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AULA 13 - Eletroterapia Corrente Interferencial e TENS Prof. Frederico Meirelles 2015 1 Eletroestimulação Transcutânea (T.E.N.S.) • Quando a estimulação elétrica é usada para tratar a dor, é geralmente através de um estimulador elétrico transcutâneo, operado por uma pequena bateria chamada de TENS. • É uma corrente alternada de baixa frequência. 2015 2 Mecanismos de alívio da dor • A diferença da frequência entre o TENS convencional (80-120 Hz) e o TENS breve-intenso (125-150 Hz) é negligenciada pelo ponto de vista fisiológico e, provavelmente, um reflexo da tentativa dos fabricantes em diferenciar seus produtos. • Similarmente, a diferença da duração do pulso entre TENS acupuntura (> 300 μs) e o TENS breve intenso (200-250 μs) é fisiologicamente insignificante. 2015 3 Mecanismos de Alívio da Dor • As distinções mais gerais entre alta e baixa frequência, longa ou curta duração de pulso são os fatores de distinção mais importantes. • A largura do pulso mais utilizada para a estimulação sensorial gira em torno de 50 μs, mas pode ser maior. • Pulsos com maior duração são melhores . • Este é o objetivo da estimulação por TENS para estimular as fibras do tipo A. • Para o controle da dor, via estimulação sensorial, altas frequências são utilizadas (80-150 Hz), mas há pouca evidência que comprove se elas são apropriadas. 2015 4 Tipos de Fibras Nervosas 2015 5 Teoria das Comportas (Melzack e Wall, 1965) • A entrada dos impulsos dolorosos no SNC é regulada por neurônios e circuitos nervosos existentes na substância gelatinosa, nas colunas posteriores da medula espinhal, que funcionaria como um portão, permitindo, ou não, a entrada de impulsos dolorosos. • Esta teoria estabelece que pela medula entram informações pelas fibras de grosso calibre (tato e pressão) e pelas fibras de fino calibre (sensação de dor). • Sentir ou não sentir dor seria determinado pela maior quantidade de impulsos que chegam pelas fibras de grosso calibre ou pelas fibras de fino calibre. • Se chega informação pelas fibras de grosso calibre, ocorrerá um efeito facilitatório sobre a substância gelatinosa (portão da dor), gerando um mecanismo inibitório, sobre as fibras de fino calibre (dor), que fecha a porta para a estimulação dolorosa. 2015 6 Peptídios Opioides Endógenos • Diversas áreas cerebrais possuem receptores opiáceos, especialmente as áreas do sistema de analgesia. • Das substâncias opiáceas encontradas, as mais importantes são: betaencefalina, dinorfina, metencefalina, leucefalina. As duas encefalinas são encontradas nas áreas do sistema de analgesia enquanto que a betaendorfina se pode encontrar tanto no hipotálamo quanto na hipófise. • Pesquisadores demonstraram um aumento nos peptídios opioides no líquido cefalorraquidiano, diante de uma estimulação nervosa transcutânea de baixa frequência. • Pesquisas realizadas, que mostraram o alívio da dor tendo como mecanismo de ação a teoria das comportas, afirmaram haver curto período de analgesia em relação ao mecanismo de liberação de endorfina que possuía maior tempo de alívio doloroso após o uso do TENS. 2015 7 Tipos de T.E.N.S. • TENS convencional • TENS Acupuntura • TENS breve-intenso • TENS Burst ou Trens de Pulso 2015 8 Parâmetros Ajustáveis 2015 9 TENS convencional • É o tipo mais utilizado, seu período de analgesia é curto e é aplicado mais frequentemente no período agudo e na área dolorosa. • Parâmetros: o Frequência de pulso: alta (50-100 Hz); o Duração do pulso: 20 -80 μs; o Intensidade: confortável alta (12 -20 mA); o Mínimo tempo de aplicação: quarenta a cinquenta minutos; o Início do alívio: vinte min; o Duração do alívio: vinte minutos a duas horas; o Sensação: ligeiro formigamento ou parestesia sem contração muscular; o Utilização: dores agudas. 2015 10 TENS Acupuntura • Os eletrodos também podem ser utilizados sobre os pontos de acupuntura. Provoca um tempo de analgesia prolongado quando comparado com o TENS convencional. • Parâmetros: o Frequência de pulso: baixa (1-4 Hz); o Duração do pulso: 150 -230 μs; o Intensidade: forte, no limite do suportável (30 -80 mA); o Mínimo tempo de aplicação: quarenta e cinco minutos; o Início do alívio: vinte a trinta minutos; o Duração do alívio: duas a seis horas; o Sensação: contrações musculares rítmicas; o Utilização: dores crônicas. 2015 11 TENS breve-intenso • Efeitos são mais transitórios do que os obtidos com TENS convencional e acupuntura. Como esta técnica oferece uma curta duração de alívio da dor. Ela é recomendada para redução da dor antes de uma intervenção fisioterapêutica. Deve ser utilizada por curtos períodos de tempo, utilizando -se máxima intensidade tolerada pelo paciente. • Parâmetros: o Frequência de pulso: alta (100-150 Hz); o Duração do pulso: 150-250 μs; o Intensidade: forte, o máximo tolerado (30-80 mA); o Mínimo tempo de aplicação: 15 a 20 min; o Início do alívio: 10-15 min; o Duração do Alívio: pequena apenas durante a estimulação; o Sensação: fasciculações musculares não rítmicas ou contrações tetânicas; o Utilização: alívio imediato 2015 12 TENS Burst ou Trens de Pulso • É um TENS de alta frequência de trens de pulsos, “entregue” em uma baixa frequência. Esse tipo de estimulação é uma mistura de TENS convencional e TENS acupuntura; • Parâmetros: o Frequência de pulso: alta (100 Hz) o Frequências dos trens de pulso (1-4 Hz); o Duração do pulso: 200 μs; o Intensidade: variável de forte a fraco (30-60 mA); o Mínimo tempo de aplicação: quarenta minutos; o Início do alívio: dez a trinta minutos; o Duração do alívio: vinte minutos a seis horas; o Sensação: contrações musculares rítmicas, acompanhadas de parestesias. o Utilização: casos subagudos e crônicos. 2015 13 TENS Burst ou Trens de Pulso • Estímulos de baixa intensidade e alta frequência (TENS convencional) estimulam as fibras grossas mielínicas A -beta, fechando a comporta para a transmissão dos impulsos nociceptivos. • Estímulos de alta intensidade e baixa frequência (TENS acupuntura e Burst) causam liberação de peptídios opioides endógenos que se ligam aos respectivos receptores e inibem a nocicepção. 2015 14 Aplicação dos eletrodos • Limpa-se bem a região da pele na qual serão colocados os eletrodos com lenços de álcool a 70% ou com água de sabão neutro. • A hierarquia aceita da localização do eletrodo é baseada e explicada pela teoria das comportas da dor. • O objetivo da estimulação sensorial é aumentar a entrada de informações nos mesmos níveis espinhais que as entradas nociceptivas; • Os eletrodos devem estar o mais próximo possível da área dolorosa; ao lado da área ou imediatamente próximo possível da área dolorosa; mais próximo possível se a pele estiver incapacitada de enviar estímulos para os mesmos dermátomos, miótomos ou esclerótomos que a dor. • Os eletrodos não devem ser colocados sobre as áreas anestesiadas, como, por definição, onde não haja ou haja pouca entrada de informação aferente pois, assim, a estimulação não pode ser eficiente. 2015 15 Indicações • Dores agudas ou crônicas. 2015 16 Contraindicações • Corrente passando através do útero em mulheres grávidas; • Fluxo de corrente transtorácica ou através da região anterior do pescoço; • A corrente não deve passar diretamente por um dispositivo eletrônico, como bomba ou estimulador, ou através de seus cabos e eletrodos; • Tratamento sobre tumores conhecidos ou corrente passando diretamente por áreas recentemente irradiadas. 2015 17 Perigos • Todos os equipamentos eletromédicos devem ser testados, apropriadamente, em intervalos regulares;• É provável que o principal perigo que envolve a estimulação elétrica aplicada transcutaneamente seja a pele. • Os eletrodos devem ser guardados cuidadosamente; • Lesões da pele: evitar passar a corrente através da pele ferida; • Infecção: a infecção cruzada é um risco que pode ser evitado com o uso de eletrodos descartáveis ou implementando métodos apropriados de limpeza. 2015 18 Corrente Interferencial 2015 19 Conceito • É o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas ou mais oscilações simultâneas no mesmo ponto ou série de pontos de um meio. • É utilizada, principalmente, para o controle da dor, mas pode ser usada também para estimular contrações musculares, a fim de aumentar o retorno venoso. • São necessários dois canais independentes para produzir duas correntes alternadas, independentes uma da outra. • Utilizam-se duas correntes alternadas de média frequência em canais separados. Um canal produz uma onda senoidal constante e de média frequência e o outro, uma onda senoidal de frequência variável. • De acordo com esta teoria, esses canais independentes se combinam para produzir uma onda de interferência, que possui frequência de 1 a 100 Hz. 2015 20 Frequência Portadora o É a frequência das correntes de média frequência que irão gerar a corrente interferencial. o Quando o aparelho permitir, deve -se eleger, preferencialmente, uma frequência portadora de 2000 Hz ao se utilizar estimulação muscular e deve-se eleger 4000 Hz quando o objetivo for analgesia. o Normalmente, a frequência da corrente interferencial gerada gira em torno de 0 a 150 Hz. 2015 21 Frequência • Quanto maior a frequência, menor é a resistência capacitiva tecidual, portanto, com as correntes de média frequência utilizadas para obtenção de corrente interferencial, consegue-se atingir níveis de profundidade maiores que na utilização direta das correntes de baixa frequência no modo convencional. 2015 22 Efeitos Eletrolíticos • Por ser alternada, não possui efeitos eletrolíticos, por isso pode-se utilizar com correntes mais altas. 2015 23 Efeitos terapêuticos • Analgesia; • Estimulação muscular; • Diminuição do edema (estímulo ao retorno venoso e linfático por meio de contrações musculares); • Melhora da circulação; • Relaxamento muscular; • Diminuição da reação inflamatória. 2015 24 Conceitos (AMF, Espectro, Slope) • A amplitude modulada de frequência (AMF) nada mais é que uma variação de frequência de uma das correntes em Hz, pois a outra corrente vai permanecer com frequência fixa. A partir da superposição das duas correntes, será determinada uma corrente de baixa frequência no interior dos tecidos, variando de 0 a 150 Hz. • AMF alta: apresenta uma sensação agradável e é utilizada em transtornos agudos. • AMF baixa: apresenta uma vibração intensa e mais profunda e é utilizada em transtornos subagudos e crônicos, podendo provocar contração muscular. • Espectro: é a variação da frequência acrescentada à AMF no sentido de evitar a acomodação durante a aplicação. Automática e ritmicamente, o paciente experimenta as frequências deste intervalo. • Slope: é a técnica utilizada em que o tempo da oscilação do espectro pode ser ajustado no aparelho. 2015 25 Intensidade da corrente • Toma por base a sensação da corrente na pele pelo paciente. À medida que a intensidade aumenta, o paciente sentirá uma sensação de formigamento. • Com uma intensidade maior, ocorrerá uma contração muscular. • Se a corrente for aplicada a uma intensidade suficientemente elevada, o paciente poderá sentir desconforto ou dor. 2015 26 Técnicas de aplicação • Técnica bipolar; • Técnica tetrapolar; 2015 27 Técnica bipolar (pré-modulada) • A mistura dos dois canais ocorre dentro do aparelho e não, nos tecidos. • O efeito da corrente interferencial se dará na área contida entre os dois eletrodos a certo nível de profundidade. 2015 28 Técnica Tetrapolar (verdadeira) • O efeito da corrente se dará na área da soma vetorial entre os eletrodos. • O equipamento libera duas correntes alternadas; quando estas correntes se superpõem no tecido, ocorre a interferência dentro do tecido em tratamento. 2015 29 Técnicas 2015 30 Protocolos da Corrente Interferencial • Alta atualidade (agudos): AMF alta (75-150 Hz), espectro amplo (50-100 Hz), Slope (6/6; 1/5/1) e intensidade baixa. • Baixa atualidade (subagudos/crônicos) AMF baixa (0-75 Hz), espectro estreito (0-50 Hz), Slope (1/1) e intensidade alta. • Tempo de aplicação: aguda (cinco a dez minutos) e crônica (10 a 15 minutos); 2015 31 Indicações • Dor • Espasmos musculares; • Debilidade muscular; • Transtornos circulatórios. 2015 32 Contraindicações • Tromboses; • Marcapasso; • Estado confusional; • Febre; • Tumores; • Implante metálico; • Útero gravídico. 2015 33
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