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GAAL - Lista de Exerc´ıcios - 5 Diagonalizac¸a˜o e coˆnicas SOLUC¸O˜ES Exerc´ıcio 1: Considere o plano pi de equac¸a˜o 2x+ y − 3z = 0. (a) Mostre que este plano e´ um subespac¸o de R3 exibindo uma base {W1,W2} para pi. Observe que se este e´ o caso, enta˜o pi e´ o espac¸o gerado por W1 e W2, ou seja, pi e´ o conjunto de todas as combinac¸o˜es lineares de W1 e W2. Complete esta base {W1,W2} de pi para uma base {W1,W2,W3} de R3. (b) Determine uma base ortogonal {V1, V2} de pi. Complete esta base para uma base ortogonal {V1, V2, V3} de R3. (c) Determine uma base ortonormal {U1, U2} de pi. Complete esta base para uma base ortonormal {U1, U2, U3} de R3. SOLUC¸A˜O: (a) Uma base para um subespac¸o e´ um conjunto de vetores linearmente independentes que geram o espac¸o. No caso de um plano pela origem, uma base e´ um conjunto de dois vetores na˜o paralelos pertencentes a este plano. Na˜o existe regra ou restric¸a˜o alguma: basta escolher dois vetores quaisquer no plano com o cuidado de um na˜o ser mu´ltiplo do outro. Existem va´rias maneiras para se obter estes dois vetores. • 1o modo: atribuindo valores. Queremos uma base para o plano 2x+y−3z = 0. Substituindo, por exemplo, x = 0 e z = 1 nesta equac¸a˜o obtemos y = 3. Isto significa que W1 = (0, 3, 1) e´ um vetor do plano pi. Substituindo agora, por exemplo, x = 2 e z = 1 obtemos y = −1. Logo W2 = (2,−1, 1) e´ um outro vetor deste plano. Como W1 e W2 na˜o sa˜o mu´ltiplos um do outro, o conjunto {W1,W2} e´ uma base para pi. (nesta soluc¸a˜o poderiam ser escolhidos outros valores para x e z) • 2o modo: separando as varia´veis. Da equac¸a˜o 2x + y − 3z = 0 obtemos y = −2x+3z. Logo todo vetor W do plano pi e´ da forma W = (x,−2x+3z, z) onde x e z sa˜o varia´veis livres. Separando estas varia´veis na expressa˜o de W obtemos W = x(1,−2, 0) + z(0, 3, 1). Esta expressa˜o mostra que se W1 = (1,−2, 0) e W2 = (0, 3, 1) enta˜o todo vetor de pi e´ uma combinac¸a˜o linear de W1 e W2. Como estes vetores na˜o sa˜o mu´ltiplos um do outro, conclu´ımos que {W1,W2} tambe´m e´ uma base de pi. Ja´ calculamos uma base {W1,W2} para o plano pi. Para completar esta base para uma base {W1,W2,W3} de R3 basta escolher W3 qualquer vetor na˜o pertencente ao plano pi, pois uma base de R3 e´ um conjunto de treˆs vetores na˜o coplanares. A escolha deste vetor W3 tambe´m e´ livre: ele pode ser escolhido como qualquer vetor que na˜o esta´ no plano pi. Por exemplo, como x = 1, y = 0 e z = 0 na˜o satisfazem a equac¸a˜o 2x+ y − 3z = 0, podemos considerar W3 = (1, 0, 0). 1 (b) Queremos agora uma base ortogonal para o plano pi. Ou seja, queremos determinar dois vetores perpendiculares, ambos pertencentes ao plano pi. Vamos determinar uma tal base de dois modos diferentes. • 1o modo: usando projec¸a˜o ortogonal. No item (a) vimos, por exemplo, que se W1 = (1,−2, 0) e W2 = (0, 3, 1) enta˜o {W1,W2} e´ uma base de pi. Como 〈W1,W2〉 = −6 6= 0, esta base na˜o e´ ortogonal. Vamos mudar desta base para uma base ortogonal {V1, V2} usando projec¸a˜o ortogonal. Observando a figura a seguir, estes vetores podem ser definidos por V1 = W1 e V2 = W2 − projV1(W2) Efetuando os ca´lculos obtemos V1 = W1 = (1,−2, 0) V2 = W2 − projV1(W2) = (0, 3, 1)− 0− 6 + 0 1 + 4 + 0 (1,−2, 0) = ( 6 5 , 3 5 , 1 ) . Observe que estes vetores V1 = (1,−2, 0) e V2 = ( 6 5 , 3 5 , 1 ) satisfazem a equac¸a˜o 2x + y − 3z = 0 e que, como tinha que ser, 〈V1, V2〉 = 0. Portanto, {V1, V2} e´ uma base ortogonal de pi. • 2o modo: usando o produto vetorial. Ache um vetor qualquer V1 pertencente ao plano pi. Por exemplo, podemos considerar V1 = W1 = (1,−2, 0). Agora considere um vetor normal de pi. Como pi tem equac¸a˜o 2x+ y − 3z = 0, um tal vetor normal pode ser N = (2, 1,−3). Se definimos V2 como o produto vetorial V2 = V1 × N , enta˜o V2 e´ um vetor ortogonal a N (logo pertencente ao plano pi) e V2 e´ ortogonal a V1. Isto significa que {V1, V2} e´ uma base ortogonal de pi. Calculando o produto vetorial V2 = V1 ×N = det ~i ~j ~k1 −2 0 2 1 −3 = (6, 3, 5). Portanto obtemos V1 = (1,−2, 0) e V2 = (6, 3, 5). Ja´ sabemos calcular uma base ortogonal {V1, V2} de pi. Para completar esta base para uma base ortogonal {V1, V2, V3} de R3, podemos considerar V3 = N = (2, 1,−3) onde N e´ vetor normal de pi. Se este e´ o caso, V1, V2 e V3 = N sa˜o treˆs vetores, dois a dois ortogonais, e esta e´ a definic¸a˜o de base ortogonal. 2 (c) No item (b) vimos que se V1 = (1,−2, 0), V2 = (6, 3, 5) e V3 = (2, 1,−3) enta˜o {V1, V2, V3} e´ uma base ortogonal de R3. Considerando vetores unita´rios U1 = V1 ‖ V1 ‖ = ( 1√ 5 ,− 2√ 5 , 0 ) U2 = V2 ‖ V2 ‖ = ( 6√ 70 , 3√ 70 , 5√ 70 ) U3 = V3 ‖ V3 ‖ = ( 2√ 14 , 1√ 14 ,− 3√ 14 ) obtemos uma base ortonormal {U1, U2, U3} de R3 de modo que {U1, U2} e´ uma base ortonormal de pi. Exerc´ıcio 2: Para cada uma das matrizes abaixo, fac¸a o que se pede. A = [ 5 2 2 2 ] A = 0 1 11 0 1 1 1 0 (a) Mostre que A e´ diagonaliza´vel exibindo uma matriz invert´ıvel P e uma matriz diagonal P tais que P−1AP = D. (b) Como A e´ uma matriz sime´trica sabemos que A e´ diagonaliza´vel por uma matriz ortogonal. Enta˜o construa uma matriz ortogonal P e uma matriz diagonal D tais que P−1AP = D. (c) Para a matriz P que voceˆ calculou no item (b), verifique que P realmente e´ uma matriz ortogonal, mostrando a igualdade P−1 = P t atrave´s do ca´lculo do produto P tP . SOLUC¸A˜O 1: Vamos considerar incialmente A = [ 5 2 2 2 ] . (a) Para A ser uma matriz diagonaliza´vel devemos ter P−1AP = D, em que P e´ uma matriz invert´ıvel e D e´ uma matriz diagonal. Mais ainda sabemos que as colunas de P sa˜o autovetores e os elementos da diagonal de D sa˜o os respectivos autovalores de A. Enta˜o vamos calcular os autovalores e os autovetores de A. • Polinoˆmio caracter´ıstico. p(λ) = det [ 5− λ 2 2 2− λ ] = λ2 − 7λ+ 6. • Autovalores. p(λ) = λ2 − 7λ+ 6 = 0. Tem como ra´ızes λ = 1 e λ = 6. 3 • Autovetores para λ = 1 [ 4 2 2 1 ] [ x y ] = [ 0 0 ] Deste sistema linear obtemos a equac¸a˜o 2x + y = 0 ou seja y = −2x. Assim o autoespac¸o associado ao autovalor λ = 1 e´ o seguinte subespac¸o de R2 W1 = { [ x −2x ] ∈ R2 | ∀ x ∈ R } • Autovetores para λ = 6 [ −1 2 2 −4 ] [ x y ] = [ 0 0 ] Deste sistema linear obtemos a equac¸a˜o −x + 2y = 0 ou seja x = 2y. Assim o autoespac¸o associado ao autovalor λ = 6 e´ o seguinte subespac¸o de R2 W6 = { [ 2y y ] ∈ R2 | ∀ y ∈ R } • Depois de calcular todos os autovalores e todos os autovetores podemos construir as matrizes P e D. Como A possui autovalores 1 e 6, definimos D = [ 1 0 0 6 ] . Tomando, por exemplo, x = 1 no conjunto W1 e y = 1 no conjunto W6 obtemos os seguintes autovetores associados ao autovalores 1 e 6 respectiva- mente. V1 = [ 1 −2 ] V2 = [ 2 1 ] Colocando estes vetores V1 e V2 como colunas obtemos P = [ 1 2 −2 1 ] . (b) Neste exerc´ıcio, A e´ uma matriz sime´trica. Sabemos que, neste caso, autovetores associados a autovalores diferentes sa˜o vetores ortogonais. Observe que este realmente e´ o caso pois 〈V1, V2〉 = 0, sendo V1 e V2 os autovetores calculados no item anterior. Para construir uma matriz ortogonal, as suas colunas devem ser vetores ortogonais e unita´rios. No item anterior ja´ encontramos vetores ortogonais. Para obter agora vetores unita´rios, basta dividir os vetores encontrados no item anterior pelas suas normas. Considere enta˜o os seguintes autovetores unita´rios associados aos autovalores 1 e 6 respectivamente. U1 = V1 ‖ V1 ‖ = 1√ 5 − 2√ 5 U2 = V2‖ V2 ‖ = 2√ 5 1√ 5 4 Colocando estes vetores U1 e U2 como colunas obtemos P = 1√ 5 2√ 5 − 2√ 5 1√ 5 . (c) Considerandoa matriz P calculada no item anterior cujas colunas sa˜o os vetores U1 e U2, efetue a multiplicac¸a˜o P tP e observe, ao fazer a conta, que o resultado desta multiplicac¸a˜o e´ a matriz de produtos escalares P tP = [〈U1, U1〉 〈U1, U2〉 〈U2, U1〉 〈U2, U2〉 ] Como {U1, U2} e´ uma base ortonormal do plano, conjunto de dois vetores unita´rios e perpendiculares, esta matriz e´ igual a matriz identidade. Da´ı P tP = I. Mas como P−1P = I, de fato, provamos que P t = P−1. SOLUC¸A˜O 2: Vamos considerar agora a matriz A = 0 1 11 0 1 1 1 0 (a) Sabemos que as colunas de P sa˜o autovetores e que na diagonal de D aparecem os autovalores de A. Enta˜o vamos calcular os autovetores e os autovalores de A. • Polinoˆmio caracter´ıstico. p(λ) = det −λ 1 11 −λ 1 1 1 −λ = −λ3 + 3λ+ 2. • Autovalores sa˜o as ra´ızes de λ3 − 3λ − 2 = 0. Resolvendo obtemos λ = 2, λ = −1 e λ = −1. • Autovetores para λ = −1 1 1 11 1 1 1 1 1 xy z = 00 0 Deste sistema linear obtemos a equac¸a˜o x + y + z = 0, que e´ a equac¸a˜o de um plano pela origem. Isolando x, por exemplo, obtemos x = −y− z e assim o autoespac¸o associado ao autovalor λ = −1 e´ o seguinte subespac¸o de R3 W−1 = −y − zy z ∈ R3 | ∀ y, z ∈ R . Separando as varia´veis tambe´m podemos escrever W−1 = y −11 0 + z −10 1 ∈ R3 | ∀ y, z ∈ R . 5 • Autovetores para λ = 2 −2 1 11 −2 1 1 1 −2 xy z = 00 0 Resolvendo este sistema linear obtemos x = y = z. Assim o autoespac¸o associado ao autovalor λ = 2 e´ o seguinte subespac¸o de R3 W2 = tt t ∈ R3 | ∀ t ∈ R = t 11 1 ∈ R3 | ∀ t ∈ R . • Depois de calcular todos os autovalores e todos os autovetores podemos construir as matrizes P e D. Como A possui autovalores −1, −1 e 2, definimos D = −1 0 00 −1 0 0 0 2 . Tomando, por exemplo, y = 1 e z = 0 no conjunto W−1 e depois considerando y = 0 e z = 1 no conjunto W−1 obtemos a seguinte base de autovetores para o plano x+ y + z = 0, que e´ o conjunto dos autovetores para λ = −1. V1 = −11 0 V2 = −10 1 . Tomando, por exemplo, t = 1 no conjunto W2, obtemos o seguinte vetor diretor para a reta W2 que e´ o conjunto dos autovetores associados ao autovalor λ = 2. V3 = 11 1 . Colocando estes vetores V1, V2 e V3 como colunas obtemos P = −1 −1 11 0 1 0 1 1 . (b) Como A e´ uma matriz sime´trica sabemos que autovetores associados a autovalores diferentes sa˜o vetores ortogonais. Observe que isto realmente ocorre pois 〈V1, V3〉 = 0 e 〈V2, V3〉 = 0, lembrando que V1 e V2 sa˜o autovetores para λ = −1, enquanto V3 e´ autovetor para λ = 2. Para construir uma matriz ortogonal P , as suas colunas devem ser vetores ortogonais e unita´rios. Enta˜o precisamos encontrar uma base ortonormal para o conjunto W2. Como este conjunto e´ um plano, vamos lembrar do exerc´ıcios 1 (c), onde aprendemos a calcular uma base ortonormal para um plano. Vamos enta˜o, a partir da base {V1, V2}, reproduzir a soluc¸a˜o daquele exerc´ıcio, para obter uma 6 base ortogonal {V ′1 , V ′2} do plano W2. So´ para economizar espac¸o, escrevendo os vetores em linha, defina: V ′1 = V1 = (−1, 1, 0) V ′2 = V2 − projV1(V2) = (−1, 0, 1)− 1 + 0 + 0 1 + 1 + 0 (−1, 1, 0) = ( −1 2 ,−1 2 , 1 ) . Para obter vetores unita´rios, basta dividir estes vetores pelas suas respectivas normas. Deste modo uma base ortonormal {U1, U2} do subespac¸o W2 e´ formada pelos vetores U1 = V ′1 ‖ V ′1 ‖ = ( − 1√ 2 , 1√ 2 , 0 ) U2 = V ′2 ‖ V ′2 ‖ = ( − 1√ 6 ,− 1√ 6 , 2√ 6 ) Agora para o autovalor λ = 2, o autoespac¸o associado e´ a reta que passa pela origem e tem vetor diretor V3 = (1, 1, 1). Um vetor unita´rio nesta reta pode ser U3 = V3 ‖ V3 ‖ = ( 1√ 3 , 1√ 3 , 1√ 3 ) Colocando estes vetores U1, U2 e U3 como colunas, obtemos a seguinte matriz ortogonal P que tambe´m diagonaliza A. P = − 1√ 2 − 1√ 6 1√ 3 1√ 2 − 1√ 6 1√ 3 0 2√ 6 1√ 3 . (c) Considerando a matriz P calculada no item anterior cujas colunas sa˜o os vetores U1, U2 e U3, efetue a multiplicac¸a˜o P tP e observe, ao fazer a conta, que o resultado desta multiplicac¸a˜o e´ a matriz de produtos escalares P tP = 〈U1, U1〉 〈U1, U2〉 〈U1, U3〉〈U2, U1〉 〈U2, U2〉 〈U2, U3〉 〈U3, U1〉 〈U3, U2〉 〈U3, U3〉 Como {U1, U2, U3} e´ uma base ortonormal de R3, conjunto de treˆs vetores unita´rios e perpendiculares, esta matriz e´ igual a matriz identidade. Da´ı P tP = I. Mas como P−1P = I, de fato, provamos que P t = P−1. Exerc´ıcio 3: No sistema de coordenadas usual xy considere a para´bola de equac¸a˜o y = x(x− 2). Efetue uma rotac¸a˜o de 30o nesta para´bola e determine a equac¸a˜o, no mesmo sistema de coordenadas xy, da curva resultante apo´s a rotac¸a˜o. Determine explicitamente as coordenadas do ve´rtice desta para´bola rodada. 7 SOLUC¸A˜O: Vamos relembrar da seguinte propriedade da matriz de rotac¸a˜o Rθ = [ cos θ −sen θ sen θ cos θ ] . • Dado um ponto P = (x, y), o ponto Q = (x′, y′) obtido de P por uma rotac¸a˜o de aˆngulo θ ao redor da origem e´ tal que Q = RθP , ou seja,[ x′ y′ ] = [ cos θ −sen θ sen θ cos θ ] [ x y ] . • Enta˜o as coordenadas de P e Q esta˜o relacionadas por Q = RθP e P = R−θQ . Voltando para o exerc´ıcio, temos a para´bola de equac¸a˜o y = x2 − 2x e queremos obter a equac¸a˜o da para´bola obtida desta por uma rotac¸a˜o de 30o ao redor da origem. Enta˜o, dado um ponto A = (x, y) no plano cartesiano, queremos obter uma relac¸a˜o entre as coordenadas x e y que garanta que este ponto esta´ na para´bola rodada. Deste modo, vamos considerar um ponto A = (x, y) no plano cartesiano. Observe que este ponto esta´ na para´bola rodada se, e somente se, o ponto B = R−30oA esta´ na para´bola original, de equac¸a˜o y = x2−2x. Como observado acima, o ponto B e´ obtido de A por uma rotac¸a˜o de 30o no sentido hora´rio. Enta˜o para obter B “desfazemos” a rotac¸a˜o. Efetuando os ca´lculos obtemos B = R−30oA = √ 3 2 1 2 −1 2 √ 3 2 x y ⇒ B = √ 3x+ y 2 −x+√3y 2 . Como B pertente a para´bola original y = x2− 2x, as suas coordenadas devem satisfazer esta equac¸a˜o. Substituindo enta˜o as coordenadas de B nesta equac¸a˜o obtemos −x+√3y 2 = (√ 3x+ y 2 )2 − 2 (√ 3x+ y 2 ) . Desenvolvendo os quadrados e simplificando obtemos: 3x2 + 2 √ 3xy + y2 + 2x− 4 √ 3x− 4y − 2 √ 3 y = 0. Esta e´ a equac¸a˜o procurada. Observe que ela relaciona as coordenadas de um ponto A = (x, y) na para´bola rotacionada. 8 A para´bola y = x2 − 2x tem ve´rtice no ponto V = (1,−1). Efetuando uma rotac¸a˜o de 30o obtemos o ve´rtice R30oV da para´bola rotacionada. R30oV = √ 3 2 −1 2 1 2 √ 3 2 [ 1 −1 ] = √ 3 + 1 2 1−√3 2 . Observac¸a˜o 1: Comec¸ando com uma curva conhecida como a para´bola y = x2 − 2x, procedendo como este exerc´ıcio, efetuando uma rotac¸a˜o, podemos determinar equac¸o˜es complicadas para a curva rotacionada. Foi exatamente isto o que foi feito para a elaborac¸a˜o das equac¸o˜es do pro´ximo exerc´ıcio. Observac¸a˜o 2: Mudando a curva e o aˆngulo, os pro´prios alunos podem inventar exerc´ıcios como o pro´ximo. Enta˜o fac¸a uma rotac¸a˜o no gra´fico de uma curva que voceˆ conhece, obtenha uma equac¸a˜o quadra´tica completa (complicada) e a mostre para o seu amigo fazer o caminho inverso, descobrindo de que curva voceˆ in´ıciou e qual foi o aˆngulo de rotac¸a˜o utilizado. Exerc´ıcio 4: Em cada item, trave´s de uma diagonalizac¸a˜o, ou seja, uma mudanc¸a de varia´veis, reduza a equac¸a˜o dada a umaforma mais simples e fac¸a um esboc¸o do gra´fico desta coˆnica no sistema de coordenadas de eixos x e y. (a) 3x2 + 2 √ 3xy + y2 + 2x− 2√3y = 0 (b) 13x2 − 6√3xy + 7y2 = 16 (c) 4x2 + 4xy + y2 − 3√5x − 4√5y = 15 SOLUC¸A˜O (a) Precisamos diagonalizar A = [ 3 √ 3√ 3 1 ] . • O polinoˆmio caracter´ıstico de A: p(λ) = det [ 3− λ √3√ 3 1− λ ] = λ2 − 4λ. • Autovalores sa˜o ra´ızes de λ2 − 4λ = 0, ou seja, λ = 0 ou λ = 4. • Autovetores para λ = 0. [ 3 √ 3√ 3 1 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Este sistema linear tem como soluc¸a˜o a reta y = −√3x. 9 • Autovetores para λ = 4. [ −1 √3√ 3 −3 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Neste caso obtemos a reta de equac¸a˜o y = √ 3 3 x. • Vetores unita´rios nas direc¸o˜es destas retas sa˜o U1 = √ 3 2 1 2 U2 = − 1 2√ 3 2 . • Colocando estes vetores nas colunas de P , podemos formar as seguintes matrizes P e D que diagonalizam A. D = [ 4 0 0 0 ] P = √ 3 2 −1 2 1 2 √ 3 2 Observe que P = R30o e´ a matriz matriz de rotac¸a˜o de 30 o. • Efetuando a mudanc¸a de coordenadas X ′ = [ x′ y′ ] tal que X ′ = P tX sabemos que a equac¸a˜o quadra´tica dada passa a ter a forma X ′tDX ′ +KPX ′ = 0 no sistema de coordenadas x′y′. Substituindo as matrizes calculadas, obtemos [ x′ y′ ] [ 4 0 0 0 ] [ x′ y′ ] + [ 2 −2√3 ] √ 3 2 −1 2 1 2 √ 3 2 [ x′y′ ] = 0 Efetuando as multiplicac¸o˜es obtemos 4x′2 − 4y′ = 0. Simplificando obtemos a para´bola de equac¸a˜o y′ = x′2 10 Como P = R30o , a coˆnica dada no enunciado e´ obtida da para´bola y = x 2 por uma rotac¸a˜o de 30o. Os gra´ficos destas duas para´bolas esta˜o representados a seguir. SOLUC¸A˜O (b) Precisamos diagonalizar A = [ 13 −3√3 −3√3 7 ] . • O polinoˆmio caracter´ıstico de A: p(λ) = det [ 13− λ −3√3 −3√3 7− λ ] = λ2 − 20λ+ 64. • Autovalores sa˜o ra´ızes de λ2 − 20λ+ 64 = 0, ou seja, λ = 4 ou λ = 16. • Autovetores para λ = 4.[ 9 −3√3 −3√3 3 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Este sistema linear tem como soluc¸a˜o a reta y = √ 3x. • Autovetores para λ = 16.[ −3 −3√3 −3√3 −9 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Neste caso obtemos a reta de equac¸a˜o y = − √ 3 3 x. • Vetores unita´rios nas direc¸o˜es destas retas sa˜o U1 = 1 2√ 3 2 U2 = − √ 3 2 1 2 . 11 • Colocando estes vetores nas colunas de P , podemos formar as seguintes matrizes P e D que diagonalizam A. D = [ 4 0 0 16 ] P = 1 2 − √ 3 2√ 3 2 1 2 Observe que P = R60o e´ a matriz matriz de rotac¸a˜o de 60 o. • Efetuando a mudanc¸a de coordenadas X ′ = [ x′ y′ ] tal que X ′ = P tX sabemos que a equac¸a˜o quadra´tica dada passa a ter a forma X ′tDX ′ +KPX ′ = 16 no sistema de coordenadas x′y′. Substituindo as matrizes calculadas, obtemos [ x′ y′ ] [ 4 0 0 16 ] [ x′ y′ ] + [ 0 0 ] 1 2 − √ 3 2√ 3 2 1 2 [ x′y′ ] = 16 Efetuando as multiplicac¸o˜es obtemos 4x′2 + 16y′2 = 16. Dividindo por 16 obtemos a elipse de equac¸a˜o x′2 4 + y′2 = 1 Como P = R60o , a coˆnica dada no enunciado e´ obtida desta elipse por uma rotac¸a˜o de 60o. Os gra´ficos destas duas elipses esta˜o representados a seguir. 12 SOLUC¸A˜O (c) Precisamos diagonalizar A = [ 4 2 2 1 ] . • O polinoˆmio caracter´ıstico de A: p(λ) = det [ 4− λ 2 2 1− λ ] = λ2 − 5λ. • Autovalores sa˜o ra´ızes de λ2 − 5λ = 0, ou seja, λ = 0 ou λ = 5. • Autovetores para λ = 0. [ 4 2 2 1 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Este sistema linear tem como soluc¸a˜o a reta y = −2x. • Autovetores para λ = 5. [ −1 2 2 −4 ] [ x y ] = [ 0 0 ] . Neste caso obtemos a reta de equac¸a˜o y = 1 2 x. • Vetores unita´rios nas direc¸o˜es destas retas sa˜o U1 = 2√ 5 1√ 5 U2 = − 1√ 5 2√ 5 . • Colocando estes vetores nas colunas de P , podemos formar as seguintes matrizes P e D que diagonalizam A. D = [ 5 0 0 0 ] P = 2√ 5 − 1√ 5 1√ 5 2√ 5 Observe que P tambe´m e´ uma matriz de rotac¸a˜o Rθ. Neste caso, θ e´ tal que cos(θ) = 2√ 5 . 13 • Efetuando a mudanc¸a de coordenadas X ′ = [ x′ y′ ] tal que X ′ = P tX sabemos que a equac¸a˜o quadra´tica dada passa a ter a forma X ′tDX ′ +KPX ′ = 15 no sistema de coordenadas x′y′. Substituindo as matrizes calculadas, obtemos [ x′ y′ ] [ 5 0 0 0 ] [ x′ y′ ] + [ −3√5 −4√5 ] 2√ 5 − 1√ 5 1√ 5 2√ 5 [ x′y′ ] = 15 Efetuando as multiplicac¸o˜es obtemos 5x′2−10x′−5y′ = 15. Simplificado obtemos a para´bola de equac¸a˜o y′ = x′2 − 2x′ − 3 Esta para´bola e´ coˆncava para cima, cruza o eixo y′ em y′ = −3 e possui ra´ızes x′ = −1 e x′ = 3. Efetuando uma rotac¸a˜o no gra´fico desta para´bola de modo que os eixos x′ e y′ coincidam com as retas y = 1 2 x e y = −2x, respectivamente, obtemos o gra´fico da coˆnica dada no enunciado deste exerc´ıcio. - FIM - 14
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