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Introdução Em química analítica devemos manipular os equipamentos de medida da forma mais cuidadosa possível, ou seja, de forma a minimizar os erros de aferição para obtermos dados os mais confiantes possíveis. Por mais habilidoso que seja um analista, seu trabalho está sujeito a erros instrumentais, causados por instrumentos sem calibração ou mal calibrados, e erros aleatórios (indeterminados), que são produzidos por fatores sobre os quais o analista não tem controle. Para obter resultados os mais próximos possíveis dos valores verdadeiros é necessário o conhecimento da química envolvida no processo e das possíveis interferências. Os procedimentos a seguir visam a manipulação correta dos instrumentos de medida Boa parte dos processos químicos quantitativos depende, em algum estágio, da medida de massa (sendo chamada de “pesagem”). Esse procedimento é na maioria das vezes feito pela balança analítica. É importante proteger a balança das correntes de ar e poeira, mantê-la sempre limpa e nivelada para evitar leituras erradas, só pesar objetos que esteja à mesma temperatura da balança (tendo o cuidado para não exceder a carga máxima) e manuseá-los com uma pinça ou papel limpo. Toda a vidraria deve estar perfeitamente limpa e livre de gordura, caso contrário os resultados não serão confiáveis, por exemplo, antes de se realizar qualquer medição em uma pipeta, deve-se lavar a mesma com uma solução de mesma composição da solução a ser medida para que não haja interferências diretas ou indiretas nos resultados encontrados. Já com a bureta deve-se estar atento a tomada de uma alíquota, principalmente com a altura dos olhos, que deve ser a mesma da do topo do líquido, para se evitar os erros de paralaxe. A calibração de instrumentos volumétricos a uma dada temperatura fundamenta-se na densidade dos líquidos. Através da relação entre a massa e o volume expressa na densidade, é possível conferir através da massa (pesando com uma balança) se o volume de líquido indicado na vidraria é verdadeiro. A calibração tem como finalidade verificar se a medida obtida por um equipamento é compatível com o esperado, a fim de corrigir qualquer tipo erro, reduzindo, de forma considerável, custos com desperdícios e retrabalhos. A má calibração ou não calibração destas vidrarias pode apresentar resultados não confiáveis. A calibração de instrumentos volumétricos baseia-se no princípio da densidade dos líquidos, a qual é dada por: d= m/v, logo V= m/d. Esse volume obtido é comparado com o volume aferido nas vidrarias. Objetivo Determinar através da comparação com dados teóricos à precisão e exatidão de cada uma das vidrarias volumétricas realizando a calibração dos equipamentos. Materiais e reagentes 3.1 Materiais 1 Pipeta graduada de 10 ml 1 Bureta de 25 ml 6 Erlenmeyers 1 Termômetro 1 Suporte universal com garras 3.2 Reagentes Água 3.3 Equipamentos Balança analítica Procedimento experimental Escolheu-se 3 erlenmeyers. Em seguida pesou-se cada um e anotou-se os valores obtidos. Pegou-se uma pipeta e observou-se se havia alguma anormalidade em sua ponta ou extremidade, pois caso houvesse, poderia influenciar na aferição da mesma. Em seguida lavou-se a pipeta. Pegou-se um erlenmeyer, pipetou-se convenientemente a água em equilíbrio térmico com o ambiente. Logo após o erlenmeyer foi novamente pesado. Anotou-se os valores obtidos, e por diferença das pesagens obteve-se a massa de água escoada pela pipeta. Repetiu-se este procedimento mais duas vezes com outros dois erlenmeyers. Mediu-se a temperatura da água usada na calibração e verificou-se o valor tabelado da sua densidade, nesta temperatura. Conhecendo-se a massa de água escoada e a sua densidade na temperatura da experiência, calculou-se o volume exato da pipeta através da equação d=m/v, em seguida calculou-se o erro absoluto e o desvio padrão. Repetiu-se o procedimento para a bureta. � Resultados e discussões Resultados obtidos para pipeta graduada (10 ml); Experimento Massa do erlenmeyer(g) Massa do erlenmeyer + água (g) 1 59,8018 69,7588 2 65,8828 75,8154 3 55,4855 65,4354 Para calcular a massa de água(g) usou-se o seguinte calculo: Massa do erlenmeyer com água – massa do erlenmeyer = massa de água(g) Erlenmeyer Calculo (g) Resultado (massa de água(g)) 1 69,7588 - 59,8018 9,957 2 75,8154 - 65,8828 9,929 3 65,4354 - 55,4855 9,949 A temperatura da água era de 25 ºC. Para saber o valor da densidade correspondente da água nesta temperatura utilizou-se uma tabela de valores padrão; Tabela 1- Densidade da água de acordo com a temperatura O valor correspondente à densidade é de 0,9971. Então usou-se a seguinte formula para determinar o volume de água (ml); Densidade = massa / volume (ou d=m/v) Então calculou-se o volume de água (ml) para cada erlenmeyer usado; Amostra 1 2 3 Calculo 0,9971=9,957 / v V= 9,957 / 0,9971 0,9971=9,929 / v V= 9,929 / 0,9971 0,9971=9,949 / v V= 9,949 / 0,9971 Volume de água (ml) 9,985 9,957 9,977 Em seguida calculou-se o desvio padrão que é uma medida de dispersão usada com a média. Mede a variabilidade dos valores à volta da média. O valor mínimo do desvio padrão é 0 indicando que não há variabilidade, ou seja, que todos os valores são iguais à média. A fórmula de cálculo do desvio padrão para os valores x1, x2, x3,…, xn de uma amostra é a seguinte: n corresponde ao numero de amostras Valor médio da amostra= (9,985+9,957+9,977) / 3 Valor médio= 9,97 ml Desvio padrão= √ (9,99-9,98)²+ (9,96-9,98)²+ (9,98-9,98)² 3-1 Desvio padrão= 0,0158 ml Em seguida calculou-se o erro absoluto: Erro absoluto= volume medido - volume esperado (E= vm-ve) E= 9,98-10 E= 0,02 ml O volume esperado para pipeta graduada é +/- 0,03ml. Este valor é padrão, e é obtido na tabela a seguir; Tabela 2 - Desvio padrão para vidrarias mais comum nos laboratórios. Desvio padrão (mL) Volume (mL) Bureta Pipeta graduada Balão Volumétrico 0,5 1 + 0,01 + 0,01 2 + 0,01 + 0,015 3 + 0,015 4 + 0,02 5 + 0,02 + 0,02 + 0,02 10 + 0,02 + 0,03 + 0,02 15 20 25 + 0,03 + 0,05 + 0,03 50 + 0,05 + 0,05 100 + 0,10 + 0,08 200 + 0,10 250 + 0,12 500 + 0,20 1000 + 0,30 2000 + 0,50 Então foi possível observar que a vidraria esta dentro do limite de tolerância pré-estabelecido que seja de no máximo 0,03 ml e se encontra adequada para uso. Em seguida calculou-se o erro do analista; 100 %____9,98 5%______x x = 0,49 ml O valor obtido indica que o analista foi preciso, pois não ultrapassou o valor do desvio padrão. � Resultados obtidos para bureta (25 ml); Erlenmeyer Massa do erlenmeyer(g) Massa do erlenmeyer + água (g) 1 54,8877 79,5847 2 60,2276 84,9187 3 61,3114 85,9495 Calculou-se a massa de água(g): Massa do erlenmeyer com água – massa do erlenmeyer = massa de água(g) Erlenmeyer Calculo (g) Resultado (massa de água(g)) 1 79,5847- 54,8877 24,7029 2 84,9187- 60,2276 24,6911 3 85,9495- 61,3114 24,6381 A temperatura da água não variou, portanto usou-se o mesmo valor da densidade para o calculo do volume (tabela 1). O valor correspondente a densidade é de 0,997. Calculou-se o volume de água (ml) para cada uma das amostras; ( d=m/v) Amostra 1 2 3 Calculo 0,9971=24,7029/ v V=24,7029/ 0,9971 0,9971=24,6911/ v V= 24,6911/0,9971 0,9971=24,6381/ v V= 24,6381/0,9971 Volume de água (ml) 24,77 24,76 24,70 Em seguida calculou-se o desvio padrão; Valor médio da amostra= (24,77+24,76+24,70) / 3 Valor médio= 24,74 Desvio padrão= √ (24,8-24,7)²+(24,8-24,7)²+(24,7-24,7)²3-1 Desvio padrão= 0,122 Em seguida calculou-se o erro absoluto: Erro absoluto= volume medido - volume esperado (E= Vm-Ve) E= 24,74-25,00 E= -0,26 ml Lembrando que o valor de erro absoluto pode variar para mais (+) ou para menos (-). O volume esperado para bureta é 0,03 (tabela 2). Pode-se observar que o valor limite de tolerância foi ultrapassado pela bureta,pois seu limite é de +0,03 ou -0,03, o que indica que ela não fornece valores confiáveis para uso no laboratório. Então calculou-se o valor (porcentagem) do erro do analista; 100%____ 24,74 5%______x x = 1,23 O valor obtido indica que o analista foi impreciso, pois ultrapassou o valor do desvio padrão. � Conclusão É de fundamental importância um maior conhecimento a respeito de vidrarias para uma melhor realização das atividades feitas em laboratório. Ter a concepção de que vidrarias com vidros menos espessos e com mais graduações são mais precisas e, portanto, mais adequadas para pequenos volumes, sendo estas impossibilitadas de irem para estufa para que não ocorra dilatação levando à perda de precisão. É ideal também, sempre que utilizar as balanças, evitar ao máximo poeira e entre outras impurezas que possam distorcer as pesagens e também fazer diversas repetições para que chegue num resultado mais próximo. Perante as informações e a análise dos resultados obtidos, percebe-se que o experimento foi conduzido de forma satisfatória, pois devido à exatidão e à precisão dos valores experimentais, pode-se considerar que o instrumento volumétrico utilizado (pipeta 10,00 mL) estava devidamente calibrado. Já a bureta utilizada estava descalibrada, ultrapassando os valores permitidos de tolerância. Os erros observados estão associados aos erros de determinação de massa na balança (temperatura variável e falta de isolamento mecânico, por exemplo), desgastes físicos da bureta (corrosão, etc), falhas do analista, etc . Referencias HARRIS, D.C., Análise Química Quantitativa, 6ª Ed., LTC Editora, Rio de Janeiro, 2007. SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J; STANLEY, R.C. Princípios de Química Analítica, 1ª Ed., Thomson, São Paulo, 2006. https://quimicandovp.wordpress.com/2012/05/22/afericao-de-vidraria-volumetrica/#more-216 acessado em 15 de setembro de 2014. �PAGE \* MERGEFORMAT�11�
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