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Araceli Thomaz Baseado em: Histologia e Biologia Celular de A. Kierszenbaum (capitulo 13) Wheater Histologia Funcional de B. Young e J.W. Heath (capitulo 12) MORFO 2 Sistema respiratORIO Introdução Respiração termo usado para descrever 2 processos diferentes mas inter- relacionados: Respiração celular: processo pelo qual as células produzem energia pelo metabolismo de moléculas orgânicas Respiração mecânica: processo pelo qual o oxigénio necessário à respiração celular é absorvido da atmosfera para dentro do sistema vascular sanguíneo e o CO2 é excretado no sentido inverso. A respiração mecânica é a função do sistema respiratório. Divisão funcional O sistema respiratório tem 3 componentes funcionais: 1. Componente condutora 2. Componente respiratória (interface para a troca de gases) 3. Mecanismo de ventilação (movimentos de inspiração e expiração da caixa torácica) 1. Componente condutora Constituida por: 1. cavidades nasais e seios associados 2. nasofaringe 3. orofaringe 4. laringe 5. traqueia 6. brônquios 7. bronquiolos – Permite o transporte dos gases inspirados e expirados para dentro e para fora dos pulmões (componente respiratória) 2. Componente respiratória Contituida por: 1. bronquiolos respiratórios 2. ductos alveolares 3. sacos alveolares 4. alveolos Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 2 de 18 – Os álveolos constituem o maior volume do tecido pulmonar, sendo estruturas de paredes delgadas envolvidas por uma rica rede de capilares - capilares pulmonares – O arranjo em alvéolos proporciona uma área enorme onde o sangue e o ar são separados por uma barreira muito fina, permitindo a troca dos gases: O processo contínuo da difusão dos gases requer gradientes de pressão gasosa apropriados para serem mantidos através da parede alveolar Isso é feito pela rápida e contínua perfusão dos capilares pulmonares pelo sangue venoso desoxigenado vindo do lado dto do coração e pela substituição regular dos gases alveolares pelo processo da respiração 3. Mecanismo de Ventilação A inspiração e a expiração ocorre com a ajuda de 4 elementos:´ 1. cavidade torácica 2. musculos intercostais 3. diafragma 4. tecido conjuntivo elástico do pulmão Lóbulo Pulmonar: constituido pelo bronquíolo terminal e o parênquima pulmonar em redor Ácino Pulmonar: estrutura triangular formado quando o broquíolo terminal dá origem ao bronquíolo respiratório. Divisão anatómica – Dividido anatomicamente em 2 partes, pela faringe (considerada funcional e histologicamente como parte do tracto gastrointestinal, apesar do seu importante papel como uma via aérea): 1. Vias respiratórias superiores Cavidades nasais e seios peri-nasais Nasofaringe 2. Vias respiratórias inferiores Laringe Traqueia Brônquios Bronquíolos Bronquíolos respiratórios Canais alveolares Álveolos Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 3 de 18 1. Vias respiratórias superiores Cavidades nasais e seios peri-nasais – O nariz é subdividido em 2 cavidades nasais pelo septo nasal cartilagíneo – As cavidades nasais são constituidas por 4 porções: narina, vestibulo, porção respiratória e área olfactiva. 1. Narina: constituida por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado 2. Vestibulo: revestido por epitélio pavimentoso estratifica não queratinizado (porção anterior da cavidade nasal é dilatada sendo denominada vestíbulo) 3. Porção respiratória: revestida por epitélio pseudoestratificado cilindrico ciliado com células caliciformes (mucosa respiratória) sustentado pela lâmina própria: consiste de tecido conjuntivo tem glândulas seromucosas. apresenta um plexo venoso superficial (tecido cavernoso); é contínua com o periósteo ou pericôndrio. 4. Área olfactiva: tem receptores olfactivos – mucosa olfactiva (no homem esta área é pequena, no tecto das cavidades nasais) Funções das cavidades nasais: 1. aquecimento do ar pelo plexo venoso 2. humidificação do ar, pelas células caliciformes e glândulas seromucosas 3. filtração das poeiras 4. recepção olfactiva (mucosa olfactiva) Os cornetos aumentam a área de superfície e são responsáveis pela turbulência do fluxo de ar, facilitando o contacto entre o ar e a película de muco que recobre a região respiratória da cavidade nasal. Os seios peri-nasais (maxilar, frontal, esfenoidal, etmoidal) são cavidades do crânio revestidas por mucosa respiratória semelhante à das cavidades nasais, mucosa de cada seio é constituída por uma lâmina própria de tecido conjuntivo fundida com o periósteo. Esta delgada lâmina própria assemelha-se à da cavidade nasal contendo glândulas seromueosas assim como elementos linfóides. O revestimento de epitélio respiratório dos seios paranasais, como o da cavidade nasal, tem numerosas células colunares ciliadas cujos cílios varrem a camada de muco em direção da cavidade nasal. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 4 de 18 Nasofaringe Funções da nasofaringe: 1. Filtração 2. Humidificação 3. Ajuste de temperatura do ar inspirado 4. Olfacto (por receptores na cavidade nasal) 5. Fala (pelos seios peri-nasais, que actuam como câmaras de ressonância) 6. Equilíbrio da pressão do ar no ouvido médio com a do ambiente externo (pela conexão da nasofaringe com o ouvido médio, através da trompa de Eustáquio) Estrutura – Revestida por mucosa respiratória semelhante à das cavidades nasais – epitélio pseudoestratificado cilindrico ciliado com células caliciformes – O epitélio é sustentado pela lâmina própria: Camada de colagénio Ricamente vascularizada Contém glândulas serosas e mucosas Lâmina própria + Epitélio respiratório = mucosa respiratória/nasal Mucosa nasal: – Reveste as cavidades nasais, a nasofaringe, os seios peri-nasais e as trompas de Eustáquio. – Função: aquece e humidifica o ar. – A temperatura do ar inspirado é ajustada à do corpo pela troca de calor entre o ar e o sangue que flui num rico plexo de vénulas de paredes delgadas na lâmina própria. – O ar é humidificado pelas secreções aquosas das glândulas serosas, tb localizadas na lâmina própria. – As suas características são comuns às partes condutoras do sistema respiratório. – A entrada para a cavidade nasal – vestíbulo nasal – é revestida por pele com pêlos curtos e grossos (vibrissas), q aprisionam as partículas maiores do ar inspirado, antes q atinjam a mucosa nasal. – As partículas pequenas são captadas numa camada fina de muco superficial secretado pelas células caliciformes e pelas glândulas mucosas das passagens respiratórias. – Batimentos coordenados dos cílios, em forma de onda, impelem o muco com as partículas capturadas em direcção à faringe, onde é engolido. Quaisquer organismos patogénicos capturados desse modo são inactivados no estômago pelo ácido gástrico. – Sub-mucosa: tecido de sustentação q separa a mucosa das estruturas subjacentes Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 5 de 18 Epitélio olfactivo O epitélio olfactivo apresenta 4 tipos de células: 1. células basais 2. neurónios olfactivos imaturos ou diferenciados 3. neurónios olfactivos maduros (células bipolares) 4. células de sustentação O neurónio olfactivo diferencia-se a partir das células basais, sendo uma célulaaltamente polarizada: Região apical: Contacta com a mucosa Desenvolve uma terminação bulbosa Região basal: Origina a projecção axonal Os vários axónios atravessam a lamina crivada do etmoide e sinapsam com neurónios do bulbo olfactivo. Glândulas olfactivas (de Bowman) Encontram-se no epitélio Secretam fluido seroso contendo substâncias odoríferas, a proteina ligada ao odorante (OBP), a lisozima e a IgA A OBP liga-se com alta afinidade a moléculas de odor e transporta-as até aos receptores, removendo-as após sensibilização. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 6 de 18 2. Vias respiratórias inferiores Laringe Funções da laringe: 1. produção de som 2. encerramento da traqueia durante a deglutição A laringe é constituida por: 1. Cartilagem hialina cricoide, tiroide e aritnoide 2. Cartilagem fibroelástica epiglótica 3. Articulações e ligamentos 4. Musculos extrinsecos 5. Musculos intrinsecos 6. Mucosa Mucosa: – É continua com a da faringe e da traqueia – A lingua, a porção faringea da epiglote e as cordas vocais verdadeiras são revestidas por epitélio pavimentoso estratificado – As restantes regiões são revestidas por epitélio pseudoestratificado cilindrico cicliado com células caliciformes. Glândulas seromucosas da laringe: encontradas na lâmina própria, excepto ao nivel das cordas vocais verdadeiras Lâmina própria: consiste em tecido conjuntivo laxo rica em mastócitos Divisão da laringe: 1. Supraglote: epiglote, cordas vocais falsas e ventriculos 2. Glote: cordas vocais verdadeiras 3. Infraglote: entre as cordas vocais e o bordo inferior da c. cricoideia – Durante a inspiração forçada existe a abertura das cordas vocais e o espaço entre elas aumenta – Durante a fonação a contracção dos musculos intrinsecos permite a abdução das cordas vocais e a vibração do bordo livre das mesma permite a formação de sons diferenciados. Epiglote É constituída por um eixo de cartilagem elástica revestido por uma mucosa que difere nas duas faces da epiglote: Na face anterior e porção mais superior da face posterior o epitélio da mucosa é do tipo estratificado pavimentoso não ceratinizado, semelhante ao da oro- faringe. Na porção mais inferior da face posterior o epitélio é de tipo respiratório, pseudoestratificado prismático não ceratinizado e as células possuem cílios. A lâmina própria apresenta glândulas mistas. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 7 de 18 Traqueia Orgão tubular pertencente ao aparelho respiratório. Tubo flexível de tecido fibroelástico e cartilagem. Permite a expansão do diâmetro e a extensão em comprimento durante a inspiração, e a retração passiva durante a expiração. Uma série de aneis em forma de C de cartilagem hialina sustenta a mucosa traqueal e impede o seu colapso durante a inspiração. Faixas de músculo liso – músculo traqueal – unem as extremidades livres dos aneis posteriormente. A contracção do músculo traqual reduz o diâmetro da traqueia, promovendo a elevação da pressão intratorácica durante a tosse. Há ainda alguns filamentos de músculo longitudinal atrás do músculo traqueal. Constituição: Considerando-se um corte transversal distinguem-se do lúmen para a periferia: 1. Epitélio respiratório Pseudoestratificado, contendo células cilíndricas ciliadas (núcleos na região basal) Tem células caliciformes (apresentam pequenas projeções superficiais associadas à secreção de muco) Tem células basais (estaminais): são capazes de se dividir e diferenciar para substituir outros tipos celulares. Tem células em escova (células serosas idênticas às células das glândulas serosas sub-mucosas?) Tem células do sistema neuro-endócrino (células de Kulchitsky) Os vários tipos celulares estão em diferentes proporções nas diversas partes da traqueia (ex: células cilíndricas ciliadas são + abundantes na traqueia inf e as células caliciformes na traqueia sup). 2. Lâmina própria/submucosa: Formada por tecido conjuntivo laxo Altamente vascularizada Contribui para o suporte e nutrição do epitélio Mais condensada na zona mais profunda para formar uma faixa de tecido fibroelástico. Na submucosa distinguem-se numerosos ácinos (serosos e mucosos) 3. Cartilagem hialina Formada por uma série de anéis em forma de "C", cujas extremidades livres são unidas, na região posterior, por músculo liso 4. Adventícia constituída por tecido conjuntivo laxo em continuidade com tecido conjuntivo de orgãos vizinhos Termina ramificando-se nos dois brônquios principais, ao nível da carina traqueal. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 8 de 18 Brônquios a) Brônquios principais/primários Esq e dto Suprem os pulmões Estrutura básica semelhante à da traqueia, mas difere em vários aspectos: 1. Epitélio respiratório Menos alto Contém menor nº de células caliciformes Células caliciformes têm o citoplasma granular 2. Lâmina própria + densa Com grande quantidade de elastina nas suas camadas + superficiais Com mastócitos que apresentam numerosos grânulos com histamina e a glicoproteína heparina. Qd são formados complexos antigénio-anticorpo sobre as suas membranas celulares, eles libertam grandes quantidades de histamina, causando a constrição do músculo liso e a vasodilatação q leva ao edema mucoso 3. Músculo liso separa a lâmina própria da sub-mucosa torna-se progressivamente + proeminente nas passagens aéreas menores. 4. Camada seromucosa contém menos glândulas seromucosas 5. Cartilagem hialina dispõe-se em placas achatadas interconectadas, em vez dos aneis em forma de C Ramificam-se, dando origem aos brônquios secudários ou lobares b) Brônquios secundários/lobares Suprem os lobos dos pulmões Ramificam-se, dando origem aos brônquios terciários ou segmentares. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 9 de 18 c) Brônquios terciários/segmentares/de 3ª ordem Suprem os segmentos de cada lobo À medida que os brônquios diminuem de diâmetro a estrutura assemelha- se progressivamente à dos grandes bronquíolos Apresentam um lúmen circular, delimitado por camadas concêntricas que, do centro para a periferia são: 1. Epitélio respiratório Cilíndrico/cúbico ciliado com alguma pseudo-estratificação Peq nº de células caliciformes 2. Lâmina própria: Pouco espessa, elástica Completamente circundada por músculo liso, q se dispõe em espiral (pelo q nos cortes se observa de forma descontínua). Este arranjo permite a contracção dos brônquios tanto em largura como em comprimento durante a expiração 3. Submucosa: Com escassas glândulas seromucosas (raramente encontradas nas passagens aéreas menores) Funde-se com a adventícia circundante e daí com o parênquima pulmonar 4. Cartilagem hialina: Reduzida a algumas placas irregulares Normalmente não se estende além dos brônquios terciários 5. Adventícia: Pode apresentar pequenos agregados de linfócitos Ramificam-se, dando origem aos bronquíolos. Histologia&Embriologia Sistema RespiratórioPágina 10 de 18 Bronquíolos Apresentam um lúmen circular de diâmetro inferior ao dos brônquios de 3ª ordem (5 mm) Não apresenta cartilagem nem glândulas Delimitados por camadas concêntricas que, do centro para a periferia: 1. Epitélio respiratório Epitélio simples cúbico/cilíndrico ciliado O número de células caliciformes é ainda mais reduzido Nos bronquíolos terminais e respiratórios as células caliciformes são substituídas pelas células de Clara (ver + abaixo) Tem células de Kulchitsky: o podem ser visualizadas graças à técnica da imunoperoxidase o anticorpo usado nesta preparação reage com a cromogranina A (proteína encontrada nos grânulos de cerne denso de todas as células neuroendócrinas) o os seus grânulos contêm várias hormonas peptídicas (serotonina, bombesina, calcitonina e leu-encefalina), q se acredita q regulem o tónus muscular nos brônquios e nas paredes dos vasos. 2. Músculo liso Esta camada dispõe-se em feixes orientados em várias direcções (em espiral) O tónus do músculo liso bronquiolar controla a resistência ao fluxo de ar dentro dos pulmões Não têm sustentação cartilagínea nem glândulas sub-mucosas Os menores chamam-se bronquíolos terminais (são as passagens de menor diâmetro da porção puramente condutora da árvore respiratória; dp deles os ramos adicionais tornam-se cada vez mais envolvidos nas trocas gasosas) Os bronquíolos terminais, respiratórios e canais alveolares constituem a porção terminal da árvore respiratória. A estrutura é semelhante à dos bronquíolos mas o número de cílios diminui até estes desaparecerem. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 11 de 18 Bronquíolos respiratórios Resultam da divisão de bronquíolos terminais Contêm um nº pequeno de alvéolos isolados nas suas paredes (a mucosa é interrompida por alguns alvéolos) 1. Epitélio Isento de células caliciformes Constituído sobretudo por células cuboides ciliadas (epitélio cubico baixo) que são substituidas por células alveolares pavimentosas do tipo I Apresenta células de Clara: o Tornam-se no tipo celular predominante na parte + distal dos bronquíolos respiratórios o São células cilíndricas não-ciliadas o Contêm grânulos de secreção apicais que secretam um componente do surfactante pulmonar o Estão associadas com a libertação de Cl- mediado por um canal de transporte regulado por um mecanismo envolvendo cGMP e a guanilato ciclase C. Funções dos bronquíolos respiratórios 1. Secretam 1 dos componentes do surfactante (células Clara) 2. Actuam como células de reserva (são capazes de se dividir, de se diferenciar e de substituir outros tipos celulares lesados) 3. Contêm sistemas enzimáticos q podem detoxificar substâncias nocivas 4. Regulação dos movimentos do ar alveolar, através da existência de tecido muscular liso e tecido conjuntivo elástico por baixo do epitélio A porção terminal dos bronquíolos respiratórios apresenta paredes em que o número de aberturas para os sacos alveolares aumenta dramaticamente - são os canais alveolares. Canais alveolares São pequenos agregados de células musculares lisas, colagénio e fibras elásticas q formam aneis circundando os ductos alveolares e as aberturas dos sacos alveolares e dos alvéolos. Têm numerosos alvéolos q se abrem ao longo do seu comprimento. Terminam em espaços dilatados – sacos alveolares – que, por sua vez, se abrem em vários alvéolos (cada saco alveolar contém diversos alvéolos) Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 12 de 18 Alvéolos Constituído por uma bolsa, aberta de um lado. Em termos gerais, a parede alveolar é constituida por um revestimento epitelial (células epiteliais achatadas) e por tecido de suporte (contendo capilares sanguíneos). Parede alveolar constituída por 3 componentes teciduais: 1. Epitélio Fornece um revestimento contínuo a cada alvéolo Constituído por células de 2 tipos: a) Pneumócitos do tipo I / células do revestimento alveolar Células grandes mas de espessura reduzida; pavimentosas Cobrem a maior parte da área da superfície alveolar Citoplasma ocupa uma área mt grande, pelo q é raro ver-se o núcleo Núcleo muito condensado e fortemente corado Constituem parte da barreira delgada da difusão gasosa b) Pneumócitos do tipo II / células surfactantes Representam cerca de 60% das células do revestimento epitelial. No entanto, têm uma forma arredondada e ocupam uma proporção muito menor (cerca de 5%) da área de superfície alveolar. Células localizadas nos locais onde as paredes alveolares se unem em ângulo Células de forma circular Têm grandes núcleos arredondados, com cromatina dispersa e nucléolo visível O citoplasma é abundante, eosinófilo e vacuolado (contém vesículas com fosfolípidos, sob a forma de corpos lamelares, cujo conteúdo é descarregado dentro do espaço aéreo alveolar, onde contribui para a camada de surfactante na interface epitélio/ar) Têm RER, ribossomas livres e números moderados de mitocôndrias Secretam surfactante (por exocitose): reduz a tensão superficial dentro dos alvéolos, impedindo o colapso alveolar durante a expiração. Retêm a capacidade de divisão celular e podem diferenciar-se em pneumócitos do tipo I, como resposta à lesão do revestimento alveolar. Corpos lamelares São limitados por membrana As lamelas no seu interior são compostas sobretudo por fosfolípidos, particularmente dipalmitoil fosfatidilcolina que é transformado na molécula madura de surfactante pelas proteínas surfactantes A (SP-A, hidrofóbica) e B (SP-B, hidrofilica) O fosfolípido é libertado por exocitose, espalhando-se sobre a superfície alveolar, onde se combina com outros produtos de secreção contendo carbohidratos, colesterol e proteínas (alguns dos quais são derivados das células de Clara) para formar uma rede tubular de lipoproteína, descrita como mielina tubular. No caso de duas superfícies alveolares se encontrarem, esta supera os efeitos da tensão superficial que, de outro modo, faria com q aderissem uma à outra. isso permite a insuflação normal dos alvéolos no nascimento e a reinsuflação dos alvéolos q colapsam após a obstrução da via aérea. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 13 de 18 2. Tecido de suporte Forma uma camada abaixo do epitélio Essa camada é constituída por: finas fibras reticulares, colagénio, elastina e fibroblastos. Circunda os vasos sanguíneos da parede alveolar Podem-se ainda observar células grandes intra-alveolares reconhecidas pelo seu conteúdo de matéria endocitada a) Macrófagos alveolares São um componente importante do sistema de defesa dos pulmões São responsáveis pela fagocitose de microorganismos e de outras partículas de material que tenham escapado das defesas das vias aéreas e atingido os alvéolos A população de macrófagos deriva essencialmente dos monócitos do sangue circulante, apesar de alguns parecerem surgir por divisão mitótica de macrófagos já residentes nos pulmões. Os macrófagos alveolares podem ser encontrados na superfície das células do revestimento alveolar ou nos tecidos de sustentação dos septos alveolares Após envolverem o material exógeno A maioria parece migrar para dentro das vias aéreas, sendo levados para cima pela escada rolante muco-ciliar para serem aliminados pela tosse e peladeglutição. Outros parecem ser sequestrados nos septos, o q explica a cor preta (frequentemente chamada de pigmento antracótico) do parênquima pulmonar de pessoas que inspiram cronicamente ar contaminado (ex:fumadores) O macrófago alveolar exibe as características típicas dos macrófagos de outras partes do corpo, mas contém particularmente numerosos lisossomas secundários e gotículas de lípido. 3. Vasos sanguíneos Na maior parte da parede alveolar, a membrana basal q sustenta o endotélio capilar está directamente aplicada à do epitélio superficial. Nesses sítios as membranas basais fundem-se e a camada do tecido de sustentação está ausente. Este arranjo proporciona uma interface de espessura mínima entre o ar alveolar e o sangue. Os capilares ramificam-se e anastomosam-se para criarem um arranjo em forma de cesto em torno de cada alvéolo. Septo alveolar (parede alveolar de comunicação entre alvéolos adjacentes) forma uma “sandes”: (à volta) 2 camadas do epitélio alveolar com as suas membranas basais (no meio) abundantes capilares, elastina e colagénio Apresenta, ainda, pequenas aberturas – poros alveolares – q permitem a equalização da pressão entre os alvéolos e fornecem uma circulação colateral do ar, no caso de um bronquíolo ser obstruído. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 14 de 18 O colagénio e as fibras de elastina condensam-se em torno da abertura de cada alvéolo e fundem-se com os q estão nas aberturas dos alvéolos adjacentes para formar uma rede de sustentação tridimensional fina para todo o parênquima pulmonar. (Nas margens das aberturas para dentro dos alvéolos, a elastina é condensada para formar um anel de sustentação.) Apesar de os mecanismos de defesa das passagens de condução filtrarem a maior parte das partículas do ar, partículas pequenas (ex:carvão) atingem os alvéolos e são digeridas por macrófagos (derivados dos monócitos sanguíneos circulantes) encontrados na parede alveolar ou livres no espaço alveolar. Barreira de difusão sangue / ar alveolar é constituída por: Citoplasma dos pneumócitos tipo I Membranas basais fundidas Citoplasma de uma célula endotelial capilar Segmentação intrapulmonar A segmentação intrapulmonar resulta na organização de um lóbulo pulmonar e um ácino pulmonar. Lóbulo: constituido por um broquíolo terminal e a região de tecido pulmonar associado inclui os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos Ácino: Porção do pulmão suprida por um broquíolo respiratório São subcomponentes dos lóbulos não incluindo o bronquiolo terminal. Cada tipo de passagem aérea tem as suas próprias características estruturais, mas há uma transição gradativa entre elas ao longo de todo o comprimento do tracto. Em termos gerais, as vias aéreas são tubos flexíveis revestidos por mucosa respiratória e contendo quantidades variáveis de músculo e cartilagem nas vias aéreas maiores. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 15 de 18 Principais características estruturais da via respiratória inferior Estrutura Características Epitélio respiratório Sofre uma transição progressica: Pseudo-estratificado, cilíndrico, ciliado (laringe e traqueia) Simples, cúbico, não-ciliado (vias aéreas menores) Células caliciformes (o seu nº vai diminuindo) Células de Kulchitsky /células K Lâmina própria Tecido fibroelástico que contém agregados linfoides. Funções: produção da IgA secretora (secretada sobre a superfície da mucosa como uma defesa contra microorganismos invasores) Músculo liso Para dentro da mucosa (excepto na traqueia) Torna-se cada vez + proeminente à medida que o diâmetro da via aérea diminui O seu tónus controla o diâmetro das passagens condutoras controla a resistência ao fluxo do ar dentro da árvore respiratória Regulação pelo SNA, hormonas da medula adrenal e por factores locais: Simpático: relaxamento do musculo liso provocando a dilatação das vias aéreas, ideal para situações de “luta ou fuga” Parassimpático: constrição das vias aéreas resultando na redução do “espaço morto” à expiração Camada submucosa Subjacente à camada de músculo liso Contém glândulas serosas e mucosas que se tornam progressivamente menos numerosas nas vias aéreas mais estreitas, estando ausentes a partir dos brônquios terciários. Cartilagem Fornece um esqueleto de sustentação para a laringe, traqueia e brônquios Impede o colapso dessas vias aéreas durante a respiração Situa-se por fora da submucosa Diminui à medida que o calibre da passagem aérea se estreita, estando ausente além dos brônquios terciários. Adventícia Camada + externa da cartilagem ou do músculo liso Constituída por tecido fibro-elástico q se funde com o parênquima pulmonar circundante. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 16 de 18 Vascularização dos Pulmões Sistemas arteriais 1. Sistema pulmonar O suprimento pulmonar conduz sangue desoxigenado do lado direito do coração, pela artéria pulmonar, a cada pulmão Artérias pulmonares Entram nos hilos dos pulmões com os brônquios principais Dividem-se e acompanham as vias aéreas ramificadas O sistema arterial pulmonar termina nos ductos alveolares, onde as arteríolas se ramificam para formar um cesto capilar amplamente interconectado q circunda cada alvéolo Os capilares têm um diâmetro relativamente grande (7-10m) Têm paredes relativamente delgadas e são de grande calibre (o seu diâmetro aproxima-se daquele da via aérea q acompanham) pressão sanguínea arterial no sistema pulmonar é, assim, mt + baixa q a pressão sanguínea sistémica A espessura das paredes é muito mais reduzida do que artérias do mesmo calibre da circulação sistémica, uma vez que o regime tensional é menor. Têm relativamente pouco músculo liso. Têm as características histológicas das artérias elásticas (em vez das musculares) - grande quantidade de fibras elásticas a expansão elástica e a retracção dos vasos mantém a pressão arterial pulmonar num nível relativamente constante durante todo o ciclo cardíaco. O controlo do fluxo sanguíneo no leito capilar pulmonar é predominantemente efectuado pela pressão parcial dos gases dentro dos alvéolos: nos alvéolos mal-ventilados PO2 é baixa e PCO2 é alta isso causa vasoconstrição local, dirigindo assim o sangue para longe dos alvéolos mal- ventilados. 2. Sistema brônquico Constitui a circulação sistémica do tracto respiratório inferior Surge como pequenos ramos da aorta São vasos do tipo encontrado no resto da circulação sistémica Fornece sangue oxigenado aos tecidos das paredes das vias aéreas e às pleuras Sistema Venoso Devolve a maior parte do sangue para o lado esq do coração pelas veias pulmonares (veias de grande diâmetro, com paredes extremamente finas). Uma pequena proporção do sangue, do sistema brônquico, drena para o lado direito do coração, pelo sistema da veia ázigos. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 17 de 18 Pleura As cavidades que revestem os pulmões – cavidades pleurais – são revestidas por 1 epitélio fino (mesotélio) designado pleura, que é semelhante em estrutura ao pericárdio e ao peritoneu. 1. Célulasmesoteliais Estiram-se para acomodar o movimento dos pulmões, de modo que a altura das células varia, de achatadas a cilíndricas. Têm abundantes microvilosidades longas na superfície, que servem para aprisionar ácido hialurónico, acentuando assim a lubrificação das duas superfícies pleurais. Como os outros epitélios, as células mesoteliais contêm filamentos intermediários de pré-queratina. 2. Pleura parietal Reveste a parede torácica Está associada a adipócitos É reflectida no hilo do pulmão de modo a revestir a sua superfície externa 3. Pleura visceral A superfície externa é revestida por uma fina camada de mesotélio (epitélio pavimentoso simples) que é sustentada por uma fina membrana basal O tecido fibroso de sustentação subjacente é constituído primariamente por fibras de colagénio e elastina. A camada fibrosa de pleura visceral estende-se para dentro do pulmão como os septos fibrosos, q são contínuos com o arcabouço fibroelástico do parênquima pulmonar. Contém um plexo superficial de vasos linfáticos q drena pelos septos para um plexo profundo q circunda os vasos sanguíneos pulmonares e as vias aéreas. A linfa do plexo profundo drena para dentro do canal torácico pelos gânglios linfáticos da região do hilo Os capilares linfáticos não são encontrados nas paredes alveolares, mas estão presentes nas paredes dos bronquíolos respiratórios e em todas as vias aéreas maiores. Tb contém numerosos vasos sanguíneos pequenos e capilares A pleura parietal e a pleura visceral estão directamente aplicadas uma à outra, apenas separadas por um espaço (espaço pleural) q contém uma diminuta quantidade de líquido seroso. As duas camadas pleurais aderem uma à outra pela tensão superficial, de modo q os movimentos da parede torácica durante a ventilação resultam na expansão e na contracção correspondentes do pulmões. Histologia&Embriologia Sistema Respiratório Página 18 de 18
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