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Fichamento AMÉRICA LATINA DA CONSTRUÇÃO DO NOME À CONSOLIDAÇÃO DA IDEIA – R. F. Farret e R. S. Pinto

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Fichamento: AMÉRICA LATINA: DA CONSTRUÇÃO DO NOME À CONSOLIDAÇÃO DA IDEIA – R. F. Farret e R. S. Pinto
Exame do processo de nascimento do nome América latina e sua simbologia na perspectiva da modernidade.
Na construção do nome foi deixado de lado qualquer perspectiva de valorização dos povo autóctones, indígena ou negros. Sempre sob o olhar europeu, a América Latina foi se estabelecendo no mundo ocidental moderno, como periferia, inferiorizada e explorada.
O que está sendo proposto nesse artigo é determinar quais os passos e motivos que levaram a população dessa parte da América a aceitar uma ideia de América Latina. Pois, segundo Miguel Rojas Mix, a história da América Latina é também a história dos diversos nomes da América e as razões pelas quais esses nomes foram impostos.
Porquê da vitória do termo América Latina sobre Hispanoamérica, Indoamérica e Iberoamérica e também Magna Colômbiaetc.
Imprecisão do termo América Latina em que fica difícil identificar quais países a compõe e quais os critérios utilizados para essa classificação.
Alain Rouquié diz ser impossível essa classificação em termos geográficos e também culturais.
Outra dificuldade aparece por ser uma região muito grande que é extremamente diversificada do ponto d vista étnico, cultural, linguístico, político e econômico.
Sabemos que quando falamos em América Latina não estamos levando em consideração os povos originários da região, nem os povos africanos transplantados para lá ao longo de séculos. Apenas estamos levando em consideração essas pessoas no ponto de vista de uma dominação que não os compreende como agentes do processo de formação de identidade do continente. Logicamente não é apresentado nesse trabalho a visão dos “excluídos”, pois o termo é elaborado pela elite político-econômica crioula da América espanhola.
Talvez com essas discussões possa-se alterar essa ideia ou até ampliá-la.
Um ponto é bastante interessante que é a ausência do Brasil nesse processo de construção ideológica da América Latina.
A GÊNESE DO NOME AMÉRICA
Segundo o filósofo Ardao, para se explicar a construção da ideia e do nome América Latina, temos que buscar as origens do nome América, por ser parte dessa construção.
Os processos de formação identitária podem ser divididos em 3 etapas:
1 – A característica predominante seria a ausência não só de uma noção, mas também de um recorte geográfico específico.
2 – Caracterizada pela ausência de uma região específica, mas que ainda não tem um nome.
3 – Essa percepção passa a ser acompanhada de um nome que a expressa de maneira definitiva.
Ardao destaca que, antes de ser chamada de América, a extensa faixa territorial conquistada pelos europeus foi denominada, primeiramente de Índias e posteriormente, de Novo Mundo.
O nome Índias sabe-se que os navegante ignoravam de se tratava de uma região desconhecida pelos europeus, tendo Colombo morrido acreditando que chegara as Índias. Quando Américo Vespúcio, navegando pela região descobre que ela era inexistente nos mapas europeus. O termo utilizado para designar essa novidade foi Novo Mundo. O nome América somente nasce em 1507, quando o geógrafo alemão Martin Waldseemüller publica um livro no qual refere-se ao novo mundo como América, em clara homenagem a Américo Vespúcio.
Segundo o historiador francês François-Chavier Guerra, a consolidação do nome América se deu devido a atritos entre a elite crioula e o poder metropolitano no início do século XIX. 
Claro está que a auto-afirmação de “americano” corresponde a uma necessidade de se diferenciar do inimigo europeu e que a eficiência desse qualificativo, no processo de lutas de independência, foi considerável. Tanto a criação como a divulgação desse conceito representavam a necessidade de se implantar uma identidade continental nas ex-colônias, pois assim se estabeleceria a criação de uma grande força responsável pela defesa contra possíveis ataques das antigas metrópoles europeias. Certamente essas ações eram praticadas pelos grupos situados no topo da pirâmide social da região recém-liberta.
DA “HISPANOAMÉRICA” À “AMÉRICA LATINA”: O PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS
No processo de construção das futuras nações da América Central e do Sul, a mudança de América para Hispanoamérica não foi inocente, e talvez tenha objetivado a construção de uma identidade cultural entre os países que formavam a América Espanhola, como forma de defesa contra as constantes tentativas de agressão de eram alvo no momento de sua independência. Tentavam se mostrar como países livres e unidos por uma série de interesses e vínculos culturais. Basicamente pode-se afirmar que os inimigos das Repúblicas hispano-americanas eram basicamente algumas potências europeias e os Estados Unidos. 
Os Estados Unidos despontavam no século XIX como uma potência regional, a partir da criação da Doutrina Monroe em 1823, com seu lema “A América para os Americanos”. Assim, suas ambições imperialistas em relação aos países do continente ficavam claras. Essa doutrina passou a ser empregada ainda no século XIX, como justificativa intervencionista para todo continente americano. Seria a América para os Norte-Americanos.
A apropriação do termo América pelos norte-americanos é a expressão de sua nacionalidade política. Em função da relevância dos Estados Unidos nesse processo de consolidação do termo “América Latina”, que é adotado como um diferencial entre o termo América Latina e América Saxônica, como conceitos correlacionados e ainda por oposição, mostrando seus contrastes. Porém, essa ideia se fundamente no critério étnico da nação-mãe que as originou, saxônico para o Inglês e latino para os portugueses, espanhóis e franceses.
AMÉRIC LATINA NO CAMPO DA HISTÓRIA DAS IDEIAS: JOHN LEDDY PHELAN, ANTURO ARDAO E MIGUEL ROJAS MIX
Para Farret e Pinto, Arturo Ardao é a referência para essa abordagem da construção do nome América Latina, porém John Leddy Phelan, trouxe esse tema para debate em 1968.
Phelan aponta que o termo América Latina surgiu em 1861 no contexto do PANLATINISMO. Essa ideia ganhou força no governo de Napoleão III e objetivava a subjugar as nações hispano-americanas ao poderio francês e ao mesmo tempo visava diminuir a área de atuação política imperialista dos Estados Unidos. Seu ponto central é a aproximação cultural entre a França e as nascentes repúblicas de língua espanhola, tendo a França como liderança. Somente a França poderia impedir que essa família inteira de povos não seja tragada pelo duplo avanço dos Germanos ou Saxões e dos Eslavos (Preocupada com o crescimento imperial dos Estados Unidos e da Russia). Quando Napoleão se autoproclamou imperador em 1852, o conceito panlatinismo foi abraçado por intelectuais franceses e hispano-americanos. O primeiro para ampliação do Império Francês e o segundo para construir a ideia de uma identificação com a Europa e assim sair do atraso e ingressasse na civilização.
Ainda segundo Phelan, como consequência desse panlatinismo a França faz seus preparativos para invasão do México e assim surgiu o termo. Ardao então confronta essa ideia de Phelan, e diz que o nome não surgira em Paris e teria sido apresentado pelo pensador e jornalista colombiano residente em Paris José Maria Torres Caicedo em 1856.
Nesse processo de criação do nome América Latina que durou aproximadamente 50 anos. Segundo Ardao o certificado de batismo do nome América Latina surgiu nos versos de José Maria Torres Caicedo, quando se deixou de usar o termo LATINA como adjetivo e passou a se usar como substantivo.
Discordância entre Ardao e Phelan: (Ardao) O Termo América Latina surgiu por Torres Caicedo em 1961 e não por (Phelan) L.M. Tisserand em seu livro. Outro ponto seria que o termo teria sido criado pela ameaça representada pelos Estados Unidos (Ardao) e não pela justificativa da invasão mexicana pela França (Phelan).
Segundo Rojas Mix o termo teria sido criado 3 meses antes de Caicedo pelo chileno Francisco Bilbao e também para fazer frete ao imperialismo Ianque. Porém, para Ardao esse termo sria usado como adjetivoe não ainda como substantivo.
Para Farret e Pinto, a tese de Phelan parece não ter mais validade e fica claro que o termo América Latina surgiu dos intelectuais Hispanoamericanos.
CONCLUSÃO
O termo PANLATINISMO sofre de repulsa pela sua associação ao Imperialismo e também pelo surgimento de novas expressões como hispano-americanismo e o PANAMERICANISMO, defendido pelos Estados Unidos.
O certo é que após a Segunda Guerra Mundial o termo América Latina ganhou impulso e se consolidou.
Farret e Pinto destacam ainda Ardao quando ressalta a importância de se ter um nome que os identifique, pois ...Não saber como se chamar é algo maior do que não saber como se é; é não saber quem se é.

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