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REVISÃO DIREITO CIVIL IV

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REVISÃO DIREITO CIVIL IV
DIREITO DAS COISAS 
1. O direito das coisas é o ramo do direito civil que tem como conteúdo principal os direitos reais, o que são direitos reais?
Os direitos reais são as relações jurídicas entre pessoas e coisas de valor econômico (determinável).
2. Quem podemos identificar como sujeito dos direitos reais? E qual seria o seu objeto? 
A pessoa (naturais e jurídicas), e a coisa seria seu objeto.
3. Será que qualquer coisa servirá como objeto desses direitos?
Não. Pois o objeto desses direitos são coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, ou seja, que possuem um valor econômico, ainda que pequeno, mas a quem eu posso atribuir um dono.
4. O que são direitos reais?
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 700, de 2015)
Vigência encerrada
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 759. de 2016)
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017). 
XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e promessa de cessão. (Incluído pela Medida Provisória nº 700, de 2015)
Vigência encerrada
XIII - a laje. (Incluído pela Medida Provisória nº 759. de 2016)
XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
OBS= OS DIREITOS REAIS, ASSIM COMO OS DIREITOS OBRIGACIONAIS, SÃO CONSIDERADOS DIREITOS PATRIMONIAIS, OU SEJA, INTERESSA A ESSA CATEGORIA DE DIREITOS AQUELAS RELAÇÕES JURÍDICAS QUE TENHAM ALGUM TIPO DE REPERCUSSÃO ECONÔMICA, AINDA QUE DE PEQUENO VALOR.
OBS= OS DIREITOS REAIS É LIMITADO, ISTO É, APENAS O LEGISLADOR PODE CRIA-LO. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
MACETE: GRUD= gozar, restituir, usufruir, dispor.
Conforme dispõe o artigo 1.228 do Código Civil*, os atributos inerentes à Propriedade são: GOZAR, REAVER, USAR e DISPOR.
GRUD na sua cabeça para nunca mais esquecer!
G = Gozar – “(...) fazer frutificar a coisa e auferir os produtos que advierem”.
R = Reaver – “(...) envolve a sua proteção específica, que se concretiza através de ação reivindicatória”.
U = Usar - “(...) corresponde à faculdade de se pôr o bem a serviço do proprietário, sem modificar a sua substancia”.
D = Dispor – “(...) poder de consumir o bem, de aliená-lo ou gravá-lo, ou de submetê-lo ao serviço de terceira pessoa, ou de desfrutá-lo”.
5. Características dos direito reais?
Oponibilidade erga omnes = É exercida para todos (pessoa natural, pessoa jurídica de direito privado ou de direito público). (absoluto).
Direito de sequela = É exclusivo ao titular (dono) de perseguir a coisa (objeto), o direito real adere à coisa, estabelecendo um vínculo que não se desliga dela. (Ex: Esqueceu o celular na faculdade, ao retornar no local não encontra o celular, nesse caso o aparelho continua ainda sendo seu mesmo não estando fisicamente em seu poder, uma vez que o seu direito real de propriedade aderiu à coisa e o seu vínculo de titular continua presente. Logo, se alguém encontrar o seu celular e, infelizmente, em vez de devolvê-lo, se apropriar dele, e, somente algum tempo depois, você descobrir com quem o aparelho está, seria possível reclamar a sua devolução? Sim, em razão do seu direito de sequela).
Publicidade = A publicidade quanto à constituição de tais direitos se dá por meio da tradição, quando o seu objeto é um bem móvel (art. 1.226 do Código Civil), e por meio do registro do título no Cartório de Registro de Imóveis, quando o seu objeto é um bem imóvel (art. 1.227 do Código Civil).
Bens móveis = a partir da tradição
Bens imóveis = a partir do registro no cartório. 
Exclusividade = Não é permitido 2 pessoas dona de 1 coisa só ao mesmo tempo. (Ex: João, proprietário de um determinado imóvel, ardilosamente, vende o mesmo bem para duas pessoas diferentes, Ana e Karla, que não têm qualquer relação entre si e não sabem da existência uma da outra. Karla vai até o cartório de registro de imóveis no dia 1/2/2017 para solicitar o registro do título translativo de propriedade e Ana comparece ao cartório com o mesmo objetivo no dia 24/3/2017. A segunda conseguirá registrar a sua propriedade? Não! Porque, em razão da característica da exclusividade, é vedada a incidência de dois direitos de propriedade ao mesmo tempo e sobre o mesmo bem. Para que o registro fosse possível em favor de Ana, a transmissão de propriedade teria que ser feita por Karla ou ela teria que ter apresentado o título aquisitivo antes de Karla perante o cartório).
Preferência = (Ex: Carlos é proprietário de um imóvel e de um veículo. Em razão de problemas financeiros, ele constitui um direito real de hipoteca sobre o seu imóvel, como forma de garantir um empréstimo que conseguiu junto ao banco X. Infelizmente, os problemas financeiros de Carlos se agravam e ele não consegue pagar o empréstimo contratado, levando o banco a requerer judicialmente a execução da hipoteca. Além da dívida junto ao banco X, Carlos deve ainda alguns prestadores de serviço que havia contratado para reformar a sua casa, que também resolvem executá-lo judicialmente. Uma vez que o juiz determine a penhora e, posteriormente, leve à hasta pública o imóvel, quem terá preferência no recebimento de seus créditos? Conforme já exposto, por força no disposto no art. 961, o banco X. Mas e se o valor apurado pela execução do imóvel não for suficiente e o banco ainda tiver um crédito remanescente para receber, requerendo, então, que a execução prossiga, a fim de atingir também o veículo de Carlos? O banco continuará tendo preferência no recebimento do crédito? Não, haja vista que o objeto do direito real de hipoteca, o imóvel, já foi executado, não há mais direito real de garantia, não havendo também a preferência).
Taxatividade = Só poderá ser criado por força de lei. 
6. Diferença entre direitos reais (coisas) e pessoais (obrigacionais)?
O Direito das Obrigações e o Direito das Coisas integram os direitos patrimoniais. Entretanto apesar de integrarem o mesmo ramo, não podem ser confundidos, porque o direito das obrigações trata de direitos pessoais e o direito das coisas trata de direitos reais. O direito pessoal é o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto uma determinada prestação. O direito real é o poder – direto e imediato - do titular sobre a coisa. As principais diferenças entre os direitos reais e os direitos pessoais são: A) QUANTO A FORMAÇÃO: Os direitos reais têm origem na Lei e seguem o principio do numerus clausus (número limitado) enquanto que os direitos pessoais nascem dos contratos entre as pessoas seguindo o princípio do numerus apertus (número aberto). B) QUANTO AO OBJETO: Para o direito das coisas o objeto é um bem corpóreo (coisa) enquanto para o direito obrigacional o objeto é a prestação. C) QUANTO AOS SUJEITOS: Para o direito pessoal os sujeitos são o credor e o devedor, para o direito real só existe o sujeito ativo que é o dono da coisa. D) QUANTO À DURAÇÃO: Os direitos pessoais são transitórios, porque extinguem com o cumprimento da obrigação enquanto os direitos reais são perpétuos extinguindo apenas por causas expressas na lei (desapropriação, usucapião, perecimento da coisa, renuncia, etc).
OBS: 
O rol taxativo é apenas nos direitos reais, que está no art. 1225, cc.
Não tem um rol taxativo os direitos obrigacionais, o art. 425,cc = REGRA: ATIPICIDADE, isto é os direitos obrigacionais são atípicos. (Art. 425 = É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código).
Obrigação mista (Essa obrigação fica em cima do muro).
Tem características tanto de direito pessoais (obrigacional) quanto de direitos reais (coisas).
Obrigação com eficácia real: 
É uma obrigação que tem todas as características de direito pessoal e apenas uma característica de direito real, que é a OPONIBILIDADE ERGA HOMES. 
Obrigação propter rem? 
A obrigação propter rem segue o bem (a coisa), passando do antigo proprietário ao novo que adquire junto com o bem o dever de satisfazer a obrigação. A obrigação propter rem é transmitida juntamente com a propriedade, e o seu cumprimento é da responsabilidade do titular, independente de ter origem anterior à transmissão do domínio.
São exemplos de obrigação propter rem:
A obrigação do adquirente de um bem hipotecado de saldar a dívida que a este onera se quiser liberá-lo;
A obrigação do condômino de pagar as divida condominial;
A obrigação que tem o condômino de contribuir para a conservação ou divisão do bem comum;
A obrigação do proprietário de um bem de pagar os tributos inerentes à coisa;
OBS: AS OBRIGAÇÕES PROPTER REM AFETA O TITULAR DA COISA AO TEMPO EM QUE SE CONTRAIU A OBRIGAÇÃO.
OBS: O ONUS REIAS AFETA A PRÓPRIA COISA.
QUESTÕES:
1. Sobre os direitos reais, conceito jurídico delimitado pelo Código Civil, analise os itens abaixo:
I. O Direito real de propriedade abrange o solo. Este, por sua vez, compreende o espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas espaços, sendo sua realização, portanto, precedida de autorização expressa daquele. (ART. 1229 CC = ERRADO, POIS NÃO PODE O PROPRIETARIO OPOR-SE A ATIVIDADES...).
II. O usucapião de coisa móvel se verifica quando determinado indivíduo, de boa fé, ter a coisa como sua, de forma contínua e incontestada, pelo prazo de 4 (quatro) anos. (ART. 1260 CC = ERRADO, POIS É O PRAZO DE 3 ANOS COM JUSTO TÍTULO E BOA FÉ...).
II. A avulsão ocorre quando o indivíduo, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova cuja propriedade será sua. (ERRADO, POIS SE TRATA DA ESPECIFICAÇÃO ART.1269, O ART CORRETO É 1.251 AVULSÃO...). 
IV. É vedado ao dono do prédio que não tiver acesso a via pública constranger o vizinho a lhe dar passagem, mesmo que por meio de pagamento de indenização. (ERRADO, ART 1.285).
Assinale a alternativa correta.
 a- Apenas I é incorreto 
 b- II e III são corretos
 c- I e II são corretos
 d- Apenas II e IV são incorretos
 e- I, II, III e IV são incorretos
2. De acordo com o Código Civil, são direitos reais, EXCETO:
 a- O uso.
 b- A concessão de uso especial para fins de moradia. 
 c- O penhor. 
 d- A posse.
3. Segundo a Lei nº 10.406/2002, são direitos reais, EXCETO:
 a- O uso.
 b- A superfície. 
 c- Enfiteuse. 
 d- Anticrese.
4. De conformidade com o Código Civil aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas está na situação de:
 a- detentor
 b- proprietário 
 c- nunciante
 d- invasor
 e- posseiro
5. Com base no Código Civil, julgue o item a seguir, relativo às benfeitorias.
A construção de uma piscina na área externa de um imóvel residencial caracteriza-se como uma benfeitoria voluptuária.
Certo Errado
No que diz respeito às benfeitorias, o Código Civil classifica-os:
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável, ou seja, de elevado valor.
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Interpretando a assertiva temos que a "piscina" não melhora o bem e nem o conserva, logo essa benfeitoria é classificada como VOLUPTUÁRIA (Mero deleito ou recreio). 
6. São características dos direitos reais
 a- legalidade e tipicidade; taxatividade; publicidade; eficácia erga omnes, inércia ou aderência e sequela.
 b- princípio da autonomia privada da vontade; taxatividade; publicidade; eficácia erga omnes.
 c- legalidade e tipicidade; taxatividade; publicidade; eficácia interpartes, inércia ou aderência e sequela.
 d- princípio da autonomia privada da vontade, taxatividade; publicidade; eficácia interpartes, inércia ou aderência e sequela.
 e- legalidade e tipicidade; relatividade; publicidade; eficácia erga omnes, inércia ou aderência e sequela.
7. Considere as afirmações: 
I. Os direitos reais e os pessoais integram a categoria dos direitos patrimoniais, sendo o primeiro exercido sobre determinada coisa, enquanto o segundo exige o cumprimento de certa prestação. 
II. Os direitos reais não podem ser classificados como direitos absolutos. 
III. O direito real, quanto à sua oponibilidade, é absoluto, valendo contra todos, tendo sujeito passivo indeterminado, enquanto que o direito pessoal (ou obrigacional) é relativo e tem sujeito passivo determinado. 
IV. Os direitos reais obedecem ao princípio da tipificação, ou seja, só são direitos reais aqueles que a lei, taxativamente, denominar como tal, enquanto que os direitos pessoais podem ser livremente criados pelas partes envolvidas (desde que não seja violada a lei, a moral ou os bons costumes), sendo portanto o seu número ilimitado. 
SOMENTE estão corretas as afirmações:
 a- I e II.
 b- II e III.
 c- I, III e IV.
 d- I, II e III.
 e- I, II e IV.
A POSSE
Teoria objetiva: Desenvolvida por Ihering = exige dois elementos para caracterização da posse, que é corpus = é o contato efetivo do indivíduo com a coisa e affectio tenend = é agir como se fosse o proprietário da coisa, não precisa ser proprietário da coisa apenas agir como se fosse).
Teoria subjetiva: Desenvolvida por Savigny = exige a presença de 2 elementos: (corpus = é o contato efetivo do indivíduo com a coisa; e animus domini = é a intenção de ser proprietário da coisa.) (Essa teoria nunca foi positivada pelo código brasileiro).
Teoria adotada pelo Código Cível Brasileiro: Teoria objetiva (Ihering).
OBS: Para ter posse é necessário exercer pelo menos um dos poderes inerentes à propriedade. 
OBS: A Posse dos bens incorpóreos é admitida pela doutrina.
OBS= POSSE = FATO / PROPRIEDADE = DIREITO
1. Quem é o possuidor?
‘’Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade’’, isto é, = GRUD. (alguns dos poderes inerentes à propriedade).
GRUD= gozar, restituir, usufruir, dispor.
OBS: IMPORTANTE DESTACAR QUE, APESAR DESSA SER A PRINCIPAL, A MAIS IMPORTANTE, A TEORIA DA POSSE ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO CIVIL NÃO É A ÚNICA. É POSSÍVEL OBSERVAR, POR EXEMPLO, A APLICAÇÃO DA TEORIA DE SAVIGNY (SUBJETIVA) PARA DISTINGUIR A POSSE EXIGIDA PARA FINS DE USUCAPIÃO. 
OBSERVE O DISPOSTO NO ART. 1.238 DO CÓDIGO CIVIL: (‘’ Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis’’).
2. Quem são os sujeitos da posse? Ou seja, quem pode ser possuidor? 
Podem ser possuidoras as pessoas, naturais e jurídicas, de direito público e de direito privado.
OBS= POSSE = FATO / PROPRIEDADE = DIREITO
3. Define a figura do detentor.
Detentor não tem posse e nem poder em seu próprio nome, ele exerce esse poder para outro, como por exemplo, o caseiro.
A partir desse conceito, observa-se que, na posse, aquele que está com a coisa em seu poder exerce em nome próprio os poderes sobre o bem. Já na detenção, o detentor tem a coisa em seu poder e exerce poderes sobre ela, masnão em seu próprio nome ou em seu proveito.
Essa distinção é importante e evita que, por exemplo, o caseiro, que trabalhou e morou no imóvel dos patrões por anos, ao ser demitido, tenha direito de adquirir por usucapião a propriedade do imóvel que conservava em seu poder em nome dos patrões e segundo as ordens destes.
OBS: SE NÃO HÁ POSSE, NÃO SE PODE FALAR EM USUCAPIÃO.
4. O que é atos de mera permissão?
São aqueles em que houve um pedido para o uso de um determinado bem e o consentimento expresso do possuidor e/ou dono da coisa.
Ex: Um aluno pede emprestado o vade-mécum para realizar uma prova, e o dono da coisa permite.
5. O que é atos de tolerância?
Caracteriza-se pelo fato de não ter havido nem pedido nem aceitação expressa. O possuidor e/ou proprietário da coisa presencia o uso da mesma por parte de terceiro e nada faz, aceitando tacitamente tal comportamento, ou seja, ele o tolera.
Ex: O aluno pega o vade-mécum sem pedir o dono, o dono presenciou, porem, não disse nada de tal comportamento.
Classificação da posse:
Originária: É a posse primeira, sem vícios, sem ônus, sem vinculo nenhum com o antigo e novo dono. (Ex: ocupação da coisa) (posse natural)
Derivada: Ela deriva de outro, tem vínculo do atual com o anterior, tem vícios e é o segundo. (Ex: herdeiro, depósito).
Direta: É sempre a pessoa que esta em contato com a coisa. (Ex: locatário = aquela pessoa que fica na coisa e paga o aluguel). 
Indireta: É o dono (possuidor) que entrega a coisa a outrem. (Ex: Locador = dono do imóvel que cede para quem lhe paga o preço).
Justa: É aquela que tem proteção jurídica, é justa a posse que não for violentada, clandestina ou precária.
Injusta: É aquela adquirida por meio de uso da força, ameaça violência, clandestinidade ou precariedade.
Boa-fé: É aquela que o possuidor ignora o vício, ou obstáculo que impede a aquisição da coisa sem ter ciência de algo errado, isto é, é a pessoa que faz algo por pura inocência, não se preocupando dos vícios = violência, clandestina e precária. 
Má-fé: Posse de má-fé é a exercida, apesar de o possuidor ter conhecimento do vício ou do obstáculo à aquisição da coisa ou do direito possuído.
6. O que é esbulho?
Esbulho significa retirar de uma pessoa algo que está em sua posse ou é sua propriedade. No esbulho a pessoa que tem a posse ou a propriedade do bem perde a posse sobre ele.
Refere-se à retirada de um bem de alguém, como um imóvel ou uma propriedade rural. O esbulho pode acontecer de maneira clandestina (sem que o proprietário ou possuidor perceba), por abuso de confiança ou de forma violenta.
OBS: O ESBULHADO NÃO PERDE A PROPRIEDADE, MAIS SIM A POSSE.
7. O que é Esbulho Possessório?
O esbulho possessório acontece quando alguém perde a posse de um bem em razão da ação de outra pessoa.
Por exemplo: um imóvel é ocupado pelos seus proprietários ou por quem aluga o local. Em um momento em que o imóvel está vazio outra pessoa o invade e passa a morar ali.
Essa situação, em que acontece uma invasão de propriedade, é chamada de esbulho possessório.
É importante saber que o esbulho possessório não faz com que o dono do bem perca a propriedade sobre ele. Ou seja, apesar da invasão, o imóvel ainda faz parte de sua propriedade. Mas, com o esbulho, ele perde a posse sobre o bem, ainda que apenas momentaneamente.
Para recuperar a posse do bem, o Código Civil permite que a pessoa esbulhada tome as medidas necessárias imediatamente, chamadas de desforço imediato, que é a recuperação da posse pelo uso da força. Mas a lei define que isto deve acontecer logo após o esbulho e que os atos de defesa devem ser apenas o suficiente para recuperar a posse, ou seja, sem o uso de violência ou outros excessos.
Se isso não for possível, será preciso ajuizar uma ação chamada de reintegração de posse.
8. O que é desforço imediato?
É a ação, isto é, à medida que faz para recuperar o bem que sofreu o esbulho possessório, se isso não for possível será preciso ajuizar uma ação de reintegração de posse.
9. O que é ação de reintegração de posse?
Para recuperar a posse do bem invadido (esbulhado) é preciso fazer uma ação judicial chamada reintegração de posse. A reintegração de posse é um dos tipos de ações possessórias previstas no Direito Civil.
As ações possessórias são usadas para garantir que o bem permaneça ou retorne para quem tem direito sobre ele.
Posse exclusiva e composse:
A posse exclusiva é aquela não partilhada, em que o titular exerce determinado tipo de poder (posse direta/posse indireta/posse plena) sobre a coisa isoladamente, sozinho.
Fala-se em composse quando o exercício de poderes sobre a coisa se dá de forma partilhada por dois ou mais titulares. Para a caracterização da composse são necessários os seguintes requisitos: dois ou mais titulares, exercício dos mesmos poderes, sobre o mesmo bem, recaindo o exercício de poderes sobre a coisa toda e não sobre parte individualizada.
EX: Considere a seguinte situação e utilize as classificações até aqui estudadas para classificar a posse de João e de Marta e Carlos: João adquiriu um apartamento novo da Construtora MRT. Em julho deste ano, ele decidiu alugar o imóvel, tendo o bem sido locado pelo casal Marta e Carlos. A posse de João será derivada, indireta, justa, de boa-fé e exclusiva. Já a posse de Marta e Carlos será derivada, direta, justa, de boa-fé e em composse. Você deve ter percebido que o conceito de posse exclusiva não se confunde com o de posse plena, podendo sobre uma mesma coisa incidir mais de uma posse exclusiva (posse direta exclusiva e posse indireta exclusiva) ou mesmo posse exclusiva e composse (como no exemplo citado), mas cada qual recaindo sobre poder diferente.
QUESTÕES:
1. Francisco comprou, em janeiro de 2014, um lote de 240 m2 de Antônio, que se apresentou como proprietário do imóvel. Francisco construiu uma casa de alvenaria, instalando-se no local com sua família. Depois de três anos de posse mansa e pacífica, Danilo, o verdadeiro proprietário, ajuizou ação para reaver a posse do imóvel. Só então, Francisco descobriu que fora vítima de uma fraude, pois Antônio havia falsificado os documentos para induzi-lo a erro.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a- Francisco não poderá adquirir o terreno mediante pagamento de indenização a Danilo, ainda que a construção exceda consideravelmente o valor do terreno.
 b- Não tendo observado a fraude no momento da contratação, Francisco não poderá pleitear indenização em face de Antônio.
 c- Danilo perderá o terreno em favor de Francisco, cabendo-lhe apenas o direito à indenização.
 d- Francisco adquiriu, em 2017, a propriedade do imóvel pela usucapião especial urbana, ficando, nesse caso, dispensado de pagar indenização a Danilo.
 e- Francisco, que agira de boa-fé, perderá em favor de Danilo os direitos sobre as construções realizadas no terreno, devendo, no entanto, ser indenizado.
2. Considere as seguintes afirmativas sobre o tema da posse no âmbito do Código Civil. Assinale a alternativa INCORRETA.
 a- A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. (art. 1.197, cc)
 b- O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada mesmo sem saber que o era.
 c- Ao sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. (art. 1.207, cc)
 d- Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. (art. 1.198, cc)
 e- Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. (art. 1.224, cc)
REQUISITOS PARA USUCAPIÃO:USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO (art. 1.238, caput, CC): 
- 15 anos sem interrupção, nem oposição;
- imóvel;
- independentemente de título e boa-fé. 
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO REDUZIDO (art. 1.238, p.ú., CC):
- 10 anos sem interrupção, nem oposição;
- imóvel;
- independentemente de título e boa-fé;
- estabelecer no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizar obras ou serviços de caráter produtivo.
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL/CONSTITUCIONAL (art. 1.239, CC e 191, CF):
- 5 anos sem interrupção, nem oposição;
- área de terra em zona rural;
- até 50 hectares;
- torná-la produtiva por seu trabalho ou de sua família;
- ter nela sua moradia;
- não ser proprietário de imóvel rural ou urbano.
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA/CONSTITUCIONAL/HABITACIONAL (art. 1.240, CC e 183, CF):
- 5 anos sem interrupção, nem oposição;
- área urbana;
- até 250 m²;
- utilizá-la para sua moradia ou de sua família; 
- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
USUCAPIÃO PRÓ-FAMÍLIA (art. 1.240-A):
- 2 anos sem interrupção, nem oposição;
- posse direta e com exclusividade;
- imóvel urbano;
- até 250 m²;
- cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar;
- utilizá-lo para sua moradia ou de sua família;
- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
USUCAPIÃO ORDINÁRIO (art. 1.242, CC):
- 10 anos;
- posse contínua e incontestadamente;
- com justo título e boa-fé.
USUCAPIÃO ORDINÁRIO REDUZIDO (art. 1.242, p. ú., CC):
- 5 anos;
- posse contínua e incontestadamente;
- com justo título e boa-fé;
- imóvel adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente;
- ter estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.

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