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Fundamentos Sócio-Antropológicos da Educação Atividade anterior Próxima atividade Iniciado em sexta, 16 Mar 2018, 18:50 Estado Finalizada Concluída em sexta, 16 Mar 2018, 18:52 Nota 3,0 de um máximo de 3,5(86%) Questão 1 Completo Marcar questão Texto da questão Questão A Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o mundo foi dividido em duas partes: países comunistas, liderados pela União Soviética; e os países capitalistas, liderados pelos Estados Unidos. No Brasil, a influência norte-americana foi grande, no sentido de alinhar sua economia, suas instituições e também o sistema educacional aos objetivos capitalistas. É neste contexto que surgem vários educadores questionando o sistema educacional vigente e propondo importantes mudanças. Um destes educadores foi Paulo Freire, que se tornou referência mundial em educação, que escreveu vários livros, sendo que um deles, Pedagogia do Oprimido, ainda hoje é uma referência na área educacional. Com base no livro texto da disciplina, nas vídeoaulas e no conhecimento adquirido ao longo dos seus estudos, redija um texto sobre as principais propostas educacionais apresentadas por Paulo Freire. Questão B Na escola Raio de Luz, foi desenvolvido um projeto-ação entre fevereiro e julho de 2015 que tem como objetivo melhorar o convívio entre os alunos que apresentam dificuldades pedagógicas ou sociais por meio da criação de um “clube da amizade”. Porém o mesmo não foi concretizado pela falta de apoio dos professores. O projeto tinha por fim aproximar alunos que sentem dificuldades em estreitar os laços de amizade entre eles, pois ao passo que ao serem solicitados pelos professores para elaboração de trabalhos em equipe, os mesmos não acontecem por intrigas, confusões brigas e agressões verbais e até mesmo físicas. Diante dessa situação, como pedagogo (a), quais seriam as suas ações junto à coordenação para que se potencializem os trabalhos cooperativos e a relação de convivência entre os alunos, e estimule os professores para a realização desse projeto? GABARITO: RESPOSTA QUESTÃO A Paulo Freire (1921-1997) foi o mais famoso educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Ele dizia que, “enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los”. O método apresentado por ele adota uma abordagem sociocultural. O contexto do aluno deve guiar as lições. O aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire e está no centro do seu método de alfabetização. Por exemplo: um lavrador deve aprender a ler a partir de palavras que fazem parte de seu cotidiano, como “enxada”. A imagem do objeto é apresentada e associada à palavra. Essa palavra é dividida em "tijolos", que mais adiante podem ser usadas para ensinar outras. A sílaba “da”, por exemplo, é um “tijolo” que serve para apresentar a família das sílabas começadas com a letra d. O segundo é o mais problemático: a inclusão da ideologia. O pedagogo pretendia “despertar a consciência” dos alunos para a “opressão”. A enxada não seria usada apenas para ensinar as letras, mas também para “problematizar” as relações de trabalho, a riqueza do patrão, as injustiças sociais. No conjunto do pensamento de Paulo Freire encontra-se a ideia de que tudo está em permanente transformação e interação. Esse ponto de vista implica a concepção do ser humano como "histórico e inacabado" e consequentemente sempre pronto a aprender. No caso particular dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente. Freire dizia, numa frase famosa, que "o mundo não é, o mundo está sendo". Ele criticava a ideia de que ensinar é transmitir saber por que acreditava que a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Ensinar é habilitar o aluno a "ler o mundo", na expressão famosa do educador. Para ele, não é possível adotar diretrizes pedagógicas de modo consequente sem que elas orientem a prática, até em seus aspectos mais corriqueiros. RESPOSTA QUESTÃO B As interações sociais são essenciais para o desenvolvimento moral, pois contribuem para que os envolvidos considerem a realidade a partir do ponto de vista do outro, e a escola constitui espaço privilegiado para as crianças desfrutarem situações distintas na tarefa de aprender a conviver, a fim de serem capazes de viver em sociedade. Para tanto é imprescindível saber conviver e acolher o outro. Para Estevão (2008), a escola precisa ser potencializadora da convivencialidade democrática, estimulando o aluno a perceber o outro não como um rival, mas como um indivíduo com que se deve colaborar, que o ajuda a crescer e que, ao ajudar o próximo, sente-se essencialmente mais feliz. Nesse sentido, não cabe mais à escola pensar o ato educativo como mera transmissão de conteúdos acadêmicos, renegando os saberes oriundos da convivência entre os alunos. A escola precisa desenvolver projetos em prol da educação moral. Não cabe à escola introduzir preceitos morais como regras absolutas, mas conduzir o aluno ao mundo do agir moral por um processo pedagógico/reflexivo/comunicativo, reforçando o papel da escola para a construção de uma sociedade mais ética, solidária e justa. Isso implica em capacitar o aluno a interagir com base no respeito mútuo e no reconhecimento do outro como um ser social. A consciência moral deve estar fundamentada no diálogo para a solução dos conflitos inevitáveis que surgem na convivência humana. Então, questionamos: como pode a escola estar pautada em uma postura que valorize condutas éticas dos alunos se não estiver comprometida, com professores que testemunhem tais valores com seus próprios atos? Os educadores precisam ser fortalecidos com o pensamento de estar formando cidadãos capazes de construir um mundo melhor. Pessoas que poderão mudar a realidade existente em nossa sociedade cada vez mais intolerante com o próximo.
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