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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TERESINA ESTADO DO PIAUI 
Processo nº xxxx
Gustavo, já qualificado nos autos do processo crime em epígrafe, que lhe move o MP do Estado, por seu advogado devidamente constituído, vem à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no art.403, § 3º do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:
I – DA TEMPESTIVIDADE
Inicialmente, considerando que o denunciado foi intimado para apresentação de alegações finais em 20.04.2018, tem-se o prazo sucessivo de 05 (cinco) dias sucessivamente para apresentação da presente peça defensiva, nos termos do art. 403, § 3º do Código de Processo Penal.
Assim, o termo inicial da contagem começa no dia 21.04.2018, portanto, na presente data, ou seja, 26.04.2018, o corrente recurso encontra-se tempestivo.
II – DOS FATOS 
Gustavo, nascido em 15 de março de 1940, sem ter nenhum envolvimento pretérito aparato judicial, no dia 22 de março de 2017, foi visitado pelo chefe do trafico conhecido como MACHADO, da favela de onde morava conhecida por favela do urubu em Teresina Piauí. 
 Após a visita de machado que estava armado, obrigou o réu a transportar 50 g de cocaína para outro traficante, caso não fizesse o que tinha obrigado o chefe, o mesmo seria expulso da sua residência onde morava na favela. 
Gustavo sem ter outra opção, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu automóvel, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida, o réu, na data de 15 de agosto do mesmo ano, foi denunciado perante o juízo competente pela pratica do crime previsto no art.33, caput, da lei 11.343/06.
Frente a isto, Vossa Excelência requereu diligências de ofício para que se verificasse tal fato.
Após as diligencias e confirmado a idade real da vítima os autos foram ao MP que pugna pela condenação do acusado. Contudo esta tese não deve prevalecer, como veremos a seguir.
III– DO DIREITO
III.1 – ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO POR INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
 Conforme o apresentandoGustavo, foi denunciado pelo crime de tráfico de drogas previsto no art. 33, caput, da lei nº 11.343/06 por ter sido pego com 50g de Cocaína.
 Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar
No seu depoimento o acusado alegou que só transportava a droga, pois, sofreu grave ameaça de um traficante da comunidade onde residia e por medo de ser expulso de seu lar e não ter para onde ir, já que não tinha nenhum parente e já se encontra em idade avançada o mesmo aceitou tais condições. 
Desse modo, entende-se que o acusado praticou a conduta mediante coação.
Inicialmente, deveria o candidato sustentar a ocorrência de coação moral irresistível, o que exclui a culpabilidade e, portanto, exclui o crime, de maneira que o acusado deveria ser absolvido por tal razão, na forma do art. 22 do CP.
 Ficou clara a coação moral no caso, pois foi demonstrado claramente que o acusado sofreu ameaça grave para que viesse a praticar o fato típico. Assim, em razão da inexigibilidade de conduta diversa.
Diante disso Gustavo tem que ficar atento ao princípio da eventualidade, ou seja, à possibilidade de que o pedido principal (absolvição) seja rejeitado. Assim, na eventualidade de condenação, o candidato deveria passar a discorrer sobre os fundamentos subsidiários, capazes de abrandar a sua situação.
III.2- DAS CIRCUSNTÂNCIAS ATENUANTES
Não sendo ainda aceita a tese da atipicidade, temos que considerar a circunstancia de atenuantes que ocorreram no caso, são elas :Ser o acusado maior de 70 anos na data da sentença, nos termos do art. 65, I do CP, ter o acusado confessado o delito, nos termos do art. 65, III, “d” do CP. Quanto a esta atenuante, o candidato deveria estar atento ao fato de que a confissão qualificada não impede o reconhecimento da agravante (confissão qualificada é aquela na qual o acusado reconhece a prática do fato típico, mas sustenta haver causa de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade).e por ultimo o réu ter cometido o crime sob coação resistível, nos termos do art. 65, III, “c” do CP. O candidato deveria atentar para o fato de que a análise de tal fundamento só ocorrerá na hipótese de o Juiz já ter rejeitado a tese de coação moral IRRESISTÍVEL, de forma que não há incompatibilidade entre ambas
III.3- DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL
Necessidade de reconhecimento na hipótese de condenação, a serem as circunstancias judicias consoantes ao teor do art. 59, CP amplamente favorável ao réu, e legal por não haver circunstâncias judiciais desfavoráveis. Frise-se que a existência de inquéritos policiais contra o acusado não pode ser considerada como maus antecedentes, conforme súmula 444 do STJ.
Ainda na dosimetria da pena, o candidato deveria sustentar a necessidade de aplicação da causa de diminuição de pena prevista no §4º do art. 33 da Lei de Drogas. Isso porque o acusado é primário, de bons antecedentes, não se dedica a atividades criminosas e nem integra organização criminosa.
Levando- se em conta o acima narrado, é possível afirmar que o reu faz jus a pena base no mínimo legal como medida necessária de reprovabilidade do ato. 
III.4- APLICAÇÕES DA PENA RESTRITIVA DE DIREITO 
Por fim, o candidato deveria requerer a substituição da pena privativa de liberdade aplicada pela restritiva de direitos, já que estão presentes os requisitos previstos no art. 44 do CP e não há mais vedação legal à substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos em relação ao tráfico de drogas, antes expressamente vedada no próprio §4º do art. 33 da Lei de Drogas.
IV- DOS PEDIDOS:
a) Seja a presente ação recebida e provida e que seja o acusado absolvido sumariamente com fulcro no art. 386, III do CPP por ter agido mediante coação moral irresistível e esta ser causa excludente de culpabilidade do agente por inexigibilidade de conduta diversa.
b) Caso Vossa Excelência, entenda pela condenação, que seja reconhecida a pratica do crime de tráfico privilegiado e seja aplicada a pena no mínimo legal, sendo ainda reconhecida a atenuante da confissão gerando a diminuição da pena, que seja fixado o regime inicial aberto nos termos do art. 33, §1º, "c" do CP, ou ainda que seja substituída a pena privativa de liberdade pelas restritivas de direitos previstas no art. 44 do CP.
Nestes termos, pede deferimento.
LOCAL/DATA
ADVOGADA/OAB
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