Buscar

Prolegômena à teologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 128 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 128 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 128 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROLEGÔMENA 
 
À 
 
TEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEBER CARLOS DE CAMPOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICE. 
CAPÍTULO I ............................................................................................................................................ 9 
NOÇÕES GERAIS SOBRE PROLEGÔMENA ................................................................................. 9 
O QUE É PROLEGÔMENA? ......................................................................................................... 9 
O QUE É TEOLOGIA? ................................................................................................................. 10 
O PONTO DE PARTIDA DA PROLEGÔMENA ........................................................................ 10 
I Prolegômena “from above”. ..................................................................................................... 11 
II Prolegômena “from below” .................................................................................................... 11 
PROLEGÔMENA REFORMADA ................................................................................................ 11 
I Prolegômena na Teologia de Amsterdam ................................................................................ 11 
II Prolegômena na Teologia da Antiga Princeton ...................................................................... 12 
Conclusão ................................................................................................................................... 13 
CAPÍTULO 2 ......................................................................................................................................... 14 
NOÇÕES GERAIS SOBRE A EPISTEMOLOGIA CRISTÃ ........................................................... 14 
O LUGAR DA RAZÃO NA TEOLOGIA ..................................................................................... 14 
O OBJETO E O SUJEITO DO NOSSO CONHECIMENTO ....................................................... 16 
1. Quem é o Objeto do nosso Conhecimento? ........................................................................... 16 
2. Quem é o Sujeito do Conhecimento? ..................................................................................... 16 
A razão do homem antes da queda. ............................................................................................ 17 
A razão do homem depois da queda. .......................................................................................... 17 
A razão humana depois da regeneração. .................................................................................... 18 
Conclusão. .................................................................................................................................. 18 
CAPÍTULO III ....................................................................................................................................... 19 
NOÇÕES GERAIS DA TEOLOGIA COMO CIÊNCIA. ................................................................. 19 
O QUE É CIÊNCIA? ..................................................................................................................... 19 
É A TEOLOGIA UMA CIÊNCIA? ............................................................................................... 20 
Objeto Real de Estudo. ........................................................................................................... 20 
O meio apropriado para o estudo da Teologia. ...................................................................... 21 
O método da Teologia. ........................................................................................................... 22 
AS FONTES DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA REFORMADA. ................................................ 22 
A Teologia Reformada e a Escritura como fonte de pesquisa. ................................................... 22 
A Teologia Reformada e a tradição como fonte de pesquisa. .................................................... 22 
A Teologia Reformada e a experiência religiosa como fonte de pesquisa. ................................ 23 
A verdade como meta. ................................................................................................................ 24 
O CARÁTER SINGULAR DA TEOLOGIA COMO CIÊNCIA. ................................................. 24 
EXISTE INVESTIGAÇÃO TEOLÓGICA SEM PRESSUPOSIÇÕES? ...................................... 25 
CAPÍTULO IV ....................................................................................................................................... 26 
NOÇÕES GERAIS SOBRE A TEOLOGIA SISTEMÁTICA. ........................................................ 26 
O QUE É TEOLOGIA SISTEMÁTICA? ...................................................................................... 26 
NECESSIDADE DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA. .................................................................... 26 
A NATUREZA DO “SISTEMA” NA TEOLOGIA SISTEMÁTICA REFORMADA. ................ 27 
3 
 
1.A Escritura é a auto revelação especial de Deus, e a Escritura revela um sistema de verdade.27 
2. O Sistema da Teologia Sistemática Reformada é racional, não Racionalista. ....................... 28 
3. O Sistema da Teologia Sistemática Reformada não é um Sistema Fechado.......................... 29 
Fórmula de Subscrição ........................................................................................................... 30 
4. O Sistema da Teologia Sistemática Reformada é também um Sistema Estável. ................... 30 
A TAREFA DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA. ............................................................................ 31 
1. Uma tarefa Construtiva. ......................................................................................................... 31 
2. Uma Tarefa Demonstrativa e Defensiva. ............................................................................... 32 
3. Uma Tarefa Crítica. ................................................................................................................ 32 
RELAÇÃO ENTRE A SISTEMÁTICA E OUTROS DEPARTAMENTOS DA TEOLOGIA. ... 32 
1. Relação entre a Teologia Sistemática e a Teologia Bíblica. .................................................. 32 
2. Relação entre a Teologia Sistemática e a Exegese. ................................................................ 33 
3. Relação entre a Teologia Sistemática e a Teologia Histórica. ............................................... 34 
4. Relação entre a Teologia Sistemática e a Teologia Prática. ................................................... 35 
5. Relação entre a Teologia Sistemática e a Apologética. .......................................................... 36 
6. Relação entre a Teologia Sistemática e a hermenêutica. ........................................................ 37 
7. Relação entre a Teologia Sistemática e os Credos e Confissões. ........................................... 37 
O CONTEÚDO CENTRAL DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA ................................................... 38 
AS DIVISÕES DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA. ....................................................................... 38 
1. Método Trinitário (ver Institutas de Calvino). ....................................................................... 38 
2. Método Analítico (cf. o luterano Calixtus (1614-56) em sua Epitome Theologiae). ............. 38 
3. Método do pacto (cf. Coccejus, 1603-1669). ......................................................................... 38 
4. Método Cristológico (cf. Hase, Thomasius, Schultz, etc... .). ................................................ 39 
5. Método sintético (cf. Melanchton,Berkhof, Bavinck). .......................................................... 39 
INTER-RELAÇÃO ENTRE OS TÓPICOS DA TEOLOGIA SISTEMÁTICA. .......................... 39 
CAPÍTULO V ........................................................................................................................................ 40 
NOÇÕES GERAIS SOBRE A REVELAÇÃO NO TEÍSMO. .......................................................... 40 
PRESSUPOSIÇÕES DA REVELAÇÃO. ..................................................................................... 40 
As várias fontes e campos da Revelação. ................................................................................... 40 
Sobre a natureza: .................................................................................................................... 40 
Sobre o homem: ..................................................................................................................... 40 
Sobre Deus: ............................................................................................................................ 40 
Revelação sobre a Natureza. ...................................................................................................... 40 
1. Vinda da própria Natureza - Física..................................................................................... 40 
2. Vinda do Eu - Psico-Física. ................................................................................................ 41 
3. Vinda de Deus - Física Teológica. ..................................................................................... 41 
Revelação sobre o homem. ......................................................................................................... 42 
1. Vinda da Natureza - Psicologia Física. .............................................................................. 42 
2. Vinda do Próprio Homem. ................................................................................................. 42 
3. Vinda de Deus - Psicologia Teológica. .............................................................................. 42 
Revelação sobre Deus. ............................................................................................................... 43 
1. Vinda da natureza - Teologia Natural. ............................................................................... 43 
2. Vinda do Homem - Teologia Racional. .............................................................................. 43 
3. Vinda do próprio Deus - Teontologia................................................................................. 43 
CAPÍTULO VI. ...................................................................................................................................... 43 
NOÇÕES SOBRE A REVELAÇÃO GERAL. .................................................................................. 43 
A NATUREZA DA REVELAÇÃO GERAL. ............................................................................... 47 
OS MODOS DA REVELAÇÃO GERAL. .................................................................................... 48 
1. Revelação das obras da natureza. .......................................................................................... 48 
Conhecimento adquirido. ....................................................................................................... 48 
A Revelação da História. ........................................................................................................ 48 
A Revelação Através da Constituição do Ser Humano. ......................................................... 49 
Conhecimento Intuitivo. ......................................................................................................... 49 
4 
 
Resumo. .................................................................................................................................. 50 
A REVELAÇÃO GERAL E A RESPOSTA HUMANA. ............................................................. 51 
A Revelação Geral antes da queda. ............................................................................................ 51 
A Revelação em si mesma. .................................................................................................... 51 
A resposta de Adão a essa Revelação. ................................................................................... 51 
A Revelação Geral e a queda. .................................................................................................... 51 
A Revelação em si mesma. .................................................................................................... 51 
A Resposta do Homem a essa Revelação. .............................................................................. 52 
A Revelação Geral e a Redenção. .............................................................................................. 53 
A Revelação em si mesma. .................................................................................................... 53 
A Resposta do Redimido a essa Revelação. ........................................................................... 53 
PROPOSIÇÕES BÁSICAS SOBRE A REVELAÇÃO GERAL. ................................................. 53 
A Revelação Geral é uma revelação de Deus através das obras da criação e da providência em 
um modo natural, contínuo, universal, indireto e não-proposicional. ........................................ 53 
A Revelação Geral dá um conhecimento do caráter e da vontade geral de Deus. ..................... 54 
O conhecimento de Deus através da Revelação Geral tem sido escurecido ou distorcido pelo 
pecado. ....................................................................................................................................... 55 
A despeito do pecado, a Revelação Geral é clara e objetiva, e é, portanto, a base para a culpa 
humana universal e o ponto de contato para o Evangelho. ........................................................ 55 
A Escritura e a graça do Espírito Santo são necessários para capacitar-nos a entender 
propriamente a mensagem da Revelação Geral. ........................................................................ 55 
A NEGAÇÃO DA REVELAÇÃO GERAL. ................................................................................. 55 
CAPÍTULO VII. .................................................................................................................................... 57 
NOÇÕES SOBRE A TEOLOGIA NATURAL. ................................................................................ 57 
DEFINIÇÃO DE TEOLOGIA NATURAL. .................................................................................. 57 
TEOLOGIA NATURAL MEDIATA OU IMEDIATA? ............................................................... 57 
É REALMENTE POSSÍVEL UMA TEOLOGIA NATURAL? ................................................... 57 
RESPOSTAS DOS PRESSUPOSICIONALISTAS OU FIDEÍSTAS. .......................................... 58 
Existe ligação entre a fé e a razão?............................................................................................. 59 
RESPOSTA DOS EVIDENCIALISTAS OU TRADICIONALISTAS. ........................................ 60 
AVALIAÇÃO CRÍTICA A AMBAS AS POSIÇÕES. ................................................................. 61 
Similaridades. ............................................................................................................................. 62 
Diferenças. ................................................................................................................................. 62 
O Incrédulo não recebe o Impacto da Revelação de Deus. .................................................... 62 
O Incrédulo deve conhecer Deus mas não o faz.................................................................... 62 
O Incrédulo „reprime psicologicamente‟ o Conhecimento de Deus. ..................................... 62 
O Incrédulo conhece „Intelectualmente‟ mas não „eticamente‟. ............................................ 62 
A FORMULAÇÃO DE JOHN FRAME. ....................................................................................... 63 
Opinião pessoal. ......................................................................................................................... 64 
CAPÍTULO VIII. ................................................................................................................................... 65 
NOÇÕES SOBRE A REVELAÇÃO ESPECIAL. ............................................................................ 65 
A NATUREZA DA REVELAÇÃO ESPECIAL. .......................................................................... 65 
A REVELAÇÃO ESPECIAL NA HISTÓRIA DO PROTESTANTISMO. .................................. 66 
1. A Revelação Especial na Reforma Protestante. ..................................................................... 66 
2. A Revelação Especial na Teologia Liberal. ........................................................................... 66 
3. A Revelação Especial na Neo-Ortodoxia. .............................................................................. 66 
4. A Revelação Especial na Teologia de Pannemberg. .............................................................. 66 
A RELAÇÃO ENTRE A REVELAÇÃO E A BÍBLIA. ................................................................ 66 
A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO ESPECIAL. .................................................................... 67 
OS MODOS DA REVELAÇÃO ESPECIAL. ............................................................................... 67 
Revelação por Manifestação Externa (especialmente teofania). ................................................ 68 
O tempo quando este modo de Revelação foi predominante. ................................................ 68 
Características desse modo de Revelação. ............................................................................. 68 
5 
 
Revelação por Sugestão Interna (profecia). ............................................................................... 69 
O tempo em que este modo foi predominante. ....................................................................... 69 
O modo profético de Revelação é anunciado ou prometido diretamente por Deus. .............. 69 
O modo profético de Revelação é especificamente contrastado com o modo de teofania. .... 69 
O modo profético de Revelação envolve ambos, recepção e entrega da mensagem. ............. 70 
O “Caráter Orgânico” da Entrega da Mensagem Profética. ............................................... 71 
O Caráter ou o Conteúdo da Revelação Profética. ............................................................. 71 
Resumo. .................................................................................................................................. 71 
Revelação por Operação Concursiva (cooperação). ................................................................... 71 
O tempo quando esse modo de Revelação é predominante. .................................................. 71 
Ilustrações desse Modo de Revelação. ................................................................................... 72 
Lucas 1.1-4. ........................................................................................................................ 72 
I Coríntios 7.10, 12, 25, 40. ................................................................................................ 72 
I Tessalonicenses 2.13. ....................................................................................................... 72 
Características desse modo de Revelação. ............................................................................. 72 
Revelação Singular através do Filho Encarnado. ....................................................................... 73 
Sumario e Conclusão dos Modos Especiais de Revelação. ................................................................ 73 
Sumario. ..................................................................................................................................... 73 
Conclusões. ................................................................................................................................ 73 
Primeira. ................................................................................................................................. 73 
Segunda. ................................................................................................................................. 73 
Terceira. ................................................................................................................................. 74 
Quarta. .................................................................................................................................... 74 
Quinta. .................................................................................................................................... 74 
Sexta. ...................................................................................................................................... 74 
O REGISTRO DA REVELAÇÃO ESPECIAL. ............................................................................ 74 
Fatores Intermediários entre a Revelação Especial Original e as Escritura. .............................. 75 
Tradição Oral.......................................................................................................................... 75 
Tradição Escrita...................................................................................................................... 75 
Lucas 1.1-4. ........................................................................................................................ 75 
Categorias Básicas da Relação entre a Revelação Especial Original e a Escritura. ................... 75 
Alguns Livros são uma Seleção de uma Revelação Especial Original mais volumosa. ........ 75 
Seleção nos Livros Históricos. ........................................................................................... 76 
Seleção nos Livros Poéticos. .............................................................................................. 76 
Seleção nos livros Proféticos. ............................................................................................. 76 
Seleção em Relação à Epistolas desaparecidas. ................................................................. 77 
CAPÍTULO IX. ...................................................................................................................................... 78 
A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS. ............................................................................................. 78 
A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO. ........................................................... 78 
DEFINIÇÃO TEOLÓGICA DE INSPIRAÇÃO. .......................................................................... 78 
Com relação ao Inspirador. ........................................................................................................ 78 
Com relação ao Agente da Inspiração. ....................................................................................... 78 
Com relação ao Produto Final da Inspiração. ............................................................................. 79 
DISTINÇÃO DOS TERMOS BÁSICOS. ..................................................................................... 79 
Revelação. ..................................................................................................................................79 
Inspiração. .................................................................................................................................. 79 
Iluminação. ................................................................................................................................. 79 
DEFESA BÍBLICA E TEOLÓGICA DA INSPIRAÇÃO. ............................................................ 80 
Testemunho dos Escritores Bíblicos. ......................................................................................... 80 
Testemunho dos Escritores do A.T. da Inspiração do A.T. .................................................... 80 
Testemunho dos Escritores do N.T. da Inspiração do A.T. .................................................... 80 
O testemunho de Paulo. ...................................................................................................... 80 
O testemunho de Pedro. ..................................................................................................... 81 
6 
 
O Testemunho de Lucas. ........................................................................................................ 81 
O Testemunho do Escritor da Carta aos Hebreus. .................................................................. 81 
O Testemunho de Tiago. ........................................................................................................ 81 
Testemunho dos Escritores do N.T. da Inspiração do N.T. ........................................................ 81 
O Testemunho de Paulo de seus próprios Escritos. ................................................................ 81 
O Testemunho de Paulo dos Escritos de Outros. ................................................................... 82 
O Testemunho de Pedro dos Escritos de Outros. ................................................................... 82 
O Testemunho de João de seus Próprios Escritos. ................................................................. 82 
Testemunho de Jesus Cristo. ...................................................................................................... 83 
Testemunho de Jesus Cristo da Inspiração do V.T. ............................................................... 83 
Testemunho de Jesus Cristo da Inspiração do N.T. ............................................................... 83 
A Promessa de Cristo aos Apóstolos. ................................................................................. 83 
Testemunho Interno do Espírito Santo. ...................................................................................... 84 
Relação entre Palavra e Espírito em Calvino. ........................................................................ 84 
Calvino, o Catolicismo e a Autoridade da Palavra. ................................................................ 85 
A doutrina do Testemunho Interno do Espírito em Calvino. ................................................. 86 
Sobre a Necessidade do Testemunho Interno. ............................................................................ 86 
O Testemunho Interno do Espírito Santo é Absolutamente Necessário. ................................ 86 
Sobre a Finalidade do Testemunho Interno. ............................................................................... 86 
O Testemunho Interno do Espírito Santo diz Respeito à Credibilidade da Escritura. ............ 86 
Sobre o Segredo do Testemunho Interno. .................................................................................. 87 
O Testemunho Interno do Espírito Santo é Secreto. .............................................................. 87 
Sobre as Relações do Testemunho Interno. ................................................................................ 87 
O Testemunho Interno do Espírito Santo está Relacionado com a Aceitação da Palavra. ..... 87 
Sobre a Relação da Fé com o Testemunho Interno. ................................................................... 87 
O Testemunho Interno do Espírito Santo está Relacionado com a Fé do Homem. ............... 87 
A Doutrina do Testemunho Interno Afirmada nos Símbolos de Westminster. .......................... 88 
A Doutrina do Testemunho Interno nos Círculos Reformados. ................................................. 88 
A Soberania do Testemunho do Espírito. ............................................................................... 88 
O Testemunho do Espírito na Teologia Moderna. ............................................................. 88 
O Testemunho do Espírito na Ortodoxia. ........................................................................... 89 
Os Objetos do Testemunho do Espírito. ................................................................................. 89 
A Racionalidade do Testemunho do Espírito. ........................................................................ 89 
Crítica à Doutrina do Testemunho Interno. ........................................................................ 89 
A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO NO PROTESTANTISMO. ................................................... 89 
A Doutrina da Inspiração na Reforma. ....................................................................................... 89 
A Doutrina da Inspiração na Ortodoxia e no Pietismo. .............................................................. 91 
Ortodoxia Protestante. ............................................................................................................ 91 
Pietismo. ................................................................................................................................. 92 
A Doutrina da Inspiração no Liberalismo. ................................................................................. 93 
Por causa do Condicionamento Cultural dos Escritores da Escritura. ................................... 93 
Porque a Escritura não é Palavra de Deus na sua Totalidade. ................................................ 93 
Porque há Níveis de Inspiração. ............................................................................................. 94 
A Doutrina da Inspiração no Fundamentalismo. .................................................................... 95 
A Doutrina da Inspiração da Neo-Ortodoxia. ........................................................................ 95 
Teorias da Inspiração. ................................................................................................................ 96 
A Teoria da Inspiração Mecânica. .......................................................................................... 96 
Quem sustenta essa teoria? ................................................................................................. 96 
Conseqüências Danosas de se aceitar essa Teoria. ............................................................. 97 
A Teoria da Inspiração Dinâmica. .......................................................................................... 97 
Abordagem sustentada pelos ortodoxos e neo-evangélicos. .............................................. 97 
Abordagem Sustentada pelos Liberais. .............................................................................. 98 
A Teoria da Inspiração Orgânica............................................................................................ 98 
7 
 
Natureza da Inspiração. ............................................................................................................ 100 
Inspiração não Significa Uniformidade no Regeneração. .................................................... 100 
Inspiração não Exclui a Participação Humana. .................................................................... 100 
Inspiração Inclui o uso de Outras Fontes. ............................................................................100 
Inspiração não Inclui o uso Científico de Linguagem. ......................................................... 100 
Extensão da Inspiração. ............................................................................................................ 100 
A Inspiração é Plenária x Inspiração Parcial. ....................................................................... 101 
A Inspiração é Verbal x Inspiração de Idéias. ...................................................................... 101 
A Inspiração é Infalível x Inspiração Falível. ...................................................................... 101 
É a Escritura Confiável em Assuntos de História e Geografia? ....................................... 102 
É a Escritura Confiável em Assuntos de Astronomia. ..................................................... 102 
Inspiração Discutida. ................................................................................................................ 102 
Quem é Inspirado, o Escritor ou os Escritos? ...................................................................... 102 
Quem é Inspirado, os Autógrafos ou as Cópias? .................................................................. 102 
CAPÍTULO X. ..................................................................................................................................... 104 
A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS. .......................................................................................... 104 
SINÔNIMOS USADOS PARA INERRÂNCIA. ........................................................................ 104 
Inspiração. ................................................................................................................................ 104 
Indefectibilidade. ...................................................................................................................... 104 
Infalibilidade. ........................................................................................................................... 104 
“Indeceivability”. ..................................................................................................................... 105 
Inerrância. ................................................................................................................................. 105 
Níveis de Inerrância. ............................................................................................................ 106 
Inerrância Limitada? ........................................................................................................ 107 
O Fundamento Bíblico da Doutrina da Inerrância. .............................................................. 109 
O Ensino Bíblico Sobre a Inspiração. .............................................................................. 109 
O Ensino Bíblico a Respeito do Crédito da Mensagem e do Mensageiro de Deus. ......... 110 
O Ensino Bíblico Sobre sua Própria Autoridade. ............................................................. 110 
O Ensino Bíblico Sobre o Caráter de Deus. ..................................................................... 111 
O Principio Sola Scriptura da Reforma. .......................................................................... 111 
Inspiração Verbal ou Inerrância. .............................................................................................. 112 
Enganos com Respeito à Inerrância. ........................................................................................ 113 
A Inerrância não Exige uma Estrita Aderência às Regras de Gramática. ............................ 113 
Inerrância não Exclui o uso tanto de Figuras de Linguagem como de Gêneros Literários. . 113 
A Inerrância não Exige Precisão Histórica ou Semântica. ................................................... 114 
A Inerrância não Exige a Linguagem Técnica da Ciência Moderna. ................................... 114 
A Inerrância não Exige uma Exatidão Verbal nas Citações do V.T. no N.T. ...................... 114 
A Inerrância não Exige que a Logia Jesu (os ditos de Jesus) Contenham as Ipsissima Verba 
(palavras exatas) de Jesus, mas Somente a Ipsissima Vox (voz exata)................................. 114 
Fraquezas da Doutrina da Inerrância. ....................................................................................... 114 
OBJEÇÕES À DOUTRINA DA INERRÂNCIA. ....................................................................... 115 
CONSEQÜÊNCIAS DA NEGAÇÃO DA INERRÂNCIA. ........................................................ 115 
CAPÍTULO XI. .................................................................................................................................... 116 
A AUTORIDADE DIVINA DAS ESCRITURAS. ......................................................................... 116 
A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS. ....................................................................................... 116 
A PERSPICUIDADE DAS ESCRITURAS. ................................................................................... 116 
A SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS. .......................................................................................... 116 
CAPÍTULO XII. .................................................................................................................................. 117 
O CÂNON DAS ESCRITURAS SAGRADAS. .............................................................................. 117 
O LUGAR DA CANÔNICA NA TEOLOGIA. .......................................................................... 117 
O SIGNIFICADO DO CÂNON. ................................................................................................. 117 
Significado Literal. ................................................................................................................... 117 
Significado Metafórico. ............................................................................................................ 117 
8 
 
Significado Teológico. ............................................................................................................. 118 
O Reconhecimento do Cânon na Igreja. ................................................................................... 119 
Reconhecimento do Cânon do N.T. ......................................................................................... 119 
Critérios Falsos de Canonicidade. ............................................................................................ 120 
A Idade Determina a Canonicidade...................................................................................... 120 
A Língua Hebraica Determina a Canonicidade. ................................................................... 120 
A Concordância com a Torah Determina a Canonicidade. .................................................. 120 
Critérios para se Estabelecer a Canonicidade. .......................................................................... 121 
O Valor do Livro não Determina a Canonicidade. ............................................................... 121 
A Autoridade de Jesus Determina a Canonicidade. ............................................................. 121 
Definições Importantes em Canônica....................................................................................... 121 
A Canonicidade é Determinada por Deus. ........................................................................... 121 
A Canonicidade é Reconhecida pelos Homens. ................................................................... 122 
O Reconhecimento do Pentateuco. ................................................................................... 122 
O Reconhecimento da Canonicidade dos Livros Proféticos. ........................................... 122 
O Reconhecimentoda Canonicidade dos Escritos. .......................................................... 123 
Critérios para se Descobrir a Canonicidade. ............................................................................ 124 
Posições Sobre o Cânon na História da Igreja. ........................................................................ 124 
Posição da Igreja Católica. ................................................................................................... 124 
Posição da Reforma. ............................................................................................................. 125 
Posição do Iluminismo. ........................................................................................................ 125 
Idéia Incorreta de Canonicidade. .......................................................................................... 126 
Idéia Correta de Canonicidade. ............................................................................................ 126 
Sobre o Fechamento do Cânon. ................................................................................................ 126 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA. ................................................................................................. 127 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
CAPÍTULO I 
NOÇÕES GERAIS SOBRE PROLEGÔMENA 
O QUE É PROLEGÔMENA? 
 A palavra é derivada de um particípio grego que significa “as coisas que são ditas antes”. A 
Prolegômena tem sido usada como introdução a um estudo mais particular de qualquer ciência. É uma 
espécie de estudo preparatório para que se possa compreender melhor o assunto numa exploração pos-
terior. 
 A finalidade da Prolegômena não é chegar à conclusão de um assunto, mas determinar quais 
são as pressuposições básicas que vão determinar a conclusão de um estudo. A Prolegômena não é o 
conteúdo da teologia propriamente, mas ela pode influenciar profundamente no conteúdo dela. Tudo 
depende do que o teólogo entende por Escritura e o que a Escritura significa para ele. 
 A Prolegômena à teologia sistemática examina as pressuposições que estão por detrás da teo-
logia. Uma pergunta que sempre se faz quando se estuda teologia é: “quais são as condições filosóficas 
que tornam possível o estudo da teologia”1? A resposta a esta pergunta pode ser dada com duas obser-
vações: 
1. Precisamos conhecer as pressuposições filosóficas a fim de que possamos entender e aceitar as 
conclusões teológicas. As pressuposições filosóficas, de alguma maneira, influenciam as conclu-
sões da teologia. 
 As conclusões da teologia demonstram os fatos a respeito dos quais os teólogos concordam ou 
discordam. É nesse ponto que é importante o estudo da Prolegômena para que entendamos alguns 
pressupostos filosóficos. É muito comum observar-se que as discordância teológicas são devido aos 
pressupostos filosóficos diferentes. 
2. Precisamos aceitar o fato de que todos os teólogos (profissionais ou não), têm algum tipo de 
pressuposto filosófico. A historia da igreja cristã tem mostrado que por detrás da teologia existe um 
“background” filosófico. Seria algo presunçoso dizer que alguém pode fazer teologia sem qualquer 
pressuposto filosófico. 
Exemplos: a. As diferenças sobre a Eucaristia na Idade Média e na Reforma foram causadas por 
pressupostos diferentes; b. As diferenças sobre as naturezas de Cristo; Cristo. A controvérsia do 
Arminianismo e Calvinismo no século XVII; d. A controvérsia moderna em Apologética (sobre a 
teologia natural e revelação natural) entre os Tradicionalistas e Pressuposicionalistas. 
 A finalidade da Prolegômena é descobrir os pressupostos filosóficos para entender e aceitar a 
verdade cristã. Corduam diz que 
 “um dos aspectos mais interessantes da Prolegômena é a investigação dos conceitos filosóficos que 
estão subjacentes à nossa apropriação da revelação especial. A Prolegômena considera o background filo-
sófico para entender doutrinas particulares ensinadas pela revelação especial”2. 
 Conscientemente ou não, o teólogo sempre refletira seus pressupostos filosóficos. É impossí-
vel ser um membro pensante da sociedade sem refletir, pelo menos em alguma medida, os compromis-
sos filosóficos de sua sociedade. Aqueles que condenam a filosofia como sendo de origem humana, 
portanto, contraprodutiva para a teologia cristã, que deve ser baseada na revelação divina, estão se por-
tando inocentemente, é impossível evitar o uso da filosofia nas nossas formulações teológicas. Quando 
o apostolo Paulo adverte contra o uso da filosofia (Cl 2.8), ele se refere às filosofias que não estão su-
jeitas a Cristo. O próprio Paulo também refletia certos pressupostos filosóficos de seu tempo. 
 A Prolegômena não deve ser confundida com o conteúdo da teologia propriamente. Na Prole-
gômena podemos mostrar como as diferentes filosofias podem conduzir a diferentes teologias. As di-
ferenças notórias entre os teólogos tem o seu nascedouro nas diferentes origens filosóficas deles, e su-
as hermenêuticas diferentes. 
 
1 Winfried Corduan, Handmaid to Theology (Grand Rapids; Baker, 1981), p. 13 
2 Ibid., p. 17 
10 
 
O QUE É TEOLOGIA? 
 Sem dúvida, os Reformadores conceberam a teologia como uma ciência que trata de Deus e de 
suas relações com os homens, mas esta idéia carece de algumas adições complementares. Não ha in-
conveniente algum em dizer que a teologia é a ciência que se ocupa de Deus, mas é bom ter-se em 
mente que todo o conhecimento que temos de Deus vem dele próprio através de Sua revelação. Quan-
do estudamos a Sua Palavra, temos algum tipo de conhecimento objetivo dele. Nesse sentido podemos 
dizer que Ele é o objeto do nosso estudo. 
 O Catecismo Maior de Westminster, que favorece a definição de Herman Bavinck de que a 
“dogmática é o sistema científico do conhecimento de Deus”, diz que as “Escrituras principalmente 
ensinam o que o homem deve crer a respeito de Deus, e qual o dever que Deus requer do homem”3. 
 A teologia é o produto final da obra dos teólogos ou da igreja na sua capacidade de ensino. A 
teologia não é algo que recebemos de Deus. De Deus recebemos a revelação. A teologia é obra dos 
homens. A revelação divina deve ser o ponto de partida dos teólogos. Uma teologia que não tem como 
ponto de partida as Escrituras, não é teologia no verdadeiro sentido da palavra, porque o ponto de par-
tida dela estará sempre no próprio homem. O estudo de Deus sempre deve ter como ponto de partida 
as informações que Deus dá de si mesmo. Se a teologia é formulada sem essa característica, ela é ape-
nas uma forma de naturalismo, de idéias humanas a respeito de Alguém que os teólogos desconhecem. 
 Portanto, para que se formule uma teologia no verdadeiro sentido da palavra, é necessário que 
se tenha um padrão seguro de informação a ser seguido. O teólogo deve começar sempre com a reve-
lação. Sem a revelação não ha teologia. 
 O grande problema em teologia é a concepção que o estudante tem da Escritura. Ha muitos ti-
pos de esquizofrenia intelectual naqueles que aceitam a Escritura como revelação de Deus, mas não 
aceitam o que a Escritura diz de si mesma. É importante que os teólogos aceitem o que a Bíblia testifi-
ca de si mesma4 para que possam ter um padrão confiável de informação para a elaboração da teologia. 
Se a Bíblia não é aceita como a Palavra inspirada de Deus, na verdade os teólogos não a aceitam de fa-
to e de verdade, apenas a examinam. 
 Mas a revelação da Escritura não é algo tão simples. Ha a complexidade da autoria de Deus e a 
participação humana dela. Alem disso, a Escritura não é um compendio de teologia sistemática que 
responde todas as perguntas direta e inequivocamente.A interpretação da Escritura é um processo 
complexo que deve começar com um estudo cuidadoso do texto. A teologia deve começar com a exe-
gese, utilizando o método gramático-histórico da hermenêutica. Então, examinando um texto ou um 
livro particular da Escritura chegamos às conclusões da chamada “Teologia Bíblica”. A teologia sis-
temática não vem à existência até que o teólogo tome a teologia bíblica e a examine como um todo na 
Escritura vendo-a, inclusive, no contexto em que ele vive. 
 Um bom teólogo é aquele que trata cuidadosa e apropriadamente do texto. Ao mesmo tempo, 
deve-se ter em mente que o teólogo, mesmo que bom, é um ser humano falível, que sempre reproduzi-
rá os pensamentos infinitos de Deus em pensamentos finitos e imperfeitos dos homens. A verdade 
fundamental é que sempre haveremos de ter uma revelação perfeita, mas nunca uma perfeita teologia. 
Uma revelação absoluta, mas nunca uma teologia absoluta. A teologia trata de verdades absolutas re-
gistradas na Escritura, pois elas vêm da revelação de Deus, mas as conclusões da teologia não são ne-
cessariamente absolutas. 
 O papel da prolegômena está entre a teologia bíblica e a sistemática. A Prolegômena investiga 
aqueles conceitos que o teólogo usa no formular as verdades da revelação. 
O PONTO DE PARTIDA DA PROLEGÔMENA 
 Por “ponto de partida” queremos dizer se a Prolegômena deve começar da mesma forma que a 
teologia dogmática, que começa com a revelação “from above”, ou se ela deve começar com o ho-
mem e a possibilidade de receber revelação. Em outras palavras, a Prolegômena deve ser teocêntrica 
ou antropocêntrica? Ela deve vir de cima ou de baixo? 
 
3 Pergunta 5 
4 Veja-se 2 Tm 3.16-17; 2 Pe 1.20-21 
11 
 
I Prolegômena “from above”. 
 Este é o pensamento de Karl Barth. No pensamento de Barth Prolegômena já é parte da dog-
mática revelada. Prolegômena não prepara o caminho para a teologia, mas é a primeira parte da teolo-
gia. Prolegômena descreve o contato inicial de Deus com o homem. 
 A doutrina da revelação para Barth é parte da Prolegômena, porque diz respeito à Palavra de 
Deus, mas a Escritura não é necessariamente o locus da revelação divina. A Prolegômena trata de co-
mo Deus comunica-se com o homem na sua revelação presencial. 
 O ponto de partida da Prolegômena no pensamento de Barth é idêntico com o seu ponto de 
partida para a teologia, isto é, Deus e Sua revelação. Esta é a prolegômena “from above”. 
II Prolegômena “from below” 
 Este é o pensamento de Karl Rahner. Para ele o ponto de partida da Prolegômena é o recipien-
te da revelação - o homem. Antes de iniciarmos o estudo da sistemática nós devemos olhar para dentro 
daquele a quem a revelação é dada e que a assimila. A pergunta de Rahner é: “Como é possível que 
um homem finito possa ouvir a palavra do Deus infinito”? 
 Este posicionamento de Rahner não indica necessariamente que ele crê numa teologia huma-
nista. Ele, na verdade, pretende clarificar o locus diante do qual Deus e Cristo são revelados. A revela-
ção não acontece no vácuo; há um Revelador e um recipiente da revelação. Sabido que Deus revela-se 
a Si mesmo, a questão básica centra-se na apropriação do homem do conteúdo da revelação. 
 Assim, para Rahner, a Prolegômena começa com o homem. Portanto, é uma Prolegômena 
“from below”. 
OBS.: A teologia da Igreja Católica afirma a capacidade da razão também após a queda de Adão, crendo 
que a razão é capaz de entender a esfera do natural corretamente. Embora a teologia católica reconheça 
que a razão tenha sido afetada pelo pecado, e enfraquecida pela queda, perdendo o donum superadditum, 
contudo, ainda afirma que a razão retém sua capacidade natural de funcionar adequadamente na esfera 
das coisas naturais. 
 Em geral Roma sustenta que, por meio da razão direcionada para a esfera do natural, o homem é ca-
paz de conhecer e provar a existência de Deus e outras verdades naturais sem o uso da fé e sem o apelo à 
Escritura ou à revelação sobrenatural. Crêem, ainda, que a razão é limitada às coisas do reino natural, 
sendo capaz de provar a existência do verdadeiro Deus, mas não podendo provar que esse verdadeiro 
Deus é triuno; sendo capaz de provar Deus como criador, mas não como redentor. 
 A Prolegômena à teologia no catolicismo prova ou demonstra por meio da razão dirigida ao 
reino natural aquilo que é anterior, básico e pressuposto pela teologia sistemática (i.e., a teologia so-
brenatural que usa a fé na Escritura ou revelação sobrenatural). Nesse sentido, portanto, toda a Prole-
gômena católica é “from below”. 
PROLEGÔMENA REFORMADA 
 Há duas abordagens diferentes sobre Prolegômena na teologia Reformada. A primeira é repre-
sentada por Calvino e pelos teólogos de Amsterdam. A segunda abordagem é representada pelos teó-
logos da antiga Princeton e Benjamin B. Warfield sendo um dos seus principais representantes. 
I Prolegômena na Teologia de Amsterdam 
 Representantes: 
 João Calvino (1509-1554); 
 Abraham Kuyper (1837-1920); 
 Herman Bavinck (1854-1921); 
 Louis Berkhof (1873-1956); 
 Cornelius Van Til (1895-1987). 
 Eles começam teologia com o reconhecimento (afirmado ou implícito) das pressuposições da 
fé cristã. Eles não tentam provar que Deus existe, para estudar sobre Deus, porque todos que estudam 
sobre Deus têm que pressupor que Ele existe. Na abordagem de Warfield ou da antiga Princeton, eles 
começam mostrando as provas da existência de Deus. 
12 
 
 Os teólogos da linha de Amsterdam reconhecem o ponto de partida da fé, e as suas pressuposi-
ções básicas são: 
 que Deus é triuno e existe; 
 que o Deus triuno revelou-se na criação (que também é chamada revelação geral), na historia da 
redenção que está registrada na Escritura (que também é chamada de revelação especial), e através 
de Jesus Cristo que é a Palavra Encarnada; 
 que o homem foi criado por Deus à sua própria imagem - santo, justo e capaz de conhecer Deus 
através de sua revelação; 
 que o homem caído em sua rebelião e apostasia suprime a verdade da revelação de Deus, e é torna-
do capaz de conhecer Deus corretamente somente quando o Espírito Santo restaura a visão pela 
qual ele pode propriamente saber algo de Deus e conhecê-lo e amá-lo e servi-lo mediante sua reve-
lação. 
 Portanto, a primeira parte da Prolegômena à teologia trata principalmente das questões históri-
cas e filosóficas, como por exemplo; “o que é ciência?”, “é a teologia uma ciência?”, ou “qual a natu-
reza da teologia sistemática?”, etc... todas estas perguntas são analisadas à luz da revelação total que 
Deus dá de si mesmo. 
 A segunda parte da Prolegômena, ou introdução à teologia, trata dos assuntos que são especi-
ficamente teológicos, como por exemplo: revelação especial, inspiração, iluminação, revelação geral, 
etc... 
 É esta a Prolegômena sugerida neste curso. 
II Prolegômena na Teologia da Antiga Princeton 
 A abordagem de Prolegômena na teologia de Princeton é diferente da de Amsterdam. A Apo-
logética faz parte da Prolegômena, segundo B. B. Warfield: 
“A afirmação de que a teologia é uma ciência pressupõe a afirmação de que Deus existe, e que ele tem re-
lação com suas criaturas. Se Deus não existisse, não poderia haver nenhuma teologia; nem poderia haver 
uma teologia se, mesmo que ele existisse, ele existiria fora da relação com suas criaturas. Todo o corpo da 
Apologética filosófica está, portanto, pressuposta na e subjaz a estrutura da teologia cientifica5”. 
 A Apologética é a ciência introdutória da teologia. Ela tem a tarefa de estabelecer (não de de-
fender ou vindicar) a realidade e a verdade das seguintes pressuposições: 
 que Deus existe; 
 que o homem tem uma natureza religiosa capaz de conhecer a Deus; 
 queDeus revelou-se ao homem. 
 Segundo Warfield, é a Apologética que lança todo o fundamento sobre o qual a teologia é 
construída. 
“A função da Apologética é investigar, explicar e estabelecer as bases sobre as quais a teologia - uma ci-
ência, ou um conhecimento sistematizado de Deus, torna-se possível... É necessário que ela (Apologética) 
tome o seu lugar como cabeça de todos os departamentos da ciência teológica e encontre sua tarefa no es-
tabelecimento da validade do conhecimento de Deus que forma o sujeito-matéria destes departamentos, 
para que possamos proceder, então, os departamentos seguintes da teologia exegética, histórica, sistemá-
tica e prática, para explicar, apreciar, sistematizar e propagá-la no mundo6”. 
 Segundo Warfield, portanto, o estudo de Deus, da religião, revelação, cristianismo e Bíblia, 
constituem os ramos da Apologética com Prolegômena. Após a Apologética ter estabelecido estas 
pressuposições como uma Prolegômena à teologia, a ciência da teologia em si começa - Teologia exe-
gética para explicar; Sistemática para sistematizar; Histórica para apreciar; e a Prática para propagar. 
Todos os outros departamentos da teologia estão vinculados e dependentes da Apologética. 
 A Apologética, portanto é introdutória à inteira ciência da teologia, não à sistemática somente. 
 Warfield divide a Apologética em algumas áreas7: 
 
5 B. B. Warfield, “The Idea of Systematic Theology”, The Princeton theology 1812-1921, edited by Mark A. Noll, (Baker, 
1983), p. 245 (Itálicos acrescidos). 
6 B. B. Warfield, “Apologetics”, Studies in Theology, (New York; Oxford University Press, 1932), pp. 4,5 (grifo meu). 
7 B. B. Warfield, “Apologetics”, Studies in Theology, (New York, Oxforde University Press, 1932), p. 13. 
13 
 
 Apologética Filosófica- Esta encarrega-se do estabelecimento do ser de Deus como espirito 
pessoal, com Criador, preservador e governador de todas as coisas. A ela pertence o grande pro-
blema do teísmo, com todas as discussões envolvidas com as teorias antiteístas. 
 Apologética Psicológica - Esta encarrega-se do estabelecimento da natureza religiosa do ho-
mem e da validade do seu senso religioso. Ela envolve igualmente a discussão da psicologia, filo-
sofia, e da fenomenologia da religião e, portanto, inclui o que é chamado “religiões comparadas” 
ou “a historia das religiões”. 
 Apologética Histórica - Esta encarrega-se de estabelecer a origem divina do cristianismo como 
uma religião de revelação no sentido especial daquela palavra. Ela discute todos os tópicos que na-
turalmente estão sob a legenda popular das “evidencias do cristianismo”. 
 Apologética Bibliológica - Esta encarrega-se de estabelecer a confiabilidade das Escrituras 
como o documento da revelação de Deus para a redenção dos pecadores. Ela é ligada com tópicos 
tais como: a origem divina das Escrituras; os métodos da operação divina na sua origem; o lugar 
delas na serie dos atos redentivos de Deus e no processo da revelação; a natureza, o modo e os efei-
tos da inspiração, e coisas semelhantes. 
 O gráfico seguinte mostra como a apologética está dividida e vinculada aos outros departa-
mentos da teologia e, principalmente à sistemática: 
APOLOGÉTICA 
Apologética Apologética Apologética Apologética 
Filosófica Psicológica Histórica Bibliológica 
DEUS RELIGIÃO CRISTIANISMO BÍBLIA 
 Exegética 
 História 
 Teologia Bíblica 
 Sistemática 
 Prática 
 Como um teólogo Reformado que é, Warfield reconhece os efeitos noéticos do pecado e a ne-
cessidade absoluta do Espírito Santo para regenerar o pecador afim de que ele seja trazido à fé em 
Cristo e em sua Palavra. Todavia, Warfield sustenta que na Apologética cristã os homens estabelecem 
as pressuposições sobre as quais a teologia repousa. Estas pressuposições são estabelecidas por meio 
da razão no uso dos argumentos que, em natureza e intento, são similares à teologia natural da Igreja 
Católica Romana. 
Conclusão 
 Neste curso sustentamos a concepção de Prolegômena de Amsterdam, porque julgamos que 
ela faz mais justiça aos ensinos da Bíblia sobre Deus, sobre o homem e sobre os efeitos noéticos do 
pecado. 
 À luz de tudo o que foi dito acima sobre Prolegômena, podemos concluir o seguinte: 
1. Nós não procuraremos estabelecer a verdade daquilo que a teologia deve explicar (teologia exegé-
tica), sistematizar (teologia sistemática), apreciar (teologia histórica) e propagar (teologia prática). 
Nós não procuraremos por meio da razão, ou base comum ou neutra, proporcionar a confiabilidade 
da existência de Deus, da natureza religiosa do homem e da confiabilidade da revelação. Somos 
conscientemente Reformados, e reconhecemos nossas pressuposições em fé e somos gratos que, 
pela graça de Deus, nossos olhos escurecidos tem sido abertos para crer na Palavra de Deus e, as-
sim, conhecê-lo. Contudo, isto não significa que nossa fé seja irracional. A evidência da racionali-
dade da verdade é abundante na Escritura. 
2. Na primeira parte da Prolegômena, então, trataremos de questões de natureza filosófica e histórica 
pelas quais explicaremos a tarefa da teologia. Trataremos de questões como: O que é ciência? É a 
teologia uma ciência? Qual é a natureza da teologia como uma ciência? O que é teologia sistemáti-
ca? Qual é a sua relação com os outros departamentos da teologia? - e que tais. 
14 
 
 Após estudarmos estas questões de natureza filosófica e histórica, então passaremos a estudar 
a revelação, a inspiração e o cânon, a doutrina da Escritura. Esta é a parte teológica da Prolegômena. 
Alguns chamam esta parte de Bibliologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
NOÇÕES GERAIS SOBRE A EPISTEMOLOGIA CRISTÃ 
O LUGAR DA RAZÃO NA TEOLOGIA 
 Geralmente há duas posições extremadas sobre o lugar da razão na Teologia cristã: alguns tem 
tido um enorme temor da razão, com medo do racionalismo, não dando qualquer lugar de importância 
a ela. Quando falamos do papel da razão na elaboração teológica, alguns ortodoxos logo pensam que 
estamos de volta ao movimento filosófico dos dois últimos séculos, chamado Racionalismo8, que tanto 
 
8 “Racionalismo, teológico ou filosófico, foi uma tentativa de se obter a verdade, a realidade, o essencial, procedente da razão 
considerada como uma fonte original, ao invés de chegar a essa verdade, realidade ou o essencial, de uma outra fonte 
qualquer, como a Bíblia, por exemplo”. (Eugene Osterhaven, “The Function of Reason in Reformed Dogmatics”, in The Re-
formed Review, vol. 12, 1959, p. 1). 
15 
 
prejuízo trouxe à Teologia cristã. Houve um tempo quando a razão tornou-se a medida de todas as coi-
sas na esfera da religião e da elaboração da Teologia, especialmente dentro do protestantismo liberal. 
 Outros, também dentro do protestantismo, porém ortodoxo, têm o temor de que sua fé seja 
identificada com a da Teologia católica. O ensino padrão do catolicismo a respeito da razão é mais ou 
menos o exposto por Osterhaven: “A razão precisa da revelação para completá-la, mas pelo mundo 
criado e por seu próprio poder a razão pode antecipar e indicar a probabilidade das verdades revela-
das9”. Alguns ortodoxos, especialmente os relacionados à Prolegômena de Amsterdam, são mais sus-
cetíveis a esse temor. 
 Não é salutar para o cristianismo dar à razão o poder que se lhe tem dado em alguns círculos, 
mas colocar fé em oposição à razão é menos salutar ainda. Fazer isso é irracionalismo, é deixar o cris-
tianismo sem elementos pensantes. 
 É importante reconhecermosque fazem Teologia num sentido mais estrito aqueles que crêem 
na revelação divina, e somente eles. Logo, teremos que concluir que a razão no crente não é a mesma 
nos incrédulos, porque ela foi restaurada, embora ela não seja ainda como no tempo em que Deus cri-
ou o homem. A sua razão pode ser chamada “right reason”, porque ela pode agora, renovada pelo Es-
pírito, pensar segundo Deus, com base na revelação divina. Ela pode agora trabalhar corretamente com 
os elementos reveladores de Deus. Pessoalmente creio que não devemos dar, como muitos teólogos 
Reformados fizeram no passado, primazia à razão sobre as outras faculdades da alma, mas temos que 
concordar que a razão exerce um papel muito importante na elaboração e na crítica dos conceitos teo-
lógicos. “A razão percebe, avalia, apreende e entende, formula e organiza o material que é apresentado 
a ela. Em tudo isto, contudo, ela reconhece-se ser um instrumento que Deus usa para o benefício da 
personalidade total10”. E é isto exatamente o que a razão deve fazer na Teologia. 
 Não podemos corretamente excluir a razão quando elaboramos qualquer conceito teológico. 
Com base em 1 Co 1.18-21 alguns cristãos negam que a razão humana tenha participação na tarefa de 
fazer Teologia. Barth costumava dizer que a lógica não deveria ser usada em Teologia11, se bem que 
muitos de seus conceitos teológicos são um extraordinário uso de seu inteligente raciocínio. 
 O uso da lógica na Teologia Sistemática não significa que a lógica esteja acima de Deus. Deus 
deu aos seus a faculdade da inteligência para que eles possam usá-la para discernir que Deus lhes deu 
para que trabalhem devidamente com a verdade. Deus nos fez à sua própria imagem e semelhança e 
nós devemos refletir aquilo que ele é. 
 Deus é um ser inteligente e lógico. Ele não se contradiz. Então, devemos trabalhar com a lógi-
ca de tal forma que a doutrina ensinada por Deus não sofra as contradições da Escritura, tão freqüen-
temente alegadas por alguns teólogos que não crêem na confiabilidade dela. 
 “Qual é, então, o papel da razão na Teologia Sistemática?” Kantzer responde: 
“A razão é o instrumento pelo qual podemos julgar a credibilidade da fé. Aquilo que é verdadeiramente 
contraditório não pertence à fé. O Deus da Bíblia é um Deus consistente. Nós nos contradizemos, mas 
Deus não se contradiz. Infelizmente, a aceitação de um paradoxo é espalhada nos círculos evangélicos e 
em muito do pensamento moderno. Isto é um erro e nos conduz a aceitarmos não-criticamente os signifi-
cados da Escritura o que não é o que Deus deseja de nós. A Escritura adverte-nos enfaticamente a não 
aceitarmos como uma revelação de Deus aquilo que contradiz uma revelação previa. (...) os paradoxos 
dentro da fé não devem ser abarcados e cridos pelo cristão fiel. A presença de um paradoxo adverte-me de 
que eu não possuo a verdade naquele ponto12”. 
 Se percebermos uma espécie de paradoxo na Escritura, devemos nos mover para a exegese 
muito criteriosamente. Então, devemos comparar aquela passagem com outras passagens que tratam 
do mesmo assunto. Se ainda persistir o paradoxo, devemos concluir que não sabemos o bastante para 
afirmar verdades dogmaticamente sobre aquele assunto, isto é, que somos ignorantes sobre o signifi-
cado que o autor quis dar àquele texto. 
 
9 Osterhaven, op.cit. p. 4. 
10 Osterhavn, p. 8. 
11 Barth disse: “Não, eu uso a lógica sempre que ela me ajuda; mas quando ela não ajuda, eu a ignoro”. Citado num seminário 
em inglês na cidade de Basel, na Suíça, no inverno de 1955 (Kenneth S. Kantzer. “A systematic Biblical Dogmatics: What Is 
it e How Is to be done?”, Doing Theology in Today‟s World, p. 490). 
12 kantzer, op.cit. p. 475. 
16 
 
 A questão intimamente relacionada ao método é a do lugar e da função da razão na Teologia. 
Se o método empregado pela Teologia é o método indutivo, segue-se que a razão humana será enten-
dida como os não-cristãos a entendem, isto é, a razão humana não seria considerada como afetada pela 
queda. Não haveria nenhum reconhecimento dos efeitos noéticos do pecado no homem. A razão hu-
mana, portanto, estaria no mesmo pé de igualdade com a razão divina. 
 É importante reconhecer que há distinção entre a concepção do cristão e a do não-cristão sobre 
o lugar e o papel da razão humana. 
 Há duas reações com respeito a importância da razão para a Teologia no seio da igreja. Há 
aqueles que são absolutamente contra o uso da razão na formulação de conceitos, e há os que dão uma 
importância muito maior do que aquela que a Escritura autoriza à razão na elaboração de conceitos te-
ológicos. 
 A razão, segundo os fideístas, nunca pode ser o ponto de partida para as formulações teológi-
cas. Para os evidencialistas, contudo, a razão é capaz de formulações teológicas corretas com respeito 
ao Criador, ou seja, capacidade para elaborar Teologia natural. 
 A fim de entendermos o lugar da razão nas formulações teológicas, temos primeiro que definir 
duas importantes questões: a do Objeto do Conhecimento, e a do Sujeito do Conhecimento. 
O OBJETO E O SUJEITO DO NOSSO CONHECIMENTO 
1. Quem é o Objeto do nosso Conhecimento? 
 Segundo o entendimento de Van Til, pode ser dito que para a mente humana conhecer verda-
deiramente qualquer fato, ela “deve primeiro pressupor a existência de Deus e seu plano para o univer-
so13”. Não se pode mesmo pensar na não-existência de Deus. Se alguém deseja conhecer alguma coisa 
do universo, ele deve pressupor a existência de Deus. A existência de Deus é a razão da existência de 
todas as outras coisas. Portanto, o conhecimento das coisas deve pressupor o conhecimento da existên-
cia de Deus. Essa é a grande pressuposição da mente humana: Deus existe. Sua existência não precisa 
ser provada. 
 Não é bem assim que os evidencialistas pensam. Estes admitem que o homem possa ter co-
nhecimento das coisas deste universo, sem que necessariamente reflitam sobre a existência de Deus. A 
existência de Deus pode vir a ser objeto do estudo deles pelo uso da razão impactada pela observação 
das obras da criação. É através do conhecido, isto é, daquilo que eles conseguem ver, que os homens 
podem vir a ter conhecimento de Deus. 
 Mas Deus seria, de fato, o objeto do nosso conhecimento? 
2. Quem é o Sujeito do Conhecimento? 
 
 Há diferenças entre a posição do cristão e a do não-cristão com respeito à validade do conhe-
cimento humano, e sobre a concepção da razão humana: 
 A ciência moderna é comumente agnóstica, enquanto que o cristianismo é o reverso. O pensamento 
da ciência do não-cristão pensa que, porque o homem não pode compreender alguma coisa exausti-
vamente em seu conhecimento, e porque o seu conhecimento não é exaustivo, o conhecimento não 
é verdadeiro. Os cristãos, por sua vez, nunca tiveram a pretensão de que seu conhecimento pudesse 
ser exaustivo. Somente Deus compreende as coisas exaustivamente. Nosso conhecimento é apenas 
parcial e, ainda que derivativo, verdadeiro. 
 Os cristãos crêem que o homem é uma criatura de Deus, enquanto os não-cristãos resistem a essa 
idéia. Os cristãos aceitam, mas os não-cristãos rejeitam a idéia de que o homem deve ser um re-
intérprete da interpretação de Deus. Como cristãos deveríamos crer que a mente humana, como ela 
existe hoje, não somente conhece derivativamente, mas também ela deve ser tida como eticamente 
depravada. Em contraste a isto, os não-cristãos pensam que a mente humana é eticamente normal. 
 
13 C. Van Till, An Introducation to Systematic Theology, (a syllabus intenden just for class purposes, WTS, 1952), p. 22. 
17 
 
Além disso, aqueles que não crêem na pecaminosidade da mente humana não crêem também no fa-
to de queela foi criada14. 
A razão do homem antes da queda. 
 
 A razão de Adão era derivativa. Seu conhecimento sobre a natureza das coisas era verdadeiro, 
embora não exaustivo. Sua razão estava em amizade com Deus, ao invés de em rebeldia contra Deus. 
A razão de Adão reconhecia o fato de que ela deveria ser uma intérprete da revelação de Deus. No Pa-
raíso Adão teve uma concepção verdadeira da relação do particular para o universal com respeito ao 
universo criado. Ele deu nome aos animais conforme a “natureza deles”, isto é, de acordo com o lugar 
que Deus os tinha colocado no universo. Então, Adão podia falar verdadeiramente a respeito do signi-
ficado do universo em geral e a respeito de sua própria vida, e de sua vida com Eva. Desta forma, a re-
lação sujeito-objeto e o sujeito-sujeito era normal. No paraíso o conhecimento do homem era auto-
conscientemente analógico. O homem queria conhecer os fatos do universo a fim de cumprir sua tarefa 
como um guardador do pacto. 
 
A razão do homem depois da queda. 
 
 Após a entrada do pecado no mundo algo na mente foi seriamente afetado. É diferente a con-
dição da razão humana quando o coração torna-se “desesperadamente corrupto”. O homem natural ho-
je, separado de Deus, não mais pode observar o mundo que o rodeia exatamente do mesmo modo co-
mo Adão fazia antes da queda. Querendo ser como Deus, ele acabou perdendo algumas importantes 
capacidades. O homem natural não conhece nada do modo como ele deveria conhecer, especialmente 
sobre Deus. Suas noções sobre Deus não correspondem exatamente com a verdade por causa dos efei-
tos noéticos do pecado. Por esta razão ele não pode formular uma Teologia natural correta. 
 Van Til vai ainda mais longe na sua concepção sobre a razão no homem natural. Ele diz que: 
 “a menos que mantenhamos que o “homem natural” não conhece as flores verdadeiramente, não pode-
mos sustentar logicamente que ele não conhece Deus verdadeiramente. Todo conhecimento é interrelaci-
onado. O mundo criado é expressão da natureza de Deus. Se alguém conhece a “natureza” verdadeira-
mente, alguém também conhece verdadeiramente a natureza de Deus. Então, também, a mente do homem 
é uma unidade. Ela não pode conhecer uma coisa verdadeiramente sem conhecer todas as coisas verdadei-
ramente15”. 
 A dificuldade com respeito ao conhecimento do homem natural pode ser aliviada se nos lem-
brarmos de que há dois modos pelos quais podemos dizer que o homem conhece a Deus. O homem 
natural tem um conhecimento de Deus que vem através das obras da criação e através da consciência, 
conforme o ensino de Romanos 1 e 2. Esse conhecimento de Deus é inescapável ao homem. Não há 
como fugir dele. As marcas da presença e da existência da divindade estão indelevelmente marcadas 
na consciência humana. O homem conhece a Deus, a si mesmo e o mundo como criação de Deus. Esta 
é a revelação objetiva de Deus a ele. 
 O grande problema da Teologia está relacionado com a resposta que o homem dá a essa reve-
lação com um ser ético-moral que é. A Escritura diz que o homem natural tem conhecimento de Deus, 
mas o quê o homem faz com esse conhecimento de Deus? Ele tenta suprimir qualquer conhecimento 
que tenha de Deus por causa da depravação de sua natureza. 
 A situação atual do homem natural, portanto, é sempre de uma mistura de verdade e erro. Sen-
do “sem Deus e sem esperança neste mundo”, o homem natural ainda conhece Deus, e em algum grau 
reconhece Deus. Em virtude de serem criados à imagem de Deus, de terem o conhecimento inescapá-
vel da divindade dentro de si próprios, os que odeiam Deus, num sentido restrito ainda conhecem 
Deus, e podem fazer o bem, com o auxílio da graça comum neles. 
 
14 ver Van Til, op.cit.p. 25. 
15 Van til, op.cit.p. 27. 
18 
 
A razão humana depois da regeneração. 
 
 A consciência regenerada é a consciência adâmica restaurada e suplementada. 
 A consciência adâmica é restaurada. Ela é regenerada e reconhece o seu caráter derivativo. Ela é 
capaz de reconhecer isso porque Deus a regenerou e, agora, o homem tem a vida de Deus. 
 A consciência regenerada é a consciência adâmica suplementada. Antes da queda Adão estava no 
estado de posse peccare, enquanto que a consciência restaurada o deixa no estado de posse non 
peccare (I Jo 3.9). 
 A consciência regenerada é restaurada no principio, mas não em grau. A luta de Romanos 7 ainda 
está em vigor em cada cristão até o tempo da morte (I Jo 1.8). 
 Se guardarmos todas essas distinções entre as consciências adâmica, do não-regenerado e a do 
regenerado em nossa mente, poderemos abordar corretamente a questão do lugar da razão na Teologia. 
Conclusão. 
 
 É bom que não cheguemos ao exagero pressuposicionalista de que antes da regeneração nossa 
razão é incapaz de ter qualquer conhecimento de Deus ou das coisas relacionadas com a criação. É 
possível ao homem conhecer coisas do universo, sem que ele tenha o conhecimento de Deus. Estas 
coisas são provadas pelo desenvolvimento da ciência que, em grande parte, deve-se aos cientistas que 
não tem qualquer noção de quem o Deus verdadeiro seja. É bem verdade que, após a regeneração, com 
a noção correta de quem Deus é, o crente venha a ter uma compreensão bem mais abrangente das pró-
prias obras da criação. 
 Contudo, a grande pergunta permanece: É a razão humana mudada em capacidade de conhe-
cimento depois da regeneração? Passa o homem a ter um melhor raciocínio depois de ser regenerado? 
A resposta a estas perguntas definirá se você está no lado dos evidencionalistas ou dos Pressuposicio-
nalistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
NOÇÕES GERAIS DA TEOLOGIA COMO CIÊNCIA. 
O QUE É CIÊNCIA? 
 
 A ciência envolve um pensamento teorético e sua análise secundária. A ciência envolve algu-
mas coisas indispensáveis: um pesquisador, uma pessoa humana, dirigindo sua função analítica, isto é, 
seu pensamento, sua reflexão, seus poderes de análise, para um aspecto da realidade que ele teorica-
mente abstraiu de uma realidade temporal em sua totalidade e unidade. Por meio de sua capacidade de 
pensamento, o cientista abstrai este aspecto da totalidade na qual ela é experimentada na vida de cada 
dia. 
 Uma ciência, contudo, diferentemente da experiência de cada dia, requer uma análise secundá-
ria, um exame e um escrutínio mais profundos. O pesquisador deve colocar debaixo de seu escrutínio 
o objeto de seu conhecimento para um exame acurado, como o cientista faz quando coloca as folhas de 
uma árvore num microscópio para conseguir todas as informações possíveis sobre elas. 
 A pesquisa científica, como uma atividade erudita e disciplinada, requer uma análise secundá-
ria mais criteriosa, onde os elementos sejam estudados microscópica e telescopicamente, dependendo 
do objeto a ser estudado. 
 Expressando de uma maneira mais detalhada, uma ciência é caracterizada por quatro coisas: 
1. um objeto real de estudo; 
2. os meios de estudo apropriados para aquele objeto; 
3. um procedimento sistemático para levar a cabo aquele estudo; 
4. a verdade como a meta16. 
 
16 H. O. Jesus. Brown, “On method and means in Theology”, Doing Theology in Today‟s World, edited by John Woodbridge 
(Zondervan, 1991), Palavra. 154. 
20 
 
 Primeiro, por “um objeto real de estudo” deve ser entendido como “algo que existe numa rea-
lidade objetiva, fora do cientista e de sua subjetividade17”. Não é possível fazer um estudo sistemático 
de um objeto que

Outros materiais