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EXCELENTÍSSIMO JUÍZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA DO TRABALHO N º 99 DA CIDADE DE SALVADOR/BA RECURSO ORDINÁRIO PROCESSO No. XXX MICROEMPRESA TUDO LIMPO, já qualificada nos autos do processo em epígrafe , vem, respeitosamente , através de seu advogado já devidamente qualificado na espécie, à presença de vossa excelência, demonstrar o inconformismo com a sentença proferida nos presentes autos, a qual julgou integralmente procedentes os pedidos formulados pela Autor , interpor RECURSO ORDINÁRIO amparado nas razões adiante expendidas. Em anexo apresenta comprovante de depósito recursal e custas recursais. Requer a intimação do requerido para apresentar contrarrazões. Nesses termos, requer que seja recebido o presente recurso e, após cumpri das as formalidades de estilo , que seja este remetido para o Colendo Tribunal Regional do Trabalho da 5 ª Região , a fim de que este profira seu superior julgamento. Nestes termos, espera deferimento. Local, Data. Advogado OA B /UF. 2) RAZÕES DO RECURSO – TESES MÉRITO. I. DAS RAZÕES R ECURSAIS Em que pese o reconhecido saber jurídico do doutor juízo de primeira instância prolator da sentença , carece de reforma a decisão que julgou procedente os pedidos do reclamante, ante os fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. Portanto deve ser reformada a sentença proferida. II. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - DOS PRESSUPOSTOS DE EXTRÍNSECOS Em anexo o Recorrente faz prova do pagamento de depósito recursal e custas processuais. -DA TEMPESTIVIDADE Cumpre registrar a tempestividade do instrumento recursal aqui utilizado, visto a sentença ter sido publicada na data xx/ xx/ xxxx, razão pela qual o prazo para interposição do Recurso Ordinário iniciou dia xx/ xx/ xxxx, findando então dia xx/ xx/ xxxx, e interposto o presente recurso dia xx/ xx/ xxxx, por então, resta-se demonstrado a regular temporalidade do seguinte instrumento , conforme interpretação do artigo 895, I, da consolidação das leis trabalhistas. III. DOS PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS -DA LEGITIMIDADE Tendo em vista a Recorrente ser a Reclamada, é parte legítima para recorrer. -DO INTERESSE PROCESSUAL Tem interesse processual, visto que objetiva atacar a decisão recorrida. IV- PRELIMINARMENTE -DO CERCEAMENTO DE DEFESA Conforme a r. sentença, anexada aos autos, houve o cerceamento da defesa, não assistido o direito concebido pela CF/88 ao contraditório e ampla defesa a recorrente, conforme preconiza o art. 5º, LVI, da Carta Magna, quando de fato e devidamente protestado o juízo a quo não permitiu a produção de prova testemunhal e não determinou a perícia que seria imprescindível pra a elucidação do caso. Requer assim, a recorrente, que a preliminar seja acolhida, extinguindo o processo sem resolução do mérito. V . DA SÍNTESE DA DEMANDA O ora recorrido fora empregado da microempresa Tudo Limpo Ltda de 22/02/1 5 a 15 /03/16. Prestava serviço como auxiliar de serviços g erais, atuando na limpeza de parte da pista de um aeroporto de pequeno porte Durante todo o contrato , prestou serviços na Aeroduto Empresa Pública de Gerenciamento de Aeroportos , tomadora dos serviços, e ora recorrente . Ao ser dispensado e receber as verbas rescisórias, o recorri do ajuizou reclamação trabalhista em face da microempresa Tudo Limpo Ltda e da tomadora dos serviços , pretendendo adicional de insalubridade , alegando que trabalhava em local de barulho, bem como a incidência de correção monetária sobre o valor dos salários, vez que recebia sempre até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. Logo, tendo mudado o mês de competência, deveria haver a correção monetária, dado o momento, na época, de inflação galopante. A ação foi distribuída para a 99ª Vara de Trabalho de Salvador . No dia da audiência, a 1 ª reclamada fez-se representar pelo seu contador, assistido por advogado. A segunda reclamada, por preposto empregado e advogado. Foram entregues defesas e prova documental, sendo que , pela segunda ré , foi juntada toda a documentação relacionada à fiscalização do contrato entre as rés, o qual ainda se encontra em vigor , bem como exames médicos de rotina realizados nos empregados, inclusive o autor , os quais não demonstravam nenhuma alteração de saúde ao longo de todo o contrato, além dos recibos do autor de fornecimento de E P I para audição. Superada a possibilidade de acordo, o juiz indeferiu os requerimentos da segunda ré para a produção de provas testemunhal e pericial, o que fora de logo consignado em ata os protestos da segunda ré , pois visava, com isso, comprovar que o EP I eliminava a insalubridade. O processo seguiu concluso para a sentença, a qual decretou a revelia e confissão da primeira ré por não estar representada regularmente . Julgou procedentes os pedidos de pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, bem como de incidência de correção monetária sobre o valor do salário mensal pago a pós a “virada do mês”. Outrossim, condenou a segunda ré , subsidiariamente , em todos os pedi dos, fundamentando a procedência na revelia e confissão da 1ª ré. V-DO MÉRITO DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁR IA O doutor juízo de primeira instância condenou a recorrente como responsável subsidiária em todos os pedidos do reclamante . Em que pese a indiscutível capacidade analítica e julgadora do MM. Juiz, se faz necessário afirmar que neste ponto também laborou em erro o ínclito magistrado, uma vez que a sua decisão fora proferida em total afastamento com o contexto fático da de manda , e da jurisprudência aplicável em casos análogos. Em sua sentença , o juízo de primeiro grau ouvida que a empresa pública Aeroduto, aqui recorrente, demonstrara efetivamente em todo o caminho do feito, o seu zelo e cumprimento integral a todos os termos contratuais que carecem na execução de um contrato administrativo. A recorrente, de modo tempestivo , juntou toda a documentação relacionada à fiscalização do contrato , bem como exames médicos de rotina realiza dos nos empregados da primeira reclamada , sendo inclusive dentre eles o autor , os quais não demonstraram nenhuma alteração de saúde ao longo de todo o contrato . Cumpre ainda registrar a presença nos autos dos recibos subscritos pelo autor sobre o fornecimento de EPI para audição . Visto que o mesmo reclama a indenização por insalubridade, todavia , vê -se que o mesmo sempre dispôs dos equipamentos cruciais de proteção auditiva . E se não o s utilizasse, fora por culpa exclusiva do mesmo. Aqui mostra -se atendido o que se detém da súmula 80 do TST , que assim dispõe: Súmula nº 80 do TST INSALUBR IDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 .A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivoexclui a percepção do respectivo adicional. Ademais, tudo o que fora exposto tanto neste tópico , como em todo o feito, resta -se em consonância ao artigo 71 , parágrafo 1º da lei 8.666/93 , e a súmula 331, V , d o TST, quando aduzem , em suma , sobre a impossibilidade da administração pública, aqui indireta , ser responsável pela inadimplência do contratado em obrigações trabalhistas, fiscais e comerciais, e ainda , quanto àquelas primeiras, o inciso quinto da súmula do TST já referi da, firmou entendimento peremptório sobre a reponsabilidade da entidade pública, que somente ocorrerá quando restar-se inequivocamente comprovada a falta de fiscalização , ainda que culposa, no cumprimento das obrigações da lei nº 8.666 /9 3, e nas responsabilidades oriundas do contrato firmado com empresa prestadora de serviço . O que se denota que não ocorrerá uma única vez na espécie. Vejamos então o que diz os regramentos aludidos: Art.71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Lei nº 8. 966/93) Súmula nº 331 do TST CONTR ATO DE PR E ST A ÇÃ O D E SERVIÇOS . LEGAL IDADE (nova redação do item IV e inseridos os itens V e V I à redação ) - Res. 174/2011, D E JT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal formando -se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019 , de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 3 7, II, da C F /1988 ). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviço s de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem com o a de serviços especializados ligados à atividade -meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. V- O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21 .06.1 993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral Pelo exposto, Excelências, nota -se que a modificação da sentença ora vergastada é medi da que se faz extremamente necessária. Por ocasião da força probante de todos os documentos que demonstram a efetiva vigilância e cuidado em que sempre esteve o ente público perante ao s empregados da prestadora de serviços contratada , todos devidamente juntado aos presentes autos, mas que foram, ao que parece, notadamente esquecidos pelo juízo de primeiro grau ao proferir sua decisão. Assim, desde logo, passa - se a requerer a exclusão da responsabilidade subsidiária da segunda reclamada, nos termos da fundamentação supra . VI-. DA REVELIA DA 1ª RECLAMADA Em razão da aplicabilidade da lei , mesmo que o fundamento do tópico favoreça a primeira reclamada, faz-se necessário citar que o juízo de primeira instância, ao decretara revelia da mesma, não se ateve ao mandamento expresso na súmula 377 do TST, quando aduz sobre a não obrigatoriedade de o preposto ser empregado da empresa reclamada, quando se trata de microempresa . Ou se mostra, então, necessário a reforma quanto a este tópico na sentença atacada. Nesses termos: Súmula nº 377 do TST. PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008. Exceto quanto à reclamação de em pregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. VII. DA IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE INSALUBRIDADE PELO JUÍZO SEM PERÍCIA PRÉVIA. Mais uma vez resta-se patente a necessidade de modificação na sentença que se mostra completamente desordena da dos preceitos da lei especial aplicável, levando agora em consideração que o MM. Juiz fixou o grau máximo de periculosidade no caso em tela , quando o mandamento expresso da consolidação das leis do trabalho, exige o laudo técnico e laborado por perito oficial previamente habilitado. Assim, não poderia o magistrado arbitrar ex officio qualquer grau de periculosidade em total arrepio da lei pertinente. Assim é expressão do artigo 195, parágrafo 2º, da CLT: Art.195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far- se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. § 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo , e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. (Redação da pela Le i nº 6.514 , de 22.12 .1977) (C LT ) VIII. DA NÃO SUJEIÇÃO À CORREÇÃO MONETÁRIA DO SALÁRIO DO OBREIRO. O doutor juiz do trabalho fixou na condenação a correção monetária no salário do Reclamante, sob o argumento de que haveria corrosão inflacionária nos vencimentos do autor por decorrência do pagamento ter se dado sempre no quinto dia útil do mês. Ocorre que mais uma vez labora em erro o Excelentíssimo magistrado, visto entendimento consagrado na súmula 381 do TST , sobre a impossibilidade de se aplicar correção monetária quando o paga mento dá -se até o quinto dia útil de cada mês, o que sempre ocorrerá no caso em análise. E mais, a súmula referida diz que só se torna exigível a correção quando ultrapassado o período temporal supra referido , tendo -se aqui a atualização do valor para o mês subsequente, o que ainda assim não fora aplicado na presente reclamação. Nesse sentido: Súmula nº 381 do TST CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA C LT (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 1 24 da SB D I-1) - Res. 129 /2005, DJ 20, 22 e 25 .04.2005. O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subsequente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1 º. (ex -OJ n º 12 4 da S BDI -1 - inserida em 20.04.1998) IX. DOS PEDIDOS Diante do exposto requer que a presente recurso seja conhecido e na análise do mérito seja provido para reformar a sentença recorrida em todos os seus termos. Nestes termos, espera deferimento. Local, Data. Advogado/ OAB...
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