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Manual de revestimentos de argamassas - ABCP

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Manual de Revestimentos 1INT
Manual de
Revestimentos
de Argamassa
2INT Manual de Revestimentos
O Manual é uma das ferramentas do Projeto Revestimentos
de Argamassa disponibilizadas para a Comunidade da
Construção. Por ser instrumento de uma comunidade
técnica ativa, é nosso objetivo que o Manual seja
continuamente criticado, modificado e atualizado.
Para facilitar tanto a expressão de idéias dos usuários do
Manual quanto a obtenção de cópias atualizadas, foi criada
uma seção específica dentro da área logada do site
www.comunidadedaconstrucao.com.br
Questões mais polêmicas que eventualmente surjam,
serão tratadas em fóruns específicos dentro do site.
Créditos
Concepção, gerenciamento e produção
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Textos
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
Eng. Bruno Szlak
Enga. Eliana Taniguti
Enga. Elza Nakakura
Enga. Érika Mota
Enga. Mércia Bottura
Eng. Valter Frigieri
Contribuições técnicas
Associação Brasileira de Argamassa Industrializada (ABAI)
Eng. Adilson Schiavoni
Ana Starka
Eng. Arnaldo Battagin
Enga. Giselle Martins
Eng. Marcelo Coutinho
Eng. Pedro Bastos
Enga. Rubiane Antunes
Ilustrações
Malu Dias Marques – Drops Produções e Design
Diagramação
Maria Alice Gonzales - Drops Produções e Design
Capa e Divisórias
Azul Publicidade & Propaganda S/C Ltda.
Fotos tema de capítulos
Tico Utiyama
Introdução
Manual de Revestimentos 3INT
Introdução
A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), em
um trabalho conjunto com diversas empresas, entidades
e profiss ionais da cadeia produtiva, apresenta o
Manual de Revestimentos de Argamassa.
O Manual de Revestimentos, juntamente com uma série de
outras ferramentas de capacitação, organização e implantação,
faz parte do esforço da construção de uma comunidade de
empresas profissionais que lutam para melhoria do
desempenho dos sistemas construtivos à base de cimento.
Objetivos do manual
O Manual que você está recebendo apresenta diferenças em
relação às publicações existentes no mercado.
Em primeiro lugar o Manual está inserido em um Projeto, o
que lhe garante uma "vida" que extrapola o meio físico. Essa
vida permite tanto a atualização constante do conteúdo,
quanto canais para solução de dúvidas e aprofundamento de
certas questões.
Em segundo lugar, é um Manual que procurou, já na sua
primeira versão, reunir o conjunto de informações técnicas
sobre revestimentos de argamassa, de maneira sistêmica.
Em terceiro lugar, privilegiou as necessidades do tomador de decisão
que atua em uma construtora e que enfrenta hoje, o desafio de
melhorar os resultados operacionais de sua obra e empresa.
Na prática estamos falando de:
a) recuperar os conceitos físicos que são importantes
para a execução da obra, para as especificações e para
o diálogo com a indústria de materiais;
b) organizar o conjunto de decisões que o profissional
deve tomar em cada subsistema, de forma que elas
estejam organizadas no tempo e coerentes com as
soluções disponíveis no mercado;
c) estabelecer as bases para geração do Projeto de
Revestimentos, permitindo que se especifique os
materiais mais adequados para cada situação e também
as condições necessárias para otimizar a execução;
d) discutir as práticas recomendadas de produção
de maneira que se alcance a melhoria da qualidade e
produtividade.
Tudo isso, visando aumentar o desempenho dos
revestimentos de argamassa.
Introdução
4INT Manual de Revestimentos
Dimensões do desempenho
Custos
Os revestimentos representam uma parcela significativa do
custo de construção de edifícios. Segundo a Revista
Construção Mercado (março 2003), tais custos representam
cerca de 10 a 30% do total da construção, dependendo do
tipo da edificação e do seu padrão. Os revestimentos de
argamassa, muitas vezes, podem representar a maior fração
dos custos citados.
Produtividade
Segundo o Instituto McKinsey a produtividade da mão-de-
obra na construção brasileira seria aproximadamente 1/3
da produtividade americana e ficaria em um patamar
inferior a uma série de outros países.
A justificativa de que esses países utilizam processos
produtivos de natureza distinta do brasileiro não parece
explicar corretamente a diferença. Se observarmos algumas
pesquisas de produtividade realizadas em nosso país,
observaremos um quadro semelhante ao apresentado abaixo.
Introdução
Fonte: Relatórios MGI
Manual de Revestimentos 5INT
Fonte: McKinsey, Global Institute
Introdução
Fonte: Espinelli e Cocito, 1999 III SBTA
O gráfico explicitando diferenças diárias significativas de
produtividade parece indicar que mesmo os processos
tradicionais de produção são potencialmente capazes de
atingirem resultados muito melhores. De certa forma, eles
apontam na mesma direção do referido relatório da
McKinsey que indicam que variáveis como subempreiteiros
especializados, planejamento e projeto respondem pela
maior parte da diferença de produtividade observada.
O único paradoxo é entender porque, apesar do seu
enorme potencial de resultados, a produtividade tem sido
esquecida mesmo pelas construtoras que investem em
modernização.
6INT Manual de Revestimentos
Qualidade
Uma medida primordial para se alcançar melhor qualidade
do revestimento é a elaboração de um projeto específico, com
os parâmetros necessários à adequada execução dos serviços.
Introdução
Fonte: Possibilidade de reduzir custos de falhas [Hammarlund; Josephson, 1992].
A maior parte das medidas de racionalização construtiva
devem ser adotadas ainda na etapa de projeto, por
permitirem a obtenção de resultados de maior amplitude
e garantirem a fixação de conhecimentos tecnológicos
dentro da prática construtiva da empresa.
Manual de Revestimentos 7INT
Estruturação do manual
O Manual é organizado em 8 capítulos. O primeiro
consiste nessa introdução. O capítulo 2 aborda os
Conceitos, em que são apresentadas as definições do
revestimento de argamassa, suas funções, características
e propriedades, além dos materiais constituintes.
No capítulo 3 são tratados os Sistemas de Produção.
Caracteriza-se cada um dos sistemas disponíveis no
mercado, argamassa preparada na obra, industrializada em
sacos, preparada em central e industrializada em silos,
oferecendo uma matriz de decisão baseada em
determinantes como: estocagem, transporte, mão-de-obra,
prazo, entre outros.
O capítulo 4, Projeto, Planejamento e Logística, apresenta
os parâmetros necessários para a definição da tecnologia
a ser empregada, ou seja, da especificação dos materiais
e técnicas a serem adotadas, de maneira que o revestimento
cumpra com sua função, respeitando os prazos e custos.
O capítulo 5 compreende a Execução de Revestimentos
em Fachadas. O capítulo 6, Execução de Revestimentos
Internos e o capítulo 7, Execução de Contrapisos. Esses
capítulos abordam a sequência de atividades, detalhando
cada uma das etapas de execução e apresentando dicas
importantes para se alcançar o desempenho desejado.
No capítulo 8, Controle para Revestimentos Internos
e Externos, são definidos os itens de controle de forma precisa,
para orientar as especificações do projeto de revestimento.
Introdução
8INT Manual de Revestimentos
Cada um desses capítulos é estruturado atendendo a
cinco requisitos:
1. As decisões estão organizadas. Ou seja, o gestor terá
modelado as variáveis que definem escolhas na obra.
Riscos e ganhos são avaliados.
2. As principais variáveis estão mencionadas e, principalmente,
relacionadas aos processos de execução de obra.
3. Os custos relativos estão considerados de forma
que o gestor possa avaliar o impacto de suas decisões.
4. As principais tecnologias estão relacionadas.
5. Os processos principais de execução estão relacionados
em boas práticas.
Manual de revestimentos:
Ferramenta de um processo sistêmicoA opção elaboração de um Manual para os tomadores de
decisão foi escolhida a partir da percepção que é na gestão
dos sistemas produtivos que se concentram os maiores
ganhos e as maiores perdas das construtoras.
É claro que o Manual é apenas parte do processo. Somam
a ele os cursos de capacitação, as palestras, e tantas outras
iniciativas que têm como objetivo gerar potencial para um
salto de qualidade na cadeia produtiva ligada aos
revestimentos de argamassa.
Ao receber esse Manual sua empresa, de fato, ingressa
em uma comunidade técnica cuja sede é o site
www.comunidadedaconstrucao.com.br
Através dessa sede virtual, sua empresa acessará as
atualizações de conteúdo do Manual, colocará, dúvidas que
serão respondidas e passará a compartilhar dados, como
por exemplo, alguns índices de projeto e produtividade.
Manual de Revestimentos 1CON
Conceitos
Revestimentos
Definição
Função
Argamassas para revestimento
Chapisco
Emboço
Reboco
Materiais Constituintes
Cimento Portland
Cal
Água
Areia
Aditivo
Características e Propriedades
Capacidade de aderência
Resistência mecânica
Capacidade de absorver deformações
Estanqueidade
Propriedades da superfície
Durabilidade
Revestimentos
Argamassas para revestimento
Materiais Constituintes
Características e Propriedades
2CON Manual de Revestimentos
Manual de Revestimentos 3CON
Conceitos
Revestimentos
O revestimento de argamassa pode ser entendido como a
proteção de uma superfície porosa com uma ou mais
camadas superpostas, com espessura normalmente
uniforme, resultando em uma superfície apta a receber de
maneira adequada uma decoração final.
As principais funções de um revestimento de argamassa são:
• proteger a base, usualmente de alvenaria e a estrutura
da ação direta dos agentes agressivos contribuindo
para o isolamento termoacústico e a estanqueidade à
água e aos gases;
• permitir que o acabamento final resulte numa
base regular, adequada ao recebimento de outros
revestimentos, de acordo com o projeto arquitetônico,
por meio da regularização dos elementos de vedação.
Para se ter uma idéia numérica da importância do
revestimento como elemento isolante, um revestimento de
argamassa com espessura entre 30 a 40% da espessura da
parede, pode ser responsável por 50% do isolamento acústico,
30% do isolamento térmico e constribui em 100% pela
estanqueidade de uma vedação de alvenaria comum.
Nota
Muitas vezes, as funções
do revestimento ficam
comprometidas devido ao
desaprumo decorrente da falta
de cuidado, no momento da
execução da estrutura e
alvenaria, fazendo com que
seja necessário “esconder na
massa” as imperfeições.
Revestimentos
4CON Manual de Revestimentos
Argamassas para revestimento
A argamassa é um material de construção constituído por
uma mistura homogênea de um ou mais aglomerantes
(cimento ou cal), agregado miúdo (areia) e água. Podem
ainda ser adicionados alguns produtos especiais (aditivos
ou adições) com a finalidade de melhorar ou conferir
determinadas propriedades ao conjunto.
As argamassas utilizadas para revestimento são
as argamassas à base de cal, à base de cimento e
argamassas mistas de cal e cimento.
Dependendo das proporções entre os constituintes da
mistura e sua aplicação no revestimento, elas recebem
diferentes nomes em seu emprego (conforme NBR 13529/1995):
Chapisco
Camada de preparo da base, constituída
de mistura de cimento, areia e aditivos, aplicada
de forma contínua ou descontínua, com
a finalidade de uniformizar a superfície quanto à
absorção e melhorar a aderência do revestimento.
Emboço
Camada de revestimento executada para
cobrir e regularizar a superfície da base com
ou sem chapisco, propiciando uma superfície
que permita receber outra camada de
reboco ou de revestimento decorativo, ou que
se constitua no acabamento final.
Reboco
Camada de revestimento utilizada para o cobrimento
do emboço, propiciando uma superfície que permita
receber o revestimento decorativo ou que se constitua
no acabamento final.
Massa Única (emboço paulista)
Revestimento executado numa camada única, cumprindo
as funções do emboço e reboco.
Camadas do revestimento em argamassa
Argamassa para
revestimento
Manual de Revestimentos 5CON
Materiais constituintes da argamassa
Cimento Portland
O cimento Portland possui propriedade aglomerante
desenvolvida pela reação de seus constituintes com
a água, sendo assim denominado aglomerante hidráulico.
A contribuição do cimento nas propriedades das
argamassas está voltada sobretudo para a resistência
mecânica. Além disso, o fato de ser composto por finas
partículas contribui para a retenção da água de mistura
e para a plasticidade. Se, por um lado, quanto maior
a quantidade de cimento presente na mistura, maior é a
retração, por outro, maior também será a aderência à base.
De acordo com suas características, os cimento são
classificados em diferentes tipos por normas específicas,
relacionadas na tabela abaixo:
Cal Hidratada
Numa argamassa onde há apenas a presença de cal, sua
função principal é funcionar como aglomerante da mistura.
Neste tipo de argamassa, destacam-se as propriedades de
trabalhabilidade e a capacidade de absorver deformações.
Entretanto, são reduzidas as suas propriedades de resistência
mecânica e aderência.
Em argamassas mistas, de cal e cimento, devido a finura
da cal há retenção de água em volta de suas partículas
e consequentemente maior retenção de água na argamassa.
Assim, a cal pode contribuir para uma melhor hidratação
do cimento, além de contribuir significativamente para
a trabalhabilidade e capacidade de absorver deformações.
Portland comum
Portland composto com escória
Portland composto com pozolana
Portland composto com filler
Portland de alto forno
Portland pozolânico
Portland de alta resistência inicial
Denominação Sigla Norma
CP I
CP II-E
CP II-Z
CP II-F
CP III
CP IV
CP V-ARI
NBR - 5732
NBR - 11578
NBR - 5735
NBR - 5736
NBR - 5733
NBR - 11578
NBR - 11578
Materiais
constituintes
6CON Manual de Revestimentos
Água
A água confere continuidade à mistura, permitindo
a ocorrência das reações entre os diversos componentes,
sobretudo as do cimento.
A água, embora seja o recurso diretamente utilizado pelo
pedreiro para regular a consistência da mistura, fazendo
a sua adição até a obtenção da trabalhabilidade desejada,
deve ter o seu teor atendendo ao traço pré-estabelecido,
seja para argamassa dosada em obra ou na indústria.
Considera-se a água potável como a melhor para elaboração
de produtos à base de cimento Portland. Não devem ser
utilizada águas contaminadas ou com excesso de sais
solúveis. Em geral, a água que serve para o amassamento
da argamassa é a mesma utilizada para o concreto e deve
seguir a NBR NM 137.
Areia
As areias utilizadas na preparação de argamassas
podem ser originárias de:
• rios;
• cava;
• britagem (areia de brita, areia artificial).
O agregado miúdo ou areia é um constituinte das argamassas
de origem mineral, de forma particulada, com diâmetros entre
0,06 e 2,0 mm. A granulometria do agregado tem influência
nas proporções de aglomerantes e água da mistura. Desta
forma, quando há deficiências na curva granulométrica (isto
é, a curva não é contínua) ou excesso e finos, ocorre maior
consumo de água de amassamento, reduzindo a resistência
mecânica e causando maior retração por secagem na
argamassa.
Trabalhabilidade
Retenção de água
Retração na secagem
Porosidade
Aderência
Resistência mecânica
Impermeabilidade
Propriedade
Quanto mais fino Quanto mais descontínua
for a granulometria
Quanto maior o teor
de grãos angulosos
Melhor Pior Pior
Melhor Melhor-
Aumenta Aumenta -
-- Aumenta
Pior Pior Melhor
Pior --Pior Pior -
Nota
Aditivos retentores de água
reduzem a quantidade de água
para a mesma trabalhabilidade.
Aditivos incorporadores de ar
para uma mesma quantidade
de água, melhoram a
trabalhabilidade
Materiais
constituintes
Manual de Revestimentos 7CON
Solicitações a que o revestimento está sujeito
Aditivos
Os aditivos são compostos adicionados em pequena quantidade
à mistura, com a finalidade de melhorar uma ou mais
propriedades da argamassa no estado fresco e no estado
endurecido e sua quantidade é expressa em porcentagem do
aglomerante. Usualmente, através do uso de aditivos, procura-
se diminuir a retração na secagem (para diminuir fissuração),
aumentar o tempo de pega e manter a plasticidade (para facilitar
a trabalhabilidade), aumentar a retenção de água e por fim,
aumentar a aderência da argamassa ao substrato.
Características
e propriedades
Redutores de água (plastificante)
Retentores de água Reduzem a evaporação e a exsudação de água da argamassa fresca e conferem
capacidade de retenção de água frente à sucção por bases absorventes.
Tipos de aditivos
São utilizados para melhorar a trabalhabilidade da argamassa sem alterar
a quantidade de água.
Incorporador de ar
Retardadores de pega
Aumentadores da aderência
Formam microbolhas de ar, estáveis, homogeneamente distribuídas na argamassa,
aumentando a trabalhabilidade e atuando a favor da permeabilidade.
Retardam a hidratação do cimento, proporcionando um tempo maior de utilização.
Proporcionam a aderência química ao substrato.
Hidrofugantes Reduzem a absorção de água da argamassa, mas não a tornam impermeável
e permitem a passagem de vapor d’água.
Características e propriedades
Os revestimentos de argamassa, para cumprir adequadamente
as suas funções, devem possuir características e propriedades
que sejam compatíveis com as condições a que estarão
expostos, com as condições de execução, com a natureza da
base, com as especificações de desempenho, e com o
acabamento final previsto.
8CON Manual de Revestimentos
As principais propriedades que o revestimento de
argamassa deve apresentar, para que possa cumprir
adequadamente as suas funções, estão descritas a seguir.
Capacidade de Aderência
Conceitua-se aderência como a propriedade que possibilita
à camada de revestimento resistir às tensões normais
e tangenciais atuantes na interface com a base.
O mecanismo de aderência se desenvolve principalmente:
• pela ancoragem da pasta aglomerante nos poros da
base, ou seja, parte da água de amassamento contendo
os aglomerantes é succionada pelos poros da base onde
ocorre o seu endurecimento
• e por efeito de ancoragem mecânica da argamassa nas
reentrâncias e saliências macroscópicas da superfície a
ser revestida.
Características
e propriedades
Adesão adequada entre o revestimento e o substrato
O fator mais importante para uma aderência adequada do
revestimento à base é que a camada de argamassa tenha
a maior extensão efetiva de contato possível com a base.
A extensão da aderência depende dos seguintes fatores:
Trabalhabilidade da argamassa e técnica de execução
do revestimento
Tendo trabalhabilidade adequada, a argamassa poderá
apresentar contato mais extenso com a base através de um
melhor espalhamento. A técnica executiva de aplicação, em
função das operações de compactação e prensagem contra
a base, tende a ampliar a extensão de contato.
Manual de Revestimentos 9CON
Aderência inadequada entre o revestimento e o substrato
devido a baixa porosidade do substrato
Aderência inadequada entre o revestimento e o substrato
devido aos capilares sem força de sucção
Aderência inadequada entre o revestimento e o substrato
devido à existência de macroporos no substrato
Aderência inadequada entre o revestimento e o substrato
devido ao excesso de microporos no substrato
Adesão inadequada entre o revestimento e o substrato devido à falta de limpeza
no substrato
Natureza e características da baseNatureza e características da baseNatureza e características da baseNatureza e características da baseNatureza e características da base
O diâmetro, a natureza e a distribuição dos tamanhos dos
poros determinam a rugosidade superficial e a capacidade
de absorção da base, podendo ampliar ou não a extensão
de aderência e a ancoragem do revestimento;
Características
e propriedades
Condições de limpeza da superfície de aplicação:
A extensão de aderência é comprometida pela existência
de partículas soltas ou de grãos de areia, poeira, fungos,
concentração de sais na superfície (eflorescências), camadas
superficiais de desmoldante ou graxa, que representam
barreiras para ancoragem do revestimento à base.
10CON Manual de Revestimentos
Resistência Mecânica
A resistência mecânica é a capacidade dos revestimentos de
suportar esforços das mais diversas naturezas, que resultam,
em tensões internas de tração, compressão e cisalhamento.
Esforços de abrasão superficial, cargas de impacto
e movimentos de contração e expansão dos revestimentos
por efeitos de umidade, são exemplos destas solicitações.
Um método usual de avaliação da resistência, embora ainda
empírico para servir de base para especificações, é o
tradicional risco com prego ou objeto pontiagudo similar,
adotado em obra para qualificar a resistência superficial
dos revestimentos.
Os ensaios normalizados internacionais adotam esferas de
impacto, escovas elétricas de desgaste superficial, ou
preconizam o uso de fitas adesivas para determinação da
massa de revestimento descolada. Para nenhum dos
métodos são especificados valores de referência.
Capacidade de absorver deformações
É a propriedade que o revestimento possui de absorver
deformações intrínsecas (do próprio revestimento) ou
extrínsecas (da base) sem sofrer ruptura, sem apresentar
fissuras prejudiciais e sem perder aderência.
Esta capacidade de absorver deformações é governada pela
resistência à tração e pelo módulo de deformação do
revestimento.
Um dos principais fenômenos que provocam deformações
de retração ocorre tão logo a argamassa é aplicada, devido
à perda de água por sucção da base e por evaporação para
o ambiente. A retração gera tensões internas de tração.
O revestimento pode ou não ter capacidade de resistir a
essas tensões, o que regula o grau de fissuração nas
primeiras idades. Uma boa técnica de aplicação permite que
se trabalhe uma argamassa com menos água, o que
certamente diminui a retração.
O grau de fissuração é função dos seguintes parâmetros:
Teor e natureza dos aglomerantes
Os aglomerantes devem ser de baixa a média reatividade
(normalmente conseguida com baixo teor de aglomerantes,
principalmente o cimento) resultando em argamassa cuja
resistência à tração não seja elevada e permitindo maior
capacidade de deformação.
Características
e propriedades
Manual de Revestimentos 11CON
Teor e natureza dos agregados
A granulometria deve ser contínua para reduzir o volume
de vazios entre os agregados, diminuindo a quantidade de
pasta necessária para o preenchimento e, portanto,
minimizando o potencial de retração. Além disso, o teor
de finos deve ser adequado, uma vez que o excesso destes
irá aumentar o consumo de água de amassamento e com isto,
levar a uma maior retração de secagem do revestimento.
Capacidade de absorção de água da base, condições
ambientais e capacidade de retenção de água
São fatores que podem regular a perda de água do
revestimento durante seu endurecimento e o desenvolvimento
inicial de resistência à tração. Quanto mais lentamente a
argamassa perder água, tanto melhor será para a resistência
mecânica do revestimento.
Técnica de execução
Estabelece o grau de compactação do revestimento e os
momentos de sarrafeamento e desempeno. Estes
parâmetros determinam o teor de umidade remanescente
no revestimento, ou seja, executaro sarrafeamento e o
desempeno em momento inadequado resulta em excesso
de água que pode ser prejudicial ao revestimento
compromentendo sua aderência à base.
Nota
Para que ocorra a penetração
da água da chuva em uma
edificação são necessárias três
condições: água na superfície
da parede, uma abertura através
da qual a água possa passar
e uma força para mover a
água através da abertura.
Teoricamente, se qualquer uma
destas condições é eliminada,
a penetração de chuva será
forçosamente reduzida.
Características
e propriedades
Argamassa com baixo teor de cimento sem provocar fissuras na superfície mas com falhas na interface pasta/agregado
Argamassa com alto teor de cimento provocando fissuras na superfície por retração na secagem
12CON Manual de Revestimentos
A fissuração dos revestimentos é uma situação que deve
ser evitada, uma vez que, além do revestimento perder a
sua capacidade de estanqueidade, a capacidade de
aderência pode ficar comprometida no entorno da região
fissurada. Tensões tangenciais surgem na interface base/
revestimento, na região próxima às fissuras, podendo
ultrapassar o limite de resistência ao cisalhamento da
interface, possibilitando o descolamento do revestimento.
Além disso, as fissuras podem comprometer a durabilidade
e o acabamento final previsto.
Estanqueidade
A estanqueidade é uma propriedade dos revestimentos
relacionada com a absorção capilar de sua estrutura porosa
e eventualmente fissurada da camada de argamassa
endurecida. Sua importância está no nível de proteção que
o revestimento oferece à base contra as intempéries.
Diversos fatores influem na estanqueidade do
revestimento, como as proporções e a natureza dos
materiais constituintes da argamassa, a técnica de
execução, a espessura da camada, a natureza da base e a
quantidade e o tipo de fissuras existentes.
Por outro lado, a permeabilidade ao vapor d’água é uma
propriedade sempre recomendável nos revestimentos
de argamassa, por favorecer a secagem de umidade
acidental ou de infiltração. Evita também os riscos de umidade
de condensação interna em regiões de clima mais frio.
Propriedades da superfície
A rugosidade e porosidade superficiais são importantes por
estarem relacionadas com as funções estéticas e com a
compatibilização do revestimento de argamassa com o
sistema de pintura ou outro revestimento decorativo, além
de influírem decisivamente na estanqueidade, na
resistência mecânica e na durabilidade do revestimento.
A rugosidade superficial pode variar de lisa a áspera sendo
basicamente resultado do tipo de agregado, sua
granulometria, do teor de agregado e da técnica de
execução do revestimento.
Deve também haver compatibilidade química entre o
revestimento e o acabamento final previsto. No caso de tintas
a óleo ou revestimentos em laminados melamínicos, por
exemplo, sabe-se que não há compatibilidade com
revestimentos à base de argamassa de cal.
Características
e propriedades
Manual de Revestimentos 13CON
A obtenção da rugosidade superfícial dos revestimentos deve
ser feita em função do acabamento final previsto. Devem
também ser consideradas as condições de exposição a que
estará submetido o revestimento. Para revestimentos externos
deve-se dar preferência para texturas mais rugosas. Obtêm-
se assim, superfícies que dissimulam melhor os defeitos do
próprio revestimento. Contudo, em regiões com maior índice
de poluição atmosférica deve-se preferir revestimentos com
acabamentos lisos. Estes, quando associados a uma superfície
pouco porosa, dificultam a fixação de poeiras e micro-
organismos conservando, desta forma, mais eficientemente
as características estéticas da fachada.
No caso de revestimento de múltiplas camadas, deve-se
adotar para as camadas internas uma rugosidade áspera,
possibilitando uma melhor ancoragem das camadas
subsequentes.
Outro aspecto importante da superfície é sua regularidade
geométrica, principalmente como elemento intangível da
percepção de qualidade da edificação como um todo.
Durabilidade
A durabilidade dos revestimentos de argamassa, ou seja,
a capacidade de manter o desempenho de suas funções ao
longo do tempo, é uma propriedade complexa e depende de
procedimentos adequados desde o projeto até uso final.
Na etapa de projeto devem ser, por exemplo, especificados
os materiais de maneira a compatibilizar o revestimento com
as condições a que estará exposto durante sua vida útil; na
etapa de execução é fator determinante, além da obediência
às técnicas recomendadas, a realização do controle de
produção. Para a etapa de uso, deve ser objeto de
especificações coerentes um programa de manutenção
periódico. Os fatores que, com mais freqüência,
comprometem a durabilidade dos revestimentos estão a
seguir relacionados:
Movimentações de origem térmica, higroscópica ou imposta
por forças externas
Podem causar fissuração, desagregação e descolamento dos
revestimentos.
Características
e propriedades
14CON Manual de Revestimentos
Espessura dos revestimentos
Sendo excessiva intensifica a movimentação higroscópica
nas primeiras idades, podendo ocasionar fissuras de
retração, que podem comprometer a capacidade de
aderência e a impermeabilidade do revestimento. A técnica
de execução pode, quando inadequada, provocar e ou
agravar o aparecimento de tais fissuras.
Cultura e proliferação de microrganismos
Provocam manchas escuras que ocorrem geralmente em áreas
permanentemente úmidas dos revestimentos. Os fungos e
líquens que se proliferam na superfície do revestimento
produzem ácidos orgânicos que reagem e destroem
progressivamente os aglomerantes da argamassa endurecida.
Manual de Revestimentos 1SIS
Sistemas
de Produção
Argamassa preparada na obra
Argamassa industrializada em sacos
Argamassa preparada em central
Argamassa industrializada em silos
Parâmetros de decisão
2SIS Manual de Revestimentos
Manual de Revestimentos 3SIS
Sistemas de Produção
Parte importante do processo que leva à decisão de como
se vai executar os revestimentos de argamassa é de como
estas argamassas serão produzidas e transportadas no
ambiente da obra.
Sistemas de produção encontrados:
• Argamassa preparada na obra
• Argamassa industrializada em sacos
• Argamassa preparada em central
• Argamassa industrializada em silos
Argamassa preparada na obra
Este é o sistema tradicional. A fabricação de argamassas é
empírica: definidos os constituintes a serem utilizados e a
proporção relativa de cada constituinte (traço) na fase de
projeto, a fabricação resume-se em misturar mecanicamente
os constituintes em uma certa seqüência e por um dado tempo.
É necessário o controle de uniformidade do produto, seja
através do controle dos materiais constituintes, seja pelo
contorole da própria argamassa.
A armazenagem dos materiais deve ser feita de maneira
adequada. Há a necessidade de se prever áreas de
estocagem para as matérias-primas, tais como agregados,
cimento e cal. O cimento e as cales devem ser sempre
armazenados protegidos de intempéries e em local de fácil
acesso. Os agregados devem ser estocados em baias cujos
pisos devem se preferencialmente cimentados e separadas
em função de cada tipo de material.
Fluxograma para argamassa produzida em obra
Argamassa
4SIS Manual de Revestimentos
Argamassa industrializada em sacos
Essas argamassas compõem-se de agregados com
granulometria controlada, cimento Portland e aditivos
especiais que otimizam as propriedades das mesmas, tanto
no estado fresco quanto no endurecido.
As argamassas ensacadas são fabricadas em complexos
industriais, onde os agregados miúdos, os aglomerantes e os
aditivos em pó, são misturados a seco e ensacados. A embalagem
pode ser plástica ou de papel kraft, semelhante aos sacos de
cal e cimento. No momento da utilização, o preparo da
argamassa é feito apenaspela mistura com adição de água.
Por serem produzidas por processos industriais, mecanizados
e com controles rígidos de produção, as argamassas
ensacadas apresentam grande uniformidade de dosagem. Isto
significa dizer que se pode conseguir a repetição de um traço
com um grau de confiança satisfatório.
Na obra, o preparo pode ser feito em uma única central para
que se faça o transporte da argamassa pronta até o local de
uso, ou de uma maneira mais racional, pode-se transportar
os sacos e armazená-los nos andares, efetuando o preparo
através de misturadores alocados no pavimento, no momento
da aplicação.
Esquema de produção de argamassa industrializada
Argamassa
Manual de Revestimentos 5SIS
Argamassa preparada em central
Estas argamassas são dosadas em centrais e fornecidas em
caminhões-betoneira, prontas para a aplicação. Adotando-
se este tipo de argamassa elimina-se a necessidade de
central de preparo e área de estocagem de materiais na
obra. As argamassas cimentícias apresentam curtos
períodos para aplicação, mesmo quando aditivadas. Por isso
deve-se prever a quantidade adequada de argamassa a
receber na obra durante a jornada de trabalho. No caso
de argamassa apenas de cal, essa previsão não importa
muito, pois elas permanecem em condições de aplicação
por alguns dias. É um sistema que só se justifica quando
da aplicação de grandes quantidades de argamassa em
curto período de tempo. Um exemplo onde se aplica esta
forma de produção são contrapisos em grandes extensões.
Fluxograma para argamassa ensacada
Fluxograma para argamassa ensacada com transporte vertical
Argamassa
6SIS Manual de Revestimentos
Argamassa industrializada em silos
As argamassas entregues em silos são produzidas em
complexos industriais, onde os agregados, aglomerantes
e aditivos são misturados a seco e armazenados em silos
metálicos que são levados por caminhões até as obras.
Na obra, os silos ficam estocados de forma a facilitar sua
substituição e/ou abastecimento. No momento do
preparo, o sistema dispõe de mecanismos para a adição
de água e mistura, produzindo-se a argamassa.
Dois são os sistemas disponíveis para a adição de água
e transporte da argamassa até o local da aplicação.
Via Seca
No sistema chamado de via seca, o silo é pressurizado
e, acoplado a ele, existe um compressor responsável por
“soprar” a mistura seca até o ponto de preparo, onde se
acrescenta água. Neste sistema, o bombeamento é feito a seco,
ou seja, não há presença de água, e, portanto, ainda não existe
a argamassa nos dutos.
A água é acrescida à mistura, próxima ao ponto de aplicação,
em um misturador especial. Existe, junto ao misturador, um outro
reservatório para os materiais secos e o controle do fluxo dos
materiais do silo até este reservatório é feito automaticamente.
Sistema de argamassas em silos
Argamassa
Manual de Revestimentos 7SIS
No caso de esvaziamento do silo, não existe a necessidade
de sua substituição, pois este sistema prevê seu
abastecimento. Para tanto, a nova pré-mistura chega à obra
em grandes caminhões graneleiros (tais caminhões por
terem volume suficiente para abastecer mais de um silo
são compartimentados para haver a possibilidade de
fornecimento de misturas diferentemente dosadas) e é
bombeada por meio de mangueira até o silo.
Em certos casos, quando as distâncias verticais ou
horizontais forem muito grandes, pode-se optar pela
utilização de dois compressores operando em conjunto.
Via Úmida
Outro sistema é aquele conhecido por via úmida, pois a
mistura de água ocorre na boca do silo, produzindo a
argamassa. Esta, então é transportada, pronta e, portanto,
úmida, até o ponto de aplicação por meio de bombas de pistão.
Note-se que, nesse sistema, o abastecimento de água e
energia devem ficar concentrados perto do silo. O sistema
de bombeamento não vem acoplado ao silo e é opcional.
Os agregados, aglomerantes e a água são misturados na
saída do silo.
O sistema “via úmida” utiliza um conjunto gerador-bomba
de pistão, não acoplado ao silo, para bombear a argamassa
pronta até o local de aplicação.
Fluxograma para transporte úmido de argamassa em silo
Fluxograma para transporte seco de argamassa em silo
Argamassa
8SIS Manual de Revestimentos
Parâmetros de decisão – Matriz de decisão
Os principais aspectos a serem analisados na escolha do
sistema de produção e transporte de argamassa são: redução das
áreas de estocagem, redução de perdas na etapa de transporte
e agilidade no preparo da argamassa, além da redução de custo
para a atividade e atendimento dos prazos necessários. Entende-
se que custo total de uma atividade é uma soma de fatores,
inclusive custos indiretos e custos “ocultos” (perdas, desperdícios,
improdutividade, etc.) e não apenas os custos diretos associados
à atividade propriamente dita. Custos também não são
independentes da qualidade. Portanto, abaixo estão listados uma
série de parâmetros associados à atividade de produção e
transporte de argamassas e as ponderações para cada um dos
sistemas disponíveis.
Argamassa
Produzida em canteiro
Área para estocagem de materiais
Há necessidade de grande área em baias especialmente montadas para
esta finalidade, sendo necessário separar os diversos insumos.
Nenhum estoque é necessárioProduzida em central
Ensacada
Silos
Há necessidade de apenas uma área para armazenamento dos sacos,
ou já diretamente nos pavimentos de utilização
A área necessária é apenas a da projeção do silo (aproximadamente 9m2).
Com a utilização de diferentes traços de argamassa, são necessárias áreas
para distintos silos
Desperdício de materiais
Produzida em canteiro Maior probabilidade de perdas diretas de material, seja na estocagem,
no manuseio, no preparo ou no transporte
Produzida em central Caso o planejamento e a utilização sejam corretos, ou seja, a quantidade pedida
é efetivamente utilizada, o índice de perdas do material tende a ser baixo
Ensacada Por não haver estoque de matérias-primas, a tendência é que haja pequena
perda de materiais, até porque há eliminação de etapas de manuseio.
Silos Pode-se avaliar que para os sistemas de silo com transporte em via seca,
a perda praticamente inexiste, já que o material fica lacrado no silo e é
misturado em seu local de aplicação. Já para a via úmida, pode haver
maior perda no transporte.
Gestão do estoque de insumos
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Há necessidade de constante monitoramento dos estoques de maneira a não
paralisar o fluxo de produção. Logística no recebimento de diferentes materiais
Similar à administração de concretagem. As programações de entrega
devem ser programadas, bem como as operações de descarga e aplicação
Por ser apenas um item a ser controlado, fica mais fácil de ser gerido
do que os diversos itens que compõem a argamassa
Deve-se atentar para que não falte material nos silos, uma vez que a
reposição não é imediata
Manual de Revestimentos 9SIS
Local de produção
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Tem que estar no contexto da logística do canteiro de obras como um todo.
Por ser uma área grande e que abastece todos os locais da obra, deve ser
escolhida com extremo cuidado. Provoca intenso tráfego de caminhões de
abastecimento de insumos que devem ter acesso facilitado
Não há produção na obra, mas é necessário prever local adequado para
o abastecimento
A produção da argamassa quando se utiliza a argamassa ensacada
pode ser em uma central e esta é transportada já pronta para os pontos
de aplicação. No entanto, o mais indicado é que a produção ocorra
próxima aos locais de aplicação através da utilização de argamassadeiras
mecânicas, pois isto facilita o transporte, exigindo menos mão de obra
e propiciando menor perda
Silos Dependendo do sistema,a mistura final pode ocorrer na base do silo (via
úmida), ou no local de aplicação (via seca). Na base do silo, há a vantagem
de se ter apenas um ponto de abastecimento de água, mas o equipamento
de elevação é mais pesado, gerando um consumo maior de energia para o
transporte. Já para o sistema de via seca, há a necessidade de abastecer
cada ponto de aplicação com água e energia, no entanto o consumo de
energia é minimizado
Perdas no transporte
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Dado que existe um ponto central de produção e a argamassa é
transportada pronta, com trajetos por vezes longos, existe um potencial
grande de perdas nos carrinhos e nas jericas
Depende do sistema de abastecimento da argamassa; se bombeado, ou se por
carrinhos, as perdas são diferentes. No caso do uso de carrinhos, a perda é similar
a da produzida na obra. No caso de bombeamento existe a perda na tubulação
Se a argamassa for produzida próxima ao local de aplicação, as perdas
podem ocorrer por danos provocados nos sacos ao serem transportados,
cuja probabilidade de ocorrência é baixa
Não há perdas no transporte, a não ser na via úmida, onde os resíduos que
permanecem na tubulação representam valor a ser considerado e gerando
a necessidade de lavagem da tubulação
Mobilização dos meios de transporte
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Por se utilizar dos meios convencionais de transporte (elevador, grua, etc.), a
argamassa “compete” com outros elementos que devem ser transportados
por estes meios na obra, gerando por vezes congestionamentos no sistema
Se for bombeado, não há congestionamento. Se for por carrinho, pode
ocorrer o mesmo congestionamento do caso anterior
Há apenas o transporte de sacos para os locais de aplicação, o que
pode ser realizado fora dos horários de pico do sistema de transportes
e portanto não gerar nenhum transtorno para a obra
Silos Via seca - não utiliza o sistema convencional de transporte.
Via úmida – pode haver transporte por meios convencionais da
obra o que pode gerar eventuais congestionamentos no sistema
Argamassa
10SIS Manual de Revestimentos
Instalações e consumo de água e energia
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Instalações centralizadas de água e energia elétrica
Não há necessidade de instalações específicas. No entanto, na ocorrência de
falta de energia pode haver perda do caminhão de argamassa (grande volume)
Considerando que a mistura ocorre próxima aos locais de aplicação, há
necessidade de instalações elétricas e hidráulicas nestes pontos
Se for por via úmida, a instalação é centralizada, já que a mistura ocorre junto
ao silo. No caso de via seca, ocorre o mesmo que para o sistema de sacos
Limitação de peso e altura
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Se houver estocagem de insumos sobre laje, deve-se atentar para
os limites de carga admissíveis
O caminhão betoneira não pode se posicionar sobre laje, a não ser
que tenha sido feita previsão específica
Se houver estocagem de insumos sobre laje, deve-se atentar para
os limites de carga admissíveis
Há possível limitação de altura por interferência com rede elétrica.
Quanto ao peso, também há limitação do peso do silo apoiado sobre laje
Manutenção de equipamentos
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Os equipamentos usualmente utilizados são muito simples (betoneira,
principalmente) e requerem manutenção, preferencialmente do fornecedor
Não há custo de manutenção para a obra
As argamassadeiras requerem manutenção que deve ser dada pelo
fabricante do equipamento no caso de locação do equipamento
A manutenção é dada pela própria empresa fornecedora do silo.
As misturadoras, no caso de via seca, também requerem manutenção
Disponibilidade de fornecedores
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Há ampla disponibilidade de fornecedores de insumos, atentando-se para
o fato que nem sempre é fácil se encontrar o fornecedor para a areia ideal
Usualmente, os fornecedores de argamassa em caminhão são os mesmos
fornecedores de concreto. Há, portanto, os mesmos tipos de problemas que
podem ocorrer com entrega de concreto: atrasos, dificuldade de acesso de
caminhões e equipamentos de elevação
As argamassas ensacadas podem ser adquiridas em muitos distribuidores. Mas,
a especificação de argamassas diferentes daquelas padronizadas somente
pode ser feita quando houver grande quantidade a ser utilizada
É o sistema que possui maior dependência em relação aos fornecedores.
Uma vez escolhido o sistema, o fornecedor não pode ser mudado e fica-se
sujeito a potenciais problemas de entrega. Também são poucos os
fornecedores disponíveis no mercado
Argamassa
Manual de Revestimentos 11SIS
Ajuste de traço
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Há total possibilidade de ajuste de traço, mas o controle de uniformidade
e manutenção da qualidade são mais difíceis, sobretudo em função da
variação das características do agregado e da própria dosagem
Para caminhões diferentes, há possibilidade de ajuste do traço.
A uniformidade é mantida pelo processo de dosagem industrial
Os traços são padronizados e não necessitam de ajuste
Os traços são padronizados e não necessitam de ajuste
Responsabilidade na dosagem
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
A responsabilidade da dosagem e sua uniformidade é totalmente
da Construtora
A responsabilidade da dosagem e sua uniformidade são da empresa
fornecedora da argamassa a partir dos requisitos solicitados pela contratante
A responsabilidade da fórmula é da empresa fabricante da argamassa
Domínio da tecnologia e treinamento
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Apesar de ser uma tecnologia extremamente difundida, para que a
atividade de produção e transporte ocorra com a maior produtividade
possível é necessário que se invista em treinamento. Usualmente não há
domínio da tecnologia de dosagem, a qual na maioria das vezes é feita
empiricamente em função da experiência de mestres e encarregados
Uma vez que não há produção no canteiro, não há necessidade de
domínio de tecnologia e treinamento
Deve existir treinamento para a correta utilização do produto e adição
de água à mistura
Deve existir treinamento para a correta utilização do equipamento
Mão-de-obra e Produtividade
Produzida em canteiro
Produzida em central
Este é o tipo que mais necessita e utiliza mão-de-obra. No entanto, o
sistema vai na contramão da tendência atual de se retirar do canteiro
de obras atividades que não agregam valor diretamente ao produto final,
como a fabricação da argamassa
Não há mão-de-obra na fabricação, apenas no transporte. Dado que um
grande volume de argamassa é aplicado em pouco tempo, há necessidade de
mobilização de um grande contingente de operários, o que pode prejudicar
outras atividades da obra, além de eventualmente obrigar o dimensionamento
de mão-de- obra por estes picos de atividade.
Argamassa
A responsabilidade da fórmula é da empresa fabricante da argamassa
Ensacada A mão-de-obra na preparação é bem mais reduzida que no sistema
convencional e não requer treinamento. Desta maneira, pode-se dizer
que o sistema como um todo é mais produtivo que o convencional
Silos No caso de via seca, há muita semelhança na utilização de mão de
obra com sistema ensacado. Já na via úmida, pode-se considerar uma
incidência menor de mão-de-obra, dado que a adição de água está
concentrada em apenas um ponto
12SIS Manual de Revestimentos
Planejamento
Produzida em canteiro
Produzida em central
EnsacadaSilos
Há necessidade de se pensar as atividades de aquisição, produção e aplicação
na obra integradamente, já que as argamassas de cimento são “perecíveis”.
Planejamento similar ao de concretagem. Para que não ocorram problemas
no momento de aplicação, toda a infra-estrutra da obra deve estar pronta
para receber um grande volume de material a ser aplicado rapidamente
Como usualmente as centrais de mistura são móveis, acompanhando a
execução, há a possibilidade de uma grande flexibilidade no planejamento.
Esta flexibilidade permite que seja possível realocar recursos rapidamente,
bem como potencializar o uso do equipamento de transporte
Vale o mesmo raciocínio utilizado para o sistema ensacado tanto
para o sistema em via seca como para transporte úmido, apenas faz-se
a mudança de tubulações que se faz necessária para cada caso
Cronograma
Produzida em canteiro
Produzida em central
Ensacada
Silos
Há pouca interferência do cronograma sobre o sistema e seus custos, a não
ser no dimensionamento de estoques de insumos Apenas no caso de locação
do equipamento de mistura, há consideração como variável importante
Utilizada para obras rápidas e de grandes volumes
Há pouca interferência do cronograma sobre o sistema e seus custos.
Apenas no caso de locação do equipamento de mistura, há consideração
como variável importante
É uma variável importante na viabilização de custos. Se o prazo for
fator preponderante nas opções de sistemas, este é um sistema que
se viabiliza pela redução de mão de obra direta, redução dos custos de
transporte, e por fim deve-se considerar a possível redução da mão-de-
obra indireta
Argamassa
Manual de Revestimentos 1PRO
Projeto,
planejamento
e logística
Projeto de revestimento
Interface e informações de outros projetos
Planejamento
Condicionantes para revestimentos internos
Condicionantes para contrapisos
Condicionantes para fachadas
Prazos de carência
Dimensionando recursos
Produção de argamassa
Transporte
Aplicação
Logística
O que é logística
Central de produção
Insumos e armazenagem
Transporte
Produção
Equipamentos
Produção
Aplicação
Mão-de-Obra
Critérios de contratação e escolha
Desenvolvimento e treinamento
Comprando e Recebendo
Argamassa produzida na obra
Argamassa industrializada
Projeto de revestimento
Planejamento
Logística
Equipamentos
Mão-de-Obra
Comprando e Recebendo
2PRO Manual de Revestimentos
Manual de Revestimentos 3PRO
Projeto, planejamento
e logística
Projeto de revestimento
O projeto de revestimentos deve especificar os materiais e
técnicas a serem adotados e conceber os detalhes
construtivos capazes de conferir ao revestimento as
características e propriedades necessárias ao bom
desempenho na edificação. Os prazos e custos previstos no
planejamento da obra, inclusive os custos de manutenção,
para a execução do serviço e considerando a vida útil
esperada devem ser objeto de atenção.
Para o desenvolvimento do projeto de revestimentos deve-se
proceder ao levantamento e análise dos seguintes aspectos:
a. Exigências e limitações dos projetos arquitetônico,
estrutural, de instalações hidro-sanitárias, de instalações
elétricas, impermeabilização e esquadrias.
b. Condições ambientais determinantes de solicitações
de conforto higrotérmico e acústico no interior das
edificações.
c. Acabamentos que serão aplicados sobre a camada de
argamassa.
d. Insumos disponíveis: materiais, equipamentos,
componentes e qualidade da mão-de-obra.
e. Planejamento global da obra: prazos e custos.
f. Análise dos esforços solicitantes dos revestimentos
Com base neste levantamento e analisadas as inter-relações
entre os diversos aspectos, o projetista possuirá subsídios
para a elaboração do projeto para produção que deverá
conter basicamente:
• especificação dos materiais e técnicas construtivas;
• definição das camadas;
• detalhes construtivos.
Projeto de
revestimento
4PRO Manual de Revestimentos
Interface e informações de outros projetos
Uma visão sistêmica do processo de desenvolvimento de
projetos procura organizar as relações entre projeto e
execução. Ou seja, o subsistema revestimento deve estar
inserido no contexto amplo da edificação e principalmente
estar relacionado aos outros subsistemas que o envolvem
– estrutura, vedações, impermeabilizações, esquadrias e
instalações.
Deverão ser obtidas a partir do projeto arquitetônico
informações referentes a:
• dimensões das paredes
(comprimentos e espessura das paredes acabadas)
• dimensões internas dos compartimentos
• localização e dimensões dos vãos de portas, janelas
e instalações especiais
• características dos revestimentos especificados
(como espessura)
• detalhes construtivos de fixação das esquadrias,
peças suspensas, frisos, peitoris, pingadeiras, etc.
Do projeto de vedação devem ser obtidas as seguintes
informações:
• tratamento de juntas nas interfaces dos vãos e paredes
e também nas ligações das paredes com os componentes
estruturais;
• previsão de juntas de controle;
• detalhes arquitetônicos que interfiram na execução da
alvenaria, como sacadas, beirais, platibandas, peitoris,
ressaltos e reentrâncias para proteção da fachada;
• o componente de vedação especificado (absorção
e rugosidade superficial)
• existência de paredes sobre componente estrutural
em balanço
Do projeto estrutural devem ser obtidas as seguintes
informações:
• dimensões dos elementos estruturais: vigas e pilares
• as características de deformabilidade da estrutura.
• existência de elementos em balanço
• características do concreto (fck, absorção e rugosidade)
Projeto de
revestimento
Manual de Revestimentos 5PRO
Dos projetos de instalações devem ser obtidas as seguintes
informações:
• disposição e localização dos ramais hidráulicos
• tubulações que correm pelos pisos (esgoto, gás, etc.)
e suas dimensões
• instalação de peças sanitárias
• passagem de tubulação elétrica
• pontos de luz, tomadas e interruptores
• disposição e localização de instalação de incêndio
• disposição e localização de instalação de gás
• disposição e localização de instalações telefônicas
• disposição e localização de equipamentos especiais.
No projeto de impermeabilização devem ser observados
os seguintes elementos:
• áreas onde há previsão de impermeabilização
• altura de rodapés
• características do sistema utilizado, traduzidas
pelo tipo de aderência com o substrato, espessura,
compressibilidade da camada impermeável, espessura
das camadas de regularização e proteção.
• espessura total do sistema de impermeabilização adotado.
No projeto de esquadrias devem ser observados os
seguintes elementos:
• especificação das esquadrias a serem utilizadas, com
suas características dimensionais e de fixação.
Condições para início dos serviços de revestimento
Projeto de
revestimento
6PRO Manual de Revestimentos
Planejamento
Todas as atividades inerentes ao processo de execução de
uma edificação necessitam de um planejamento específico
para o seu desenvolvimento. Cada atividade é apenas uma
parte da obra e deve estar adequadamente vinculada ao todo.
Deve ser avaliado em que etapa da obra podem ser inseridas
as atividades de execução dos revestimentos, sendo distintos
os momentos em que se realizam os revestimentos
de paredes e forros internos, fachadas e contrapisos,
tomando-se como referência o planejamento previsto para
a edificação como um todo.
Condicionantes para revestimentos internos
Para iniciar os serviços de revestimento de argamassa
interno devem estar concluídos:
• A alvenaria de vedação de metade menos um do número
total de pavimentos;
• A fixação da alvenaria (“encunhamento”) de vedação em
pelo menos três dos pavimentos imediatamente acima;
• A colocaçãodos contramarcos (ou dos marcos, se for o
caso) das esquadrias de fachada;
• O embutimento e fixação de todas as instalações
na alvenaria, todas devidamente testadas e liberadas.
Os condicionantes para o contrapiso
Para se programar a execução dos contrapisos, os seguintes
serviços devem estar concluídos:
• A alvenaria de vedação de metade menos um do número
total de pavimentos;
• A fixação da alvenaria (“encunhamento”) de vedação em
pelo menos três dos pavimentos imediatamente acima;
• Dutos embutidos nos pisos.
Planejamento
Nota
Recomenda-se que o contrapiso
seja executado antes de fixar
a alvenaria afim de “carregar”
a estrutura.
Manual de Revestimentos 7PRO
Condicionantes para a fachada
Para a execução dos serviços de revestimento externo
em um dado pavimento deverão estar completados
pelo menos os seguintes serviços:
• Estrutura total do edifício se o mesmo tiver menos
de nove pavimentos e empregar estrutura reticulada de
concreto armado, ou qualquer altura se empregar
estrutura em alvenaria;
• Metade mais um dos pavimentos da estrutura reticulada
do edifício se o mesmo tiver nove ou mais pavimentos;
• A alvenaria de vedação de metade menos um do número
total de pavimentos;
• A fixação da alvenaria (“encunhamento”) de vedação em
pelo menos três dos pavimentos imediatamente acima
daquele em que o revestimento tiver início;
• A colocação dos contramarcos (ou dos marcos, se for o
caso) das esquadrias de fachada;
• O enclausuramento de todas as instalações em “shafts”
de fachada ou o embutimento de todas as instalações
na alvenaria;
• A impermeabilização das sacadas e varandas, já testadas
e com a proteção mecânica executada.
É desejável que estejam também completados os seguintes
serviços:
• Contrapiso dos pavimentos com alvenaria executada e
• Os revestimentos de argamassa internos dos pavimentos
com a fixação executada
Prazos de carência
Na programação dos serviços deverão ser obedecidos os
seguintes prazos de carência:
Planejamento
execução da estrutura de concreto armado,
exceção feita aos três últimos pavimentos (60 dias)
120 dias
execução da alvenaria de vedação30 dias
fixação da alvenaria de vedação com
encunhamento (cunhas e argamassa expansiva)
15 dias
fixação da alvenaria de vedação sem encunhamento
(só com argamassa de preenchimento)
7 dias
fixação da alvenaria de vedação do pavimento superior
72 horas da execução do chapisco execução de emboço
7 dias da execução do emboço execução do reboco
8PRO Manual de Revestimentos
A pintura e revestimento texturado só deverão ser aplicados
após os seguintes prazos de cura dos revestimentos de
argamassa:
Dimensionando recursos
Muitos são os fatores que interferem no dimensionamento
dos recursos necessários à execução dos revestimentos de
argamassa. O importante é se adotar um sistema de
execução coerente com as demais atividades da obra. Há
uma clara distinção entre as etapas de produção e
transporte das argamassas e a sua aplicação.
A decisão sobre o sistema de produção e transporte de
argamassa é de fundamental importância para o
dimensionamento de recursos necessários. Como já abordado,
as opções envolvem a produção de argamassa na obra,
através de central de produção ou a aquisição de mistura
industrializada, seja em caminhões betoneira, sacos ou silos.
A quantificação dos trabalhos, bem como os índices
de produtividade das equipes de produção são também
fundamentais para o dimensionamento. Quanto mais se
consegue definir com clareza as necessidades de mão-de-
obra nas atividades específicas e se consegue manter a
sequência do trabalho, o efeito aprendizado propicia
ganhos de produtividade.
Produção de argamassa
No caso das argamassas ensacadas e em silos, a produção
na obra é simplificada, sendo necessários somente os
equipamentos para mistura. Nesta situação, os problemas
de movimentação interna no canteiro ficam minimizados,
requerendo menos recursos humanos para o transporte.
Quando a argamassa é produzida na obra, os equipamentos
deverão atender ao ritmo de produção definido pelo
cronograma de execução.
Pintura com tintas minerais à base de cimento 15 dias
Pintura com tintas minerais à base de cal 7 dias
Pintura com tintas à base de resinas PVA e acrílicas
15 diasprimer selador
primer tipo “liquibase” 30 dias
tintas 30 dias
Revestimento texturado 30 dias
Planejamento
Manual de Revestimentos 9PRO
Nas centrais de obra normalmente os materiais são dosados
em volume, e para esta dosagem devem ser utilizados
recipientes especialmente preparados, com volumes
constantes que não se modifiquem ao longo do seu uso, seja
por deterioração do material de que são constituídos, seja por
perda de partes, etc.
Transporte
Há que se planejar os meios de transporte da argamassa até o
local de utilização. Para isso são necessários recipientes e
equipamentos adequados para movimentação vertical e
horizontal. O porte e a quantidade dos equipamentos necessários
serão em função das distâncias entre os locais de produção e os
de utilização.
A diversidade de equipamentos para estas atividades é
grande, estando limitada algumas vezes pela gerência da
obra e pelas características dos materiais a serem
transportados, bem como pelas particularidades de seu
fornecimento, além dos próprios custos. No entanto, deve-
se ressaltar que quanto maior a capacidade, mais eficiente
será o sistema.
Aplicação
A aplicação dos revestimentos é uma atividade que
independe do sistema de produção e transporte,
admitindo-se que estas atividades já foram completadas.
Portanto, os recursos necessários variam em função da
finalidade da aplicação: paredes internas, forros, fachadas
e contrapisos. O ferramental e os equipamentos, assim
como as expectativas de produtividade da mão-de-obra
são desta maneira vinculados à finalidade da aplicação.
Planejamento
10PRO Manual de Revestimentos
Podemos assim montar uma matriz onde se relacionam as
atividades necessárias à execução dos revestimentos e os
tipos de recursos necessários:
Estes recursos são utilizados ao longo do tempo e permitem
a visualização de como as equipes se movimentam pela obra.
Logística
O que é logística?
O termo tem origem militar e trata do “alojamento, equipamento,
e transporte de tropas, produção, distribuição, manutenção e
transporte de material e de outras atividades não combatentes
relacionadas”. (Michaelis)
No contexto da obra, é usual tratar a logística como tudo o que
envolve o arranjo físico do canteiro de obra e a movimentação
de pessoas, materiais e equipamentos, e as atividades que dão
suporte à produção propriamente dita.
Desta maneira, a logística do canteiro está intimamente
relacionada aos sistemas de produção adotados e ao
planejamento da obra. Relativamente à questão dos
revestimentos de argamassa, os principais aspectos a serem
buscados são: redução das áreas de estocagem, redução das
perdas nas etapas de transporte, redução das perdas no
preparo dos materiais constituintes, otimização das operações
de transporte evitando tempos de espera e desabastecimento
das frentes de trabalho além de buscar agilidade no preparo
da argamassa (se for o caso de preparo no canteiro).
A escolha das argamassas em sacos ou em silos contribui
positivamente para a racionalização do canteiro como um todo,
pois diminuem em muito as áreas de estocagem e as atividades
de manuseio dos materiais, além da necessidade excessiva
de mão-de-obra.
Logística
Fachada
Produção Transporte Aplicação
Materiais
Equipamentos
Mão-de-obra
Materiais
Equipamentos
Mão-de-obra
Materiais
Equipamentos
Mão-de-obra
Paredes internas
e forros
Contrapiso
Manual de Revestimentos 11PRO
Ao se analisar todo o ciclo de utilização das argamassas
pode-se identificar etapas importantes ligadasao desperdício
de materiais, como a estocagem, o transporte e a aplicação.
Numa obra que produz suas próprias argamassas é
constante a preocupação com as grandes áreas de estocagem
e recebimento de matérias-primas. Montes de areia, pilhas
de sacos de cimento e cal demandam grandes áreas de
estocagem e constante monitoração do estoque para que o
processo de produção não sofra descontinuidade. Para o
abastecimento da produção nas frentes de trabalho, corre-
se o risco de congestionamento do sistema de transporte e
interferências com muitas outras atividades.
A opção pela utilização dos silos, por exemplo, minimiza o
espaço de armazenamento de matérias-primas uma vez que a
área de estocagem limita-se à área de projeção de um silo,
aproximadamente 9 m2. A etapa de transporte da argamassa
pronta também pode ser otimizada através de sistema de
bombeamento.
É comum observar a opção pela contratação de vários silos
por obra, cada um contendo uma argamassa diferente,
dosada conforme características previamente definidas para
cada uso. Esta opção irá demandar maior área.
Na opção pelas argamassas ensacadas, os estoques de areia,
cimento e cal são eliminados ou reduzidos criando espaço
para um estoque de argamassa ensacada. As perdas nas
atividades de descarregamento e transporte também são
reduzidas uma vez que não há mais a manipulação de materiais
a granel. Aqui também se destaca a possibilidade da utilização
de ”pallets”, o que facilita a movimentação no canteiro.
Silos para argamassa
Logística
12PRO Manual de Revestimentos
Produção de argamassa em obra
Quando se opta pela utilização de centrais móveis, tem-
se a possibilidade de ganhos em vários pontos: rapidez no
preparo; rapidez no transporte de argamassa (pela
proximidade do ponto de aplicação); redução do estoque
de argamassa para aplicação (pela rapidez no preparo e
proximidade do ponto de aplicação). Também se pode
destacar a redução da probabilidade de perdas na etapa
de transporte uma vez que há a redução do estoque de
argamassa pronta e a produção e o abastecimento das
frentes de trabalho são tarefas executadas de forma ágil.
Outro item que merece destaque é a possibilidade do uso
de equipamentos de transporte em horários alternativos,
evitando-se aqueles de maior demanda.
Central de produção
Caso se opte por produzir as argamassas no canteiro de
obras em uma central de produção, o arranjo do canteiro
deve ser estudado para otimizar esta produção. Isto
demandará uma área significativa.
Insumos e armazenagem
Deverá ser previsto estoque para as matérias-primas da
argamassa no caso de produção no canteiro.
A natureza das matérias-primas é função da composição da
argamassa. A partir desta composição é possível se conhecer os
materiais a serem estocados (normalmente 2 a 4 diferentes tipos).
O volume dos estoques desses materiais depende da
produtividade prevista. Deve-se observar que em função do porte
da obra e da maneira com que se realiza o fornecimento dos
materiais, deverá ser previsto o estoque para um período de
tempo que não comprometa o andamento da obra devido a
alguma eventualidade (chuvas, atraso no fornecimento, etc.).
Deve-se respeitar os limites de tempo de estocagem dos
materiais (cimento, por exemplo), bem como, os limites da áreas
de estocagem.
Logística
Manual de Revestimentos 13PRO
No caso dos aglomerantes, o local de estocagem deve estar
necessariamente protegido das intempéries. O empilhamento do
material ensacado deve ser inferior a 10 unidades, atendendo o
limite de sobrecarga da laje. O acesso ao material deve ser feito
de maneira a se utilizar sempre o primeiro que entrou no depósito.
O cimento, quando recebido à granel, deve ser estocado
em silos apropriados.
Para os agregados, é recomendado que os locais de estocagem
fiquem protegidos das intempéries, pois dessa forma consegue-
se maior controle da umidade. Caso isso não seja possível e os
agregados fiquem expostos ao tempo, poderá ser necessário a
realização do controle de umidade para as areias e saibros através
de ensaios específicos, quando a variação de umidade na
argamassa implicar em alterações significativas na sua dosagem
volumétrica. O armazenamento dos materiais a granel deve ser
realizado tomando-se os devidos cuidados para que não ocorra
mistura entre eles, recomendando-se a utilização de baias com
dimensões compatíveis com o estoque necessário. Deve-se
atentar ao dimensionamento das baias, considerando as
perdas dos materiais em função do preparo.
Transporte
As atividades de transporte são acessórias, mas absolutamente
necessárias para a execução dos revestimentos. São atividades
que possuem um grande potencial de racionalização e redução
de seus custos.
Definir os equipamentos de transporte envolve estabelecer:
os meios de transporte externo de materiais até o canteiro
e os meios de transporte internos no canteiro de matérias-
primas e da argamassa, sejam eles horizontais ou verticais.
Internamente, no caso da argamassa tradicional, as
matérias-primas e as argamassas produzidas podem ser
transportadas por carrinhos de mão, jericas, caçambas,
utilizando-se gruas, elevadores, entre outros.
O planejamento das atividades de transporte deve levar em
conta as distâncias a serem percorridas, a capacidade de
transporte dos equipamentos utilizados e as quantidades
de materiais necessários para a execução do serviço
durante um determinado período. Em geral as atividades
de transporte da argamassa consomem uma razoável
quantidade de mão-de-obra nos canteiros, além de
utilizarem intensamente os equipamentos de transporte.
Logística
14PRO Manual de Revestimentos
Produção da argamassa em obra
Esta atividade consiste na mistura dos materiais constituintes
da argamassa. O modo de preparo das argamassas deve ser
definido levando-se em conta os requisitos de desempenho do
revestimento, os custos, as características físicas da obra e
do canteiro e os materiais disponíveis no mercado.
A definição do modo de preparo das argamassas também
é função da sua composição, sejam argamassas mistas de
cal, com aditivos ou adições de materiais especiais.
Algumas recomendações para a produção de argamassa
preparada na obra são:
1. As caixas de dosagem (padiolas) devem ser:
• preferencialmente metálicas para aumentar
a durabilidade
• identificadas para sua finalidade através
de pintura em cores diferentes
• com uma lateral inclinada para facilitar carga e descarga
• passíveis de serem transportadas sobre rodas
(podem ser fixadas em carrinhos de mão).
2. No carregamento da betoneira, a ordem de colocação
de materiais deve ser a seguinte:
• Para argamassa intermediária
-metade das caixas de areia
-cal
-restante da areia
• Para argamassa final
-1/3 do volume da argamassa intermediária
-cimento
-o restante da areia ou da argamassa intermediária
3. A água é quantificada em dosador específico
e adicionada na cuba da betoneira
4. A descarga da argamassa deve se dar com a cuba
da betoneira em movimento
5. Tempo da mistura: é o tempo necessário para
homogeneizar a mistura, da ordem de 3 a 5 minutos,
quando todos os materiais estiverem na betoneira
Quanto as argamassas industrializadas, deve-se
seguir as recomendações do fabricante. Seja o tipo
de argamassadeira, o tempo de mistura e a quantidade
de água a ser adicionada na mistura.
Logística
Padiola para abastecimento de betoneira
Manual de Revestimentos 15PRO
Equipamentos
Os equipamentos e ferramentas a serem utilizados na
produção e aplicação de argamassas variam em função do
sistema adotado para a mistura e transporte da argamassa.
Produção
Padiola
Descrição:
recipiente de madeira ou plástico ou metal, com dimensões
definidas e perfeito estado para não permitir a perda de
material. Pode estar acoplada a uma estrutura metálica com
rodas ou ter alças.
Finalidade:
medir a quantidadede agregado definida e transporta-la
para o local da mistura.
Cuidados:
Evitar impactos fortes na colocação do agregado (pode provocar
a alteração do produto final); armazenar em local coberto
Aplicação:
mistura manual; mistura mecânica
Betoneira
Descrição:
misturador mecânico composto por recipiente metálico
giratório. Apresenta diferentes capacidades e tipos (eixo
horizontal, vertical e inclinado). Pode ter pá carregadora como
acessório para a colocação de materiais no seu interior
Finalidade:
mistura mecânica da argamassa
Cuidados:
lavar o recipiente metálico para não deixar resíduo de ar-
gamassa incrustado; manutenção periódica; guardar em
local coberto; lavar antes do início da produção
Aplicação:
mistura mecânica
Argamassadeira
Descrição:
misturador mecânico dos materiais constituintes da
argamassa. Apresenta eixo horizontal ou vertical,
misturando os materiais de maneira mais eficiente. É leve
e possui rodas, podendo ser transportado facilmente.
Possui grelha serrilhada para a abertura de sacos e
carregamento de argamassa em seu interior
Equipamentos
16PRO Manual de Revestimentos
Finalidade:
Mistura de argamassa ensacada e silo em via seca.
Cuidados:
Lavar o recipiente metálico para não deixar resíduos
de argamassa inscrustrados; efetuar manutenção periódica;
guardar em local coberto; lavar antes do início da produção
Aplicação:
Argamassa industrializada em sacos e silo em via seca
Aplicação
Ferramentas e equipamentos para controle geométrico
• trena metálica;
• prumo de face;
• prumo de centro;
• nível de mangueira;
• conjunto de arames de fachada
(arame galvanizado nº 18) e dispositivos de fixação;
• taliscas (preferencialmente placas cerâmicas).
Ferramentas e equipamentos para o preparo da base
• escova de aço;
• ponteira;
• marreta;
• espátula;
• vassoura;
• pincel;
• colher de pedreiro para aplicação do chapisco convencional;
• rolo para textura para aplicação do chapisco rolado;
• desempenadeira dentada de 6 x 6 mm para aplicação
do chapisco desempenado na estrutura.
Argamassadeira de eixo horizontal Argamassadeira contínua
Equipamentos
Manual de Revestimentos 17PRO
Ferramentas e equipamentos para aplicação da argamassa
• régua de alumínio para o sarrafeamento;
• desempenadeiras de aço e madeira para o desempeno;
• espuma para o camurçamento;
• cantoneira de alumínio para argamassa de acabamento
de cantos vivos;
• réguas de canto e grampos e/ou sargentos para sua fixação;
• broxa para o umedecimento da superfície.
Ferramentas e equipamentos para execução de juntas
• frisador de juntas;
• desempenadeira de pingadeira;
• régua gabarito de junta.
Ferramentas específicas para contrapiso
• soquete com base de 30 x 30 cm e aproximadamente
7 kg de peso, fixada a uma das extremidades de um
pontalete de 1,50 m de altura.
Equipamentos
18PRO Manual de Revestimentos
Mão-de-Obra
Um dos mais importantes elementos para a adequada
execução do revestimento é a mão-de-obra qualificada.
Para que isto ocorra é preciso que ela seja bem escolhida
e capacitada.
Há qualificações diferentes para serviços diferentes. Não são
as mesmas equipes que realizam os trabalhos em fachada e
aquelas que realizam os revestimentos internos. Mesmo para
os contrapisos, é usual a utilização de equipes específicas.
Critérios de contratação e escolha
É necessário que se estabeleçam critérios objetivos que
auxiliem no aumento de produtividade, aumento da qualidade
final do produto e na conseqüente redução de custos.
O corpo técnico da empresa deve estabelecer o perfil do
profissional a ser contratado para cada atividade específica.
Para os revestimentos os profissionais indicados são pedreiros
e auxiliares de pedreiro.
No caso de contratação de subempreiteiras deve-se
também estabelecer critérios objetivos para que se possa
fazer uma escolha adequada, não levando apenas em conta
o preço direto proposto. Deve-se analisar o trabalho do
subempreiteiro através de obras que este tenha realizado.
O subempreiteiro deve estar regularizado com relação a
legislação trabalhista. Os passos gerais para o processo de
seleção de um subempreiteiro são:
Comprovação dos dados fornecidos
Verificar se as informações prestadas são verdadeiras;
Negociação
Estipular pontos de controle, especificações de projeto,
propostas de melhorias, definição das formas de controle
da qualidade, condições de pagamento, recomendações de
mudanças, critérios de medição dos serviços;
Definição dos itens de seleção:
Definir quais são os critérios de atendimento às exigências
e à estratégia empresarial;
Análise final:
Seleção do subempreiteiro.
Mão-de-obra
Manual de Revestimentos 19PRO
Desenvolvimento e treinamento
O treinamento é considerado um dos principais fatores de
desenvolvimento do indivíduo para a realização de seu trabalho,
e se esquecido, pode acarretar baixa produtividade, qualidade
e conseqüentemente retrabalho e aumento de custo.
São aspectos importantes no universo da construção civil
tanto o treinamento específico para a função a ser
desempenhada como aquele voltado à educação
(alfabetização, cidadania, saúde, etc.)
O treinamento deve obedecer as seguintes fases:
• Levantamento de necessidades
• Planejamento
• Programação
• Execução
• Avaliação
• Reciclagem periódica
Algumas técnicas podem ser utilizadas e devem ser
definidas na fase de planejamento. Pode-se aprender
fazendo, pela teoria, através de simulações da realidade
ou por vivências comportamentais. Estas técnicas e
métodos podem ser combinados para um melhor
rendimento no treinamento. A participação de agentes
externos é sempre motivadora
É importante lembrar que:
A empresa deve manter cadastros dos funcionários treinados.
O treinamento, para ter maior eficiência, deve ser pensado
e enriquecido com exemplos da própria empresa.
O encarregado do serviço é um dos elos fundamentais no
processo de treinamento e deve receber por si treinamento
em nível comportamental de maneira a facilitar suas relações
humanas, comunicação, formas de conseguir motivação,
ou seja, liderar sua equipe como um formador de profissionais
eficientes e comprometidos com o resultado final do trabalho.
Mão-de-obra
20PRO Manual de Revestimentos
Comprando e
recebendo
NBR 5732Cimento Portland Comum (CPI, CPI-S)
NBR 11578Cimento Portland Composto (CPII-E, CPII-Z, CPII-F)
NBR 5735Cimento Portland de Alto Forno (CPIII)
Comprando e Recebendo
Comprar e receber corretamente os componentes para a
produção de argamassas envolve uma série de
procedimentos para que se garanta a quantidade dos
componentes especificados.
O primeiro passo é a da especificação correta. Para tanto,
os seguintes dados devem constar de um pedido ou ordem
de compra:
• Marca comercial do produto e o fornecedor
• Características conforme norma de especificação
do produto
• Normas de especificação do produto:
Cimento Portland Pozolânico (CPIV) NBR 5736
Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CPV-ARI) NBR 5733
Cal Hidratada (CHI, CHII, CHIII) NBR 7175
Agregado para concreto NBR 7211
Argamassa para assentamento e revestimento NBR 13281
Cimento
Cal
Areia
(na falta de uma especificação para agregado para argamassa)
Argamassa
Um passo paralelo a esta especificação de compra, é a
seleção do fornecedor dos produtos, seja cimento, cal,
areia ou argamassa. Os itens a seguir fazem parte de um
procedimento de escolha do fornecedor:
1. O fornecedor deve apresentar periodicamente certificado
de conformidade do produto, onde conste a avaliação
frente as exigências das normas de especificação.
2. A comparação de preços entre fornecedores distintos
deve ter a mesma base, ou seja, caso as quantidades
entre sacos sejam diferentes.
Manual de Revestimentos 21PRO
3. A análise qualitativa deve ser feita levando-se em
consideração

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