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Aula 03 e 04 Estrutura normas de DF (1)

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Pontos a serem explorados:
 
Estrutura das normas de direitos fundamentais
ESTRUTURA DAS NORMAS DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
COMO IDENTIFICAR/COMPREENDER O DIREITO FUNDAMENTAL? 
CRITÉRIO FORMAL: (JURÍDICA) todas aquelas que a própria Constituição atribui a condição de direitos fundamentais.
CRITÉRIO MATERIAL: (ÉTICA) pertencem à estrutura do Estado de Direito, ligados essencialmente às liberdades individuais e são essenciais para a implementação da dignidade humana. (direitos fora do catálogo)
CRITÉRIO FUNCIONAL: disposições constitucionais que asseguram direito individual e coletivo (subjetivo) e orientam a atuação do Estado para concretizar os direitos e desenvolvê-los e provê-los pelo legislativo(objetivo)
CRITÉRIO ESTRUTURAL (morfologia): Normas de DF seguem a estrutura de regras e/ou princípios
Como adverte Canotilho: “a positivação não significa que os direitos fundamentais deixem de ser elementos constitutivos da legitimidade constitucional, e, por conseguinte, elementos legitimativo-fundamentantes da própria ordem jurídico-constitucional positiva, nem que a simples positivação jurídico-constitucional os torne, só por si, realidades jurídicas efetivas”.
FUNDAMENTALIDADE FORMAL
Relacionada com o Direito positivado: 
São aqueles que a ordem constitucional expressamente qualifica como DF.
São direitos supralegais 
 Como são normas constitucionais, estão submetidos aos limites da reforma Constitucional (art. 60, CF/88)
 Normas diretamente aplicáveis e vinculam de forma imediata as entidades públicas e privadas (art. 5o, § 1°, CF/88)
Quais são os limites à reforma constitucional? 
LIMITES TEMPORAIS
LIMITES CIRCUNSTÂNCIAIS (art. 60, §1, CF/88)
LIMITES MATERIAIS (art. 60, § 4, CF/88)
LIMITES PROCEDIMENTAIS: 
Subjetivos (art. 60, I, II e III, CF/88)
Objetivos (art. 60, § 2, CF/88)
FUNDAMENTALIDADE MATERIAL:
Está ligado a noção de Constituição material, contendo decisões fundamentais sobre a estrutura básica do Estado e da sociedade.
Para Jane Reis G. Pereira: Está ligado à essencialidade do direito para implementação da dignidade humana
O que é Constituição em sentido material?
Seu conteúdo é essencialmente constitucional, estando ligado a: estruturação do Estado, organização dos poderes e direitos fundamentais 
Toda Constituição Moderna é Constituição em sentido material, mas pode ser também em sentido formal (BR) ou não (Inglesa)
FUNDAMENTALIDADE MATERIAL
Esta dimensão viabiliza a concretização da noção de abertura da Constituição à direitos fundamentais implícitos (normas de df adscritas)
Art. 5°, §2, CF/88.
Diante da abertura dos direitos fundamentais para além do catálogo (formal) a CF reconhece a existência de outros fora do catálogo, mas integrantes da Constituição formal e outros não constantes dos dispositivos constitucionais.
Fundamentalidade material e associação à ordem jurídica
“Qualquer conceituação – (…) – de direitos fundamentais que almeje abranger de forma definitiva, completa e abstrata (isto é, com validade universal) o conteúdo material (a fundamentalidade material) dos direitos fundamentais está fadada, no mínimo, a um certo grau de dissociação da realidade de cada ordem constitucional individualmente considerada. (…) um conceito satisfatório somente poderia ser obtido com relação a uma ordem constitucional concreta, (…) uma conceituação de direitos fundamentais exige tanto uma determinação hermenêutica quanto uma construção dogmática vinculada ao texto constitucional vigente(…)”. 
Conclusão fundamentalidade formal e material:
DIREITO: fato – valor – norma 
Determinar o que é DIREITO FUNDAMENTAL depende da valoração distinta e condicionada da realidade social e cultural concreta
“Direitos fundamentais são todas aquelas posições jurídicas concernentes às pessoas, que, do ponto de vista do direito constitucional positivo, foram, por seu conteúdo e importância (fundamentalidade em sentido material), integradas ao texto da Constituição e, portanto, retiradas da esfera de disponibilidade dos poderes constituídos (fundamentalidade formal), bem como as que, por seu conteúdo e significado, possam lhe ser equiparados, agregando-se à Constituição material, tendo ou não, assento na Constituição formal”. (p. 89)
Dimensão subjetiva 
Dimensão objetiva 
direitos fundamentais representam direitos de defesa dos indivíduos contra atos do poder público
direitos fundamentais representam decisões valorativas de natureza jurídica objetiva da Constituição, com eficácia em todo o ordenamento jurídico
Direitos Fundamentais: critério funcional
Constatações:
Os direitos fundamentais exercem diversas funções na ordem jurídica.
Não se restringe à clássica e liberal função de direitos de defesa (liberdades individuais) contra os poderes públicos.
Teoria dos quatro status ( situação na qual se encontra o indivíduo e que qualifica sua relação com o Estado) de Jellinek: 
Explica o papel/função das distintas espécies de direitos fundamentais em relação ao cidadão
Status passivo/subjetivo : ind subordinado aos poderes públicos, ou seja, o indivíduo detem obrigações e deveres perante o Estado. 
Status negativo /libertatis: esfera ind. de liberdade imune ao império Estado, garante o desenvolvimento da personalidade
Status positivo/civitatis: possibilidade de utilizar as instituições estatais e exigir do Estado determinadas ações positivas, materiais em seu favor. (inclusive sociais)
Status ativo : ind. é titular de competências que lhe garantem a possibilidade de participar da vontade estatal, por meio do voto e do exercício de direitos ligados à cidadania. 
Status ativo processualis. 
TEORIA DOS QUATRO STATUS DE JELLINEK:
Os direitos fundamentais representam na ordem constitucional um conjunto de valores objetivos básicos e fins/diretrizes de atuação para os poderes públicos.
É reforço de juridicidade dos direitos fundamentais 
PERSPECTIVA OBJETIVA 
Implicações desta perspectiva objetiva
Os direitos fundamentais não devem ser valorados somente do ponto de vista individual, mas também social (transindividuais) – responsabilidade comunitária dos indivíduos
Os direitos fundamentais possuem uma eficácia dirigente em relação aos órgãos estatais (obrigação permanente de concretização e realização dos direitos fundamentais) – elaboração de programas genéricos
Na condição de normas que incorporam determinados valores e decisões essenciais, servem de parâmetro para o controle de constitucionalidade das leis e demais atos normativos
Eficácia irradiante: os direitos fundamentais fornecem impulsos e diretrizes para a aplicação e interpretação do direito infraconstitucional. (interpretação conforme os direitos fundamentais)
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais (relações privadas)
Dever geral de proteção/efetivação pelo Estado: zelar, inclusive preventivamente, pela proteção dos DF não só contra atuação dos poderes públicos, mas contra agressões provindas de particulares (proteção mulher mercado de trabalho, proteção do consumidor, etc…)
Ao titular de um direito fundamental é aberta a possibilidade de impor judicialmente seus interesses juridicamente tutelados perante o destinatário (o obrigado). 
Vieira de Andrade: o direito subjetivo está ligado a ideia de proteção de uma esfera de auto-regulamentação ou de espaço de decisão individual; associado a um poder de exigir ou a pretender comportamentos ou produzir autonomamente efeitos jurídicos
PERSPETIVA SUBJETIVA 
O titular do direito fundamental passa a ter várias possibilidades na concretização da norma que o consagra, pois: 
A) a liberdade individual não se encontra protegida de maneira uniforme
B) há distinção no grau de exigibilidade dos direitos fundamentais
C) os direitos fundamentais garantem posições jurídicas complexas, contendo: direitos, liberdades e garantias e destinam-se a diferentes destinatários.
Implicações desta perspectiva subjetiva
Criação de posições jurídicas fundamentais: 
Direitos à algo
Liberdades
Competências ou AutorizaçõesReconhecimento da exigibilidade/justiciabilidade dos DF
1) DF COMO DIREITOS DE DEFESA
2) DF COMO DIREITOS À PRESTAÇÕES 
2.1) DIREITOS À PRESTAÇÕES EM SENTIDO AMPLO
2.2) DIREITOS À PRESTAÇÕES EM SENTIDO ESTRITO (Prestações materiais sociais)
3) DIREITOS DE PARTICIPAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS A PARTIR DE SUA MULTIFUNCIONALIDADE 
Impõe ao Estado dever de abstenção, dever de não interferência, de não intromissão no espaço de autodeterminação do indivíduo.
“Destinam-se a evitar as ingerências do Estado sobre os bens protegidos (liberdades, proproedade…) e fundamentam pretensão de reparo pelas agressões eventualmente consumadas”. 
Ex.: art. 5°, II; III; IV; VI; IX; X; XII; XIII; XV; XVII; direito à igualdade - não ser exposto a discriminações impróprias.
DIREITOS DE DEFESA
 são normas de competência negativa para os Poderes Públicos, o Estado não pode atrapalhar/impedir o exercício da liberdade (Ex.: veda-se a censura prévia; impedir a instituição de religiões)
São normas que garantem a não afetação dos bens protegidos (ex.: em face do direito à vida o Estado não pode assumir comportamentos que afetem a existência do ser humano; inviolabilidade intimidade e vida privada). Relativamente a tais direitos, a norma constitucional reserva ao legislador infraconstitucional a tarefa de conformar o conteúdo e a extensão do direito.
Proibição de que o Estado elimine posições jurídicas concretras. (Ex.: proteção propriedade privada, direito de herança, direito autoral)
DESDOBRAMENTOS JURÍDICOS
Exigem que o Estado aja para atenuar desigualdades. 
“Os direitos a prestação partem do suposto que o Estado deve agir para libertar os indivíduos das necessidades. Figuram direitos de promoção. Surgem da vontade de estabelecer uma igualdade efetiva e solidária entre todos os membros da comunidade política”.
 Ao direito prestacional corresponde uma obrigação de dar ou fazer. 
DIREITOS À PRESTAÇÃO
DIREITOS À PRESTAÇÃO EM SENTIDO AMPLO (Jurídico-normativo)
Relacionado com o status positivus de Jellinek
Constituem dever de atuação positiva por parte do destinatário da norma, servindo como indutores do dever de legislar do Estado.
Incluem os direitos à proteção mediante a produção de normas de direito penal; e, direitos à produção de normas de organização e procedimento.
Ex.: direito à vida: além de direito de defesa contra o Estado (não pode dispor da vida dos cidadãos), produz direito à prestação ao gerar para o ente estatal um dever de produzir atos normativos, tais como leis penais, tendentes a proteger aquele bem jurídico.
DIREITOS À PRESTAÇÕES MATERIAIS
São direitos dos indivíduos frente ao Estado a algo que, se o indivíduo possuísse meios financeiros suficientes e no mercado fosse encontrável oferta bastante, poderia ser obtido também de particulares. Ex.: Trabalho, educação e habitação. (Robert Alexy)
“(…) o princípio da separação dos poderes, assim como o princípio democrático e todos os demais bens constitucionalmente protegidos que podem se encontrar em posição contraposta à concretização de um determinado direito prestacional social, somente permitem sua efetivação quando da ponderação entre eles resultar que o indivíduo, por se achar em uma situação de fato em que sua liberdade real se encontre ameaçada ou violada pela necessidade de obtenção de algo a cujo acesso não dispõe de condições, somente possa obter acesso ao ecercício de algum direito mediante prestação estatal concreta”. 
Alguns autores retiram da dimensão dos direitos de defesa e dos direitos prestacionais, os direitos à participação dos cidadãos na formação da vontade política
São os direitos políticos.
Embora alguns falem nessa dimensão específica, possuem características mistas.
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO
EXPRESSAMENTE ESTATUÍDA 
NORMAS DE DF ADSCRITA
QUANDO A NORMA DE DIREITO FUNDAMENTAL CORRESPONDE À TRADUÇÃO FIEL DOS DISPOSITIVOS INTERPRETADOS (literal/gramatical)
Ex.: não haverá pena de caráter perpétuo; vedação da tortura; liberdade religiosa 
QUANDO A NORMA NÃO DECORRE DA INTERPRETAÇÃO SIMPLES DO TEXTO CONSTITUCIONAL (DDF), EXIGEM RACIOCÍNIO MAIS COMPLEXO PELO TRIBUNAL
NORMAS DE DIREITO FUNDAMENTAL 
QUANDO OS TRIBUNAIS ELABORAM AS NORMAS DE DF? 
1) Enunciado constitucional é amplo, indeterminado ao ponto de não permitir definir o conteúdo das normas de direito fundamental. 
Ex.: direito à vida (direito de não ser morto, privado da vida, vida digna, etc…); a casa é asilo inviolável; etc…
Ver Julgado STF, Pleno, ADI 3510 / DF Relator(a):  Min. AYRES BRITTO, Julgamento:  29/05/2008. 
III - A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO DIREITO À VIDA E OS DIREITOS INFRACONSTITUCIONAIS DO EMBRIÃO PRÉ-IMPLANTO. O Magno Texto Federal não dispõe sobre o início da vida humana ou o preciso instante em que ela começa. Não faz de todo e qualquer estádio da vida humana um autonomizado bem jurídico, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva (teoria "natalista", em contraposição às teorias "concepcionista" ou da "personalidade condicional"). E quando se reporta a "direitos da pessoa humana" e até dos "direitos e garantias individuais" como cláusula pétrea está falando de direitos e garantias do indivíduo-pessoa, que se faz destinatário dos direitos fundamentais "à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade", entre outros direitos e garantias igualmente distinguidos com o timbre da fundamentalidade (como direito à saúde e ao planejamento familiar). Mutismo constitucional hermeneuticamente significante de transpasse de poder normativo para a legislação ordinária. A potencialidade de algo para se tornar pessoa humana já é meritória o bastante para acobertá-la, infraconstitucionalmente, contra tentativas levianas ou frívolas de obstar sua natural continuidade fisiológica. Mas as três realidades não se confundem: o embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Donde não existir pessoa humana embrionária, mas embrião de pessoa humana. O embrião referido na Lei de Biossegurança ("in vitro" apenas) não é uma vida a caminho de outra vida virginalmente nova, porquanto lhe faltam possibilidades de ganhar as primeiras terminações nervosas, sem as quais o ser humano não tem factibilidade como projeto de vida autônoma e irrepetível. O Direito infraconstitucional protege por modo variado cada etapa do desenvolvimento biológico do ser humano. Os momentos da vida humana anteriores ao nascimento devem ser objeto de proteção pelo direito comum. O embrião pré-implanto é um bem a ser protegido, mas não uma pessoa no sentido biográfico a que se refere a Constituição. 
2) Uma única norma de direito fundamental é formulada a partir da interpretação conjugada de vários dispositivos diferentes. Ex.: função social da propriedade privada, união estável homoafetiva 
Exs.: STF, ADPF n. 132 e STF, ADI 4277
2. PROIBIÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO DAS PESSOAS EM RAZÃO DO SEXO, SEJA NO PLANO DA DICOTOMIA HOMEM/MULHER (GÊNERO), SEJA NO PLANO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL DE CADA QUAL DELES. A PROIBIÇÃO DO PRECONCEITO COMO CAPÍTULO DO CONSTITUCIONALISMO FRATERNAL. HOMENAGEM AO PLURALISMO COMO VALOR SÓCIO-POLÍTICO-CULTURAL. LIBERDADE PARA DISPOR DA PRÓPRIA SEXUALIDADE, INSERIDA NA CATEGORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO INDIVÍDUO, EXPRESSÃO QUE É DA AUTONOMIA DE VONTADE. DIREITO À INTIMIDADE E À VIDA PRIVADA. CLÁUSULA PÉTREA. O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita em sentido contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. Proibição de preconceito, à luz do inciso IV do art. 3º da Constituição Federal, por colidir frontalmente com o objetivo constitucional de “promover o bem de todos”. Silêncio normativo da Carta Magna a respeito do concreto uso do sexo dos indivíduos como saque da kelseniana “norma geral negativa”, segundo a qual “o que não estiver juridicamente proibido, ou obrigado, está juridicamente permitido”. Reconhecimento do direito à preferência sexual como direta emanação do princípio da “dignidade da pessoa humana”: direitoa auto-estima no mais elevado ponto da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade. Salto normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade sexual. O concreto uso da sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais. Empírico uso da sexualidade nos planos da intimidade e da privacidade constitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Cláusula pétrea. 3. TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO EMPRESTA AO SUBSTANTIVO “FAMÍLIA” NENHUM SIGNIFICADO ORTODOXO OU DA PRÓPRIA TÉCNICA JURÍDICA. A FAMÍLIA COMO CATEGORIA SÓCIO-CULTURAL E PRINCÍPIO ESPIRITUAL. DIREITO SUBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍIA. INTERPRETAÇÃO NÃO-REDUCIONISTA. 
3) Norma de direito fundamental é formulada sem relação com um dispositivo determinado, extraindo-as do sistema constitucional como um todo. Ex.: direito ao mínimo existencial; direito à felicidade; etc…
Exs.: STF, ARE 639337 AgR / SP 
Relator(a):  Min. CELSO DE MELLO
Julgamento:  23/08/2011           Órgão Julgador:  Segunda Turma
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E BUSCA DA FELICIDADE. - O postulado da dignidade da pessoa humana, que representa - considerada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1º, III) - significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País, traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo. Doutrina. - O princípio constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do núcleo de que se irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume papel de extremo relevo no processo de afirmação, gozo e expansão dos direitos fundamentais, qualificando-se, em função de sua própria teleologia, como fator de neutralização de práticas ou de omissões lesivas cuja ocorrência possa comprometer, afetar ou, até mesmo, esterilizar direitos e franquias individuais. - Assiste, por isso mesmo, a todos, sem qualquer exclusão, o direito à busca da felicidade, verdadeiro postulado constitucional implícito, que se qualifica como expressão de uma idéia-força que deriva do princípio da essencial dignidade da pessoa humana. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e da Suprema Corte americana. Positivação desse princípio no plano do direito comparado.
A CONTROVÉRSIA PERTINENTE À “RESERVA DO POSSÍVEL” E A INTANGIBILIDADE DO MÍNIMO EXISTENCIAL: A QUESTÃO DAS “ESCOLHAS TRÁGICAS”. - A destinação de recursos públicos, sempre tão dramaticamente escassos, faz instaurar situações de conflito, quer com a execução de políticas públicas definidas no texto constitucional, quer, também, com a própria implementação de direitos sociais assegurados pela Constituição da República, daí resultando contextos de antagonismo que impõem, ao Estado, o encargo de superá-los mediante opções por determinados valores, em detrimento de outros igualmente relevantes, compelindo, o Poder Público, em face dessa relação dilemática, causada pela insuficiência de disponibilidade financeira e orçamentária, a proceder a verdadeiras “escolhas trágicas”, em decisão governamental cujo parâmetro, fundado na dignidade da pessoa humana, deverá ter em perspectiva a intangibilidade do mínimo existencial, em ordem a conferir real efetividade às normas programáticas positivadas na própria Lei Fundamental. Magistério da doutrina. - A cláusula da reserva do possível - que não pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição - encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana. Doutrina. Precedentes. - A noção de “mínimo existencial”, que resulta, por implicitude, de determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança. Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948 (Artigo XXV)
DIREITO FUNDAMENTAL: aspecto estrutural 
DIREITOS FUNDAMENTAIS
NORMAS DE DIREITO FUNDAMENTAL
DISPOSITIVOS DE DIREITO FUNDAMENTAL
IntegradosaoOJpormeiodenormas,formuladasapartirdainterpretaçãodedispositivosconstitucionais.
Sãoposiçõesjurídicasbásicasgeradaspelasnormasde DF (direitosàalgo,liberdadesecompt)
ÉO CONJUNTO DE SIGNIFICADOS EXTRAÍDOS DOS ENUNCIADOS JURÍDICOS (frutodainterpretação).
É osignificadoatribuidoaosdispositivosdedireitosfundamentais.
Impõem:mandatos,proibiçõesoupermissões
OSCONJUNTOS DE SIGNOS ESCRITOS/PRECEITOS, ENUNCIADOS SEMÂNTICOS QUE ESTÃO NA CONSTITUIÇÃO E VEICULAM OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS INTEGRAM O SISTEMA JURÍDICO POR MEIO DE NORMAS, FORMULADAS A PARTIR DA INTERPRETAÇÃO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.
Toda norma de DF contém um DF?
Não, porque o conceito de norma de DF é mais amplo.
O sistema de direitos fundamentais possui níveis de normas diferentes:
Normas que regulam a produção do direito (Ex.: art. 5º, parágrafo 2º): órgãos competentes e procedimentos adequados.
Normas que regulam o exercício dos direitos: estabelecem a liberdade de não interferência; participar da vida coletiva; que estabelecem direitos subjetivos de exigir a satisfação de uma prestação.
Normas de garantia dos direitos: reconhecem instrumentos para a concretização do direito ou impõem sanção.
O QUE SÃO AS NORMAS JURÍDICAS BÁSICAS QUE COMPÕEM OS DF? 
Base: “Teoria dos Direitos Fundamentais” – Robert Alexy (Manoel Atienza, Bentham, Bierling, Peces-Barba Martinez)
DIREITOS À ALGO
LIBERDADES
COMPETÊNCIAS
ESTRUTURA DOS DF
DIREITOSÀ ALGO
LIBERDADES
COMPETÊNCIAS
DeverqueanormadedireitofundamentalimpõeparaefetivaroDireitoemfavor do titular
Podeser AÇÃOouABSTENÇÃO dosujeitoativonaprestaçãododireito
Ex.:sujeitoativopodeexigirqueo Estadoou3o. seabstenhaderestringirasualiberdadedelocomoção,religião;alémdosdireitossociaisdemodogeral
Criamalternativasdeaçãoaotitular do DF,restringindoaçõeseconstriçõesdeterceiros.
Possibilidadedefazerounãofazeralgo
Ex.:possoquererounãoexerceraminhaliberdadedemanifestaçãosobreapolíticanacional;tenhoalivreescolhaparapermanecerounãodentrodasalade aula
Poderjurídico;faculdadedo titular dodireito
Visamodificarasituaçãojurídicapormeiodeumaação:
(i) aatuaçãodo titulardafaculdadeprovocaaplicaçãodenormasgeraiseindividuaisquenãoseriamaplicadas; (test/casamento)
(ii) aatuaçãodo titulardafaculdadealteraasituaçãojurídicadossujeitosaosquaissãoaplicadasasnormas.
POSITIVISMO
PÓS -POSITIVISMO
Direito é concebido como sistema puro e fechado de regras
Princípios são auxiliares da acolmatação de lacunas e orienta a atividade interpretativa
Regras e Princípios são espécies de NORMAS
Os Princípios são conexões entre o Direito e a moral
Distinção: grau de generalidade e qualitativa (p: ordenam que algo seja feito na maior medida possível, dentro das possiblidades jurídicas e reais existentes r: âmbito delimitado de atuação)
Estrutura dos DF: regras e princípios

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