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Relatório Brundtland

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A BUSCA DA SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DA INCORPORAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE PELO DIREITO BRASILEIRO
Mônica Ferreira Santos¹
¹Graduanda do Semestre VI do Curso de Direito – Faculdade Regional de Alagoinhas – UNIRB, 2016
Resumo
O Meio Ambiente é a interação do conjunto de todos os elementos naturais, artificiais e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida em suas variadas formas (MILARÉ, 2001); a sustentabilidade é poder suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Nesse contexto, a Carta Magna do Brasil preservou um espaço no Capítulo VI do Título VIII, visando à proteção ao Meio Ambiente como forma de garantir a todos o direito de acesso a este, bem como o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Diante dessas premissas trataremos da busca pela sustentabilidade através da incorporação de tratados, priorizando o Relatório Brundtland, que trouxe o ideal de harmonia entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento sustentável, com o enfoque nas principais propostas internacionais trazidas neste Relatório, fazendo um comparativo das metas desenvolvidas e os resultados efetivamente alcançados, a fim de perceber sua eficácia, que embora apresente alguns avanços, ainda se mostra pouco eficiente. 
Palavras-chave: ONU, Brundtland, Desenvolvimento.
Introdução
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada como uma organização internacional de caráter universal, com a finalidade precípua de manter a paz e a segurança entre as nações. A ONU tem se voltado a questões como a proteção dos direitos humanos e do meio ambiente (BORGES, 2011). Por ter caráter universal, as metas traçadas são acordadas por meio de tratados internacionais. Conceituando tratados internacionais segundo BORGES (2011, p.34) trata-se de um ato jurídico por meio do qual se manifesta acordo de vontades entre duas ou mais pessoas internacionais. 
Durante a década de 70, o programa das Nações Unidas deu início a pesquisas sobre o impacto do homem na esfera ambiental, sendo a Conferência de Estocolmo, pioneira ao tratar da preocupação e objetivar a necessidade da sociedade melhorar sua relação com o Meio Ambiente, visando um acerto e planejamento do organismo global no ideal de minimizar possíveis e iminentes consequências para àquela e as futuras gerações. 
Até então predominava a ideia de “desenvolvimento zero”, que pretendia frear a industrialização a fim de reduzir os danos e impactos causados ao meio ambiente, o que se mostrou inviável, vez que as nações menos desenvolvidas buscavam o crescimento econômico, impossibilitando a existência de um acordo no sentido de limitar o crescimento e desenvolvimento das mesmas. Apesar da conscientização mundial sobre a urgência em controlar uso e exploração dos recursos naturais, somente em 1982 que a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento foi criada pela ONU e presidida por Gro Harlem Brundtland. Em abril de 1987, a Comissão publicou um relatório inovador intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future) ou Relatório de Brundtland, que traz ao conceito de desenvolvimento sustentável uma maior notoriedade, como descrito a seguir: O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.
O primeiro produto mais efetivo deste relatório tem sua importância ao apresentar a possibilidade de conciliação entre o crescimento econômico e o equilíbrio ambiental. A proposta era que o crescimento econômico se mantivesse em plenitude, sem impedir o acesso das próximas gerações aos mesmos recursos. 
 Figura 1
Deriva diretamente do Relatório Brundtland o conceito dos três pilares do desenvolvimento sustentável, são eles: desenvolvimento econômico, equidade social e proteção ambiental. As recomendações do documento levaram à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em junho de 1992, no Rio de Janeiro. A Conferência também é chamada de Cúpula da Terra, Rio-92 e ECO-92. Estes três tópicos foram resumidos no axioma: “O desenvolvimento sustentável deverá ser economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente justo.”.
Fonte: www.managerteamsust.blogspot.com.br 
Materiais e Métodos
O conteúdo abordado no texto foi extraído de artigos relacionados com tratados internacionais e o desenvolvimento sustentável, norteando os estudos sobre a Organização das Nações Unidas de forma focada ao tema Meio Ambiente.
No que tange à pesquisa bibliográfica, foi utilizado como fonte o livro de Thiago Carvalho Borges (Curso de Direito Internacional Público e Direito Comunitário, 2011) que conceitua a ONU, pontuando suas principais áreas de atuação. 
A Constituição Federal em seu artigo 225, também foi apreciada para a formação da base discursiva e conclusiva desta pesquisa.
Por fim, é necessário ressaltar o conteúdo vasto contido nos sites de buscas da internet (conforme referências), dos quais foi possível utilizar alguns pontos de articulação textual, atualização acerca do tema abordado, compilação da figura 1 que retrata os três pilares da sustentabilidade e a elaboração da tabela 1, que foi construída através de dados coletados da página da ONU sobre a AGENDA 2030, como também do texto de Jakob Ibrahim, que foi transcrito do INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO ECOLÓGICA (IDHEA).
Resultados e Discussão
Abaixo, segue a tabela comparativa (tabela 1) que busca evidenciar as principais metas internacionais propostas no ano de 1987, bem como os avanços, quando alcançados. Trata-se de um modelo crítico que foi produzido para trazer em pauta a discussão: As propostas estão saindo do papel?
Tabela 1
	METAS INTERNACIONAIS PROPOSTAS
(1987)
	METAS INTERNACIONAIS ALCANÇADAS
(ATUALMENTE)
	Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento);
	Organismos como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI) foram, nestes 20 anos, pródigos em políticas incapazes de alavancar o desenvolvimento sustentável das nações mais pobres, com geração de emprego e renda. A maior novidade foi o surgimento do chamado Terceiro Setor (associações e entidades sem fins lucrativos), que passaram a ocupar o vácuo entre o Estado e a sociedade civil;
	Proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antártica, oceanos, etc, pela comunidade internacional;
	Não houve avanços substanciais.
	Banimento das guerras;
	Não só deixou de acontecer, como a maior potência do planeta desmoralizou a ONU, ao invadir sob pretexto o Iraque, gerando ainda mais caos e horror no Oriente Médio; O atual secretário geral da ONU, o coreano Ban Ki-Moon, tenta revitalizar o papel e a influência política da ONU para que o caráter internacional das Nações Unidas não fique restrito ao campo das palavras.
	Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas (ONU).
	Diferente das metas anteriores, nesta fé possível notar avanços. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecendo que a erradicação da pobreza em todas as suas formas, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Apesar da não obtenção de êxito em maior parte das metas propostas em caráter internacional deste relatório, é válido informar que o Brasil, embora timidamente, vem buscando, por meio de políticas públicas, incentivar a criação de instrumentos que promovam o envolvimento de empresas e da sociedade no trabalho de implantação de um sistema sustentável, principalmente do ponto de vista das mudanças de atitude. Um exemplo disto é a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservaçãodo meio ambiente que são temas constitucionais e estão previstos no Inciso VI, §1º do Art. 225.
 
Considerações Finais
Nos últimos anos houve uma maior preocupação com o impacto do homem sobre o ambiente. Perceber que os recursos naturais são finitos se utilizados de forma irresponsável e degradação deles acarretam consequências não só para esta geração, mas também para as futuras, gerou uma onda de conscientização, a partir disto começou a acontecer Conferências Internacionais para tratar e debater sobre o Meio Ambiente. É fato que muitos progressos foram alcançados, a população mundial se alertou para a necessidade de adotar um estilo de vida mais equilibrado, lançando mão de projetos sustentáveis que objetivam menor consumo de energia, diminuição do desperdício de água, métodos de redução da emissão de gases na atmosfera, políticas públicas com leis que motivam empresas a se desenvolverem de forma sustentável por meio de isenções ou reduções de tributos como IPI, ICMS, PIS, COFINS, dentre outras medidas tomadas nesse sentido.
Porém, ainda estamos longe do patamar sustentável proposto no ano de 1987 através do Relatório Brundtland. É necessário um grande processo de transformação em todo o planeta para que essa consciência possa realmente exercer  uma relação saudável entre o ser humano e o Meio Ambiente, gerando uma maior eficácia e produzindo um verdadeiro efeito: efeito de retirar as propostas do papel e trazê-las para a prática.
Referências
RADAR RIO+20. As conferências da ONU e o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em <http://www.radarrio20.org.br/index.php?r=conteudo/view&id=9>. Acesso em 24 de maio de 2016.
AMBIENTE BRASIL. Caderno digital de informação sobre energia, ambiente & desenvolvimento. Disponível em <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/desenvolvimento_sustentavel.html>. Acesso em 24 de maio de 2016.
ONUBR. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em <https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em 24 de maio de 2016.
SOUSA, Rainer Gonçalves. “ONU"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/onu1.htm>. Acesso em 24 de maio de 2016.
IBRAHIM, Jakob M. INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO ECOLÓGICA. Disponível em <http://www.idhea.com.br/pdf/20anos.pdf> Acesso em 24 de maio de 2016.
BORGES, Thiago Carvalho. Curso de Direito Internacional Público e Direito Comunitário”. ATLAS, 2011.
LOPEZ, Gonzalo. A Questão Ambiental: Revolução e Marcos Históricos. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=kW2s5Jajb0Y>. Acesso em 24 de maio de 2016. 
BLOGSPOT. Sustentabilidade Empresarial Na Siderúrgica Vallourec. Disponível em <http://managerteamsust.blogspot.com.br/2015/06/os-tres-pilares-da-sustentabilidadeempr.html> Acesso em 27 de maio de 2016.
INSTITUTO ETHOS, Mobilizações Globais: Políticas Públicas. Disponível em <http://www3.ethos.org.br/conteudo/mobilizando-as-empresas-por-uma-sociedade-justa-e-sustentavel/politicas-publicas/#.V0kgXcArLIU> Acesso em 28 de maio de 2016.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: doutrina, prática, jurisprudência, glossário. 1ª ed. rev.atual. ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
ONUBR. A ONU e o meio ambiente. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>. Acesso em 29 de maio de 2016.