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TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO EM RELAÇÃO AO MEIO a) Interpretação gramatical, literal ou sintática: Sentido literal das palavras. Mas essa interpretação não é suficiente. O princípio In claris cessat interpretatio (não e interpreta o que está claro) não se aplica. b) Interpretação lógica ou teleológica buscar a vontade da lei. Recursos; evolução histórica da lei (interpretação histórica) análise da lei em compasso com o momento histórico em que ela é aplicada (interpretação progressiva) Direito Comparado, ou seja, tratamento do assunto em outros países; Significado de termos jurídicos ou extrajurídicos (conceito de médico, vida, morte, veneno, chque, mãe, etc) A interpretação lógica pode ser usada em prejuízo do réu. Interpretação lógica (ou teleológica) x interpretação analógica interpretação analógica: abarca casos análogos, valendo-se de uma fórmula legal (forma casuística), que nada mais é que um exemplo que pode ser aplicado em fatos análogos. Ex( homicídio qualificado por paga, promessa de recompensa ou qualquer outro motivo torpe) Interpretação Lógica (teleológica) Interpretação Analógica Busca os fundamentos políticos e jurídicos Busca alcançar a vontade implícita da lei Baseia-se em outras normas, a evolução histórica, o processo legislativo, o sentido social etc Prende-se à própria lei, por meio de seu próprio texto Pode prejudicar o réu Pode prejudicar o réu TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO EM RELAÇÃO AO SUJEITO a) Legislativa, contextual ou autêntica Realizada pelo próprio parlamento quando explica o termo de uma lei. Força vinculante b) doutrinária ou científica Sem força de motivos. Exposição de motivos entra aqui, já que não faz parte da lei. c) judicial ou jurisprudencial Em regra, não tem força vinculante, salvo: Coisa julgada material (vincula as partes no caso concreto) Súmula vinculante TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO EM RELAÇÃO AO RESULTADO a) declaratória, declarativa ou estrita e extensiva declaratória: lei não é ampliada nem reduzida em seu sentido restritiva: lei disse mais do que queria dizer (vontade da lei é restringir). (homicídio, agora é apenas morte encefálica) extensiva: Amplia-se o sentido da norma, respeitando sua lógica (crime de bigamia pune o de poligamia). Interpretação extensiva em prejuízo do réu. Doutrina majoritária: entende possível (forma excepcional) STF/STJ: proíbe, em razão do princípio da legalidade. Injúria racial e interpretação extensiva não se trata de interpretação extensiva, mas de consequência lógica do conceito de racismo afirmado pelo STF. 2 posição, entende que houve interpretação extensiva. (pag 11,aula 01 parte geral, mat nassur) norma penal em branco x tipo aberto Norma penal em branco Tipo penal Aberto Norma complementada por outra norma (drogas) Norma complementada pelo aplicador do direito (juiz). Ex: conceito de obsceno Pode prejudicar o réu Pode prejudicar o réu Obs: crimes culposos são sempre tipos abertos (não há exceções), pois o sentido de imprudência, negligência e imperícia depende de interpretação do juiz. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E APLICAÇÕES PRÁTICAS Nullun crimen, nulla poena sine lege praevia (princípio da anterioridade) o tempo rege o ato (tempus regit actum) Como verificar a lei do fato praticado: o problema do tempo do crime art. 4, CP: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado teoria da atividade. STF e a teoria da atividade em relação aos crimes permanentes e continuados. Súmula 711 do STF: A Lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior á cessação da continuidade ou da permanência. Norma mais benéfica e vacatio legis (bom para prova discursiva) segundo o autor, para delegado, devo adotar que as leis penais têm validade desde sua entrada em vigor, pois podem ser revogadas durante a vacatio. Como proceder em caso de normas híbridas (caráter penal e processual penal) Lei processual é regida sempre pela lei do ato, seja mais maléfica ou mais benéfica. Norma híbrida: obedece às regras do direito penal. STF e STJ: entendem que normas recursais tem caráter exclusivamente processual. (revogação de protesto por novo júri aplica-se imediatamente) IMPOSSIBILIDADE DA COMBINAÇÃO DE LEIS STF STJ Não admite Não admite. Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência de suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. Normas que são revogadas e, imediatamente, substituídas por outras que contém o mesmo conteúdo (continuidade títpico-normativa) Revogação formal não leva, obrigatoriamente à revogação material. Não houve abolitio criminis. (ex atentado violento ao pudor virou estupro). Cuidado, manter a irretroatividade da lei mais maléfica. Norma revogada, mas a conduta continua prevista como crime em outro dispositivo penal. Leis penais temporárias e excepcionais (intermitentes) leis intermitentes: lei temporária: data fixa para perder a vigência lei excepcional: depende de um fato posterior para perder a vigência (fim de calamidade pública). Leis intermitentes aplicam-se aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que a data final ou o evento final já tenham ocorrido. Características: são auto revogáveis; são ultrativas, mesmo para prejudicar; não ferem o princípio da legalidade. Competência para aplicar a lei nova mais benéfica Se não transitou em julgado será o juízo de conhecimento ou o Tribunal recursal, caso esteja em grau de recurso. Se transitou será o juízo da execução. (art. 66, I, LEP, art. 13 LICPP) Súmula 611 STF: transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação da lei mais benigna. LEI PENAL NO ESPAÇO regra: princípio da territorialidade exceção: princípio da extraterritorialidade. Lugar do crime Teoria da ubiquidade (ou mista): art. 6, CP: considera-se praticado o crime no lugar onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. Cuidado! O art. 6º do CP não resolve problemas de lugar do crime dentro do território brasileiro! Crime plurilocal (art. 70, CPP) Resolve problemas de competência interna Adota-se a teoria do resultado, como regra Crime à distância (art. 6º, CP) Resolve problemas de competência externa Adota-se a teoria da ubiquidade Não se aplica a teoria da ubiquidade: Crimes plurilocais Art. 70 do CPP Crimes conexos Ex: furto na Argentina e receptação de furto no Brasil. Cada país julga seu crime. Infrações de menor potencial ofensivo Aplica-se a teoria da atividade (art. 63, Lei 9099/95). Crimes falimentares Local da decretação da falência Atos infracionais Aplica-se a teoria da atividade (ECA) PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE Territorialidade temperada no Brasil Território brasileiro e sua extensão: É território Brasileiro É extensão do Território Brasileiro Não é território brasileiro O Solo brasileiro (8 514 876 km²) e o respectivo subsolo Embarcações ou aeronaves públicas ou a serviço do BR: é Brasil em qualquer lugar Embaixada do Brasil no exterior Mar territorial (12 milhas) e as águas interiores, bem como o subsolo. Embarcações ou aeronaves privadas do BR: é Brasil se estiver no Brasil (incluindo o mar) ou em alto-mar Zona contígua (12 milhas a 24 milhas a partir do fim do mar territorial). Já é considerado alto-mar. Camada atmosférica respectiva (espaço aéreo) Embarcações ou aeronaves privadas estrangeiras: se estiver no Brasil é Brasil Espaço cósmico. É de uso comum de todos os países (tratado do espaço cósmico da ONU) Embarcações ou aeronaves públicas estrangeiras:não é território brasileiro, mesmo no Brasil. Caso de barco holandes que para em alto mar para realizar aborto em brasileiras que querem. Não há crime, pois aborto é permitido na holanda. INTRATERRITORIALIDADE aplicação de normas internacionais a fatos praticados no Brasil. Situações que cevo lembrar: imunidade diplomática : estatuto de viena Está abrangido Não está abrangido Chefe de governo ou de Estado estrangeiro + família + comitiva Crimes cometidos dentro da embaixada estrangeira no Brasil por pessoa sem imunidade. Embaixador + família Funcionários particulares das embaixada e consulados. Funcionários estrangeiros de corpo diplomático + família Funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA etc) Cônsul (crimes funcionais) A imunidade é renunciável somente pelo Estado ou país, nunca pela pessoa do agente diplomático. A polícia pode investigar, mas o delegado não pode indiciar o imunizado. Ele também não é obrigado a servir como testemunha. Tribunais Penais Internacionais (IPI): detalhes de admissibilidade pg 48, parte geral 01 nassur) Ação do TPI é sempre subsidiária (princípio da complementaridade) e somente existirá caso não esteja sendo julgado no país dos fatos ou se houver proteção criminosa do Estado ao suspeito do crime. Crimes determinados no estatuto de roma. Jurisdição: GUGA: Genocídio, Crimes contra a hUmanidade, Crimes de Guerra e crimes de Agressão. Princípio da extraterritorialidade não se aplica às contravenções penais. Incondicionada (art. 7, I) Condicionada (art. 7º, II) Extraterritorialidade especial (Lei de tortura) Crimes contra a VIDA e LIBERDADE do Presidente da República Crimes que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a cumprir Vítima brasileira Contra o patrimônio e Fé Pública do Brasil (Incluindo a administração direta e indireta) Praticados por brasileiro Agente em local sob jurisdição brasileira. Contra a administração Pública brasileira por quem está a seu serviço Praticados em aeronaves ou embarcações privadas brasileiras no exterior e lá não forem julgadas Genocídio quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil Caso o condenado tenha cumprido pena no estrangeiro pelo mesmo delito, aplica-se o art. 8º do CP (direito de compensação) Extraterritorialidade condicionada: Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do país: exige outras duas condições: a) não ter sido pedido ou ter sido negada a extradição; b) requisição do Ministério da Justiça. Princípios da extraterritorialdade Princípio da nacionalidade ou da personalidade ativa O Agente é punido com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem ofendido (art. 7º, I, d e II, b) Princípio da Nacionalidade ou da Personalidade Passiva Vítima brasileira (art. 7º, §3º) Princípio da Defesa, Real ou Proteção Aplica-se a lei brasileira em crimes contra bens jurídicos brasileiros (art. 7º, I,a,b e c) Princípio do domicílio O Autor é julgado de acordo com a lei do seu país de domicílio. Aplica-se no caso de genocídio (art. 7º, I, d) Princípio da justiça Universal ou Cosmopolita Aplica-se a lei brasileira em determinados crimes, seja quem for o autor ou o bem jurídico, pois o brasil se comprometeu a punir tal crime Princípio da representação (pavilhão ou bandeira) Quando o navio ou aeronave privados estiverem em alto-mar, vale o país de origem (art. 7º, II, c) NULLUN CRIMEN, NULLA POENA SINE LEGE SCRIPTA Vedação da analogia in malam partem. Analogia: consiste em aplicar a um caso não previsto de modo direto por uma norma jurídica, uma norma prevista para hipótese distinta, mas semelhante ao caso concreto. Ex: colocar crimes militares no rol dos crimes hediondos. Analogia é forma de integração da lei penal. Súmula 442 STJ Diferença entre analogia, interpretação analógica e interpretação extensiva analogia: não está previsto em lei, há lacuna. Aplica-se ao caso omisso outro previsto em lei. Interpretação analógica: após uma fórmula casuística, segue-se uma formulação genérica, que deve ser interpretada de acordo com a forma estabelecida. Interpretação extensiva: ampliação da vontade do legislador. Somente em benefício do réu ou qnd o alargamento estiver logicamente implícito (ex: crime de bigamia inclui o de poligamia) parece que para juiz federal a comissão adota que pode. Mas o STJ e o STF não concordam. A aplicação da causa de aumento do § 6º do art. 180 do Código Penal, quando forem objeto de receptação bens da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, não implica interpretação extensiva da norma penal, mas genuína subsunção dos fatos ao tipo penal, uma vez que os bens da ECT afetados ao serviço postal compõem o próprio patrimônio da União NULLUN CIMEN, NULLLA POENA SINE LEGE CERTA clareza da lei penal. Lei penal em branco: são aquelas leis em que o preceito primário (descrição do crime) exige complementação de outra para estabelecer seu exato sentido Leis penais em branco homogêneas (sentido lato): complemento está em norma de mesma hierarquia Lei penal homogênea univitelina (homóloga): complementação dentro da mesma lei. Lei penal homogênea bi vitelina (heteróloga): complementação prevista em lei diferente. (conceito de casamento no código civil) Lei penal em branco heterogêneas (em sentido estrito): complemento está em norma de estatura inferior (ex: conceito de drogas está em portaria da anvisa) Alteração do complemento heterogêneo de lei penal em branco. Analisar se a norma complementadora tem caráter temporário ou definitivo. Definitivo: gera abolitio (se a maconha for retirada da portaria da anvisa) temporário: ultratividade. Continua valendo (ex. Qnt do alcool na gasolina) Norma penal em branco ao revés ou invertida: complemento normativo diz respeito à sanção. Exite o crime, mas a pena está em outra norma. Obs: complemento normativo só pode emanar do legislador. Ex: genocídio. Não confundir com crime remetido. Crime remetido é a menção feita por um tipo penal a outro tipo legal. (ex. 304, cp). PRINCÍPIOS PARA A SOLUÇÃO DE CONFLITO APARENTE ENTRE NORMAS PENAIS princípio da especialidade (lex specialis derogat generali) norma especial= possui todos os elementos da norma geral + alguns detalhes. Comparação entre as duas normas independe de um caso concreto. Princípio da subsidiariedade (lex primaria derogat subsidiarae) norma subsidiária= norma secundária. Caixa grande, a norma secundária é uma caixa dentro da grande. Ex: roubo, dentro de roubo cabe furto, lesão corporal e ameaça. Análise depende do caso concreto. Norma secundária = soldado de reserva. Ver mais no livro do greco. Princípio da consunção (absorção) (lex consumens derogat consumptae) resolve situações de : crime progressivo, progressão criminosa e crime complexo. Crime progressivo: para alcançar o crime “x” o agente terá que passar pelo crime “y”, menos grave que o primeiro. Crime complexo: resulta da união de mais de um crime. Ex: furto + ameaça = roubo. As partes ficam absolvidas pelo todo. Progressão criminosa: 3 situações. Progressão criminosa propriamente dita: Agente pretende praticar o crime X e depois resolve progredir para um crime mais grave. Ex. Fere e depois quer matar. Há dois dolos, diferente do crime progressivo (vontade é uma só, matar). Responde apenas pelo resultado final. Fato anterior (“ante factum”) não punível: atos preparatórios puníveis que ficam absorvidos pelo crime fim. Ex: porte de arma de fogo (especificamente para efetuar aquele disparo) em relação ao disparo. Obs: se o porte é frequente, responderá pelos dois. Súmula 17 do STJ: quando o falso se exaure no estelionato, fica por ele absorvido. Fato posterior (post factum) não punível: exaurimento do crime. Ex: venda da coisa roubada. Princípio da alternatividade vários verbos para descrever a ação típica. Tipos mistos (de ação múltipla ou de conteúdo variado.) se em em um mesmo contexto agente importar cocaína e transportar a droga para depois vender, terá praticado apenas um crime de tráfico.
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