgou improcedente liminarmente o pedido, antes mesmo de citar o réu. José, advogado de Pedro, diante da decisão procurou dois especialistas em Direito Processual Civil para obter um parecer sobre o caso. O primeiro especialista apresentou parecer favorável a interposição de recurso, pois a improcedência liminar viola o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (art. 5º, XXXV, da CF/88), inviabilizando o amplo acesso à justiça. O segundo especialista apresentou parecer no sentido de que embora haja a garantia constitucional da inafastabilidade da tutela jurisdicional, admite-se a limitação dessa garantia em algumas hipóteses definidas em lei sem que haja violação do texto constitucional.
a) Considerando a divergência entre os especialistas, qual é o parecer mais adequado de acordo com a jurisprudência e a doutrina? 
R: O parecer do segundo especialista é mais adequado, pois não há ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, visto que inexiste prejuízo para o réu em função da improcedência do pedido.
b) Existe diferença entre Improcedência Liminar do Pedido e Indeferimento da Petição Inicial ? 
R: Sim, a improcedência liminar do pedido é uma negação do juiz ao pedido de ação que já tem entendimentos contrarios ao que está sendo pleiteado. Já o indeferimento da petição inicial é quando falta algum requisito ou elemento obrigatório. A grande diferença se dá pelo fato de que a improcedência liminar do pedido é extinta com a resolução do mérito, já o indeferimento da petição inicial extingue-se sem a resolução do mérito.
Caso concreto 3) O Banco BMD ajuizou ação de cobrança em face de Antônio sob o fundamento de que o réu não efetuou o pagamento da quantia de 15.000,00 referentes a um empréstimo realizado. Após a realização infrutífera da audiência de conciliação, Antônio pretende, através de seu advogado, alegar que: a) não reconhece a dívida vez que o empréstimo já foi quitado; b) a devolução em dobro do valor pago indevidamente, vez que o banco cobrou numero de parcelas maior do que o acordado; c) a incompetência territorial do juízo e d) o impedimento do juiz. Diante da situação acima indaga-se: 
a) Quais as modalidades de resposta do réu devem ser utilizadas pelo advogado do réu? 
R: O réu deve utilizar a contestação quanto ao pagamento da dívida, defesa de mérito; a reconvenção ao pleitear o recebimento em dobro do valor pago e defesa processual em virtude da incompetência territorial.
b) Caso o réu pretenda alegar sua ilegitimidade para a causa, como deve proceder? 
R: Incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
c) Quais os significados dos Princípios da Eventualidade e Ônus da Impugnação Específica para fins do momento processual dos artigos 335 e seguintes do CPC ? 
R: Principio da impugnação específica determina que o réu deve impugnar ponto a ponto os fatos indicados pelo autor na inicial. Já o da eventualidade, o réu deve expor toda matéria de defesa, ainda que pareça contraditório.
Caso concreto 4) Marina realizou uma cirurgia de implante de silicone nos seios na Clínica de Estética Bem Viver. Após a cirurgia, Marina identificou que um seio ficou visivelmente maior que o outro. Frustrada com a situação em que foi submetida, a paciente promoveu uma ação indenizatória em face da referida Clínica pleiteando indenização por danos morais, estéticos e materiais. Embora tenha sido devidamente citada a Clínica não ofereceu a contestação, o que foi devidamente certificado pelo Cartório. O juiz decretou a revelia da ré. Diante dessa circunstância indaga-se: 
a) A revelia acarreta necessariamente a procedência do pedido do autor? 
R: Não, considerando que a presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor na inicial é relativa.
b) Caso a ré apresentasse contestação admitindo o fato, mas arguindo a prescrição, quais seriam as consequências processuais? 
R: Neste caso, o juiz determinaria como providência preliminar que o autor se manifestasse na prazo de 15 dias.
Caso concreto 5) André ajuizou uma ação em face de Paulo para obter a rescisão contratual de determinado negócio jurídico firmado entre as partes. Na Petição Inicial André afirma que Paulo descumpriu três cláusulas contratuais distintas, causando danos materiais e morais e por tais razões, não mais deseja manter o vínculo contratual, requerendo ainda, além de seu desfazimento, o pagamento de multa contratual prevista em cláusula específica. Junta apenas documentos comprobatórios e afirma não necessitar de outros meios para sustentar o alegado. André devidamente citado oferece Contestação, onde reconhece o fato em que se funda a ação, mas aponta razões e fatos não informados por André para tentar justificar seu comportamento contratual em não cumprir o previsto em apenas uma das cláusulas citadas, não se manifestando sobre as demais suscitadas na Petição Inicial. Requereu ainda depoimento pessoal e de testemunhas que poderão confirmar os fatos por ele narrados. Após a certificação da tempestividade da defesa apresentada, os autos vão conclusos ao juiz. A partir do texto acima responda às seguintes questões: 
a) Caso o Juiz considere pertinente a defesa apresentada por Paulo será possível o julgamento antecipado do mérito? 
R: Não, o autor deve ser intimado para se manifestar, no prazo de 15 dias, sobre os argumentos expostos pelo réu na contestação, sendo necessária prova testemunhal e depoimento pessoal. 
b) Caso o Juiz entenda que existe fato incontroverso poderá haver julgamento antecipado parcial do mérito. 
R: Sim, poderá haver julgamento antecipado parcial dos fatos não impugnados pelo réu. 
Caso concreto 6) Max adquiriu um notebook, marca Optmus prime, com objetivo para preparar suas aulas de filosofia. No entanto, o computador, com apenas 03 semanas de uso, deu pane no sistema o que levou Max ajuizar a demanda em face do fabricante pleiteando a substituição do note mais indenização pelos transtornos sofridos, vez que não obteve sucesso nas tentativas de solucionar administrativamente o conflito. O juiz, na fase instrutória, distribuiu de forma dinâmica o ônus da prova determinando que o autor produza prova suficiente sobre o alegado na inicial. Diantedessa decisão indaga-se: 
a) O juiz agiu em conformidade com as regras sobre a distribuição do ônus da prova? 
R: Não, pois se trata de uma relação de consumo, cabendo a inversão do ônus da prova.
b) Considerando a regra geral do ônus da prova, como ordinariamente deve ser distribuído o ônus? 
R: Cabe à parte que alega o ônus de provar. Cabe tratar da possibilidade de inversão e aplicação da prova da carga dinâmica da prova.
c) É possível a utilização de prova produzida em outro processo no caso acima? Quais os critérios para utilização dessa espécie de prova? 
R: Sim, desde que seja garantido o contraditório. 
Caso concreto 7) Carla está desesperada e conversa com Dra. Suzana (sua advogada) que a principal testemunha de seu caso e que deverá comparecer em audiência de instrução futura ( mês seguinte) foi hospitalizada para passar por procedimento cirúrgico de alto risco em no máximo 3 (três) dias, conforme atestou o médico em documento próprio. Existe sério risco de morte, ou mesmo de vida com sequelas cerebrais diversas. O tempo de espera é apenas para os trâmites técnicos e administrativos para a cirurgia, pois se trata de evento futuro e certo. Dra. Suzana lamenta o ocorrido com Carla, mas informa que nada pode fazer, pois o CPC não prevê mais a medida cautelar existente no CPC/73, talvez no máximo peticionar nos autos informando do ocorrido e requerendo o adiamento da audiência para aguardar a melhor recuperação da testemunha enferma, ou mesmo conseguirem uma testemunha substituta. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) Está correta a informação jurídica prestada pela Dra. Suzana? 
R: Não, pois será antecipada a produção de prova, com o intuito de preservar e permitir o depoimento, não havendo necessidade de esperar a audiência de instrução e julgamento. 
b) É possível que Atas Notariais possam atestar ou documentar a existência de fatos jurídicos materiais e servirem de meio probatório em Juízo ? 
R: Sim, pois a ata notarial é uma espécie de prova. 
Caso concreto 8) Questão Discursiva: A Administradora Joia Rara Ltda está em litígio com a empreiteira Obra Boa Ltda, contratada para reformar apartamento específico e não consegue se conformar com a decisão do juiz que indeferiu requerimento formulado por seu advogado para realização de prova pericial que comprovasse a má prestação dos serviços prestados, além da não prestação de outros. O juiz indeferiu o pleito, alegando já existir nos autos o requerimento tempestivo (e deferido) do advogado da Administradora Joia Rara sobre produção de provas (documental e testemunhal), não havendo agora, em outro momento processual, possibilidade de novo requerimento para meio probatório distinto. O advogado da Administradora Joia Rara Ltda discorda da posição do juiz e pretende recorrer da decisão de qualquer jeito, pois vislumbra violação legal e constitucional no caso. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) Está correta a posição juiz em relação ao momento requerimento de produção de provas? 
R: Não, pois a prova poderia ser produzida na fase probatória. A tendência é a aceitação sob pena de violação ao devido processo legal e ao acesso à justiça. 
b) Quais as diferenças entre prova pericial e inspeção judicial? 
R: A prova pericial consiste numa prova técnica realizada por perito. Já inspeção judicial é realizada pelo magistrado em qualquer fase do processo a fim de se esclarecer sob fato interessante ao julgamento da causa.
Caso concreto 9) André e Lívio figuram respectivamente como autor e réu em ação de cumprimento contratual que tem como objeto a prestação de serviços de manutenção de aparelhos de ar condicionado. O contrato foi firmado pelas partes e vinha sendo cumprido normalmente, até que em determinado mês, sem nenhuma razão específica, Lívio deixou de realizar o serviço. Após realizar duas notificações, André optou pelo Poder Judiciário para tentar resolver seu problema. O advogado de André distribuiu a petição inicial com a opção de não realizar audiência de conciliação ou mediação. Após a citação e apresentação de defesa, o Juiz determina a realização de Audiência de Instrução e Julgamento e intima as partes envolvidas. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos:
a) Considerando que a audiência a ser realizada tem por finalidade instruir e proporcionar condições técnicas para o julgamento do Juiz, é possível ainda haver espaço para a conciliação ou mediação?
R: Sim, pois o objetivo é a conciliação em qualquer fase do processo.
b) O que significa dizer que a audiência de instrução e julgamento é una e indivisível?
R: Que ela deve ser começo, meio e fim de forma ininterrupta, apenas podendo ser cindida em caráter excepcional e devidamente justificada.
Caso concreto 10) Em ação de rescisão contratual, devolução de valores pagos e ainda indenização por danos morais movida por Júlio em face do Mercado Oferta Livre LTDA, a Juíza proferiu sentença onde julgou integralmente procedente o pedido autoral. Júlio questiona seu advogado a respeito da sentença, pois ao realizar a leitura em seu acompanhamento processual na internet, não entendeu o que seriam os termos fundamentação e dispositivo. Júlio também queria saber quais os efeitos práticos que a sentença teria no caso concreto dele. O advogado de Júlio respondeu que toda sentença tem como elementos ou partes obrigatórias: relatório, fundamentação e dispositivo. Questionou autor, por fim, se o juiz poderia alterar o conteúdo da sentença proferida, o que foi afirmado pelo advogado. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) Está correta a informação prestada pelo advogado de Júlio? 
R: Sim a informação está correta, somente a parte dispositiva faz coisa julgada. Ressaltando que no Juizado Especial não é necessário o relatório, pois o mesmo é dispensável. 
b) O juiz pode alterar o conteúdo da sentença após a sua publicação? Em quais hipóteses?
R: Sim, o juiz pode alterar a sentença após a sua publicação nos casos em que houver erro material, erro de cálculo, por meio de embargos de declaração ou pelo juízo de retratação. 
c) O caso acima admite reexame necessário?
R: Não, pois o reexame necessário só é cabível nas ações que envolvam a Fazenda Pública. 
Caso concreto 11) Um espanhol foi condenado em segunda e última instância por um tribunal competente de seu país a pagar a quantia de 50 mil euros por conta de dívidas oriundas de cheques não honrados pelo sistema bancário ou pelo próprio emitente. O caso transitou em julgado e quando foi iniciada a execução, descobriu-se que o devedor tinha se mudado para o Brasil, especificamente para Fortaleza, capital do Ceará. O credor consulta seu advogado a respeito da possibilidade de cumprimento da sentença no Brasil, onde está claro o estabelecimento de nova residência e domicilio do espanhol devedor, inclusive com novos negócios em andamento, conforme relatos e documento obtidos pelas redes sociais. O advogado espanhol contrata os serviços do escritório onde você está estagiando para concretizar o direito material de seu cliente. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) Quais os requisitos para a homologação de sentença estrangeira no Brasil? 
R: A sentença deve ter sido prolatada por um juiz competente (princípio do juiz natural); deve ter sido respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa do réu; o cumprimento do devido processo legal; a sentença não pode ofender os bons costumes, a moral e a ordem pública. 
b) Quais os órgãos judiciários competentes para e homologação e execução no Brasil? 
R: O órgão competente para a homologação é o STJ e, para a execução a competência é da justiça federal. 
c) É cabível antecipação de tutela no procedimento de homologação de sentença estrangeira?
R: Sim, é cabível antecipação da tutela com o objetivo de resguardar um direito. 
Casoconcreto 12) Joana ingressou com uma ação de despejo em face de Laila alegando que a ré não efetuou o pagamento dos aluguéis referente ao imóvel localizado no centro de Minas Gerais. A ré contestou a demanda alegando que, em verdade, o imóvel estava em comodato razão pela qual não cabe o pedido de despejo. O juiz, antes de julgar a causa, apreciou a questão prejudicial concluindo pela inexistência de locação prevalecendo a tese da ré acerca do comodato. Ao final o juiz julgou improcedente o pedido da autora sob o fundamento de que inexiste contrato de locação que ampare sua pretensão. Ao saber da decisão Laila comemora com seu advogado e lhe pergunta se Joana pode promover nova ação de despejo com novos fundamentos. O advogado afirma que infelizmente a solução da questão prejudicial na fundamentação não faz coisa julgada, podendo a autora propor nova ação no futuro, conforme interpretação do art. 504 do CPC. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) Está correta a orientação do advogado? 
R: Não, o advogado está errado. De acordo com o NCPC a coisa julgada pode abranger a questão declaratória.
b) No caso acima ocorre coisa julgada material e formal? 
R: Ocorre coisa julgada material tendo em vista que o juiz julgou o mérito da ação ao analisar a natureza do contrato celebrado, impedindo assim a propositura de nova ação com as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
c) A coisa julgada, no presente caso, afetará terceiros que não participaram da relação processual?
R: Não, pois, em regra, a coisa julgada só atinge as partes que atuam no processo. Entretanto, ela poderá atingir terceiros como, por exemplo, no caso de substituição processual. 
Caso concreto 13) Maurício vendeu seu carro para seu grande amigo Gilson pelo valor de R$15.000,00. Na ocasião Gilson se comprometeu a realizar a comunicação junto ao DETRAN e regularizar a propriedade do veículo. Passados 02 anos, Maurício é notificado para responder a um processo de suspensão do direito de dirigir em razão do excesso de multas referentes ao veículo vendido, que ainda estava em seu nome. Muito chateado com a situação e sem conseguir localizar seu amigo, Maurício propôs ação de obrigação de fazer em face de Gilson cujo objeto era a condenação do réu na obrigação de regularizar a propriedade do carro junto ao DETRAN. Após a instrução da causa, o juiz julgou procedente o pedido para determinar que o réu regularize a propriedade do veículo, no prazo de 20 dias, sob pena de multa diária de R$1.000,00. Após o término do prazo, sem o cumprimento da obrigação, o juiz, a requerimento do autor, aumenta a multa diária para R$2.000,00. O réu apresentou petição requerendo a reconsideração da decisão, pois, de acordo com o art. 502 do CPC, a coisa julgada torna imutável a decisão sendo incabível o aumento da multa diária após o trânsito em julgado. Diante do caso indaga-se: 
a) Esta correta a argumentação do réu? 
R: Não está correta a argumentação do réu, pois o fenômeno da coisa julgada não se aplica às sentenças que condenem à obrigação de fazer e obrigação de dar coisa certa. Sendo assim, o juiz pode aumentar o valor da multa ou tomar outras providências que achar necessárias. 
b) Considerando a doutrina sobre o tema, qual é a distinção entre coisa julgada e preclusão?
R: A coisa julgada é um efeito do trânsito em julgado da sentença, resultando na proibição de discutir aquilo que foi julgado. Sendo a coisa julgada material também não será possível a propositura de nova ação. Se tratando da preclusão, é a perda do direito de praticar um ato processual pelo decurso do prazo.
Caso concreto 14) Temístocles ingressou com ação em face da empresa de Telefonia Fone Fácil S.A formulando declaratório de inexistência de relação jurídica combinado com condenação por danos materiais e morais. Segundo o autor, a ré teria realizado inscrição indevida de seu nome no cadastro de inadimplentes em razão de suposta dívida de contas pretéritas de titularidade do autor. Após contestação da ré, o juiz, não havendo mais necessidade de realização de mais provas, resolveu o caso com julgamento antecipado da lide, julgando procedente o pedido autoral e estipulando a indenização total no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais), entendo ser este valor suficiente para reparar os danos materiais e morais suscitados e provados nos autos. A decisão transitou em julgado e Temístocles inicia a fase de execução em face da agora executada, Telefonia Fone Fácil S.A. Em diligências internas na empresa, o advogado da Telefonia Fone Fácil S.A descobre que já havia uma decisão judicial transitada em julgado em face de Temístocles, envolvendo os mesmos fatos jurídicos suscitados na ação atual. Indignado, o advogado resolve ingressar com Ação Rescisória. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) É possível Ação Rescisória no presente caso? 
R: Sim é cabível ação rescisória, pois a primeira decisão, ao transitar em julgado analisando-se o mérito, fez coisa julgada material, o que impede a propositura de nova ação com as mesmas partes, o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. 
b) Qual o órgão competente para conhecer e julgar a Ação Rescisória? 
R: A competência para conhecer e julgar a ação rescisória é originária dos Tribunais, ou seja, órgãos de 2ª instância. 
c) Quais são as consequências processuais nos casos em que a ação rescisória é proposta no juízo incompetente?
R: As consequências de ação rescisória proposta em juízo incompetente é a emenda da inicial e o remetimento dos autos ao tribunal competente.
Caso concreto 15) Em Ação Rescisória proposta por Godofredo em face de Silas houve requerimento de concessão de tutela provisória, considerando que Godofredo alega que em razão da flagrante nulidade do julgamento anterior (violação manifesta de norma jurídica objeto de súmula de jurisprudência dominante do STF) e da fase em que se encontra a execução, é possível que seu bem imóvel seja levado à hasta pública, com demasiado perigo de dano irreparável ou mesmo de dificílima reparação. O relator admite a petição inicial e, incontinente, defere o requerimento de Godofredo para suspender a execução até a decisão final da Ação Rescisória. Silas inconformado, afirma que decisão antecipada do relator seria uma violação constitucional do contraditório e da ampla defesa, pelo que não se conformará com a decisão. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: 
a) A Ação Rescisória poderia ser admitida no presente caso? 
R: Sim, pois admite-se a paralisação do processo de execução sempre que estiver fundamentada a decisão em perigo de grave dano de difícil ou incerta reparação.
b) Existe a possibilidade de concessão de tutela provisória em sede de Ação Rescisória.
R: Sim, a tutela provisória será possível para resguardar o direito de uma das partes.

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