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EXERCI´CIOS DE DINAˆMICA – SISTEMA UFPR – Departamento de F´ısica CF-345 – F´ısica Ba´sica I 1. Um homem de massa m = 50 kg se encontra sobre um vaga˜o de trem de massa M = 550 kg. O conjunto homem-vaga˜o encontra-se inicialmente em repouso. O homem comec¸a a correr sobre o vaga˜o com uma velocidade constante vrel = 5 m/s, relativa ao vaga˜o. Ao chegar a` extremidade do vaga˜o o homem salta para o solo. Desprezando o atrito entre o vaga˜o e o trilho, determine: (a) A velocidade do vaga˜o em relac¸a˜o ao solo, imediatamente apo´s o homem ter saltado; (b) A velocidade do centro de massa do conjunto homem-vaga˜o com relac¸a˜o ao solo; (c) A energia cine´tica do sistema homem-vaga˜o logo apo´s o homem ter saltado. Resoluc¸a˜o (a) Para o sistema homem-vaga˜o, podemos considerar que ~F extres = 0. Duas concluso˜es surgem desta consid- erac¸a˜o: ~aCM = 0 e d~P dt = 0⇒ ~P = cte. Da segunda conclusa˜o, para um referencial fixo ao solo, escrevemos: ~Pi = ~Pf =⇒ m~v(i)HS +M~v(i)V S = m~v(f)HS +M~v(f)V S . Podemos considerar que, inicialmente, tanto o vaga˜o quanto o homem estavam parado em relac¸a˜o ao obser- vador externo, ou seja, ~v (i) HS = ~v (i) V S = 0. Logo, ~v (f) V S = − m M ~v (f) HS . Segundo o enunciado, sabe-se ~v (f) HV , que se relaciona com ~v (f) HS da seguinte maneira: ~v (f) HS = ~v (f) HV + ~v (f) V S . Inserindo a u´ltima equac¸a˜o na penu´ltima, ~v (f) V S = − m M [ ~v (f) HV + ~v (f) V S ] =⇒ ~v(f)V S = −m m+M ~v (f) HV . Substituindo os valores, encontramos |~v(f)V S | = 5/12 m/s≈ 0, 42 m/s, no sentido oposto a` ~v (f) HV . (b) Para o referencial fixo ao solo, como ~v (i) CM = 0 e ~aCM = 0 (auseˆncia de forc¸a resultante externa no sis- tema), concluimos que ~vCM = 0 em qualquer instante de tempo. (c) A energia cine´tica vale K = 1 2 m [ v (f) HS ]2 + 1 2 M [ v (f) V S ]2 = 1 2 m [ v (f) HV + v (f) V S ]2 + 1 2 M [ v (f) V S ]2 = 1 2 (50 kg) [ 5 m/s− 5 12 m/s ]2 + 1 2 550 kg [ 5 12 m/s ]2 ≈ 570 J 2. Uma bola de ac¸o de massa m = 1 kg e´ amarrada a uma corda de comprimento L = 80 cm e e´ largada quando a corda esta´ na horizontal (vide figura). Na parte mais baixa de sua trajeto´ria a bola atinge um bloco de ac¸o com massa M = 4 kg colocado na quina de um patamar (su- perf´ıcie sem atrito), que esta´ a uma altura h = 1, 25 m do solo. Considere a colisa˜o como sendo ela´stica. De- termine: (a) A altura ma´xima que a bola atinge apo´s a colisa˜o; (b) A que distaˆncia do patamar o bloco atinge o solo; (c) A tensa˜o na corda imediatamente antes da colisa˜o. Resoluc¸a˜o (a) Podemos calcular a velocidade ~vb,i com que a bola atinge o ponto mais baixo de sua trajeto´ria atrave´s do conceito de conservac¸a˜o de energia mecaˆnica (podemos usa´-lo porque, nesta primeira parte do movimento, a bola esta´ sujeita somente a forc¸as conservativas): Em,i = Em,f =⇒ mgL = 1 2 mv2b,i =⇒ |~vb,i| = √ 2gL. Com este resultado, podemos escrever ~vb,i = vb,x,i ıˆ = √ 2gL ıˆ. Durante o intervalo de tempo em que ocorre a colisa˜o podemos dizer que, aproximadamente, na˜o existe forc¸a resultante externa no sistema bloco-bola [pelo menos na direc¸a˜o horizontal, veja item (c)]. Logo, aCM,x = 0 e Pi,x = Pf,x. Desta segunda expressa˜o, concluimos que: mvb,x,i = mvb,x,f +MvB,x,f . Portanto, apo´s a colisa˜o, a bola possui velocidade vb,x,f = vb,x,i − M m vB,x,f . Nesta expressa˜o na˜o sabemos a velocidade do bloco apo´s a colisa˜o. Pore´m, como afirmou-se que a colisa˜o foi ela´stica, as energias cine´ticas, imediatamente antes e ime- diatamente depois da colisa˜o, devem ser iguais: 1 2 mv2b,i = 1 2 mv2b,f + 1 2 Mv2B,f . Das duas leis de conservac¸a˜o, montamos o sistema:{ m ( v2b,x,i − v2b,x,f ) =Mv2B,x,f m (vb,x,i − vb,x,f ) = MvB,x,f 1 Elevando a segunda equac¸a˜o ao quadrado e dividindo o resultado pela primeira obtemos: m (vb,x,i − vb,x,f ) = M (vb,x,i + vb,x,f) . Portanto, vb,x,f = −M −m M +m vb,x,i = −M −m M +m √ 2gL. Substituindo os valores, encontramos vb,x,f = −2, 4 m/s, que indica que a bola colide e retorna com esta veloci- dade. Podemos dizer, nesta terceira parte do movimento que envolve o retorno da bola, que exite conservac¸a˜o de en- ergia mecaˆnica, Em,i = Em,f =⇒ 1 2 mv2b,x,f = mghR. =⇒ hR = v2b,x,f 2g = ( M −m M +m )2 L. Substituindo os valores, a altura de retorno vale hR = (9/25)L ≈ 29 cm. (b) A velocidade do bloco imediatamente depois da co- lisa˜o e´ dada por (veja item anterior): vB,x,f = m M (vb,x,i − vb,x,f) = 2m M +m vb,x,i = 2m M +m √ 2gL, que, ao se substituir os valores, vB,x,f = 1, 6 m/s. A distaˆncia percorrida D e´ simplesmente dada por D = vB,x,f tf , sendo tf o tempo de queda que pode ser calcu- lado por: h = 1 2 gt2f =⇒ tf = √ 2h/g. Portanto, D = vB,x,f tf = 2m M +m √ 2gL× √ 2h/g = 4m M +m √ Lh = 0, 8 m. (c) O diagrama de forc¸as naquele instante e´ dado por: y m ~Fmg 6 ~T ? A forc¸a resultante e´ dada por ~Fres = ~T + ~F m g = (|~T | − mg)ˆ. Neste instante a forc¸a resultante e´ exatamente a forc¸a centr´ıpeta, Fc = |~T | −mg = mv2b,i L . Portanto, |~T | = mg + 2mg = 3mg. Substituindo os valores: |~T | ≈ 30 N. Note que este valor equivale a ~F extres no instante imediatamente anterior a` colisa˜o, que no item (a) foi considerado desprez´ıvel. Pore´m, este resultado na˜o anula completamente nossas concluso˜es obtidas para a direc¸a˜o horizontal. Se, ao inve´s de uma bola pendurada numa corda, tive´ssemos uma bola presa a uma haste r´ıgida fina, eliminar´ıamos este problema. 3. Uma bala de 10 g se movendo para cima em linha reta com velocidade de 500 m/s bate e fica alojada no centro de um bloco de 5,0 kg que se movia inicialmente com velocidade de 2,0 m/s sobre uma mesa sem atrito, conforme a figura. Imediatamente apo´s a colisa˜o, o proje´til composto pelos dois corpos passa a executar um movimento parabo´lico. Despreze a resisteˆncia do ar e considere que o proje´til na˜o roda enquanto voa. (a) Calcule o mo´dulo da velocidade do proje´til e o aˆngulo com que ele deixa a mesa imediatamente apo´s a colisa˜o. (1,0) (b) Determine o impulso vertical recebido pelo bloco na colisa˜o. (0,50) (c) Calcule a variac¸a˜o de energia cine´tica no sistema entre um instante imediatamente anterior e um instante imediatamente posterior a` colisa˜o. (0,50) (d) Quanto tempo o proje´til “bala+bloco” permanece no ar antes de voltar para a mesa? (0,50) bloco mesa bala Resoluc¸a˜o (a) Instantaneamente, podemos desprezar o efeito da forc¸a gravitacional no momento da colisa˜o. Logo, o mo- mento linear total do sistema “bala+bloco” se conserva pois na˜o ha´ forc¸as externas. Usando V para a veloci- dade inicial do bloco, v para a velocidade inicial da bala, e aplicando a lei de conservac¸a˜o do momento linear nas duas direc¸o˜es, obtemos MV = (m+M)vx ⇒ vx = M m+M V = 1, 996 m/s, mv = (m+M)vy ⇒ vy = m m+M v = 0, 998 m/s. Portanto, escrevendo ~vf = vx ıˆ+ vy ˆ, concluimos que |~vf | = √ v2x + v 2 y ≈ 2, 2 m/s e θ = arctg ( vy vx ) ≈ 27◦. (b) O impulso vale ~J = ∆~p. Portanto, a componente vertical do impulso recebido pelo bloco foi Jy = Mvy − 0 ≈ 5, 0 kg·m/s. (c) A variac¸a˜o de energia cine´tica do sistema foi ∆K = Kf −Ki = (m+M) v2f 2 2 − ( M V 2 2 + mv2 2 ) ≈ −1, 2× 103 J. O resultado negativo indica que houve perda da energia cine´tica total. De fato, uma parte considera´vel (99%) da energiacine´tica inicial foi utilizada para deformar o bloco e a bala. (d) Temos agora um problema de cinema´tica em duas dimenso˜es. Usando um eixo vertical orientado para cima, com origem no ponto de decolagem do proje´til, obtemos as seguintes equac¸o˜es hora´rias: x(t) = vx t e y(t) = vy t− g t2/2. Para obtermos o tempo de voˆo, basta exigirmos que y(tvoo) = 0. O resultado procurado e´: tvoo = 2 vy g ≈ 0, 2 s. 4. Um cachorro de massa m = 4, 5 kg esta´ em pe´ sobre um barco de massa M = 18 kg, que esta´ em repouso em relac¸a˜o a` margem do rio. Inicialmente o cachorro, que tambe´m esta´ em repouso, encontra-se a uma distaˆncia x (i) cm = 6, 1 m da margem do rio (na˜o confunda com xCM , que e´ a coordenada x do centro de massa). Ele anda, enta˜o, Dcb = 2, 4 m ao longo do barco em direc¸a˜o a` margem, e pa´ra. Despreze o atrito entre o barco e a a´gua. (a) Qual e´ a velocidade ~vCM do centro de massa do sis- tema barco+cachorro? (0,50) (b) Na situac¸a˜o final, qual e´ a distaˆncia do cachorro a` margem? (1,00) (c) Em quanto variou a distaˆncia entre o barco e a margem? O barco se aproximou ou se afastou da margem? (1,00) Resoluc¸a˜o (a) Como ~F extres = 0, concluimos que ~aCM = 0, que im- plica que ~vCM e´ constante. Ale´m disso, como o sistema esta´ inicialmente em repouso, sabemos que ~vCM = 0 e assim permanacera´. (b) Se ~vcm = 0, a posic¸a˜o do centro de massa do sistema na˜o deve se alterar. Portanto, mx(i)cm +Mx (i) bm = mx (f) cm +Mx (f) bm Para saber distaˆncia final do cachorro a` margem x (f) cm resolvemos x(f)cm = x (i) cm − M m ( x (f) bm − x(i)bm ) = x(i)cm − M m ∆xbm. Considerando que xcm = xcb + xbm ⇒ ∆xcm = ∆xcb +∆xbm, obtemos x(f)cm = x (i) cm − M m (∆xcm −∆xcb) =⇒ x(f)cm = x(i)cm + M m+M ∆xcb. Considerando que ∆xcb = −Dcb = −2, 4 m, encontramos x(f)cm = ( 6, 1− 18 22, 5 × 2, 4 ) m ≈ 4, 2 m. (c) Podemos usar ∆xbm = ∆xcm −∆xcb, consideramndo, do item anterior, ∆xcm = x (f) cm − x(i)cm = −1, 9 m e ∆xcb = −Dcb = −2, 4 m. Substituindo os valores, ∆xbm = −1, 9 m + 2, 4 m = 0, 3 m, que, pelo fato de ser um nu´mero postitivo, representa um afastamento do barco. 5. Um vaga˜o de carga de uma ferrovia de massa m1 = 3, 18 × 104 kg colide com o u´ltimo vaga˜o de carga em repouso. Eles ficam acoplados, e 27% da energia cine´tica inicial sa˜o transferidos para energia te´rmica, som, vibrac¸o˜es, etc. Ache a massa deste u´ltimo vaga˜o. (2,00) Resoluc¸a˜o Como se trata de um problema de colisa˜o, ~F resext = 0, enta˜o o momento linear do sistema composto pelos dois vago˜es se conserva (em 1D): m1v (i) 1 +m2v (i) 2︸ ︷︷ ︸ zero = m1v (f) 1 +m2v (f) 2 . Outra informac¸a˜o que temos e´Kf = fKi, com f = 0, 73, ou seja: f 2 m1 ( v (i) 1 )2 = 1 2 m1 ( v (f) 1 )2 + 1 2 m2 ( v (f) 2 )2 . Nosso objetivo e´ calcular m2 a partir destas duas equac¸o˜es sabendo somente os valores de f e m1, e sabendo que v (f) 1 = v (f) 2 = V . Para resolver isso, ele- vamos ao quadrado a primeira equac¸a˜o e reescrevemos a segunda, de tal modo que m21 ( v (i) 1 )2 = (m1 +m2) 2V 2, f m1 ( v (i) 1 )2 = (m1 +m2)V 2. Dividindo a primeira pela segunda: m1 f = (m1 +m2) Enta˜o, m1 f −m1 = 1− f f m1 = m2 =⇒ m2 = 0, 27 0, 73 3, 18× 104 kg = 1, 18× 104 kg. 6. Um gafanhoto, pousado na beirada superior de uma folha de papel que esta´ boiando sobre a a´gua de um tanque, salta, com velocidade inicial 2 m/s, em direc¸a˜o a` beirada inferior da folha, no sentido do comprimento. As massas do gafanhoto e da folha sa˜o, respectivamente, mg = 1 g e mf = 4 g, e o comprimento da folha e´ de Lf = 25 cm. Em que domı´nio de valores pode estar compreendido o aˆngulo θ entre a direc¸a˜o do salto e a sua 3 projec¸a˜o sobre a horizontal para que o gafanhoto volte a cair sobre a folha? (2,00) Resoluc¸a˜o Consideraremos o sistema folha-gafanhoto. Se de- sprezarmos a resisteˆncia da a´gua ao seu deslizamento, podemos concluir que, para qualquer direc¸a˜o horizontal, ~F extres = 0 e, portanto, o momento total ~P (componente horizontal) e´ constante. Isso vale antes, durante, e depois do salto do gafanhoto. Inicialmente, consideraremos que folha e gafanhoto esta˜o em repouso para um referencialM fixo na margem. Con- sideramos tambe´m que, antes do salto, o gafanhoto esta´ na origem do referencial M , ou seja, x (i) GM = 0. Ale´m disso, consideramos que a folha, inicialmente, localiza-se inteiramente no eixo positivo de x. Passaremos a contar o tempo a partir do instante em que o gafanhoto deixa a folha. Portanto, tratando o gafan- hoto como um proje´til, sabemos que xGM (t) = |~v(f)GM | cos θ t, yGM (t) = |~v(f)GM | sin θ t− gt2 2 . Note que, para um dado θ, que pode variar de 0 a π/2, todo o movimento do gafanhoto esta´ determinado, uma vez que sabemos que |~v(f)GM | = 4 m/s. Outra coisa, os ı´ndices (i) e (f) fazem refereˆncia aos instantes de tempo imediatamente anterior e posterior ao impulso recebido pelos corpos, respectivamente. A outra extremidade da folha (que chamaremos de ponto P), depois do impulso, se desloca com velocidade v (f) PM . Portanto, sua posic¸a˜o em func¸a˜o do tempo vale xPM (t) = Lf + v (f) PM t. Podemos obter uma relac¸a˜o entre v (f) PM e ~v (f) GM atrave´s da discussa˜o realizada no primeiro para´grafo. Como Px do sistema se conserva, e inicialmente vale zero: mfv (f) PM +mg|~v(f)GM | cos θ = 0 =⇒ v(f)PM = − mg mf |~v(f)GM | cos θ. Ao substituir esta equac¸a˜o na expressa˜o para xPM (t), encontramos xPM (t) = Lf − mg mf |~v(f)GM | cos θ t. Portanto, para um dado θ, concluimos que o movimento da folha esta´ completamente determinado. Admitindo que o gafanhoto retorna a` folha no instante tvoo, a condic¸a˜o para que ele caia sobre a folha e´: xPM (tvoo) ≥ xGM (tvoo), sendo que tvoo e´ definido por yGM (tvoo) = |~v(f)GM | sin θ tvoo − gt2voo 2 = 0 =⇒ tvoo = 2|~v (f) GM | sin θ g . Enta˜o, Lf − mg mf |~v(f)GM | cos θ [ 2|~v(f)GM | sin θ g ] ≥ |~v(f)GM | cos θ [ 2|~v(f)GM | sin θ g ] , e, portanto, os valores de θ para os quais o gafanhoto retorna a` folha sa˜o restritos a =⇒ sin(2θ) ≤ ( mf mg +mf ) gLf |~v(f)GM |2 . Numericamente, o lado direito desta inequac¸a˜o vale 0,15. Chamando α ≡ 2θ, enta˜o, como 0 ≤ θ ≤ π/2, concluimos que 0 ≤ θ ≤ π. Neste intervalo, sabemos que sinα = 0, 15 =⇒ α ≈ 8, 6◦ ou α ≈ 181, 4◦. Portanto, sabendo da relac¸a˜o de α com θ, concluimos que 0 ≤ α ≤ 8, 6◦ =⇒ 0 ≤ θ ≤ 4, 3◦ e 171, 4◦ ≤ α ≤ 180◦ =⇒ 85, 7◦ ≤ θ ≤ 90◦ . 7. Uma bala de mb = 10 g incide horizontalmente sobre um peˆndulo bal´ıstico, inicialmente em repouso, de massa igual a mp = 2 kg, com uma velocidade de 400 m/s. A bala atravessa-o e emerge do outro lado com velocidade de 100 m/s. (a) Qual e´ a velocidade do peˆndulo num instante imediatamente posterior a` sa´ıda da bala, desprezando sua elevac¸a˜o durante o tempo em a bala leva para atravessa´-lo. (1,25) (b) Calcule a altura de elevac¸a˜o do peˆndulo. (1,25) Resoluc¸a˜o Na bala, atua a forc¸a gravitacional ~F (mb) g = −mbg ˆ. No peˆndulo, atuam a forc¸a gravitacional ~F (mp) g = −mpg ˆ e a forc¸a de trac¸a˜o ~T do fio que sustenta mp. Existem treˆs forc¸as externas agindo no sistema bala- peˆndulo em qualquer instante de tempo: ~F resext = ~T − (mb+mp)g ˆ. Antes da colisa˜o, a forc¸a externa resultante e´ simplesmente ~F res,iext = −mbg ˆ, ja´ que ~T = −~F (mp)g . Durante a colisa˜o, a forc¸a ~T na˜o equilibra mais a forc¸a −(mb +mp)g ˆ, ja´ que o peˆndulo comec¸a a girar,e, por- tanto, aparece uma componente da forc¸a resultante na direc¸a˜o centr´ıpeta. Assim que o peˆndulo deixa a posic¸a˜o vertical, uma componente horizontal de ~T aparece. Se desprezarmos a componente horizontal de ~T , alegando que a colisa˜o foi ta˜o ra´pida que o peˆndulo permaneceu aproximadamente na direc¸a˜o vertical, podemos afirmar, baseados em ~F resext = d~P dt =⇒ { (F resext )x = dPx dt (F resext )y = dPy dt , que a componente x do momento linear total se conserva: P (i) x = P (f) x . Assim, pensando apenas nesta componente: mbv (i) b = mbv (f) b +mpv (f) p =⇒ v(f)p = − mb mp (v (f) b − v(i)b ), 4 Numericamente obtemos: v(f)p = 5× 10−3 2 × 300 m/s = 0, 75 m/s. Esta e´ a velocidade inicial do peˆndulo. Desprezando suas dimenso˜es, escrevemos sua energia cine´tica, neste ponto mais baixo, como: Ec = 1 2 mp ( v(f)p )2 . Esta tambe´m e´ a energia mecaˆnica do peˆndulo se ado- tarmos a origem do eixo y como sendo este ponto mais baixo. Portanto, ja´ que, depois que a bala atravessa o peˆndulo, somente forc¸as conservativas atuam nele, a en- ergia mecaˆnica se conserva: mpgym = 1 2 mp ( v(f)p )2 ym = ( v (f) p )2 g = 9 160 m ≈ 56mm. 8. Uma bala de 10 g se movendo para cima em linha reta a 1000 m/s bate e atravessa o centro de massa de um bloco de 5,0 kg inicialmente em repouso. A bala emerge do bloco movendo-se para cima em linha reta a 400 m/s. Ate´ que altura o bloco se eleva acima da sua posic¸a˜o inicial ? (2,0) Resoluc¸a˜o Considere que o intervalo de tempo em que ocorreu a in- terac¸a˜o entre a bala e o bloco foi ta˜o pequeno que pode- mos dezprezar o movimento do bloco neste per´ıodo, as- sim como a variac¸a˜o das velocidade dos corpos devido a` forc¸a gravitacional. Por conservac¸a˜o de momento, temos mvb,i = mvb,f +MvB,f =⇒ vB,f = m(vb,i − vb,f ) M , (1) sendo M a massa do bloco, vB,f sua velocidade imedi- atamente depois da colisa˜o, m a massa da bala, e, vb,i e vb,f a velocidade da bala imediatamente antes e depois da colisa˜o, respectivamente. Agora usamos a ide´ia de conservac¸a˜o de energia para saber a altura h de elevac¸a˜o do bloco: Mgh = 12Mv 2 B,f . Portanto, h = v2B,f 2g = m2(vb,i − vb,f )2 2gM2 = (10−2 Kg)2(103 m/s− 4× 102 m/s)2 2× (9, 8 m/s2)× (5 Kg)2 = 0, 073 m. 9. Um remador de mr = 75 kg, sentado na popa de uma canoa de mc = 150 kg e lc = 3 m de comprimento, conseguiu trazeˆ-la para a posic¸a˜o em que esta´, parada perpendicularmente a` margem de um lago, que nesse ponto forma um barranco, com a proa encostada numa estaca onde o remador quer amarrar a canoa. Ele se levanta e caminha ate´ a proa, o que leva a canoa a afastar-se da margem. Chegando a` proa, ele consegue, esticando o brac¸o, alcanc¸ar ate´ uma distaˆncia de d = 80 cm da proa. O remador conseguira´ agarrar a estaca? Caso contra´rio, quanto falta? Considere o centro de massa da canoa como localizado em seu ponto me´dio e despreze a resisteˆncia da a´gua. (2,00) 10. Em uma partida de bilhar americano, a bola branca acerta outra bola de mesma massa, que inicialmente estava em repouso. Apo´s a colisa˜o, a bola branca se move a 4,0 m/s ao longo de uma linha reta que faz um aˆngulo de 30◦ com a sua direc¸a˜o de movimento inicial, e a segunda bola possui velocidade de 3,0 m/s. (a) Qual e´ o aˆngulo entre a direc¸a˜o de movimento da segunda bola e a direc¸a˜o original de movimento da bola branca? (0,50) (b) Qual a velocidade inicial da bola branca? (0,50) (c) Que frac¸a˜o da energia cine´tica e´ perdida na co- lisa˜o? (0,50) (d) Qual e´ o impulso sentido pela bola branca? (0,50) (e) Qual e´ a forc¸a me´dia que a a bola branca sentiu durante a colisa˜o, estimando que ela durou 0,2 s? (0,50) Resoluc¸a˜o (a) Supondo que ~F extres = 0, o momento total ~P se con- serva. Portanto, sendo m1 = m2 = m, escrevemos m~v1,i = m~v1,f +m~v2,f , que implica em{ vx,1,i = vx,1,f + vx,2,f vy,1,i = vy,1,f + vy,2,f ou { |~v1,i| = |~v1,f | cos θ1 + |~v2,f | cos θ2 0 = |~v1,f | sin θ1 + |~v2,f | sin θ2 . Da segunda equac¸a˜o, obtemos diretamente o aˆngulo θ2 entre a direc¸a˜o original da bola branca e a direc¸a˜o de sa´ıda da segunda bola: sin θ2 = −|~v1,f ||~v2,f | sin θ1 = − (4 m/s) (3 m/s) · 1 2 = −2 3 . Portanto, θ ≈ −42◦. (b) A primeira equac¸a˜o do sistema acima produz |~v1,i| = |~v1,f | cos θ1 + |~v2,f | cos θ2 ≈ (4 m/s) cos 30◦ + (3 m/s) cos 42◦ ≈ 5, 7 m/s. (c) A energia cine´tica inicial vale Ki = 1 2 m~v21,i = 1 2 m(5, 7 m/s)2 = 16, 2m J, com a massa m dada em kg. A energia cine´tica final vale Kf = 1 2 m~v21,f + 1 2 m~v22,f = 1 2 m [ (4 m/s)2 + (3 m/s)2 ] = 12, 5m J. 5 Portanto, Kf Ki = 12,516,2 = 0, 77, que indica que 23% da energia inicial foi perdida na colisa˜o. (d) O impulso e´ dado por (no SI,tambe´m supondo m = 1 kg) ~J = ∆~p = m[(vx,1,f − vx,1,i)ˆı+ (vy,1,f − vy,1,i)ˆ] = [(4 cos 30◦ − 5, 7)ˆı+ (4 sin 30◦ − 0)ˆ] = −2, 24ıˆ+ 2ˆ. (e) A forc¸a me´dia e´ dada por (no SI) ~Fm = ~J ∆t = −11, 2ıˆ+ 10ˆ. 11. Um homem de massa m se agarra a uma escada de corda pendurada em um bala˜o de massa M . O bala˜o esta´ em repouso com relac¸a˜o ao solo. (a) Se o homem comec¸ar a subir a escada com velocidade v (em relac¸a˜o a` escada) em que direc¸a˜o e com que ve- locidade (em relac¸a˜o ao solo) o bala˜o se movera´? (1,50) (b) O que acontece quando o homem para de subir a escada? (0,50) 12. Um vaga˜o de massa M se desloca em linha reta, ini- cialmente com velocidade constante V0. Ao passar por um tu´nel, um dispositivo preso ao teto deste lanc¸a um proje´til de massa m com velocidade horizontal v0 na mesma direc¸a˜o e sentido da velocidade do vaga˜o. O proje´til e´ feito de massa de vidraceiro, de modo que ele gruda no vaga˜o ao cair sobre ele. (a) Calcule a velocidade final do vaga˜o. (1,25) (b) Calcule o impulso que o vaga˜o recebeu. Considerando que V0 > v0, indique claramente se o impulso e´ positivo ou negativo. O que ocorre quando v0 = V0? (1,25) 13. Um corpo de massa m = 6 kg desliza com velocidade v = 4 m/s em um piso sem atrito no sentido positivo do eixo x. Repentinamente, ele explode em dois pedac¸os. Um pedac¸o, com massa m1 = 2 kg, se desloca no sentido positivo do eixo x com velocidade v1 = 8 m/s. (a) Qual a velocidade do centro de massa depois da explosa˜o? (0,50) (b) Qual a velocidade do segundo pedac¸o? (1,00) (c) A energia cine´tica se conservou? Se sua resposta for negativa, explique a origem da variac¸a˜o desta energia? (1,00) Resoluc¸a˜o (a) Como ~F extres = 0 durante todo o movimento, podemos afirmar que ~aCM = 0. Portanto a velocidade do centro de massa permanece a mesma do in´ıcio do movimento, |~v| = 4 m/s. (b) Como na˜o ha´ forc¸a externa resultante, o momento total se conserva. Logo, mivi = m1v1 +m2v2 =⇒ v2 = 1 m2 (mivi −m1v1) . Substituindo os valores nume´ricos, v2 = (6 kg) · (4 m/s)− (2 kg) · (8 m/s) 4 kg = 2 m/s. (c) A energia cine´tica inicial e´ 1 2 miv 2 i = 1 2 (6 kg) · (4 m/s)2 = 48 J. A energia cine´tica final e´ 1 2 m1v 2 1 + 1 2 m2v 2 2 = 1 2 (2 kg) · (8 m/s)2 + 1 2 (4 kg) · (2 m/s)2 = 72 J. Como vemos, houve um aumento da energia cine´tica do sistema. O aumento na energia, 24 J , foi fornecido pela explosa˜o. 14. Um corpo de massa m = 6 kg desliza com velocidade v = 4 m/s em um piso sem atrito no sentido positivo do eixo x. Repentinamente, ele explode em dois pedac¸os. Um pedac¸o, com massa m1 = 2 kg, se desloca no sentido positivo do eixo x com velocidade v1 = 8 m/s. a) Qual a velocidade do segundo pedac¸o?b) Quanta energia foi liberada pela explosa˜o? Resoluc¸a˜o: a) Como na˜o ha´ forc¸a externa resul- tante e considerando que a massa se conserva, o momento total se conserva. Logo, minicialvinicial = m1v1 + m2v2 =⇒ v2 = 1m2 (minicialvinicial −m1v1). Substituindo os valores nume´ricos, v2 = 1 4 kg ((6 kg) · (4 m/s)− (2 kg) · (8 m/s)) = 2 m/s. b) A energia inicial e´ 12minicialv 2 inicial = 1 2 (6 kg) · (4 m/s)2 = 48 J . A energia final e´ 12m1v 2 1 + 1 2m2v 2 2 = 1 2 (2 kg) · (8 m/s)2 + 12 (4 kg) · (2 m/s)2 = 72 J . O aumento na energia, 24 J , foi fornecido pela explosa˜o. 15. Uma bola de 500 g com velocidade de ~v de mo´dulo 6,0 m/s atinge uma parede a um aˆngulo de 30o e, enta˜o, ricocheteia com o mesmo aˆngulo e com velocidade de mesmo mo´dulo. A bola fica em contato com a parede por 12 ms. (a) Qual foi o impulso sobre a bola ? (1,0) Momento inicial: pi = mv cos 30 o i−mv sen 30o j Momento final: pf = mv cos 30 o i+mv sen 30o j J = pf−pi = 2mv sen 30o j = 2×0, 5×6, 0×0, 5 j= 3, 0Ns j (2) (b) Qual foi a forc¸a me´dia exercida pela bola sobre a parede ? (1,0) Fmed = − J ∆t = − 3, 0 12× 10−3 j = −250N j (3) 6 16. Um bolinho de massa que se move para a direita a 5 m/s colide com outro bolinho que se move para a esquerda a 2 m/s. Ambos teˆm uma massa de 0,3 kg. (a) Determine as velocidades finais dos bolinhos se a co- lisa˜o for totalmente inela´stica. (1,0) Conservac¸a˜o do Momento Linear: m1v1i+m2v2i = (m1+ m2) vf vf = m1v1i +m2v2i m1 +m2 = 0, 3× 5 + 0, 3× (−2) 0, 3 + 0, 3 = 1, 5m/s (4) (b) Determine as velocidades finais dos bolinhos se a co- lisa˜o for ela´stica. (1,0) v1f = m1 −m2 m1 +m2 v1i + 2m2 m1 +m2 v2i = v2i = −2m/s (5) v2f = m2 −m1 m1 +m2 v2i + 2m1 m1 +m2 v1i = v1i = 5m/s (6) 17. Apo´s uma colisa˜o totalmente inela´stica, observa-se que dois objetos de mesma massa e mesma velocidade escalar inicial se afastam juntos do ponto onde se chocaram com metade da velocidade escalar inicial que cada um possu´ıa. Ache o aˆngulo entre as velocidades iniciais dos objetos. 18. Apo´s uma colisa˜o totalmente inela´stica, observa-se que dois objetos de mesma massa e mesma velocidade escalar inicial se afastam juntos do ponto onde se chocaram com metade da velocidade escalar inicial que cada um possu´ıa. Ache o aˆngulo entre as velocidades iniciais dos objetos. 19. Apo´s uma colisa˜o totalmente inela´stica, observa-se que dois objetos de mesma massa e mesma velocidade escalar inicial se afastam juntos do ponto onde se chocaram com metade da velocidade escalar inicial que cada um possu´ıa. Ache o aˆngulo entre as velocidades iniciais dos objetos. 20. Ao se observar uma roda girando, verifica-se que deter- minado ponto dela se move de acordo com a equac¸a˜o θ(t) = 2, 0 + 4, 0t2 + 2, 0t3, sendo θ(t) a posic¸a˜o angular do ponto no instante t (esta equac¸a˜o e´ va´lida apenas quando as quantidades sa˜o fornecidas em unidades do Sistema Internacional). (a) Escreva uma expressa˜o para a velocidade angular ω(t) do ponto. (0,50) (b) Calcule a posic¸a˜o angular e sua velocidade angular em t = 0. (0,50) (c) Qual a velocidade angular em t = 4 s? (0,50) (d) Calcule a acelerac¸a˜o angular (tangencial) em t = 4 s. (0,50) (e) A acelerac¸a˜o e´ constante? Explique. (0,50) Resoluc¸a˜o (a) Para obtermos ω(t) devemos derivar θ(t), ω(t) = d dt θ(t) = 8t+ 6t2. (b) Em t = 0 s temos θ(0) = 2 + 4× 02 + 2× 03 = 2 rad e ω(0) = 8× 0 + 6× 02 = 0 rad/s. (c) Em t = 4 s temos ω(4) = 8× 4 + 6× 42 = 128 rad/s. (d) Uma expressa˜o para α(t) vale α(t) = d dt ω(t) = 8 + 12t. Logo, α(4) = 8 + 12× 4 = 56 rad/s2. (e) A expressa˜o para α(t) indica que esta quantidade varia com tempo. Logo, na˜o e´ constante. 21. Um atleta, ao saltar de um trampolim, variou sua ve- locidade angular de zero a 6,20 rad/s em 220 ms. Seu momento de ine´rcia e´ de 12,0 kg ·m2. (a) Durante o salto , qual foi a sua acelerac¸a˜o angular ? (1,0) (b) Qual foi o torque externo atuando sobre o atleta durante o salto ? (1,0) (a) Supondo acelerac¸a˜o angular constante, obtemos α = ω − ω0 ∆t = 6, 20− 0 220 · 10−3 = 28, 2 rad/s 2. (7) (b) Supondo que o momento de ine´rcia permaneceu con- stante, aplicamos a segunda lei de Newton para rotac¸o˜es, τ = Iα = 12× 28, 2 = 338 N ·m. (8) 22. Um cil´ındro tem massa m e raio R. Pro´ximas a cada extremidade do cil´ındro, enrolam-se duas cordas finas e leves, cujas pontas sa˜o presas a ganchos no teto. Mante´m-se o cil´ındro horizontalmente com as cordas na vertical, e, em seguida, ele e´ solto. (a) Escreva a segunda lei de Newton para a translac¸a˜o e para a rotac¸a˜o do cilindro. (0,50) (b) Se, num determinado instante, o cilindro translada com velocidade de mo´dulo |v|, qual e´ o mo´dulo de sua velocidade angular |ω|? (0,25) (c) Determine a trac¸a˜o em cada corda, enquanto esta˜o desenrolando o cilindro. (0,50) (d) Qual e´ a acelerac¸a˜o linear do cil´ındro durante a queda? (0,25) (e) Para o instante em que a velocidade do bloco e´ v, escreva uma expressa˜o para a energia cine´tica do sistema em func¸a˜o de v e dos dados do enunciado do problema. (0,50) (f) Usando considerac¸o˜es de energia, mostre que a velocidade escalar do bloco apo´s cair uma distaˆncia h, partindo do repouso, e´ dada por v = √ 4gh/3. (0,50) Resoluc¸a˜o 7 (a) A segunda lei de Newton, para translac¸a˜o e para rotac¸a˜o, e´ dada por ~Fres = m~a e ~τres = I~α, respecti- vamente. Portanto, 2~T + ~Fg = m~a e 2~τ~T = I~α, sendo que I = mR2/2. ~F g representa a forc¸a grav- itacional e ~T representa a forc¸a que o teto exerce no cilindro, via trac¸a˜o da corda. A u´nica forc¸a que produz torque na˜o-nulo no cilindro e´ ~T , e sabemos que |~τ~T | = |~T |R. (b) Nesse problema, a acelerac¸a˜o e a velocidade tangen- ciais, no cilindro, correspondem, respectivamente, a` sua acelerac¸a˜o e a` sua velocidade translacionais. Ou seja, |~α| = |~a| R e |~ω| = |~v| R . (c) Usando a relac¸a˜o |~α| = |~a|/R, obtemos 2|~T | −mg = −m|~a| e 2|~T |R = I|~a| R . Note que, da maneira como foram escritas estas equac¸o˜es, o sentido positivo do movimento de translac¸a˜o aponta para cima e o sentido positivo de rotac¸a˜o e´ o anti-hora´rio (veja a figura). Dividindo a primeira equac¸a˜o pela se- gunda, 2|~T | −mg 2|~T |R = −mR I =⇒ |~T | ( 1 + mR2 I ) = mg 2 . Como no caso do cil´ındro girando em torno do seu eixo de simetria, I = 12mR 2, |~T | (1 + 2) = mg 2 =⇒ |~T | = mg 6 . (d) Da primeira equac¸a˜o do item anterior, |~a| = g − 2| ~T | m = g − g 3 = 2 3 g. (e) Rotac¸a˜o e translac¸a˜o contribuem com uma frac¸a˜o da energia cine´tica total, K = K(rot) +K(trans) = I~ω2 2 + mv2 2 = 1 2 ( mR2 2 ) v2 R2 + mv2 2 = 1 2 (m 2 +m ) v2 = 3 4 mv2. (f) A energia mecaˆnica do sistema se conserva, isto e´, Ei = Ef . Inicialmente, a energia mecaˆnica se apre- senta no sistema em forma de energia potencial grav- itacional mgh. Depois, quando o bloco desce, a energia potencial gravitacional se converte em energia cine´tica de translac¸a˜o e de rotac¸a˜o. Usando o resultado do item anterior, temos: Ei = Ef ⇒ mgh = 3 4 mv2 ⇒ v = √ 4gh 3 . 23. Considere um trem de brinquedo montado sobre uma roda que pode girar livremente com atrito desprez´ıvel em torno de um eixo vertical (vide figura). O trem tem massa m e esta´ inicialmente em repouso, assim como a plataforma. Num dado instante a locomotiva do trem e´ ligada. O trem atinge uma velocidade estaciona´ria v com relac¸a˜o ao trilho. Considere a roda de de raio R e massa M . (a) Qual e´ a velocidade angular~ω da roda? (b) Qual e´ a energia cine´tica final do sistema? (c) Qual e´ a origem da variac¸a˜o da energia mecaˆnica? (Obs: Use o eixo de rotac¸a˜o como sendo o eixo z.) Resoluc¸a˜o (a) Como podemos considerar que ~τextres = 0, podemos concluir que o momento angular total inicial ~Li e´ igual ao momento angular total ~Lf , depois que o trem atinge uma velocidade linear vTP = v, com relac¸a˜o a` plataforma. Portanto, 0 = IT ~ωTO + IP ~ωPO =⇒ ~ωPO = − IT IP ~ωTO, sendo IT = mR 2 o momento de ine´rcia do trem para este problema e IP = 1 2MR 2 o momento de ine´rcia da plataforma (aproximada por um disco de raio R). Para um observador parado fora da plataforma, temos ~ωTO = ~ωTP + ~ωPO. Portanto, inserindo esta u´ltima equac¸a˜o na anterior, ~ωPO = − IT IP [~ωTP + ~ωPO] = − IT IT + IP ~ωTP . Substituindo os valores para IT e IP , e sendo ~ωTP = − v R kˆ (vide figura), obtemos ~ωPO = mR2 MR2 2 +mR 2 v R kˆ = 2m M + 2m v R kˆ. (b) O trem e a plataforma contribuem para a energia cine´tica final: KR = KR,T +KR,P = 1 2 IT ~ω 2 TO + 1 2 IP ~ω 2 PO = mR2 2 [~ωTP + ~ωPO] 2 + MR2 4 ~ω2PO = mR2 2 [ −M M + 2m v R ]2 + MR2 4 [ 2m M + 2m v R ]2 = 1 2 mM (M + 2m)2 v2. (c) O motor que fez o trem andar forneceu energia ao sistema. 8 24. Uma esfera so´lida uniforme de massaM e raio R gira em torno de um eixo vertical sobre mancais sem atrito, con- forme a figura. Uma corda de massa desprez´ıvel passa ao redor do equador da esfera, gira uma roldana com mo- mento de ine´rcia I e raio r e esta´ presa a um bloco de massam. Na˜o ha´ atrito no eixo da roldana e a corda na˜o desliza sobre ela. (a) Escreva a segunda lei de Newton para a translac¸a˜o e para a rotac¸a˜o da esfera. (0,25) (b) Repita o item anterior para a roldana. (0,25) (c) Escreva a segunda lei de Newton para a translac¸a˜o do bloco. (0,25) (d) Se, num determinado instante, o bloco tem veloci- dade v, quais sa˜o as velocidades angulares ωe da esfera e ωr da roldana? (0,25) (e) Determine a acelerac¸a˜o do bloco e a acelerac¸a˜o angu- lar da esfera so´lida. (0,50) (f) Para o instante em que a velocidade do bloco e´ v, es- creva uma expressa˜o para a energia cine´tica do sistema em func¸a˜o de v e dos dados do enunciado do problema. (0,50) (g) Usando considerac¸o˜es de energia, mostre que a veloci- dade escalar do bloco apo´s cair uma distaˆncia h, partindo do repouso, e´ dada por v = √ 2 g h/ ( 1 + 25 M m + I mr2 ) . (0,50) M, R m I, r Resoluc¸a˜o (a) A segunda lei de Newton, para translac¸a˜o e para rotac¸a˜o, e´ dada por ~Fres = m~a e ~τres = I~α, respecti- vamente. Para a esfera, temos ~Tr→e + ~F (e) g + ~Fm→e = M~ae e ~τ~Tr→e = 2MR2 5 ~αe, sendo que, na segunda equac¸a˜o, escrevemos Ie = 2MR 2/5. ~Fm→e representa a forc¸a resultante que os mancais exercem sobre a esfera. ~Tr→e representa a forc¸a que a roldana exerce na esfera, via trac¸a˜o da corda. Como a esfera na˜o translada, ~ae = 0, portanto sabemos que ~Fm→e = −(~Tr→e + ~F (e)g ). A u´nica forc¸a que produz torque na˜o-nulo na esfera e´ ~Tr→e, e sabemos que |~τ~Tr→e | = |~Tr→e|R. (b) Para a roldana, temos ~Te→r + ~Tb→r + ~F (r) g + ~Fs→e = Mr~ar, ~τ~Te→r + ~τ~Tr→e = I~αr, sendo que ~Te→r (~Tb→r) e´ a forc¸a que a esfera (o bloco) exerce na roldana, via trac¸a˜o da corda, e ~Fs→e representa a forc¸a que o suporte exerce na roldana. Novamente, como a roldana na˜o translada, ~Fs→e = −(~Te→r+ ~Tb→r+ ~F (r) g ). Nesse caso, tanto ~Te→r quanto ~Tb→r produzem torques na˜o-nulo na roldana tais que |~τ~Te→r | = |~Te→r|r e tambe´m |~τ~Tb→r | = |~Tb→r|r . (c) Para a translac¸a˜o do bloco, temos ~Tr→b + ~F (b) g = m~ab. (d) Uma constatac¸a˜o importante nesse problema e´ que a acelerac¸a˜o e a velocidade tangenciais, na esfera e na roldana, correspondem, respectivamente, a` acelerac¸a˜o e a` velocidade translacionais do bloco. Ou seja, |~αe| = |~ab| R , |~αr| = |~ab| r , |~ωe| = |~vb| R e |~ωr| = |~vb| r . Portanto, |~ωe| = |v|R e |~ωr| = |v|r . (e) Associando as expresso˜es do item anterior a`quelas dos treˆs primeiros itens, obtemos |~Tr→e|R = ( 2 5 MR2 ) |~ab| R , |~Tb→r|r − |~Te→r|r = I |~ab| r , mg − |~Tr→b| = m|~ab|, Note que, da maneira como foram escritas estas equac¸o˜es, para o bloco, o sentido positivo do movimento aponta para baixo, para a roldana, o sentido positivo de rotac¸a˜o e´ o hora´rio, e, para a esfera, o sentido positivo de rotac¸a˜o e´ determinado pelo sentido de ~Tr→e. Ale´m disso, pela terceira lei de Newton, |~Tb→r| = |~Tr→b| e |~Te→r| = |~Tr→e|. Dividindo a primeira equac¸a˜o por R, a segunda por r, e somando essas duas junto com a terceira, obte- mos: |~ab| = g( 1 + 25 M m + I mr2 ) . A acelerac¸a˜o angular da esfera so´lida sera´ enta˜o |~αe| = |~ab| R = g R ( 1 + 25 M m + I m r2 ) . (f) Os treˆs corpos contribuem com uma frac¸a˜o da energia cine´tica total, K = K(rot)e +K (rot) r +K (trans) b = Ie~ω 2 e 2 + I~ω2r 2 + mv2 2 = 1 2 ( 2 5 MR2 ) v2 R2 + I 2 v2 r2 + mv2 2 = 1 2 ( 2M 5 + I r2 +m ) v2 (g) A energia mecaˆnica do sistema se conserva, isto e´, Ei = Ef . Inicialmente, a energia mecaˆnica se apre- senta no sistema em forma de energia potencial grav- itacional mgh. Depois, quando o bloco desce, a energia potencial gravitacional se converte em energia cine´tica 9 de translac¸a˜o e de rotac¸a˜o. Usando o resultado do item anterior, temos: Ei = Ef =⇒ mgh = 1 2 ( 2M 5 + I r2 +m ) v2. Isolando v, v = √ 2gh( 1 + 25 M m + I mr2 ) . 25. Uma bola so´lida uniforme parte do repouso na extremi- dade superior da pista, mostrada na figura acima, e rola sem deslizamento (e sem perder o contato com a pista) ate´ escapar pela extremidade direita da pista. (a) Se H = 6, 0 m e h = 2, 0 m e a pista for horizontal na extremidade direita, qual e´ a velocidade da bola ao deixar a pista? (1,00) (b) A que distaˆncia horizontal, medida a partir da ex- tremidade direita da pista, a bola chega no piso? (1,00) Resoluc¸a˜o (a) Por conservac¸a˜o de energia, mgH = 2mgR+ 1 2 mv2 + 1 2 Iω2. Como trata-se de uma esfera macic¸a, I = 25mR 2. Ale´m disso, na˜o ha´ deslizamento, v = ωR. Enta˜o, mgH = 2mgR+ 1 2 mv2 + 1 5 mv2 =⇒ v = √ 10 7 g(H − h). Substituindo os valores, v ≈ 7, 5 m/s. (b) O tempo de queda e´ dado por h = g 2 t2q =⇒ tq = √ 2h g . Portanto, usando o ı´tem anterior, ∆x = vtq = √ 20 7 h(H − h) ≈ 4, 8 m. 26. Dois patinadores de massa 60 kg, deslizando sobre uma pista de gelo com atrito desprez´ıvel, aproximam-se um do outro com velocidades iguais e opostas de 5 m/s, seguindo retas paralelas, separadas por uma distaˆncia de 1,4 m. (a) Calcule o vetor momento angular do sistema em relac¸a˜o ao centro de massa do sistema composto pelos dois patinadores. (1,00) (b) Quando os patinadores chegam a 1,4 m um do outro, estendem os brac¸os e da˜o-se as ma˜os, passando a girar em torno do centro de massa. Calcule a velocidade angular de rotac¸a˜o? (1,00) Resoluc¸a˜o (a) O momento angular do sistema composto pelos dois patinadores e´ dado por: ~L = m1(~r1 × ~v1) +m2(~r2 × ~v2), sendom1 = m2 = m = 60 kg. ~v1 e ~r1 (~v2 e ~r2) referem-se a` velocidade e posic¸a˜o de m1 (m2), respectivamente. Se- gundo o enunciado, podemos admitir que, inicialmente, ~v1 = −~v2, sendo |~v1| = |~v2| = |~v| = 5 m/s. Temos: ~L = m[(~r1 − ~r2)× ~v1]. Se admitirmos que a contaacima e´ feita com relac¸a˜o ao centro de massa do sistema, concluimos que ~r1 = −~r2. Portanto: ~Lcm = 2m[~r1 × ~v1] =⇒ ~Lcm = 2md|~v| kˆ, sendo d = |~r1| sin θ = d = 0, 7 m. θ e´ o aˆngulo entre ~r1 e ~v1. Admitimos que m1 descreve uma trajeto´ria com coordenada y constante e igual a 0, 7 m e ~v1 = −|~v1 |ˆı. Consequentemente, m2 descreve uma trajeto´ria com co- ordenada y constante e igual a −0, 7 m e ~v2 = |~v2 |ˆı. E´ fa´cil ver que nenhuma das quantidades envolvidas em ~Lcm varia com o tempo. Agora calcularemos ~L com relac¸a˜o a outro ponto gene´rico P , localizado por ~rP , para o sistema de coordenadas com origem no CM. Para este novo ponto de refereˆncia, a posic¸a˜o de m1 (m2) vale ~r1P = ~r1−~rP (~r2P = ~r2P −~rP ). Substituindo na segunda equac¸a˜o: ~L = m{[(~r1P + ~rP )− (~r2P + ~rP )]× ~v1} = ~LP . (b) Quando eles da˜o as ma˜os, podemos afirmar que o momento de ine´rcia do conjunto vale I = 2md2, sendo d a distaˆncia dos patinadores ao eixo de rotac¸a˜o, d = 0, 7 m. Portanto o momento angular do conjunto vale L = Iω = 2md2ω. Por outro lado, sabemos que o mo- mento angular do sistema na˜o deve se alterar durante todo este movimento porque o torque resultante externo e´ nulo. Usando, enta˜o, o resultado do item anterior 2md2ω = 2md|~v| =⇒ ω = |~v|/d. 27. Uma bola de gude de massa m e raio r rolara´ sem deslizar ao longo de uma pista com um loop no fim, conforme a figura, se ela for solta em algum ponto sobre 10 a sec¸a˜o reta da pista. (a) De que altura inicial h acima do ponto mais baixo da pista deve ser solta a bola para que ela esteja na imineˆncia de se separar da pista no ponto mais alto do loop? O raio do loop e´ R≫ r. (1,00) (b) Se a bola for solta da altura h = 8R, qual sera´ a componente horizontal da forc¸a que age sobre ela no ponto Q? (1,00) Resoluc¸a˜o (a) Por conservac¸a˜o de energia, temos, para o alto do loop, 1 2 mv2 + 1 2 Iω2 = mg(h− 2R). Para a esfera, I = 25mr 2 e ω = v/r. Na imineˆncia de cair, a forc¸a peso e´ igual a` forc¸a centr´ıpeta, mg = m v2 R =⇒ v = √ gR. O valor de h para que seja esta a velocidade no alto do loop e´ obtido a partir de 1 2 mv2 + 1 2 Iω2 = 1 2 mgR+ 1 5 mgR = 7 10 mgR =⇒ h = 27 10 R. (b) No ponto Q, por conservac¸a˜o de energia, temos 1 2 mv2 + 1 2 Iω2 = 7 10 mv2 = mg(h−R). Sendo h = 6R, temos 7 10 v2 = 5gR =⇒ v 2 R = 50 7 g. Portanto, a forc¸a centr´ıpeta, que e´ a forc¸a normal da parede do loop, vale Fc = m v2 R = 50 7 mg. 28. Uma bala de massa m e´ disparada com velocidade v para dentro de um bloco de massa M que esta´ preso na extremidade de uma haste uniforme de comprimento λ e massa M (vide figura). O sistema bloco-haste-bala gira enta˜o em torno de um eixo fixo no ponto A. Suponha que o bloco seja pequeno o bastante para ser tratado como uma part´ıcula na extremidade da haste. (a) Qual o momento angular da bala com relac¸a˜o ao eixo A? (1,00) (b) Mostre que imediatamente apo´s o impacto a veloci- dade angular do sistema sera´ ω = v λ ( 3m 3m+4M ) . (1,50) A Bala Haste Bloco Resoluc¸a˜o (a) O momento angular da bala em relac¸a˜o a` A vale ~lb = ~r × ~p =⇒ |~lb| = |~r||~p| sin θ = mvλ. (b) Como na˜o existe torque resultante externo, ~Li = ~Lf . Antes da bala entrar no bloco, ~lb e´ a u´nica con- tribuic¸a˜o para o momento angular total do sistema bala+bloco+haste. Portanto, |~lb| = Isisω =⇒ ω = | ~lb| Isis . Isis, por sua vez, conte´m contribuic¸o˜es da haste, da bala, e do bloco: Isis = Mλ 2︸ ︷︷ ︸ bloco + [ Mλ2 12 + Mλ2 4 ] ︸ ︷︷ ︸ haste +mλ2︸︷︷︸ bala = λ2 3 (4M + 3m). Enta˜o, ω = mvλ λ2 3 (4M + 3m) = v λ ( 3m 3m+ 4M ) . 29. Em um playground existe um pequeno carrossel de raio R = 1, 2 m e massa M = 180 kg. Uma crianc¸a de massa m = 44, 0 kg corre a uma velocidade v = 3, 00 m/s segundo uma trajeto´ria tangente a` borda do carrossel. O carrossel pode ser aproximado por um aro circular de raio R e o atrito entre os mancais e o eixo e´ desprez´ıvel. (a) Qual e´ a intensidade de momento angular da crianc¸a em torno do eixo de rotac¸a˜o do carrossel? (1,00) (b) Qual e´ a velocidade angular do carrossel e da crianc¸a depois dela ter pulado sobre ele? (1,00) (c) Houve variac¸a˜o da energia mecaˆnica do sis- tema? (0,50) Resoluc¸a˜o (a) O momento angular da crianc¸a vale ~lcr = ~r× ~p. Por- tanto, |~lcr| = |~r||~p| sin θ = mRv ≈ 158 kg m2/s. (b) Por conservac¸a˜o do momento angular total, |~lcr| = (Icr + Ica)ωf . Logo, ωf = |~lcr| Icr + Ica = mRv mR2 +MR2 = m m+M v R = 44 kg 44 kg + 180 kg 3 m/s 1, 2 m ≈ 0, 5 rad/s. 11 (c) As energias cine´ticas inicial e final valem, respectiva- mente, Ki = 1 2 mv2 e Kf = 1 2 (Icr + Ica)ω 2 f . Usando o resultado do ı´tem anterior, Kf = (Icr + Ica) 2 ω2f = (mR2 +MR2) 2 ( m m+M v R )2 = m m+M ( 1 2 mv2 ) = m m+M Ki ≈ 0, 2Ki, que indica que cerca de 80% da energia cine´tica inicial foi perdida. 30. Cada uma das treˆs laˆminas da he´lice de um helico´ptero tem 5,20 m de comprimento e 240 kg de massa. O rotor gira a 350 rev/min. Considere cada laˆmina como um basta˜o delgado. (a) Qual o momento de ine´rcia da he´lice em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o ? (1,0) (b) Qual a energia cine´tica de rotac¸a˜o ? (1,0) Problema 2: (a) O momento de ine´rcia Ih da he´lice vale Ih = 3Ib, sendo Ib o momento de ine´rcia do basta˜o (ambos em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o da he´lice). O momento de ine´rcia Ib,cm de um basta˜o delgado em relac¸a˜o a um eixo perpendicular ao seu comprimento, passando pelo centro de massa, vale Ib,cm = 1 12ML 2, sendo L o comprimento do basta˜o e M sua massa. Portanto, usando o teorema dos eixos paralelos: Ib = 1 12 ML2 + 1 4 ML2 = 1 3 ML2 =⇒ Ih = ML2 = (240 kg) · (5, 2 m)2 ≈ 6, 5 · 103 kg ·m2. (b) Sua energia cine´tica vale: Ec = 1 2Ihω 2, sendo ω = 350 rev/min = 700π rad60 s ≈ 36, 7 rad/s. Portanto, Ec = 1 2 Ihω 2 ≈ 1 2 (6, 5·103 kg ·m2)·(36, 7 rad/s)2 ≈ 4, 4MJ. (9) 31. Um disco uniforme de massa M e raio R esta´ montado de modo a poder girar livremente em torno de um eixo horizontal que passa pelo seu centro e e´ perpendicular ao seu plano. Uma pequena part´ıcula de massa m e´ presa a` borda do disco, no seu topo, na vertical, acima do eixo. O sistema recebe um pequeno impulso e o disco principia a girar. (a) Qual a velocidade angular do disco quando a part´ıcula passa pelo ponto mais baixo de sua trajeto´ria? (1,0) (b) Nesse ponto, que forc¸a deve ser exercida sobre a part´ıcula (pelo disco) para que ela na˜o se desprenda? (1,0) Resoluc¸a˜o (a) Quando a part´ıcula de massa m passa do ponto mais alto para o ponto mais baixo da sua trajeto´ria, sua en- ergia potencial gravitacional e´ transformada em energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco: 2mgR = Iω2 2 = ( MR2 2 +mR2 ) ω2 2 → ω = √ 8mg R(2m+M) (b) Nesse ponto, que forc¸a deve ser exercida sobre a part´ıcula (pelo disco) para que ela na˜o se desprenda? (1,0) F = mg +mac = mg + mv2 R = mg +mω2R = mg ( 1 + 8m 2m+M ) 32. Dois patinadores no gelo esta˜o de ma˜os dadas e giram a` velocidade angular de uma volta a cada 2,5 s. As massas dos patinadores sa˜o 55 kg e 85 kg, e a separac¸a˜o entre ambos e´ de 1,7 m. (a) Calcule o momento angular do sistema em torno do centro de massa. (1,0) (b) Calcule a energia cine´tica total do sistema. (1,0) Resoluc¸a˜o (a) Em relac¸a˜o ao partinador de 85 kg, a posic¸a˜o do centrode massa vale xcm = 55× 1, 7 85 + 55 = 0, 67m (10) Em relac¸a˜o ao centro de massa, o momento de ine´rcia do sistema vale I = 85× (0, 67)2 + 55× (1, 7− 0, 67)2 = 96 kgm2 (11) Assim, o momento angular do sistema vale L = Iω = 96× 2π 2, 5 = 241 J s (12) (b) Temos K = L2 2I = (241)2 2× 96 = 303 J (13) 33. Um homem esta´ de pe´ sobre uma plataforma que gira com velocidade angular de 1,2 rev/s. Os brac¸os do homem esta˜o abertos e ele segura um peso em cada ma˜o. Nesta posic¸a˜o, o momento de ine´rcia do sis- tema (homem+pesos+plataforma) e´ igual a 6,0 kg.m2. Quando o homem fecha os brac¸os, o momento de ine´rcia do sistema se reduz a 2,0 kg.m2. (a) Calcule a veloci- dade angular da plataforma na situac¸a˜o final. (1,0) (b) Calcule a raza˜o entre a energia cine´tica da rotac¸a˜o final e a energia cine´tica inicial. (1,0) Resoluc¸a˜o (a) Como nenhum torque externo age sobre o sistema, o momento angular total do sistema se conserva. Seja Ii a ine´rcia rotacional inicial do sistema e If a final. Logo, Iiωi = Ifωf e: ωf = Ii If ωi = 3, 6rev/s (14) 12 (b) A raza˜o vale: Kf Ki = 1 2Ifω 2 f 1 2Iiω 2 i = 3 (15) 34. Um corpo r´ıgido foi constru´ıdo acoplando-se treˆs objetos: uma casca esfe´rica de massa M e diaˆmetro L, uma haste fina de massa M/2 e comprimento L e uma placa fina de massa 2M , largura L e comprimento 2L, conforme indicado na figura. (a) Determine o momento de ine´rcia do corpo r´ıgido em relac¸a˜o a um eixo perpendicular ao plano da pa´gina que passa pelo centro de massa da casca esfe´rica em P . (1,00) (b) Suponha agora que o corpo r´ıgido da figura esteja parado. No mesmo eixo que atravessa P , encaixa-se um outro corpo, um disco de raio 3L e massa 2M . Esse disco e´ disposto paralelamente ao plano da folha e o eixo passa pelo seu centro. Este disco e´ colocado para girar com velocidade angular ωd. Os dois corpos sa˜o enta˜o acoplados. Qual a velocidade angular do corpos apo´s o acoplamento? (1,00) (c) Qual porcentagem de energia cine´tica foi “perdida” quando se procedeu como no item anterior? (0,50) P Resoluc¸a˜o (a) O momento de ine´rcia do corpo r´ıgido e´ dado pela soma dos momentos de ine´rcia dos corpos individuais: I = Icasca + Ihaste + Iplaca. Agora, utilizando o teorema dos eixos paralelos e consul- tando o formula´rio, calculamos cada uma das parcelas: Icasca = 2 3 M ( L 2 )2 = ML2 6 , Ihaste = IhasteCM + (M/2)L 2 = (M/2)L2 12 + (M/2)L2 = 13 24 ML2, Iplaca = Iplaca CM + (2M) ( 5L 2 )2 = (2M) 12 [ (2L)2 + L2 ] + 25 2 ML2 = 40 3 ML2. Somando todos esses termos, obtemos o resultado I = Icasca + Ihaste + Iplaca = 337 24 M L2. (b) Supondo que na˜o houve torque resultante externo durante o acoplamento, podemos afirmar que o mo- mento angular do sistema, composto pelos dois corpos, se conservou, ~Li = ~Lf . Portanto, analisando somente a componente de ~L perpendicular ao eixo, Idiscoωd = Iωf + Idiscoωf ⇒ ωf = Idisco I + Idisco ωd. Substituindo o valor encontrado anteriormente e Idisco = 1 2 (2M)(3L) 2 = 9ML2, obtemos ωf = 9 9 + 33724 ωd ≈ 0, 39ωd. (c) Inicialmente a energia cine´tica valia Ki = 1 2 Idiscoω 2 d. Depois do acoplamento, Kf = 1 2 (Idisco + I)ω 2 f = 1 2 I2disco Idisco + I ω2d. Portanto, Kf ≈ Idisco Idisco+I Ki ≈ 0, 39Ki. Portanto, 61% da energia cine´tica inicial foi usada no aoplamento. 35. Uma bola de boliche esfe´rica uniforme e´ lanc¸ada, com velocidade inicial ~v0 horizontal, sem rotac¸a˜o inicial, sobre uma pista horizontal, de coeficiente de atrito cine´tico µc. (a) Que distaˆncia d a bola percorre sobre a pista ate´ que comece a rolar sem deslizar? (1,00) (b) Quanto tempo depois do lanc¸amento isto ocorre? (1,00) Resoluc¸a˜o (a) Durante todo o movimento, a bola sentira´, na direc¸a˜o vertical, a forc¸a gravitacional exercida pela Terra, e a forc¸a de contato, componente normal, exercida pela pista. Essas duas forc¸as se compensam, na˜o geram movi- mento de translac¸a˜o ou rotac¸ao. Por outro lado, en- quanto a bola deslizar sobre a pista, atuara´ nela uma forc¸a de atrito de mo´dulo |~fc| = µcmg, contra´ria a` direc¸a˜o de deslocamento. A segunda Lei de Newton, nas verso˜es translac¸a˜o e rotac¸a˜o, se tornam −µcmg ıˆ = macm ıˆ e − µcmgR kˆ = Iα kˆ, sendo I = 25mR 2 o momento de ine´rcia da bola e R seu raio. O sistema de refereˆncia usado admite o eixo x hori- zontal, apontando para a direita, e y vertical, apontando para cima. Supomos tambe´m que a bola e´ arremessada no sentido de x positivo. Note que estas equac¸o˜es valem apenas par a parte ini- cial do movimento, enquanto houver atrito em regime cine´tico. Da segunda equac¸a˜o, verifica-se que a acel- erac¸a˜o angular e´ constante ~α = −µcmgR I kˆ. Como ini- cialmente a bola na˜o gira, escrevemos: ~ω(t) = −µcmgR I t kˆ. Por outro lado, ~acm tambe´m e´ constante nesta primeira parte, de modo que: ~v(t) = ~v0 − µcgt ıˆ. Quando a bola para de deslizar, podemos afirmar que vcm = −ωR, sendo que o sinal negativo foi introduzido 13 por consisteˆncia. Podemos determinar o instante de tempo T em que isto ocorreu: ~v0 − µcgT ıˆ = −µcmgR I t kˆ. 36. Uma haste fina e homogeˆnea de comprimento L e massa m e´ suspensa por uma extremidade, em torno da qual pode oscilar livremente. Ela e´ puxada para um lado e depois oscila como um peˆndulo, passando pela sua posic¸a˜o mais baixa com velocidade angular ω. Em termos de L, m, ω e g, desprezando o atrito e a resisteˆncia do ar, responda: (a) Qual e´ a energia cine´tica da haste na sua posic¸a˜o mais baixa? (1,00) (b) A que distaˆncia ma´xima acima desta posic¸a˜o pode se elevar o centro de massa durante a oscilac¸a˜o? (1,00) 37. Dois discos sa˜o montados sobre rolamentos de baixo atrito em cima do mesmo eixo mecaˆnico e podem ser aproximados a fim de serem acoplados e girarem como uma unidade. (a) O primeiro disco, com ine´rcia a` rotac¸a˜o I1 = 3, 3 kg ·m2 em torno do seu eixo central, e´ posto para girar a 450 rpm. O segundo disco, com ine´rcia a` rotac¸a˜o I2 = 6, 6 kg ·m2 em torno do seu eixo central,e´ posto para girar a 900 rpm no mesmo sentido que o primeiro. Eles sa˜o enta˜o acoplados. Qual a velocidade dos discos apo´s o acoplamento? (1,00) (b) Se, em vez disso, o segundo disco e´ colocado para girar a 900 rpm no sentido contra´rio a` rotac¸a˜o do primeiro disco, qual o mo´dulo da velocidade angular dos discos e o sentido de rotac¸a˜o apo´s o acoplamento? (1,00) 38. Uma esfera so´lida uniforme rola para baixo de um plano inclinado. (a) Qual deve ser o aˆngulo de inclinac¸a˜o para que a acel- erac¸a˜o linear do centro da esfera tenha uma intensidade 0, 1g (g: acelerac¸a˜o da gravidade)? (1,25) (b) Se um bloco sem atrito tivesse que deslizar para baixo de um plano inclinado com esse aˆngulo, a intensidade de sua acelerac¸a˜o seria maior, menor, ou igual a 0, 1g? Por queˆ? (1,25) 39. Um disco de vinil horizontal de massa M e raio R gira livremente em torno de um eixo vertical que passa pelo seu centro com velocidade angular ω0. Um pedac¸o de massa de vidraceiro de massa m e´ solto e cai na vertical em cima do disco ficando grudado a` borda do disco. Qual o mo´dulo da velocidade da massa de vidraceiro imediata- mente apo´s grudar no disco? (1,00) 40. 3) Um atleta, ao saltar de um trampolim, variou sua velocidade angular de zero a 6,20 rad/s em 220 ms. Seu momento de ine´rcia e´ de 12,0 kg·m2. (a) Durante o salto, qual foi a sua acelerac¸a˜o angular? (1,0) (b) Qual foi o torque externo atuando sobre o atleta durante osalto? (1,0) (a) Supondo acelerac¸a˜o angular constante, obtemos α = ω − ω0 ∆t = 6, 20− 0 220 · 10−3 = 28, 2 rad/s 2. (16) (b) Supondo que o momento de ine´rcia permaneceu con- stante, aplicamos a segunda lei de Newton para rotac¸o˜es, τ = Iα = 12× 28, 2 = 338 N ·m. (17) 41. As rodas de um automo´vel de 1000 kg possuem uma massa de 10 kg cada. Quando o carro esta´ se movendo, que parcela da energia cine´tica total do carro se deve a rotac¸a˜o das rodas em torno dos seus eixos? (2,0) Energia cine´tica de translac¸a˜o do carro vale KT = Mv2 2 = 1000× v2 2 = 500v2 (18) Energia cine´tica de rotac¸a˜o das rodas vale KR = 4× Iω 2 2 = 2mv2 ( I mr2 ) = 2×10×v2× 1 2 = 10v2 (19) Portanto, KR KTotal = 10v2 (500 + 10)v2 = 10 510 = 0, 02 (20) 42. Um disco uniforme de massa M e raio R esta´ montado de modo a poder girar livremente em torno de um eixo horizontal que passa pelo seu centro e e´ perpendicular ao seu plano. Uma pequena part´ıcula de massa m e´ presa a` borda do disco, no seu topo, na vertical, acima do eixo. O sistema recebe um pequeno impulso e o disco principia a girar. (a) Qual a velocidade angular do disco quando a part´ıcula passa pelo ponto mais baixo de sua trajeto´ria? (1,0) Quando a part´ıcula de massa m passa do ponto mais alto para o ponto mais baixo da sua trajeto´ria, sua en- ergia potencial gravitacional e´ transformada em energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco: 2mgR = Iω2 2 = ( MR2 2 +mR2 ) ω2 2 (21) ω = √ 8mg R(2m+M) (22) (b) Nesse ponto, que forc¸a deve ser exercida sobre a part´ıcula (pelo disco) para que ela na˜o se desprenda? (1,0) F = mg +mac = mg + mv2 R = mg +mω2R = mg ( 1 + 8m 2m+M ) 43. 14
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