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O ABC do Investimento em Ações da Bolsa

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O do 
Investimento em 
ações na bolsa
A R E V I S T A D O I N V E S T I D O R N A B O L S A
Olá, investidor.
O que você precisa saber antes de investir?
 
Escolhemos, neste special report, o que é importante saber para não cometer erros comuns 
do investidor iniciante. Quando você decidiu investir em ações, significa dizer que fez 
uma avaliação criteriosa de suas necessidades e de seus objetivos na bolsa de valores. 
O mercado de renda variável pode proporcionar ganhos aos investidores com o 
crescimento da economia e o aumento do lucro das empresas que possuem ações 
negociadas na bolsa de valores.
 
As ações premiam os investidores com ganhos por meio dos dividendos distribuídos 
dessas empresas e pela valorização das ações delas no mercado. Quanto maior o 
lucro das empresas em cada exercício, maior também será a sua parte, já que cada 
ação representa uma unidade do capital de uma companhia.
 
Então, para que você tenha uma trajetória mais positiva dentro do mercado de ações e 
também uma boa base teórica, selecionamos alguns textos (já publicados em edições 
anteriores da InvestMais) que podem tornar os seus investimentos muito lucrativos 
e, se levados a sério, irão ajudá-lo a parar de perder dinheiro na bolsa.
Veja como os banqueiros suíços acertaram e se tornaram milionários, quais os 
principais erros, o que é mais importante saber na hora de ganhar mais dinheiro, etc. 
Faça bom proveito do material que selecionamos para você e bons investimentos!
Um abraço,
Equipe InvestMais
A R E V I S T A D O I N V E S T I D O R N A B O L S A
w w w . r e v i s t a i n v e s t m a i s . c o m . b r
w w w . b l o g d a i n v e s t m a i s . c o m . b r
D iferente de outras obras sobre investimentos, o livro Axiomas de Zurique é polêmico, põe à prova, segundo o autor, alguns dos preceitos de mercado. Nele, Max Gunther descreve em 28 
tópicos os segredos dos banqueiros suíços. 
 Você pode não acreditar em muitos dos preceitos descritos por Gunther, mas vale a pena lê-los 
para saber como pensam os banqueiros suíços. Confira se você já não está investindo, ou melhor, 
especulando seguindo o raciocínio dos banqueiros suíços.
Grandes axIoMas
do risco – Preocupação não é doença, mas sinal de saúde. se você não está preocupado, não está 
arriscando bastante
Arrisque-se, não tenha medo de se machucar um pouco. Nesse axioma, Gunther, com a ajuda do professor 
Gerald Loeb, enriquece as páginas do livro com a história de duas grandes amigas. Sylvia, a Sóbria, queria 
ter uma vida estável e Mary, a Louca, que buscava a grande oportunidade de ficar rica. 
 Mary perdeu algumas vezes, se preocupou muitas vezes, mas ganhou. Na época do ouro, na bolsa 
de valores, veio a sua melhor jogada, que a tornou rica nos anos 70. Mary comprou ouro ao preço entre 
40 a 50 dólares a onça, quando o mercado não recomendava. Ao final da década de 70, o ouro atingiu 
875 dólares, Mary vendeu a 600 dólares. Assumiu os riscos e se tornou rica. 
 Sylvia nunca arriscou – com o fim do casamento e sucessivas perdas, voltou a trabalhar em uma 
corretora até, enfim, se aposentar.
da ganância – realize o lucro sempre cedo demais!
Não tente espremer o bagaço da laranja se você já tem o suco. Raramente funciona. O caminho para o 
desastre pode ser inevitável. Realize o lucro e caia fora. 
da esperança – Quando o barco começar a afundar, não reze. abandone-o!
Saber sair de uma situação difícil é um dos mais raros dotes especulativos. Quando é a hora certa de partir, 
ou melhor, abandonar uma ação? Há quem diga que é a peça mais importante do instrumental de um 
especulador. Se você souber distinguir a hora certa já está um passo a frente dos outros especuladores.
das previsões – O comportamento do ser humano não é previsível. Desconfio de quem afirmar que 
conhece uma nesga que seja do futuro
O especulador de sucesso não baseia suas jogadas no que vai acontecer, ele reage ao que realmente 
acontece. Com grande frequência, é um erro ouvir previsão de especialistas. Afinal, será mesmo que todos 
esses especialistas tornaram-se ricos? 
Grande axioma dos padrões – até começar a parecer ordem, o caos não é perigoso
O mundo do dinheiro é um mundo desordenado, segundo os banqueiros do clube, um absoluto caos. De 
vez em quando, parecem formar padrões ou desenhos, como num céu repleto de nuvens ou em espuma 
do mar que quebra na praia. No entanto, são transitórias. 
 Uma excelente lição foi a do Fundo Soberano da Arte Americana. Inspirado no caso de sucesso de 
um quadro de Louise Moillon, uma pintora francesa do século XVII, quando uma mulher pagou 1.500 
dólares pela tela e, um ano depois, Louise Moillon entrou na moda, e a mesma tela foi vendida em Nova 
Iorque por 120 mil dólares. 
 Criado por especialistas, o Fundo comprou obras-primas que prometiam e ficaram somente na 
promessa: as cotas de ações do Fundo no lançamento eram negociadas a mais de 30 dólares. Passados 
dois anos, e sem sequer uma considerável descoberta, as ações não valiam 1 dólar.
Para ficar rico...
Os 28 segredos dos 
banqueiros suíços 
que chegaram lá
Por Francisco Tramujas
01º
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05º
da mobilidade – evite lançar raízes. Tolhem suas movimentações!
Fique solto, pronto para pular fora se surgir algum problema ou se algo melhor aparecer. Olhe esse 
negócio de raízes com cuidado. Se deixar que se intrometa na sua vida financeira, pode lhe custar mais 
caro do que imagina.
da intuição – Só se pode confiar num palpite que possa explicar
Por melhor que pareça o palpite, não permita que ele o arraste a excessos de confiança. A preocupação 
constante é “voz interior” do especulador de sucesso. A intuição pode ser um instrumento útil a ele; porém, 
não é a mais procurada e infalível para decisões financeiras 100% corretas.
 da religião e do ocultismo – É improvável que entre os desígnios de Deus para o universo se inclua 
o de fazer você rico
Deus é capaz de fazer muito por você, mas o seu saldo no banco é algo que não o preocupa. Isso é problema 
seu! Apoiar-se no sobrenatural tem o mesmo efeito que apoiar-se em previsões ou em ilusões de ordem.
Do otimismo e do pessimismo – Otimismo significa esperar o melhor, mas confiança significa saber 
como se lidará com o pior. Jamais faça uma jogada por otimismo apenas
Cuidado! O otimismo é do homem e provavelmente incurável. Então, mantenha um olho para espiar um futuro 
impenetrável. Nós somos convencidos a esperar o melhor, e talvez seja impossível a vida sem otimismo. 
Esse axioma não refuta otimismo, mas diz que não se deve entrar em nenhuma jogada apenas com otimismo. 
Antes de pôr o seu dinheiro num negócio, pergunte como se safará se der errado. 
Do conselho – Fuja da opinião da maioria, provavelmente está errada
Mais vale um pássaro na mão que dois voando. Mantenha uma carteira diversificada. Arrisque 
somente o que pode se permitir perder e assim por diante. Todos esses sábios conselhos fazem parte 
do conhecimento popular.
 À medida que esses chavões são repetidos, quem estiver por perto balançará a cabeça e dirá: 
“Excelente conselho!”. E Gunther nos traz ao axioma com a frase: “A maioria das pessoas acredita 
que os antigos clichês são verdades indiscutíveis. Isto posto, vale a pena observar que a maioria das 
pessoas não é rica”.
da teimosia – Se não deu certo da primeira vez, esqueça
Muitos dão vida aos papéis como se eles sozinhos tivessem força, por exemplo: “Esse investimento levou 
o meu dinheiro. Eu vou ficar atrás dele até pegar o meu de volta ou não me chamo Fulano de Tal!”. Junto 
a isso, vagos sentimentos de vingança: “Esse papel vai ver quanto custa me fazer de bobo!’’. Todas essas 
razões emocionais fervendo no mesmo caldeirão resultam num estado de espírito no qual o raciocínio do 
especulador vai para o espaço. 
Do planejamento – Planejamentos a longo prazo geram a perigosa crença de que o futuro está sob 
controle. É importantejamais levar muito a sério seus planos a longo prazo nem os de quem quer 
que seja.
O mundo no qual serão conduzidos os seus assuntos financeiros, daqui a 20 anos, está oculto por trás de 
uma cortina que não deixa passar a luz. Não se pode saber se existirá um mundo do dinheiro, se do dólar 
ou o que comprar com um dólar.
 Quando enxergar uma oportunidade, corra atrás; quando vir o perigo, dê o fora.
axIoMas Menores
1º. Só aposte o que vale a pena perder
Do que adianta apostar 100 dólares? Se você apostar 100 dólares e tiver muita sorte nos investimentos, 
terá 150 dólares e continuará pobre. 
 Na opinião de Gunther, a única maneira de derrotar o sistema é apostando quantias que valham a 
pena. Isso não significa que deve jogar com somas que, perdidas, o levariam à falência. 
2º. Resista à tentação das diversificações
Distribuir os investimentos a fim de cobrir todas as eventualidades pode até dar, segundo o autor, “um 
quentinho na barriga”. Para os banqueiros suíços, você está protegido de praticamente todos os perigos 
– inclusive do “perigo” de ficar rico.
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02º
Entre no negócio sabendo quanto quer ganhar: quando chegar lá, caia fora
São inúmeras as atividades nas quais as posições inicial e final são claramente visíveis, percebidas e 
compreendidas. Quando um corredor chega ao fim dos 1,5 mil metros, sabe que é o fim. Na especulação 
financeira, a reta final é traçada por você. 
Aceite as pequenas perdas com um sorriso, como fatos da vida. Conte incorrer em várias, enquanto 
espera um grande ganho
Uma grande lição para o especulador de sucesso é aceitar as pequenas perdas. São parte do custo da 
especulação e através delas é que se compra o direito de esperar os grandes ganhos.
Cuidado com a armadilha do historiador
Geralmente, as consequências da armadilha do historiador não costumam ser graves. “Toda vez que a 
gente combina se encontrar para um drinque, ela arranja um problema no escritório e chega atrasada.” As 
pessoas estão sempre se deixando embrulhar nessas expectativas não confiáveis – o que é uma bobagem, 
mas não oferece perigos. 
 Max Gunther ainda destaca: “Quando o seu dinheiro entra no negócio, porém, a armadilha do 
historiador se torna perigosa. Você pode acabar duro!”.
Cuidado com a ilusão do grafista
O mercado de ações não estabelece padrão algum. A ilusão do grafista, frequentemente, é uma extensão 
gráfica da armadilha do historiador. Eles acreditam que o preço futuro de uma ação pode ser determinado 
por meio de gráficos nos quais são registradas as oscilações de preço passadas.
 Quando as coisas não ocorrem como espera – ou seja, em mais ou menos 50% das vezes –, o grafista 
assumirá a culpa. E insistirá em que o problema foi ele não ter sido esperto o bastante. 
 
Cuidado com a ilusão de correlação e a ilusão da causalidade
O ser humano vive a constante busca da ordem. Não se sente à vontade no caos e, se for a única maneira de 
se satisfazer, é capaz de refugiar-se num mundo de fantasias. Então, quando ocorrem dois ou mais eventos 
perto uns dos outros, vamos logo descobrindo elos causais entre eles. Isso nos deixa mais confortáveis, 
mesmo que esses elos de fato não existam.
Cuidado com a falácia do jogador
É surpreendente a quantidade de gente sabida que se deixa levar pela falácia do jogador. A ideia é a pessoa 
começar com algumas apostas pequenas – um ou dois dólares nos caça-níqueis, por exemplo – para ver 
como anda a sorte. Se a máquina engolir a sua oferenda sem sequer agradecer, é que a sorte não está com 
você naquela noite; o melhor que tem a fazer é voltar para o hotel e ficar vendo televisão. Se a máquina, 
porém, lhe devolver a oferenda com juros, essa é a sua noite para despejar dinheiro nos dados e na roleta. 
Numa operação que não deu certo, não se deixe apanhar por sentimentos como lealdade ou 
saudade
Há momentos que você deve escolher entre raízes e dinheiro. A razão pela qual resolveu especular no 
mercado financeiro foi ganhar dinheiro, logo é um erro se prender ao material em que o seu capital foi 
investido. 
Jamais hesite em sair de um negócio se algo mais atraente aparecer à sua frente
Não se apegue a coisas, somente a pessoas. Apegar-se a coisas prejudica a sua mobilidade, a sua capacidade 
de mover-se rapidamente quando as circunstâncias exigem. Tendo lançado raízes, a sua eficiência de 
especulador diminui demais.
Jamais confunda palpite com esperança
Examine os palpites com cuidado, analise os fatos com a razão e atenção redobrada no caso de complicações, 
não deixe a esperança “cegá-lo”. 
se astrologia funcionasse, todos os astrólogos seriam ricos
Dê uma olhada nos praticantes da astrologia, especialmente nos que afirmam serem os seus 
mestres, sacerdotes ou gurus e faça uma única pergunta: eles estão ricos? Por mais que as doutrinas 
ocultistas possam fazer pela sua paz interior, o que elas não farão é aumentar o seu saldo bancário. 
 
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Não é necessário exorcizar uma superstição. Podemos curti-la, desde que ela conheça o seu lugar
Mantenha os dois mundos – dinheiro e o sobrenatural – bem separados. Esperar ajuda de Deus, do oculto 
ou de poderes mentais, além de inútil, pode levá-lo a um estado de graça, sem preocupações, o que é um 
péssimo estado para um especulador. 
Jamais embarque nas especulações da moda. Com frequência, a melhor hora de se comprar alguma 
coisa é quando ninguém a quer
A maioria, muitas vezes, está errada. Cada caso é um caso, e você tem de pensar por si mesmo antes 
de envolver o seu dinheiro em riscos. A pressão em cima de você será a dos que querem obrigá-lo a ir 
com o rebanho. Essas especulações tipo maria vai com as outras podem custar caro. É da natureza delas 
que você compre na alta e venda na baixa. A mais poderosa arma para preservar seu dinheiro é resistir 
a essas pressões.
Jamais tente salvar um mau investimento fazendo “preço menor”
Não saia caçando um investimento por teimosia. Não engula a ideia mentirosa de que é possível melhorar 
uma situação ruim fazendo preço médio. Não abra mão dessa liberdade a troco de ficar obcecado com 
uma transação que não deu certo. Não fique “cego”!
Fuja de investimentos a longo prazo
Cuidado com a futilidade e com os perigos de se planejar para um futuro que nem você nem ninguém 
sabem exatamente o que pode acontecer. Não se enraíze em planos ou investimentos a longo prazo. 
Em vez disso, reaja aos fatos à medida que eles se apresentam, no momento. Coloque o seu dinheiro 
em negócios, também à medida que se apresentam, e tire-os dos riscos assim que apareçam. Valorize a 
liberdade de movimentos que o permitirá agir dessa forma.
13º
14º
15º
16º
Para saber mais
Livro: Os axiomas de Zurique – Os 
conselhos dos banqueiros suíços 
para orientar seus investimentos
Autor: Max Gunther
Editora: Record
É uma constante do ser humano: após uma grande crise, todos ficam meio filosóficos, tentando encontrar motivos para o acontecimento, buscando juntar os caquinhos da velha ordem para 
começar algo novo. Procuramos sempre aprender com o que passou para evitar que os mesmos 
erros aconteçam no futuro.
 Crises vêm e vão. E sempre aprendemos muito com elas, por exemplo: foi graças ao crash 
da bolsa de Nova Iorque, em 1929, que o economista Benjamin Graham desenvolveu a teoria 
fundamentalista que hoje rege boa parte dos investimentos das pessoas na bolsa de valores.
 Quando aquela crise passou, Graham e seus primeiros seguidores estavam muito mais 
preparados para investir – e ganhar. Da mesma forma, podemos sair dessa crise mais preparados, 
prontos para investir de maneira mais inteligente e menos propensa a riscos.
o PonTo da vIrada
A InvestMais ouviu especialistas do mercado a fim de saber que sinais marcam o fim de uma crise. A economista 
Fátima Toledo disse que, apesar de existiremalguns indícios que podem demonstrar a diminuição dos efeitos de 
uma crise, cuidados devem ser tomados ao analisá-los. Tanto a desaceleração como a aceleração da economia são 
processos graduais, que têm desdobramentos e consequências em vários níveis. “Vamos lembrar que a trajetória de 
desaceleração ou de contração do nível da atividade econômica, que começou no último trimestre de 2008, teve, 
a partir da obstrução dos canais de crédito nos mercados financeiros internacionais, impacto em efeito dominó 
em diversos setores da economia real por aqui, ou seja, a crise financeira se tornou econômica a partir de seus 
desdobramentos sobre a cadeia produtiva e a consequente adequação do nível de estoque”, comenta.
 Entretanto, a melhora de um índice apenas não quer dizer, necessariamente, que toda a economia irá melhorar. 
Prepare-se para analisar vários pontos, e não se deixe levar por apenas um índice:
O que aprender com 
(qualquer) crise
Da Redação
 volume de investimento –•	 Esse fator foi apontado por Álvaro Bandeira, economista chefe da Corretora Ágora. 
No entanto, não bastam poucos dias em que o volume de negócios na bolsa bata recordes ou o anúncio de um 
grande investimento feito por uma empresa: “Estamos falando de um mercado forte, de investimentos constantes 
para sustentá-lo e com volume considerável”. Fique de olho nos números do índice Bovespa para identificar 
quando grandes investidores começam a comprar mais – e em grande volume – e vender menos. 
 recuperação do nível de produção industrial –•	 Esse fator foi levantado por Arthur Carvalho, da Ativa Corretora 
de Títulos. Ele afirma que esse índice, publicado por órgãos como a Confederação Nacional de Indústria (CNI), 
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e IBGE, é importante porque, depois dele, vêm 
várias outras melhorias. “Somente depois que a indústria recuperar seus níveis de produção é que teremos uma 
recuperação do nível de emprego de forma gradual e constante”, afirma.
Mas ressalva que as pessoas devem ter cuidado para não confundir ajustes de estoque com melhora 
nos níveis de produção. “O que acontece nas crises é que, às vezes, vemos uma melhora ligeira na produção 
industrial, mas que ocorre devido ao ajuste de estoque. Funciona assim: as empresas produzem esperando uma 
grande demanda que não se realiza, então cortam a produção até que baixe seu estoque. Quando isso acontece, 
voltam a produzir um pouco mais, porém ainda bem abaixo do que faziam. Se antes produziam dez, passam a 
produzir quatro a fim de baixar o estoque, depois sobem para cinco ou seis”, constata.
No primeiro trimestre de 2009, por exemplo, os números do IBGE apresentaram resultados contraditórios: 
por um lado, houve uma recuperação em comparação a dezembro – a produção cresceu 4,8% . Entretanto, esse 
número ainda é 14,7% menor que o registrado no primeiro trimestre do ano passado. Além disso, pela primeira 
vez, em 22 trimestres, a produção de bens de capital (máquinas que fazem máquinas industriais) caiu. Em relação 
a fevereiro de 2008, o segundo mês deste ano apresentou uma queda nos empregos da indústria de 0,6% – sexta 
queda consecutiva, comparando-se com o mesmo período do ano anterior. Ainda há empresas diminuindo a 
produção e dando férias coletivas. A Braskem (BRKM3), por exemplo, anunciou em abril que suspenderia 
temporariamente a fabricação da matéria-prima do nylon em sua fábrica. Não são notícias animadoras.
 Aumento nas vendas do varejo –•	 Esse índice foi destacado por Fátima Toledo. Podemos ver a correlação 
direta desse nível com a melhoria da situação do País: se as pessoas consomem mais, é porque estão com mais 
dinheiro. Novamente, há alguns fatores que podem maquiar tal índice, como os recentes incentivos do governo 
para a aquisição de automóveis e eletrodomésticos da linha branca. Mas pegue, por exemplo, o Pão de Açúcar 
(PCAR4), que anunciou um lucro líquido de R$94,859 milhões no primeiro trimestre deste ano – uma alta de 
185,5% ante o verificado no mesmo período de 2008. A Hypermarcas (HYPE3), voltada ao consumidor de baixa 
renda, apresentou um lucro líquido de R$384,7 milhões – 72% superior ao primeiro trimestre do ano passado. 
Esses resultados já mostram o início de uma recuperação sólida no varejo, que pode indicar que tempos melhores 
virão pela frente. Nesse setor, o Brasil está muito acima da média. Uma pesquisa realizada em 11 mercados da 
América Latina, Europa e Ásia mostraram que o Brasil fica apenas atrás da China e Polônia no crescimento do 
consumo de bens não duráveis, entre fevereiro de 2008 e fevereiro deste ano. 
 Psicologia do mercado –•	 Por mais que os números melhorem, Fátima Toledo revela mais um índice, esse 
mais complicado de se medir: “Quanto tempo levará para que o medo de investir e consumir seja, de fato, 
superado é algo difícil de avaliar. Mesmo para um otimista, seria mais apropriado dizer que estamos entrando 
em um ciclo virtuoso que falar no fim da crise. A prudência é uma virtude que deve ser praticada”. Em suma, 
o mercado pratica o velho ditado “Gato escaldado tem medo de água fria”. Todos estão com a lembrança de 
grandes perdas financeiras muito frescas na memória, por isso é natural que tenham receio de voltar a investir em 
peso. Para analisar esse índice, é preciso ficar de olho nas notícias nacionais e internacionais. Nesse momento, 
por exemplo, os mercados imobiliários dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha começaram a se recuperar. Na 
Alemanha, o índice local de confiança do investidor está positivo pela primeira vez em dois anos. Ainda há muito 
que recuperar nesse fator. Entre outubro de 2008 – auge da crise – e abril de 2009, o número de pessoas físicas 
investindo na Bovespa caiu de 542.142 para 519.057. 
 efeito bolha –•	 Entretanto, é possível que os números de uma bolsa de valores melhorem sem motivo aparente, 
sem apoio claro de nenhum dos pontos observados acima. No entanto, é preciso tomar cuidado nesses casos, por 
exemplo: em março e abril, houve uma rara conjuntura de fatores que ajudou muito o Bovespa. As outras bolsas 
do mundo iam de mal a pior e, aqui dentro, enquanto fundos de investimentos deixavam de ser atrativos graças à 
queda de juros, o governo estudava diminuir o rendimento da poupança. Assim, a bolsa do Brasil assumiu o papel 
de salva-vidas dos investimentos, um dos poucos lugares no mundo onde valia a pena colocar o dinheiro. Hoje, a 
situação já mudou. Analistas do banco Santander disseram que as ações brasileiras estão “caras demais”, enquanto 
o Deutsche Bank espera uma “correção” de até 15% para baixo durante o segundo trimestre de 2009. Esse mesmo 
banco mudou sua recomendação para a BM&FBovespa (BVMF3), de “compre” para “segure”. Ciclos de euforia 
assim são tão prejudiciais quanto as crises. Observe e refugie-se em números sólidos antes de investir. 
3 PASSOS FáCEiS PARA vOLtAR A iNvEStiR NA bOLSA
Aceite que você nunca vai comprar no ponto mais baixo do mercado –1. Há duas formas de encarar 
um mercado em queda: a primeira afirma que ninguém pega faca caindo, por isso deve-se esperar o 
mercado parar de cair para investir. E a segunda vê quedas como comprar notas de R$1,00 por R$0,50, 
que entende que se está ganhando de qualquer maneira. Prefira se concentrar nos números da empresa 
e invista consciente, sabendo que você corre, sim, o risco de ver essa ação cair mais um pouco. Pense 
a longo prazo. 
desenvolva um plano –2. Que tipo de ação você busca? Aquelas que rendem bastante dividendo? As 
com maior potencial de crescimento? Ou as com maior participação no índice Ibovespa? Ter uma 
estratégia clara no momento de escolher seus investimentos faz toda a diferença na hora tanto de 
investir como, meses mais tarde, realizar/vender. 
siga o plano –3. Ignore as fofocas do mercado. Siga seu plano de investimentos e apoie-se em dados 
sólidos. 
Colaboração: Brasílio Andrade Neto
Ao investirno mercado de ações, é essencial ter um bom conjunto de regras, e o investidor precisa segui-las a fim de preservar capital e cortar custos. Ele necessita também considerar 
as chances de suas ações terem ganhos ou perdas. Os objetivos de preço e metas devem ser 
uma parte importante em qualquer filosofia de investimento. Com um gerenciamento de dinheiro 
eficiente e uma expectativa calculada, o investidor deve fazer seus investimentos apenas em 
situações em que as probabilidades estiverem a seu favor. 
 No difícil mercado financeiro, pode não ser inteligente comprar diversas ações a curto prazo, pois a chance de 
conseguir ganhos expressivos tende a ser bem pequena. Outro grande componente que trabalha em benefício dos 
investimentos é a psicologia humana e/ou as emoções humanas. Ações são feitas de características semelhantes às 
das pessoas que as criam: algumas são arriscadas e voláteis, enquanto outras, conservadoras e previsíveis. O mercado 
repete ciclos e padrões específicos porque os seres humanos repetem suas ações e tendências de caráter.
 Agora, vamos à mesa de poker. Quando estou à mesa e começo a jogar, meu primeiro objetivo é familiarizar-me 
com os traços de caráter dos outros jogadores. Com dez apostadores, existe tempo suficiente para avaliar as pessoas 
com quem se está jogando, sem arriscar uma grande quantidade de dinheiro. Certa vez, depois de várias rodadas, 
fiquei consciente de que o cavalheiro à minha direita só apostava em algumas “mãos” e desistia em várias outras. Ele 
estava muito irritado, nervoso e dobrava suas cartas com força, demonstrando isso. O cavalheiro à minha esquerda 
também jogava alto com as probabilidades, mas eu o vi apostando em algumas rodadas perigosas e com baixas 
chances de ganho. Um cavalheiro, do outro lado da mesa, blefava bastante e sempre tinha um sorriso falso no rosto. 
 Eu desafiei esse homem diversas vezes e paguei para ver as cartas dele, porque eu sentia que ele não tinha nada. 
Na maioria das vezes, eu estava certo e conseguia vencê-lo, mesmo com uma “mão” não tão boa. E a grande lição de 
tudo isso é que todos os jogadores de poker, assim como os investidores, levam suas emoções à mesa.
 Não falarei sobre as regras do poker, mas uma coisa que posso dizer é que apenas dois jogadores precisam apostar 
por rodada, enquanto os outros podem apenas ver suas duas primeiras cartas sem arriscar um centavo. A moda 
atual nos Estados Unidos, e que me entusiasma quando estou no ambiente, é o Texas Hold’em. Os dois jogadores 
necessários para apostar representam o big blind e o small blind. Se é você quem dá as cartas (dealer) ou qualquer 
um dos outros jogadores que não os dois blinds, pode ver suas duas primeiras cartas “de graça”, sem a obrigação de 
apostar. Caso sua “mão” seja fraca, você pode desistir e manter o que já tinha.
 Aqui vai algo interessante: se eu tenho uma “mão” decente, posso decidir aumentar o blind e ver as próximas 
três cartas no flop (três cartas colocadas na mesa), o que ainda é um investimento de baixo risco. Caso o flop não me 
dê as cartas de que preciso, posso imediatamente desistir e esperar pelo próximo jogo. O mesmo acontece quando 
se investe, já que consigo cortar custos e esperar pela próxima oportunidade sem arriscar tudo o que já tenho se 
perceber uma perda imediata. Se as cartas são boas e minhas probabilidades de ganhar a “mão” também, posso 
o poker e o mercado de ações
Por Chris Perruna
apostar ou aumentar a aposta. A quarta e a quinta carta (turn e river) são colocadas na mesa depois do flop e as apostas 
continuam a cada rodada. Novamente, decido se quero apostar, aumentar o valor da aposta ou desistir. 
A ligação que estou querendo fazer entre investir no mercado de ações e jogar poker diz respeito diretamente 
ao corte de custos (preservação de capital e gerenciamento de dinheiro) e às chances de ganhar o jogo (o que, no 
mercado de ações, pode ser chamado de expectativa). 
Em minha opinião, o melhor a ser feito em um cassino é apostar de U$1 a U$2 sem limite. Isso significa, em 
muitos casos, que os blinds são mantidos a um valor mínimo e que apenas lhe custará um par de dólares para ver o 
flop. No mundo real, no dos investimentos, você deve sempre colocar dinheiro depois de ter boas ideias. O ganho ou 
perda seguinte dizem se você estava certo ou não. Mais uma vez, o indispensável, em ambos os jogos, é cortar custos 
e continuar jogando sem misturar emoções e decisões.
Todos os investidores e jogadores de poker levam suas emoções à mesa. Alguns podem controlá-las, 
enquanto outros empregam melhores sistemas para entenderem as probabilidades. O essencial é compreender a 
situação a seu redor e ter um sistema para aumentar suas chances. Nunca aposte em uma “mão” que represente 
pequenas possibilidades de ganho e jamais desperdice um passeio que possa multiplicar seus lucros. Corte gastos, 
saia do jogo e espere a próxima oportunidade, pois ela sempre aparece.
Chris Perruna é norte-americano e autor de 
um blog que trata a respeito do mercado de 
ações, finanças, sucesso e da vida.
visite o site: www.marketstockwatch.com
Este artigo apresenta um resumo das ideias do livro The little book that beats the market, de Joel Greenblatt, e faz uma análise da aplicabilidade dos conceitos abordados na obra para o 
mercado brasileiro. 
 Joel Greenblatt é professor da Columbia Business School, em Nova Iorque, e gestor do fundo de investimentos 
Gotham Capital, sediado na mesma cidade. Em 2006, escreveu esse livro com o intuito de oferecer uma fórmula 
de investimentos simples de se entender e que gerasse retornos superiores à média do mercado. Essa obra foi, na 
verdade, escrito para seu filho. O desejo de Greenblatt era que a criança crescesse entendendo os princípios que 
fizeram seu pai ser bem-sucedido na gestão de recursos do Gotham Capital.
 O título do livro reflete a preocupação do autor de ser entendido por qualquer pessoa, com conhecimento sobre 
investimentos ou não. Traduzindo para o português seria algo como O pequeno livro que bate o mercado, porém a 
versão traduzida ficou com o título O mercado de ações ao seu alcance.
 Ainda mais popular é o nome que Greenblatt deu ao método de investimento proposto em seu livro: Magic Formula. 
Essa fórmula nada mais é que um método de investimento que visa garantir a compra de uma boa empresa a um preço 
razoável, ou seja, com um bom desconto. Esse método parte do pressuposto de que os investidores, em geral, cometem 
erros de avaliação que fazem com que boas companhias sejam vendidas a preços inferiores a seu real valor. 
 Com a fórmula mágica, cria-se um ranking das empresas com alto valor, calculado através do retorno sobre o 
capital, e baixo preço, medido por meio da relação valor de mercado/geração de lucro. Uma maneira mais simples 
a fórmula mágica
Por Marco Antônio Goulart
de formar esse ranking é através de dois índices: o Retorno sobre Patrimônio Líquido (RPL), que é calculado 
dividindo o lucro líquido da empresa pelo seu patrimônio líquido e representa o quanto ela consegue gerar de lucro 
em relação ao capital investido pelos acionistas; e o índice Preço/Lucro (P/L), que é calculado dividindo o preço 
da ação pelo lucro líquido por ação e teoricamente representa o número de anos que o acionista levará para receber 
de volta o capital que investiu. 
 De forma resumida, o RPL verifica a saúde financeira da companhia, enquanto o P/L indica se o preço da ação 
é alto ou baixo. O ranking desses dois índices apresenta ações que geram um alto retorno sobre o capital investido 
e estão sendo negociadas a um preço baixo. Para formá-lo, basta listar as empresas de acordo com o P/L (do menor 
para o maior) e RPL (do maior para o menor) e somar as posições das duas listas. As organizações que obtiverem 
os menores valores são as que apresentam a melhor relação qualidade x preço. A Tabela 1 apresenta o ranking das 
cinco primeiras empresasnegociadas na Bovespa para o início de 2008. 
tabela 1: ranking magic formula simplificada
Empresa P/L RPL Posição RPL Posição P/L Soma
La Fonte Par 2,5 37,9 14 21 35
Light S.A. 5,7 40,4 12 26 38
Banese 6,3 37,4 15 28 43
Banrisul 4,8 32,8 21 23 44
Energisa 8 51,6 6 43 49
 Em seu livro, Greenblatt faz algumas considerações sobre essa simplificação e sugere a utilização de indicadores 
mais sofisticados, quando disponíveis. Recomenda-se ainda a leitura da obra para um melhor entendimento. 
 O autor argumenta que os retornos obtidos historicamente com a utilização da fórmula são superiores ao retorno 
médio do mercado norte-americano. No período de 1988 até 2004, o retorno da magic formula foi de 22,9% a.a., 
contra um retorno de 12,4% a.a. do S&P500.
 A ideia proposta é que o investidor forme uma carteira baseada na fórmula mágica com cerca de 12 ações. Para 
formá-la, ele deve comprar três ações a cada trimestre (sempre as melhores no ranking). Essas ações devem sofrer 
um rodízio anual, por exemplo: no primeiro trimestre de 2009, o investidor comprou as três ações de melhor posição; 
no primeiro trimestre de 2010, ele deve vender essas ações e, com os recursos da venda, comprar novamente as três 
melhores ações de acordo com o ranking de 2010.
 Como essa fórmula é simples e fácil de aplicar, surge a pergunta: “Se é tão fácil, por que todos os investidores 
não fazem isso? Se todos os investidores a utilizassem, ela continuaria funcionando?”. Greenblatt argumenta 
que, apesar da simplicidade da fórmula e da facilidade com que podemos montar o ranking, sua aplicação não é 
tão simples assim. A dificuldade está em manter nosso lado emocional longe da tomada de decisão. Ele lembra 
ainda que podem surgir períodos de um a três anos em que ela obterá um retorno inferior à média do mercado 
e que é muito comum o investidor desistir de sua utilização nesses períodos. Resumindo: geralmente acabamos 
tomados por emoções, como medo e ganância, que nos impedem de seguir rigorosamente uma estratégia de 
investimento.
 O analista James Montier publicou, em 2006, um estudo que corrobora com a fórmula de Greenblatt. De acordo com 
o seu estudo, a fórmula mágica obteve um retorno superior à média em mercados da Europa, Japão e Estados Unidos.
 Os resultados apresentados por Montier são ótimos, mas será que a fórmula funcionaria no Brasil? Com o 
objetivo de verificar essa possibilidade, fizemos um estudo com as empresas listadas na Bovespa no período de 
1998 a 2008. Os dados foram obtidos através do software Economatica, disponível no Laboratório de Mercado 
de Capitais (LABMEC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em média, 146 empresas fizeram 
parte do ranking anualmente. A fórmula simplificada (RPL e P/L) foi utilizada pela facilidade de acesso às 
informações, sendo removidas da amostra todas as companhias com P/L negativo e valores maiores que cem 
para P/L e RPL. 
 Para organizações com poucos negócios, foi considerado o preço da ação no último pregão em que houve negócio. 
O ranking é formado com base nos índices RPL e P/L do ano anterior. A Tabela 2 apresenta os retornos porcentuais 
para o Decil 1 e 10 por ano – o Decil 1 representa 10% das empresas melhor colocadas e o Decil 10 representa 10% 
das piores colocadas.
Ano Retorno Decil 1 (%) Retorno Decil 10 (%) Retorno Ibovespa (%)
1998 33 -33 -33
1999 189 254 152
2000 13 3 -11
2001 21 17 -11
2002 50 -11 -17
2003 115 81 97
2004 56 22 18
2005 43 33 28
2006 72 111 33
2007 106 30 44
2008 -26 -58 -41
tabela 2: Fórmula mágica no brasil
 O retorno da carteira formada pelas empresas melhor posicionadas no ranking é muito alto, um investimento 
teórico de R$100 em 1998 teria se transformado em R$9,880 mil no fim de 2008. Os mesmo R$100, se investidos no 
Ibovespa em 1998, teriam se transformado em R$368. Quando criado algum tipo de critério (por exemplo: volume) 
para separar empresas large caps de small caps, o resultado também é bastante favorável à fórmula de Greenblatt.
 As evidências empíricas são fortes em favor do funcionamento da fórmula mágica. Entretanto, todo esse resultado 
magnífico não significa que estatisticamente exista uma relação entre RPL e P/L de um ano e a oscilação da ação no 
ano seguinte. 
 Uma análise estatística é necessária para verificar se esses índices realmente estão relacionados à oscilação. 
Os resultados de alguns testes indicam que não é possível afirmar com segurança que exista uma relação entre 
o RPL e R/L e a oscilação do ano seguinte. É bom lembrar que nem sempre a evidência empírica – aquilo que 
vemos – realmente acontece. A aplicação de qualquer método de investimentos sem o devido conhecimento pode ser 
prejudicial ao patrimônio do investidor.
 Sem dúvida, Greenblatt acertou ao criar a fórmula mágica e, não por menos, recebeu elogios de Warren Buffett. 
As informações estão na mesa, cabe a cada investidor decidir se quer ou não seguir os conselhos desse bem-sucedido 
gestor de recursos.
Para saber mais
Livro: O mercado de ações ao seu 
alcance
Autor: Joel Greenblatt
Editora: Landscap
Marco antônio Goulart é graduado em administração e 
mestrando em administração pela Universidade Federal de 
Santa Catarina (UFSC). Investidor do mercado de capitais 
desde 2003, com avançado conhecimento em análise 
gráfica e fundamentalista nos mercados à vista e futuro, 
além de autor do site: www.marcofinanceiro.com.br.
A s finanças comportamentais vêm tendo cada vez mais uma maior evidência entre os investidores, sendo consenso entre todos que desprezar o emocional na hora de investir é 
uma tarefa praticamente impossível. Diante desse cenário, só existe uma receita para minimizar 
as perdas decorrentes das armadilhas do cérebro: investir em conhecimento.
 
 Na InvestMais, sempre procuramos trazer as melhores técnicas, conceitos e ferramentas para que você se torne 
um investidor independente e livre de vícios, como os que decorrem das questões emocionais. Por isso, trazemos um 
trecho sensacional do best-seller Investindo em ações no longo prazo: a bíblia do mercado de ações para o investidor 
de longo prazo. O livro, lançado no Brasil neste ano pela editora Campus/Elsevier, está em sua quarta edição e já 
vendeu mais de 200 mil exemplares nos EUA. 
 O autor, Jeremy Siegel, apresenta tudo o que o investidor precisa saber para investir e lucrar com ações a longo 
prazo, abordando desde a relação entre o ambiente econômico e as ações até conceitos de análise técnica, passando 
por mais 19 capítulos fundamentais a qualquer investidor de longo prazo.
 No capítulo em que aborda as finanças comportamentais e a psicologia do investimento, Siegel simula um 
brilhante diálogo entre um consultor de investimentos e Dave, um investidor desesperado por ter perdido boa parte 
de seus rendimentos devido à sua teimosia em acreditar nas empresas tecnológicas no período da bolha da internet. 
Inconformada por ver três quartos de sua aposentadoria reduzida a pó, a esposa de Dave o obriga a se consultar com 
um especialista em finanças comportamentais. As lições são imperdíveis e, após ler essa “consulta”, você certamente 
vai rever suas crenças alimentadas por suas emoções, acompanhe:
“Consultor de investimentos – Primeiro, vamos discutir sua decisão de entrar nas ações da internet. Volte a outubro 
de 1999. Você lembra por que decidiu comprar essas ações?
dave – Sim. Minhas ações não estavam indo a lugar algum e meus amigos de trabalho estavam investindo na 
internet e fazendo bastante dinheiro. Havia muita excitação sobre essas ações, todos afirmavam que a internet era 
uma revolução da comunicação que modificaria os negócios para sempre.
aprenda 
com o 
fracasso 
de um 
investidor 
teimoso
Por João Guilherme Brotto
Ci – Quando todo mundo está excitado com o mercado, você deve tomar muito cuidado. O preço das ações não se 
baseia apenas em valoreseconômicos, mas também em fatores psicológicos que influenciam o mercado. O economista 
da Yale University, Robert Shiller, um dos líderes do movimento das finanças comportamentais, enfatizou que as 
modas e as dinâmicas sociais têm uma função muito importante na determinação do preço das ações. Ele demonstrou 
que o preço das ações tem se mostrado muito volátil para ser explicado apenas por flutuações nos fatores econômicos, 
como dividendos e lucros. Shiller desenvolveu a hipótese de que muito da volatilidade adicional poderia ser explicado 
por modas e manias que têm grande impacto nas decisões dos investidores. 
dave – Eu até tinha minhas dúvidas sobre essas ações da internet, mas todos pareciam tão certos de que elas eram 
vencedoras. Se eu não comprasse, sentia que estava perdendo alguma coisa.
Ci – Sei. A bolha da internet e a tecnologia são um exemplo perfeito das pressões sociais que influenciam os preços 
das ações. As conversas nos escritórios, as manchetes dos jornais, as previsões dos analistas, enfim, todos alimentaram 
a compra louca dessas ações. Os psicólogos chamam essa tendência de seguir a massa de instinto de rebanho (ou 
efeito manada) – a tendência que os indivíduos têm para adaptar seu pensamento à opinião prevalecente. A propensão 
dos investidores de seguir a multidão é um aspecto permanente da história financeira. Há muitas ocasiões em que as 
‘massas’ estão certas, mas, normalmente, segui-las não é um bom caminho, por exemplo: quando uma companhia 
faz uma oferta por outra, muitas vezes aparecem outros pretendentes; quando uma IPO tem muita procura, outros 
investidores aparecem querendo comprar. As pessoas têm a sensação de que ‘alguém sabe de alguma coisa’, e elas 
não querem perder a chance. Algumas vezes, isso até está certo, entretanto, na maior parte das vezes, está errado.”
tRADiNg ExCESSivO, SObERbA E CuRvA REPRESENtAtivA
“Ci – Dave, vamos mudar de assunto. Examinando os registros de suas operações, vejo que você era um trader 
muito ativo.
dave – Eu tinha de ser. As informações novas chegavam toda hora. Então, sentia que precisava reposicionar meu 
portfolio constantemente para refletir as novas informações.
Ci – É extraordinariamente difícil ser um trader de sucesso. Mesmo pessoas brilhantes que devotam toda sua energia 
ao trading de ações raramente obtêm retornos superiores. O problema é que a maioria delas tem excesso de confiança 
nas próprias habilidades. Em outras palavras, o indivíduo médio – não importa se é um estudante, trader, motorista 
ou qualquer outra coisa – acredita que é melhor do que a média, o que, é claro, se trata de algo estaticamente 
impossível.
dave – O que causa essa confiança excessiva?
Ci – Seu sucesso inicial alimentou sua confiança. Você e seus amigos atribuíram seus ganhos nas ações às suas 
habilidades como investidores, mas, provavelmente, esses resultados decorriam de uma chance e nada mais. Outra 
fonte de confiança é decorrente da tendência de ver muitos paralelos entre eventos que parecem ser os mesmos. Isso 
é chamado de distorção representativa, o que, normalmente, ocorre devido ao processo de aprendizado humano. 
Quando vemos algo que parece familiar, formamos uma representação heurística para nos ajudar a aprender. No 
entanto, as semelhanças que vemos nem sempre são válidas, e nossas conclusões são distorcidas.
dave – Os relatórios de investimentos que recebo dizem que sempre que episódios como esse ocorreram no passado, 
o mercado se moveu na direção certa, o que indica que ele tende a fazê-lo novamente. Mas, quando tento utilizar essa 
recomendação, nunca funciona.
Ci – Há anos, economistas financeiros convencionais vêm alertando sobre encontrar padrões nos dados quando, 
na verdade, não existe nenhum. Esse processo é chamado de ‘garimpar dados’, e nunca foi tão fácil de fazer com a 
popularização dos computadores. Lance algumas variáveis para explicar o movimento de preço das ações e certamente 
você vai encontrar algumas combinações espetaculares – tal como, nos últimos cem anos, as ações subiram em todas 
as terceiras quintas-feiras do mês, quando a lua é cheia. Psicologicamente, os seres humanos não são preparados para 
aceitar toda a incerteza que existe na bolsa. Muitos se sentem desconfortáveis em aprender e aceitar que a maioria dos 
movimentos do mercado é randômica e não apresenta causa ou razão identificável. As pessoas têm essa necessidade 
psicológica profunda de saber por que as coisas acontecem.”
tEORiA DA PROSPECçãO, AvERSãO A PERDAS E CARREgAR tRADES PERDEDORES
“Ci – Deixa eu lhe fazer uma pergunta: quando você compra uma ação, como avalia seu desempenho?
dave – Calculo quanto a ação subiu ou caiu desde que a comprei. 
Ci – Exato. Normalmente, o ponto de referência é o preço de compra que os investidores pagam pela ação. Eles ficam 
tão fixados nisso que excluem qualquer outra informação. Richard Thaler, da University of Chicago, que produziu 
alguns trabalhos embrionários sobre o comportamento do investidor, refere-se a isso como contabilidade mental. 
Quando você adquire uma ação, abre uma contabilidade mental tomando o preço de compra como ponto de referência. 
A mesma coisa acontece ao comprar um grupo de ações de uma vez, ou você pensa em cada ação individualmente 
ou agrega as contabilidades todas em uma só. O fato de estar obtendo lucro ou prejuízo vai influenciar sua decisão 
de vender ou não essas ações. Além disso, em contas com múltiplas perdas, você tende a agregar perdas individuais, 
pois imaginar um grande prejuízo é mais fácil de digerir do que pensar em um monte de pequenos. Por isso, evitar a 
realização de perdas se torna o objetivo principal de muitos investidores.
dave – Você está certo. O pensamento de ter de realizar perdas em minhas ações de tecnologia me petrificava.
Ci – Essa é a uma reação completamente natural. Seu orgulho é uma das principais razões pelas quais você evita 
vender uma ação perdedora. Todo investimento envolve um compromisso tanto emocional quanto financeiro, o que 
torna difícil que se avalie objetivamente. Você se sente bem por ter vendido suas ações da internet com um pequeno 
ganho, mas as ações de rede que você adquiriu mais tarde nunca tiveram ganho. Mesmo quando as perspectivas se 
mostravam péssimas, você não só se agarrou a elas como também até comprou mais, na esperança de que iriam se 
recuperar.
dave – Sim, eu achava que comprar ações a preços mais baixos aumentaria minha chance de recuperar as perdas.
Ci – Você e milhões de outros investidores. Em 1982, LeRoy Gross escreveu um manual para corretores de ações 
no qual chamou esse fenômeno de empatitis ou a doença de tentar recuperar os prejuízos. Ele afirmou que é possível 
que ela tenha causado mais destruição aos portfolios que qualquer outro erro. É difícil, para nós, admitir que fizemos 
um mau investimento e é ainda mais difícil admitir esse erro aos demais. Mas, para ser um investidor de sucesso, 
você não tem escolha a não ser agir dessa maneira. As decisões em seu portfolio devem ser tomadas pensando nas 
perspectivas futuras. O que aconteceu no passado não pode ser modificado, trata-se de um ‘custo morto’, como os 
economistas gostam de dizer. Assim, quando as perspectivas não parecerem boas, venda a ação, não importando se 
está no lucro ou prejuízo.
dave – Achei que as ações estavam baratas quando comprei mais lotes. Muitas estavam 50% abaixo do topo.
Ci – Baratas em relação a quê? Em relação a seu preço passado ou suas perspectivas futuras? Você pensava que uma 
ação estava barata porque já havia custado 80 e estava custando 40, porém nunca considerou que 40 ainda poderia 
ser caro. Calcular o preço ‘correto’ de uma ação é uma tarefa tão complexa que é natural utilizar os valores recentes 
como uma âncora e depois considerar o preço atual uma pechincha.” 
REgRAS PARA EvitAR ARmADiLhAS COmPORtAmENtAiS
“dave – Como posso evitar essas armadilhas comportamentaise ser um investidor de longo prazo de sucesso?
Ci – Fico feliz que você não esteja fazendo trades, já que o trade de curto prazo é correto apenas para uma pequena 
fração de meus clientes. Para ser um investidor de longo prazo de sucesso, você tem de determinar regras e incentivos 
a fim de monitorar suas aplicações – isso é chamado de pré-compromisso. Assim, determine uma regra de distribuição 
de investimentos em ações e, depois, siga o planejamento. Se você tiver conhecimento suficiente, pode fazer isso 
sozinho, caso contrário, procure um consultor de investimentos. Não fique mudando o plano. Lembre-se de que os 
fatores básicos que geram retornos mudam muito menos do que pensamos quando estamos vendo as variações diárias 
de preços do mercado. Uma estratégia de investimentos disciplinada é quase sempre vencedora. Caso queira, pode 
continuar a fazer trades. Se você comprar ações para um trade de curto prazo, coloque uma ordem de stop loss para 
minimizar suas perdas. Não deixe que elas cresçam, com a esperança de que a ação voltará a subir um dia. Também 
não fale com seus amigos sobre seus trades. Viver se preocupando com suas expectativas fará com que você tenha 
mais dificuldade ainda em assumir um prejuízo e admitir que estava errando. 
dave – Tenho de admitir que, algumas vezes, eu gostava de fazer trades.
Ci – Se você realmente gosta de fazer trades, crie uma pequena conta para eles totalmente separada de seu portfolio. 
Todas as corretagens e impostos devem ser pagos por essa conta. Considere também que o dinheiro que colocar nela 
pode estar totalmente perdido, visto que ele realmente pode estar. E nunca considere ultrapassar o limite rígido que 
você estabelecer de dinheiro, o qual pode ser colocado nessa conta.
dave – Há muito o que absorver da sessão de hoje. Parece que eu caí em todas as armadilhas comportamentais. As 
boas notícias são que não estou sozinho e que seus conselhos ajudaram outros investidores.
Ci – Eles não apenas foram ajudados como também prosperaram. Para muitas pessoas, o sucesso nos investimentos 
requer um conhecimento muito mais profundo de si mesmas acerca do que o sucesso em seu trabalho ou, até mesmo, 
em suas relações pessoais necessita. Há muita verdade no velho adágio de Wall Street: ‘A bolsa de valores é um lugar 
muito caro para você descobrir quem você é’.”
Para saber mais
Livro: Investindo em ações no 
longo prazo: a bíblia do mercado 
de ações para o investidor de longo 
prazo
Autor: Jeremy Siegel
Editora: Campus/Elsevier
G anhar dinheiro aplicando em bolsa de valores não é o mesmo que ficar rico com ela, ainda que você possa comprar determinada quantidade de ações por R$5 mil e vendê-las por R$10 mil no mês seguinte. Parece 
incrível, a rentabilidade pode ser de 100% em apenas um mês, mas isso não o tornará rico.
 É dessa forma clara e bem-humorada que Paulo Portinho escreve seu livro O mercado de ações em 25 episódios. 
São diversas histórias e estudos para que você comece a acreditar que não é necessário ser vidente, expert ou sortudo 
para ter sucesso com investimentos. “Acredite ou não, muitos dos indivíduos que são bem-sucedidos na bolsa de 
valores seguem princípios e métodos bem mais simples do que você imagina”, afirma o autor.
 Se quiser investir, mas não ter a angústia de lidar com uma sucessão de erros e acertos, a leitura dessa obra é 
um bom caminho, pois ela mostra como ter a certeza do que você sempre soube em relação ao mercado de ações. 
Isso mesmo: você sabe, mas é convencido por si mesmo do contrário. O livro ainda apresenta respostas práticas e 
rápidas para as perguntas mais frequentes do investidor por meio da impressionante história de Arnaldo, confira-a: 
 
investindo na bolsa de valores por 13 anos: a história de Arnaldo é quase uma crônica motivacional
São poucos os brasileiros que investem a longo prazo e, para tornar mais real as vantagens de tal prática, Paulo 
Portinho conta a história fictícia de um engenheiro chamado Arnaldo, aluno mediano que nada entendia a respeito da 
bolsa de valores, mas que resolveu ouvir o conselho de seu avô sobre iniciar os investimentos aos 22 anos de idade.
 A bolsa assustava Arnaldo, porém seu austero avô sugeriu que, em sua idade, deveria seguir o princípio básico de 
guardar entre 10% e 20% de tudo que ganhava e, como opção, também lhe indicou a compra de ações da Companhia 
Vale do Rio Doce (VALE3). Mesmo sendo pouco ambicioso, o jovem resolveu seguir os conselhos de seu bem-
sucedido avô. 
 
A primeira compra e o primeiro susto a gente nunca esquece! 31 de janeiro de 1996
Nesse ano, Arnaldo resolveu ingressar na bolsa de valores. Na época, ele tinha um salário líquido de R$1,5 mil e 
decidiu investir, mensalmente, R$300,00, ou seja, 20% do que ganhava. Após a decisão tomada e esperando alguns 
dias para abrir sua conta, o jovem ligou para a corretora no intuito de fazer o aporte.
 — Bianor, tenho R$300 e quero comprar algumas ações ordinárias da Vale.
 — Arnaldinho, meu filho, seu avô avisou que você iria ligar. Olhe, uma ação da Vale custa, hoje, R$245,00. Com 
R$300, só se você comprar umazinha, né? A corretagem será de 2%, o.k.?
 — Certo, pode comprar. Quanto tenho de depositar? 
 — R$249,90.
 Arnaldo se sentiu “pobre” por conseguir comprar apenas uma ação da Vale e, a partir disso, passou a acompanhar o 
desempenho da empresa na Gazeta mercantil. Em apenas nove dias, suas ações subiram para R$265,00, e o jovem pensou: 
“Vovô é craque. Ele disse que o negócio era de risco, mas um aumento de quase 10% em dez dias não é nada mal!”.
Que tal obter 
mais de 400% 
investindo a 
longo prazo?
Leia a interessante história 
de Arnaldo que, por 13 anos, 
só investiu em ações da Vale 
Por Francisco Tramujas
29 de fevereiro de 1996
Ainda desabituado com o mercado de ações, Arnaldo entrou em contato novamente com a corretora para fazer seu 
segundo aporte – o valor da ação, agora, era de R$244,99.
 — Oh Bianor, isso está estranho! No mês passado, o preço das ações estava cotado a R$245,00, agora está a 
R$244,99? Isso parece loja de desconto! Esse é o valor certo?
 — Arnaldo, no momento, o preço é esse, mas daqui a pouco pode mudar. Posso pedir para comprar mais uma ação? 
 — Manda brasa, agora tenho duas ações da Vale.
 — Você vai ficar rico, garoto!
11 de abril de 1996
Ao consultar a Gazeta mercantil daquele dia, Arnaldo levou um susto: o jornal indicava que a ação da Vale estava 
cotada a R$25,70. Tenso, o jovem telefonou para a corretora:
 — Caramba, Bianor! Eu sabia que esse era um negócio de risco, que eu poderia perder muito, mas não pensei que 
fosse tão rápido! Minhas ações caíram quase 90%. O que houve?
 — Rapaz, não seja tão apressado. Não é nada disso. Acontece que as ações eram cotadas em lotes de mil. Na 
realidade, aquela ação que você tinha correspondia a mil ações. A Vale fez um grupamento de mil para um. Sei que 
parece maluquice, mas antes você possuía mil ações, que valiam R$0,2570 cada, e a cotação era demonstrada por 
lotes de mil, é por isso que via R$257,00, entendeu?
 — Não, não entendi nada. Se ela fez um grupamento, minhas ações não deveriam continuar valendo duzentos e 
poucos reais? Não esqueça que sou engenheiro, número é comigo mesmo!
 — Calma, ainda não acabou. Por esse valor ser muito alto, a Vale fez uma bonificação de 700%, ou seja, para cada 
ação que você tinha, a empresa deu mais sete.
 — Bianor, você está de brincadeira! Como é que ela me dá 700% de ganho assim?
 — Não é ganho algum, e sim um ajuste no preço. Se você tinha dez ações a R$80,00 cada, agora tem 80 valendo 
R$10,00. Não ganha nem perde, só dá mais liquidez à ação. Viu, agora, em vez de comprar apenas uma ação com 
seus R$300,00, vai adquirir dez!
 — É, Bianor, não há almoço de graça. Esse negócio de bolsa de valores é meio complicado.
31 de maio de 1996
Naquele mês, os R$300,00 depositados por Arnaldo compraram 11 ações da Vale cotadas a R$26,20. Como eledepositava sempre o valor correto para pagar os impostos e a taxa de corretagem, estranhou os R$0,04 que apareceram 
em sua conta e resolveu ligar para Bianor:
 — Bianor, você está me dando dinheiro, rapaz? Que R$0,04 são esses em minha conta? É um cafezinho de 
cortesia?
 — Arnaldo, a Vale declarou um dividendo de R$0,0016 por ação. Você tinha 24 ações na época da declaração, por 
isso recebeu R$0,04, não é bom? 
 —Bianor, o dividendo é isso? Você está brincando, certo? É muito pouco.
 E Arnaldo refletia com um ar de sarcasmo: “R$0,04. E meu avô ainda diz que vive de dividendos. Ele deve ser 
dono da Vale”.
 
1997 – um ano péssimo para a bolsa de valores
Com o início do ano, Arnaldo conquistou seu primeiro reajuste salarial, passando a ganhar R$1.643,40, o que 
significava que seu aporte em ações poderia aumentar. Em abril de 1997, as ações da Vale chegaram a R$33,00, 
mas a alegria do jovem investidor durou pouco. Em novembro desse mesmo ano, elas caíram para R$17,50. Como 
estudava cada dia mais sobre a empresa, Arnaldo não se assustava tanto com as repentinas quedas nas ações, pois, ao 
menos, isso lhe dava um poder de compra maior – com os seus pouco mais de R$300,00, em 1997, ele pôde comprar 
quase 17 ações. Em dezembro daquele ano, Bianor lhe telefona, dizendo:
 — Arnaldo, você tem quase R$160,00 em dividendos parados em sua conta. Por que não reinveste esse valor? 
Compre mais ações, elas estão a preço de banana.
 E, pela primeira vez, Arnaldo conseguiu utilizar seus dividendos para adquirir alguma coisa – seis ações da Vale, 
para ser mais exato.
se 1997 foi ruim para a bolsa de valores, 1998 foi ainda pior
Confiante em seus investimentos, o jovem investidor iniciou 1998 com um importante aumento em seu aporte. O 
ano prometia, já que 1997 tinha sido ruim. Agora, o salário de Arnaldo havia tido um novo reajuste, passando para 
R$1.730,00.
 Até o primeiro semestre do ano, as ações da Vale subiram, chegando a R$26,00 cada e, naquele momento, 
Arnaldo já possuía 340 ações. Mas aquele definitivamente não era um ano de alta, visto que as ações sucumbiram 
49%. Desanimado, Arnaldo telefona para Bianor:
 — Bianor, houve algum desdobramento ou bonificação da Vale? É que as ações caíram 50% em apenas dois meses.
 — Dessa vez, filho, é queda mesmo. Se formos analisar o período do último um ano e meio, a queda é de quase 
65%. Não está fácil por aqui, garoto. Entretanto, a empresa está forte, basta olhar os resultados: os dividendos têm 
sido ótimos em 1998. Bola para frente! Com a ação a R$14,00, não há como cair mais!
 No entanto, Bianor estava errado, as ações caíram a impressionantes R$11,20.
1999 – um ano a ser lembrado: o primeiro ganho real!
O ano começou com uma arrancada impressionante. Em apenas um dia, a bolsa de valores subiu 33%. O mês de 
janeiro foi fechado com 100% de aumento e as ações da Vale, vindas de um preço inicial de R$11,20, já custavam 
R$20,50. Após três terríveis anos para o mercado de renda variável, enfim as ações da empresa fecharam o ano em 
alta, valendo R$42,00, um crescimento de quase 300%. 
2000 – sem perdas e sem ganhos
O ano não teve muitas emoções para a bolsa de valores. Arnaldo seguia investindo 20% de seu salário, que agora era 
de R$1.912,73. Com cerca de R$30 mil aplicados, seus aproximadamente R$400 mensais pareciam não fazer muita 
diferença, mas ele continuava investindo mês a mês. 
2001 – o ano recorde de dividendos
Ganhando mais de R$2 mil líquidos, Arnaldo passou a guardar dinheiro em renda fixa para trocar de carro (possuía 
uma Brasília 1981) e dar entrada em um apartamento. Foi um ano interessante, pois ele ganhou Juro sobre Capital 
Próprio (JSCP) distribuído pela Vale – R$4,61 por ação. Ou seja, como Arnaldo chegou ao fim do ano com mais de 
mil ações, recebeu R$4,6 mil, que foram reinvestidos em novas ações da empresa. 
2002 – Quando a bolsa cai e a vale sobe
O excelente ano para as ações da Vale combinou-se com um bônus recebido por Arnaldo pelo ótimo desempenho 
no trabalho equivalente a seis salários, um pouco mais que R$12 mil – ele guardou o bônus para juntar ao restante 
destinado à compra do apartamento.
2003 – a bolsa sobe, e as ações da vale, um pouco menos
O valor das ações no fim de 2003 estava cotado a R$169,50, logo o aporte mensal de Arnaldo só comprava duas míseras 
ações, o que fez com que, pela primeira vez, ele entendesse o real motivo das bonificações e dos desdobramentos: a 
Vale teve um lucro maior que o dobro do ano anterior. 
2004 – Mais um ano excepcional para a bolsa
Para Arnaldo, o reconhecimento na empresa em que trabalhava continuava em alta. Mesmo sem mudar de função, 
recebeu um bônus de 12 salários, quase R$30 mil, e esse dinheiro foi destinado para a compra do tão sonhado 
apartamento.
Finalmente, quando as ações da Vale atingiram o valor de R$170, os anseios do investidor foram atingidos. 
Para dar maior liquidez, as ações da empresa foram desdobradas, caindo o valor pela metade e dobrando sua quantidade. 
 
2005 – Por que aqueles altos rendimentos?
Diferentemente dos anos anteriores, Arnaldo já não mantinha contato mensal com Bianor, pois operava suas compras 
via home broker. Certo dia, ele resolveu ligar para o amigo e, ao atender o telefone, Bianor exclamou: “Você está 
com dinheiro, hein, garoto! Não disse?”.
 E Arnaldo confessou a Bianor que ficava um pouco preocupado com a rentabilidade, visto que, se continuasse no 
mesmo patamar, ele seria milionário dentro de cinco anos. Foi então que Bianor o alertou: “Seu avô lhe ensinou que 
deveria ter disciplina e ser estudioso. Ele também opera na corretora e conversamos sobre você com frequência. 
 Devo acrescentar que você precisa ter uma meta para seus investimentos. Defina o porcentual que deseja obter 
entre renda fixa e variável – 50% em fixa e 50% em variável, por exemplo – e mantenha esse patamar durante as 
grandes viradas da bolsa. Você ainda é jovem, pode se arriscar mais um pouco. Entretanto, defina o que realmente 
quer. Não acredite que a bolsa vai subir para sempre”.
 Foi então que Arnaldo estabeleceu dois patamares: primeiro fazer os dividendos atingirem o valor de seu salário 
anual e, segundo, alcançar o patrimônio de R$1 milhão em ações. Nesse período, o salário de Arnaldo era de 
R$2.880,97 e, mantendo o investimento inicial de 20%, ele conseguiu depositar, naquele ano, a quantia de R$576,94 
mensais.
2006 – um novo desdobramento de um excelente ano
Avesso a mudanças em sua forma de operar na bolsa de valores, Arnaldo nunca havia entrado em detalhes sobre seus 
investimentos com Alice, sua noiva. Animada com as operações que realizava pelo home broker, ela fizera crescer 
30% de seu capital – de R$20 mil para R$26 mil – no último ano vendendo e comprando ações a curto prazo (day-trade).
 Cansado de tentar demover Alice de fazê-lo “treidar”, Arnaldo resolveu mostrar a ela sua conta na corretora. 
Alice viu e gritou: “R$480 mil! Arnaldo, você é rico. Quanto investiu para chegar a esse valor?”. Arnaldo respondeu 
calmamente: “Todos os meses, coloco 20% do meu salário líquido na bolsa. Dá uns R$300 e pouco por mês”. E ela 
respondeu: “Arnaldo, não ‘treida’!”.
2007 – A conquista do milhão
O ano foi excepcional para a bolsa de valores e para a Vale. Antes mesmo de fechar 2007, Arnaldo já possuía R$1,1 
milhão em ações da empresa.
 
2008 – o ano da grande virada 
Foi o ano da incerteza econômica, pois, em poucas semanas, o faturamento de Arnaldo caiu R$250 mil, apesar das 
fortes pressões em casa para que ele retirasse o dinheiro. Calejado devido a tantas tempestades pelas quais já passou, 
Arnaldo se lembrava de outras oportunidades em que chegou a perder 50% de seu patrimônio como quando suas 
ações caíram 65%. 
Resumindo a história até o dia 1 de janeiro de 2009
Nesses 13 anos de investimentos, Arnaldo fez 156 aportes, que totalizaram R$69.966,85, uma média mensal de •	
aplicações de R$448,51.
Em sua carteira,ele soma o total de 18.808 ações da Vale, R$19.702,54 de dividendos reinvestidos em ações e um •	
valor total de R$621.604,40 aplicados em ações da empresa.
Os investimentos em ações feitos por Arnaldo tiveram rentabilidade de 32,53% ao ano, na média de •	
valorização. 
Os dividendos representam R$1.641,00 por mês, quase 52% de seu salário.•	
 Essa é uma história de ficção, mas com dados reais da valorização da bolsa de valores e principalmente da Vale 
nesse período. E então, você investe a longo prazo? Com a ajuda dessa obra, você vai ter duas frentes de batalha: criar 
uma estratégia adequada aos seus planos e obter conhecimentos fundamentais para investir em ações.
Para saber mais
Livro: O mercado de ações em 25 
episódios
Autor: Paulo Portinho – 
Articulista do Instituto Nacional 
de Investidores (INI)
Editora: Campus/Elsevier
os
 5
Veja quais são e aprenda a evitá-los
Por João Guilherme Brotto
Após um período de vacas gordas, em que o Ibovespa acumulou forte valorização entre 2003 e setembro de 2008, as vacas rechonchudas dos investidores foram para o brejo. A 
maioria dos brasileiros ainda não havia passado por nenhuma grande crise até então. Muitos se 
viram perdidos, alguns saíram da bolsa e os que ficaram viram sua rentabilidade seguir o mesmo 
caminho das vacas. Hoje, a crise está indo embora e as vacas começaram a voltar para o pasto, 
trazendo consigo algumas lições. 
 A InvestMais fez um levantamento e detectou os cinco maiores erros cometidos pelos investidores e pediu para 
especialistas apontarem as soluções. Em resumo, essas falhas têm a ver com a falta de planejamento e disciplina, 
desequilíbrio emocional, excesso de confiança e ausência de estratégia. São lições que merecem ser ouvidas, 
analisadas e colocadas em prática para que você proteja bem suas vacas e as mantenha sempre rendendo muito leite 
e derivados ou, se preferir, lucros e dividendos.
1º erro – Falta de planejamento
Provavelmente, você conhece alguém que entrou no mercado de ações no primeiro semestre de 2008 entusiasmado 
com a forte valorização que o Ibovespa vinha apresentando até então. De certo modo, é compreensível, afinal, os 
últimos anos haviam sido excelentes. Entretanto, muitas pessoas que entraram nesse mercado de touro não contavam 
com a crise que viria a seguir e investiram recursos que iriam utilizar no curto prazo. O resultado você já sabe.
 É por isso que o planejamento é fundamental. O investidor precisa conhecer sua realidade financeira e, para 
isso, tem de fazer um acompanhamento contínuo de suas receitas e despesas. “Interessa saber qual é o potencial de 
poupança e investimento mensal, bem como os objetivos da família. Se, por exemplo, não há um objetivo de longo 
prazo, é preciso que o perfil do investimento seja respeitado, optando por aplicações mais conservadoras e menos 
arriscadas. Vale orçamento e controle em papel, planilhas ou auxílio de sistemas”, aconselha o consultor financeiro e 
autor do blog Dinheirama, Conrado Navarro.
 O gerente da escola de investimentos Investeducar, Bruno Dias, afirma que a dependência do dinheiro no curto 
prazo é o maior inimigo do investidor: “Muitos investidores entram no mercado de ações quando vendem algum 
bem, como um carro ou apartamento. No entanto, esse dinheiro está apenas temporariamente com eles, pois, na 
maioria dos casos, eles comprarão novos bens para substituir os anteriores. Caso esses investidores entrem em um 
momento errado, serão forçados a realizar um prejuízo e passarão a ter uma disponibilidade menor para comprar seus 
bens. Por isso, é necessário planejar e ajustar as finanças para investir constantemente um valor que seja compatível 
com seu fluxo de renda”.
2º erro – Excesso de confiança e ausência de uma carteira diversificada
O segundo erro é consequência do primeiro. Apostar que o touro vai continuar feroz (gíria que representa um mercado 
em alta) e desprezar a força das patadas do urso (mercado em queda) é um erro primário. “O investidor toma suas 
decisões com base naquilo que acredita e acaba se esquecendo do que o mercado ‘pensa’. E isso se agrava quando ele 
consegue um resultado positivo, pois, nessa hora, a confiança aumenta”, aponta o professor da XP Educação, Lucas 
Roque de Castro.
 O investidor excessivamente confiante concentra todos os seus recursos no mercado de ações e não possui uma 
carteira diversificada porque tem certeza de que seu papel ou seus poucos papéis vão sempre se valorizar. “Esse é um 
dos grandes problemas dos investidores, pois, muitas vezes, acabam concentrando seus recursos em apenas um tipo 
de aplicação, esquecendo-se de que deveriam ter uma cesta de investimento, com uma parte em renda fixa e outra em 
maiores erros que 
os investidores 
cometem
variável”, aconselha o consultor financeiro e presidente do Instituto DiSOP, Reinaldo Domingos.
 Salvo raras exceções, ninguém consegue ganhar muito em pouco tempo, sempre. Portanto, a melhor alternativa 
para ter bons e constantes rendimentos é diversificar. “Poupar é guardar dinheiro sempre com diversidade, sempre 
visando a um equilíbrio. É importante buscar o conhecimento por meio dos gerentes e escolas de investimentos e 
corretores de valores. Investir é também saber respeitar nossas limitações”, acrescenta Domingos.
3º erro – seguir padrões de comportamento
O consagrado efeito manada já fez e ainda fará muitas vítimas. Entretanto, evitá-lo é simples: suas decisões de 
investimento devem vir após uma profunda análise, que precisa avaliar pontos positivos, negativos e perspectivas da 
empresa em questão. O problema é que isso não ocorre na maioria das vezes.
 Navarro sinaliza que, quase sempre, são poucos os que dão uma explicação plausível à decisão de manter em sua 
carteira as empresas X, Y ou Z: “Não raro, a compra de ativos de tais empresas surge de uma sugestão da corretora 
ou de algum familiar. Não se trata de criticar a indicação, mas o ato de segui-la sem questioná-la e/ou trabalhar em 
suas próprias conclusões”.
 Seguir o que os outros estão fazendo e não procurar entender o que tal decisão representa são erros gravíssimos. 
É importante considerar a opinião dos analistas de mercado e da imprensa, mas não se pode considerá-los como 
donos da verdade absoluta. “O equilíbrio entre o que o investidor lê e pensa e como sustenta sua estratégia deve ser 
valorizado, já que permite que ele conheça a opinião do mercado e sua possível direção e, ao mesmo tempo, imprima 
sua forma de atuação para tentar vencê-lo no longo prazo. Investir com sabedoria é aliar o que você sabe ao que pode 
aprender com a sabedoria dos outros”, afirma Navarro.
 Exemplos de que seguir a multidão não é sempre uma boa ideia não faltam. A bolha da Nasdaq, em 2000, talvez 
seja o melhor case. Milhões de investidores perderam horrores por acreditar e confiar em empresas de que ninguém 
nunca tinha ouvido falar. A irracionalidade desse evento impressiona e serve de lição. “É preciso questionar o efeito 
manada. Estudar as alternativas de investimento de forma que o investidor possa imprimir sua opinião sobre suas 
características é fundamental para que seu perfil seja respeitado e o investimento interessante. Não invista só porque 
está todo mundo investindo, mas porque você se sente confortável e confiante, principalmente por conhecer os 
detalhes da empresa, seus riscos e chances de sucesso”, adverte Navarro.
4º erro – envolver sentimentos e emoções na tomada de decisão
Esse é o erro mais comum e, provavelmente, o mais perigoso. O eterno conflito entre a razão e a emoção afeta muitos 
investidores e de diversas formas: pode vir por meio de uma compra movida à paixão por determinada empresa, 
produto/serviço ou ser consequência do efeito manada, influência da mídia, amigos, familiares, etc.
Muitas dessas questões são importantes, mas não fazem uma ação se valorizar. Deixar-se levar pelas 
questões emocionais também prejudica uma avaliaçãomais precisa sobre o que é certo e errado. “Trata-se do erro 
clássico: se tudo vai maravilhosamente bem, o investidor já se considera rico dentro de quatro ou cinco anos e se 
esquece da história e de avaliar suas decisões financeiras. Agora, caso vá mal, ele faz questão de amaldiçoar os 
economistas, analistas, imprensa, sites e blogs da área e, transtornado, dá lugar aos negócios realizados com mau 
humor e pessimismo – e perde mais dinheiro. A ganância e o medo podem cegar os olhos do investidor para as 
oportunidades e tornar sua estratégia um mico. É importante que você se preocupe em vencer menos, mas vencer 
sempre”, recomenda Navarro.
Diversos estudiosos já provaram que existe uma relação entre o desempenho de um investimento e as 
emoções impostas por seu investidor. “Procure se lembrar de seu grau de aversão ao risco e do quanto decisões 
emocionais podem prejudicar seu dia a dia – em qualquer área. A dica é simples: tome decisões de forma consciente, 
depois de avaliar a situação com cuidado”, sugere Navarro.
5º erro – operar e negociar demais na tentativa de acertar e ganhar muito
O quinto erro é uma consequência dos anteriores, pois, na tentativa de corrigir as perdas vindas da falta de planejamento, 
excesso de confiança, fuga do desastroso efeito manada ou mesmo do desequilíbrio emocional, o investidor passa a 
ser um maníaco por trades. “O investidor não entende que pequenos prejuízos fazem parte do investimento e acabam 
levando uma operação a níveis de perdas mais elevados. Normalmente, ele não reconhece que fez uma operação 
errada”, lembra Castro. E, quando reconhece e tenta corrigir esses erros, passa a querer acertar o “grande negócio” de 
todas as formas. Aí, faz uma sucessão infinita de trades com a intenção de lucrar no curto prazo. O problema é que 
essa brincadeira custa – e caro.
No entanto, a solução para isso é simples: basta adotar uma estratégia e ser fiel a ela. “Fugir do planejado 
pode parecer atrativo quando os ventos sopram a favor, mas o arrependimento logo aparece quando o cenário se 
inverte. Assim, evite cair na tentação de querer fazer muitos negócios perfeitos e prefira apenas acertar mais que 
errar e garantir o lucro. Pode soar muito simplista, mas o investimento do dia a dia não é uma tarefa para qualquer 
investidor. Lembre-se de respeitar seu perfil e objetivos”, aconselha Navarro.
um RECADO DOS ESPECiALiStAS PARA vOCê
“Costumo valorizar quatro grandes pilares da educação de um bom investidor: interesse, informação, bom-senso e 
planejamento. Em suma, significa que o investidor deve se interessar pelo patrimônio que possui e deseja ampliar, 
não deixando as decisões apenas para o gestor ou gerente de seu banco. Mais, significa que ele precisa estudar, 
aprender e ler sobre a realidade do mercado e de seus produtos, que as decisões precisam ser coerentes com a sua 
realidade financeira, sem que o cotidiano seja sacrificado em troca de um sonho ainda intangível. Por fim, significa 
que a estratégia faz parte do dia a dia dos grandes investidores, que sabem a hora de entrar e sair, mas também sabem 
por que o fazem. Quem tem planos e respeita sua execução chega aonde quer.”
Conrado Navarro
Consultor financeiro e autor do blog Dinheirama
“O fato de esses erros acontecerem normalmente é comum a todos, sendo atribuído a dois fatores: envolvimento 
emocional e falta de conhecimento estratégico, que são a solução para contornar todos os problemas. Isso não garante 
100% de sucesso, mas faz com que você entenda e acompanhe as tendências e movimentos do mercado, seja a curto 
ou longo prazos. Também é importante entender o funcionamento do mercado, buscar conhecimento em leituras 
especializadas, cursos de capacitação e, depois, conhecer a si próprio. O perfil do investidor dita a estratégia que ele deve 
usar. Assim, criamos uma sigla que resume o que todo investidor deve ter: DEP (Disciplina, Estratégia e Paciência). 
Com certeza, haverá períodos de prejuízo, mas, seguindo o DEP, teremos a oportunidade de compensá-los.”
Lucas Roque de Castro
Professor da XP Educação
“Esses cinco erros ocorrem devido à falta de educação financeira. Por isso, é preciso inserir uma forma em que todos 
possam se conscientizar e mudar seus hábitos e costumes, gerando uma nova cultura financeira. Não se transforma 
uma pessoa pela parte técnica, e sim por meio do comportamento. Portanto, a principal força e foco para mudança está 
em conceitos que já foram firmados no hábito de guardar dinheiro. Na metodologia DiSOP, ensino como administrar 
o dinheiro por meio de quatro pilares, que fazem com que todos possam desenvolver sua própria vida financeira: 
diagnosticar, sonhar, orçar e poupar. Seguindo esses pilares, qualquer pessoa pode aprender a investir melhor e com 
prioridade. Para investir corretamente, é preciso estabelecer o foco e as prioridades em relação aos sonhos, acompanhados 
de seu valor e tempo para que o investimento possa ser do tipo certo e com o melhor desempenho e retorno.”
Reinaldo Domingos
Consultor financeiro e presidente do Institudo DiSOP 
 
“Gostaria de deixar cinco dicas simples, porém fundamentais:
Planeje e ajuste suas finanças para investir constantemente um valor que seja compatível com seu fluxo de renda.1.	
A maioria das pessoas entra no mercado de ações por recomendação de um conhecido ou porque viu uma notícia 2.	
falando da rentabilidade passada da bolsa, ou seja, sem conhecimento algum. É importante que o investidor 
invista em educação financeira para que ele possa avaliar como, quando e onde deve investir. Hoje, existem 
vários cursos sobre educação financeira e investimentos no mercado.
Antes de investir seu dinheiro, a pessoa deve definir todos os parâmetros para tal. Não se entra em um investimento 3.	
sem saber quanto é o lucro e o prejuízo potencial, o preço de compra e o de venda, etc. Somente com um 
planejamento detalhado é possível calcular a relação de risco x retorno que uma oportunidade de investimento 
oferece. Sem calcular essa relação, o investidor se transforma em um apostador. É como decidir onde investir se 
baseando em caras e coroas.
O plano de investimento existe para ser executado. Ele deve ser cumprido para eliminar o medo e a ganância e 4.	
para que o investidor tenha controle de risco sobre seus investimentos.
Utilizar 5.	 stop loss é essencial, pois ele funciona como um plano B. É como se controla, de fato, o risco do investimento. 
Ao fazer um planejamento, sempre esperamos estar certos, porém, às vezes, ele falha. Os stops visam a limitar 
prejuízos a valores pequenos e fáceis de recuperar, sendo vitais para que investidores obtenham sucesso.”
bruno Dias
Gerente do Investeducar
Para saber mais
visite os sites: www.dinheirama.com | www.investeducar.com.br | www.xpe.com.br | www.disop.com.br

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