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Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A UNIDADE 1 ESTRUTURA ATÔMICA ObjETIvOS DE ApRENDIzAgEM A partir desta unidade você estará apto(a) a: reconhecer os modelos atômicos, as unidades fundamentais da matéria; identificar a organização atual dos elementos químicos periodicamente; realizar a configuração eletrônica e identificar o número de elétrons da camada de valência dos elementos químicos e os quatro números quânticos; compreender a estabilidade química dos elementos através da Regra do Octeto e suas exceções; definir e realizar os três tipos de ligações químicas. TÓPICO 1 – MODELOS ATÔMICOS TÓPICO 2 – TABELA PERIÓDICA TÓPICO 3 – LIGAÇÕES QUÍMICAS pLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A MODELOS ATÔMICOS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 UNIDADE 1 A química está presente em todos os momentos de nossas vidas, mesmo que, muitas vezes, não nos damos conta disso. Nossas roupas, por exemplo, podem ter origem natural ou artificial, como: lã, algodão, seda, náilon, couro, que são obtidos através de reações químicas industriais ou de ocorrência natural. Muitas pessoas fazem mau uso da definição da química, relacionando-a com produtos tóxicos, carcinogênicos e causadores de vários impactos ambientais. De certa forma, muitas dessas informações possuem fundamento, porém nem todas são verdadeiras, afinal, não podemos nos esquecer dos medicamentos, dos bactericidas, dos alimentos e entre outros, que nos trazem muitos benefícios. Atualmente, fala-se muito em sustentabilidade e este é um dos desafios da indústria química. Criar produtos em geral que facilitem e aumentem a qualidade de vida de forma sustentável, ou seja, que este desenvolvimento se apoie nos três pilares da sustentabilidade: a preocupação com o meio social, o meio econômico e o meio ambiente. Podemos citar o desastre ambiental que ocorreu em 2011, ao norte da capital de Tóquio, após o terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter, que causou um tsunami e o vazamento de radiação do Reator Daiichi 1, gerando tremores de um derretimento nuclear. Desde os ataques com bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em 1945, que causaram mais de 200 mil mortes, esta foi a primeira vez que o Japão confrontou uma ameaça significativa de radiação. Autoridades afirmam que os níveis de radiação em Fukushima estavam elevados antes da explosão. Num dado momento, a usina liberava a cada hora a quantidade de radiação que uma pessoa normalmente absorve do ambiente em um ano. UNIDADE 1TÓPICO 14 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Notícias informaram que os reatores japoneses são melhores protegidos do que os de Chernobyl, local que ocorreu o pior acidente nuclear civil da história onde mais de 30 bombeiros foram mortos na explosão, milhares de pessoas adoeceram e morreram devido à radiação. O governo do Japão avisou aos agentes de inspeção nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) que distribuíram iodo às pessoas que moram perto das usinas nucleares afetadas pelo terremoto em 11/04/11. O elemento químico Iodo ajuda na proteção da tireoide, no caso de exposição radioativa em um acidente nuclear. Após o desastre de Chernobyl, milhares de casos de câncer de tireoide foram registrados em crianças e adolescentes, expostas no momento do acidente. Mais casos são esperados. FONTE: Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/887878-acidente-nuclear-no-japao-e- pior-na-escala-desde-tchernobil.shtml>. Acesso em: 20 jan. 2012. A química é uma ciência experimental, por isso seu estudo e aplicação é indispensável para o desenvolvimento científico e tecnológico. A tecnologia, por exemplo, apresenta os conhecimentos de forma aplicada. Antigamente, o homem já a aplicava sem ter noção, como: na fabricação de cerveja, vinho e ligas metálicas. Hoje, a tecnologia é encontrada na produção industrial e, muitas vezes, sem domínio dos princípios envolvidos. Desde os primórdios, o homem tentava entender a origem da vida, a relação entre o homem e o seu meio e as transformações ocorridas na natureza. Povos da antiguidade criaram mitos e lendas sobre deuses e figuras sobrenaturais. Com isso, explicavam a origem do mundo, do fogo, da água, dos alimentos etc. Foi na Grécia, no século V a.C, que surgiram as primeiras tentativas de se entender os fenômenos da natureza, desvinculadas de forças sobrenaturais ou religiosas. Empédocles, um filósofo grego, idealizou a explicação da constituição da matéria. Para ele a matéria era constituída por quatro elementos primários: o fogo, o ar, a água e a terra. Tais elementos sofriam constantes mudanças, porém, eram indestrutíveis. Em seguida, Aristóteles divulgou sua ideia de que esses quatro elementos poderiam ser diferenciados através de suas propriedades: • A terra seria fria e seca. • A água seria fria e úmida. • O fogo seria quente e seco. • O ar seria quente e úmido. UNIDADE 1 TÓPICO 1 5 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 1 – OS QUATRO ELEMENTOS VITAIS: TERRA, ÁGUA, AR E FOGO FONTE: Disponível em: <http://www.clubedotaro.com.br/site/n43_4_simb_quatro. asp>. Acesso em: 18 jan. 2012. Assim, uma substância poderia ser transformada na outra, apenas alterando suas propriedades. Ex.: a chuva era resultado do resfriamento do ar quente e úmido. No entanto, por volta de 400 a.C., os filósofos Leucipo e Demócrito divulgaram que a matéria seria formada por pequenas partículas indivisíveis que seriam: os átomos. FIGURA 2 – SELO EM HOMENAGEM A DEMÓCRITO FONTE: Disponível em: <http://oatomodedemocrito.blogspot.com/2010/09/pre- socraticos-democrito.html>. Acesso em: 2 jan. 2012. UNIDADE 1TÓPICO 16 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A A alquimia foi muito importante para o desenvolvimento da química. Os alquimistas criaram equipamentos de laboratório e desenvolveram várias metodologias para a obtenção de metais, na produção de papiros, sabões e de funções inorgânicas como: o ácido sulfúrico, o ácido nítrico, o hidróxido de sódio e o hidróxido de potássio. FONTE: Disponível em: <www.voni.leao.nom.br/ifro/unidade-1.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2012. CHYMIA = fundir, moldar. Origem grega. KHEMEIA = terra ou país. Origem egípcia. Atualmente, com o avanço da tecnologia, podemos comparar os químicos com os antigos alquimistas. MATÉRIA-PRIMA PRODUTO Areia Transistores, chips. Petróleo Plásticos, pesticidas, detergentes etc. Sal Alvejantes, desinfetantes. Gás de lixo (metano) Diamantes. QUADRO 1 – TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA EM PRODUTOS FONTE: Usberco; Salvador (2006) 2 MODELOS ATÔMICOS Caro(a) acadêmico(a), como vimos, o interesse pela composição da matéria é antigo. Foi nos séculos XVIII e XIX, que os cientistas definiram teorias para explicar a constituição microscópica da matéria. A partir dos estudos das transformações da matéria conseguiu-se entender, a nível macroscópico, principalmente com o uso da balança para mensuração das massas. Com estes estudos, os químicos conseguiram explicar as razões das combinações entre os elementos químicos na formação de novos compostos. UNI Antonie Laurent – Lavoisier (1743 – 1794) é considerado como o fundador da Química Moderna, pois iniciou trabalhos com o uso da balança em seus estudos científicos. UNIDADE 1 TÓPICO 1 7 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A “Na natureza, nada se cria, nadase perde, tudo se transforma”. Esta famosa frase é uma lei que foi enunciada por Lavoisier em meados de 1775, definida como a Lei da Conservação das Massas. Como vimos anteriormente, no século V a.C., Demócrito e Leucipo, ambos filósofos gregos, acreditavam que a matéria era constituída por pequenas partículas indivisíveis, os átomos. Porém, em 1808, John Dalton, retornou essa ideia através de sua teoria atômica, sugerindo que os átomos eram esferas maciças (rígidas) e indivisíveis. No final do século passado, muitos cientistas desenvolveram vários experimentos para demonstrar que os átomos são constituídos por partículas ainda menores, subatômicas. (USBERCO; SALVADOR, 2006). Modelo é uma forma de se representar a realidade. Neste sentido, muitos estudiosos resolveram demonstrar a constituição de um átomo. Modelo atômico é uma representação gráfica que procura explicar, de maneira científica, os fenômenos relacionados à composição da matéria e suas formas. Um modelo atômico tem como função explicar a estrutura microscópica da matéria. 2.1 MODELO ATÔMICO DE JOHN DALTON O cientista inglês John Dalton (1766 – 1844) propôs em meados de 1800, o modelo conhecido como Teoria Atômica de Dalton: 1 A matéria é constituída por pequenas partículas esféricas maciças e indivisíveis, denominadas átomos. 2 Elemento químico é a junção de átomos com a mesma massa, tamanho e as mesmas propriedades. 3 Elementos químicos diferentes possuem propriedades diferentes, tais como tamanho e massa. 4 A combinação de átomos de elementos diferentes, forma substâncias diferentes. 5 Durante uma reação química os átomos não são criados, nem destruídos, são reorganizados, formando novas substâncias. FONTE: Adaptado de: <http://www.alunosonline.com.br/quimica/constituicao-materia.html>. Acesso em: 6 mar. 2012. John Dalton ficou conhecido como: “O Pai da Teoria Atômica” e o seu modelo ficou conhecido conforme a figura a seguir: UNIDADE 1TÓPICO 18 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DO MODELO ATÔMICO DE DALTON – “BOLA DE BILHAR” FONTE: Disponível em: <www.grupoescolar.com/.../modelo_atomico2. GIF>. Acesso em: 20 jan. 2012. 2.2 MODELO ATÔMICO DE JOSEPH JOHN THOMSON Joseph John Thomson (1856-1940), no final de 1800, conseguiu demonstrar que o átomo não era divisível, utilizando uma aparelhagem denominada tubo de raios catódicos. Com base nas evidências deste experimento, Joseph John Thomson concluiu que: • Os raios eram partículas (corpúsculos) menores que os átomos. • Os raios apresentavam carga elétrica negativa, denominados elétrons. • O átomo era uma esfera maciça, positiva incrustada de elétrons (carga negativa), de modo que a carga total fosse nula. Em sua totalidade, o átomo seria eletricamente neutro. DIC AS! Para obter maiores informações sobre o experimento de Joseph John Thomson com o Tubo de Raios Catódicos, leia o livro indicado a seguir: USBERCO, João; SALVADOR, Edgar. Química. 5. ed. v. único. São Paulo: Saraiva, 2006. UNIDADE 1 TÓPICO 1 9 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A O modelo atômico de Joseph John Thomson ficou conhecido conforme a figura a seguir: FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DO MODELO ATÔMICO DE THOMSON – “PUDIM DE PASSAS” FONTE: Disponível em: <fisicacampusararangua.blogspot.com/2010/04/ mo...>. Acesso em: 20 jan. 2012. 2.3 MODELO ATÔMICO DE ERNEST RUTHERFORD Ernest Rutherford (1871 – 1937) em 1904, ao realizar um experimento com gás hidrogênio (H2) detectou a presença de partículas com cargas elétricas positivas ainda menores, as quais ele denominou prótons (p). A massa de um próton é aproximadamente 1836 vezes maior que a de um elétron. Em 1911, Ernest Rutherford contribui para um significativo avanço na estrutura do átomo. Ele propôs que o átomo seria constituído no centro, por um núcleo positivo que continha a massa e os nêutrons do átomo. A região fora do núcleo, chamada de eletrosfera, deveria ser ocupada pelos elétrons de carga negativa, orbitando ao redor do núcleo. Os nêutrons (n) foram descobertos em 1932 por Chadwick, durante suas experiências radioativas. Essas partículas apresentam massa próxima à dos prótons, porém são nulas, ou seja, não apresentam carga elétrica. Este modelo lembrava um sistema solar, conhecido como modelo planetário, representado na figura a seguir. UNIDADE 1TÓPICO 110 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 5 – MODELO PLANETÁRIO FONTE: Disponível em: <www.racionalismo-cristao.org.br/gazeta/ divers...>. Acesso em: 5 mar. 2012. DIC AS! Saiba mais sobre a experiência de Ernest Rutherford utilizando material radioativo e uma finíssima lâmina de ouro para verificar se os átomos eram maciços. Leia o livro indicado a seguir: REIS, Martha. Completamente Química: Química Geral. São Paulo: FDT, 2001. 2.4 MODELO ATÔMICO DE NIELS BOHR – TEORIA ATÔMICA ATUAL Após Ernest Rutherford, muitos cientistas aproveitaram os conhecimentos já adquiridos e progrediram, focando seus estudos na distribuição dos elétrons na eletrosfera. Robert Bunsen, por volta de 1855, verificou que alguns metais como sódio, cobre, potássio etc., emitiam luz colorida diferente quando aquecidos em chama. Veja o exemplo no quadro a seguir: ELEMENTO Na (sódio) Sr (estrôncio) K (potássio) Pb (Chumbo) COLORAÇÃO DA CHAMA Amarelo Laranja Violeta azul QUADRO 2 – EXEMPLOS DE EMISSÃO DE LUZ COLORIDA FONTE: A autora UNIDADE 1 TÓPICO 1 11 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 6 – EMISSÃO DE LUZES COLORIDAS FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bico_de_Bunsen>. Acesso em: 20 jan. 2012. As cores vibrantes dos fogos de artifício, também chamados de foguetes pirotécnicos, são produzidas através de diversos elementos químicos. Em homenagem a Robert Bunsen, o equipamento utilizado em laboratório químico para emitir chama recebeu o nome: Bico de Bunsen, conforme a figura a seguir. FIGURA 7 – BICO DE BUNSEN FONTE: Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/ combustao-bico-bunsen.htm>. Acesso em: 25 jan. 2012. UNIDADE 1TÓPICO 112 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Niels Bohr (1885 – 1962) desenvolveu um modelo atômico partindo dos seguintes postulados: 1 Os elétrons movimentam-se em órbitas circulares ao redor do núcleo do átomo. 2 Cada órbita possui energia constante, estacionária. Os elétrons que estiverem nas órbitas mais afastadas do núcleo serão mais energéticos. 3 Absorvendo certa quantidade de energia o elétron salta para uma órbita mais energética. Voltando à sua órbita original, perde a mesma quantidade de energia, na forma de luz (ondas eletromagnéticas). 4 O núcleo é positivo e as órbitas são regiões específicas disponíveis para acomodar os elétrons, de carga negativa, as chamadas camadas eletrônicas ou níveis de energia. 5 Cada camada eletrônica ou nível de energia foi representado por uma letra: K, L, M, N, O, P e Q, recebendo um número quântico principal (n): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente. Cada camada eletrônica ou nível de energia comporta um número máximo de elétrons, conforme a figura a seguir: FIGURA 8 – ESQUEMA FIGURATIVO DO ÁTOMO DE BOHR FONTE: Disponível em: <http://aprendendoquimicaonline.blogspot.com/2011/03/o- estudo-do-atomo.html>. Acesso em: 20 jan. 2012. Obs.: A camada eletrônica ou nível de energia mais afastada do núcleo é a mais energética e recebe o nome de Camada de Valência. UNIDADE 1 TÓPICO 1 13 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A 3 MATÉRIA A Química é a ciência que estuda a composição, as interações e as transformaçõesda matéria. A composição química de um material se refere aos elementos químicos que nele estão presentes, ou seja, que o constituem. A matéria é definida como tudo que possui massa, volume e ocupa lugar no espaço. Se olharmos ao nosso redor perceberemos que estamos cercados de matéria, como: árvores, carros, ar, alimentos, água etc. No entanto, devemos ter o cuidado para não confundir energia com matéria. Energia não pode ser considerada como matéria, pois não ocupa lugar no espaço. Existem vários tipos de energia, como: solar, elétrica, cinética, sonora, mecânica etc., sendo assim, energia é uma transformação, realização de trabalho. A impenetrabilidade é uma propriedade da matéria, onde dois corpos não podem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo lugar. Desta forma, confirma-se a exclusão de energia como matéria, afinal a luz solar é capaz de atravessar os vidros de portas e janelas. A energia térmica é capaz de penetrar e aquecer utensílios metálicos, entre outros. Toda matéria é formada por átomos, estes que são definidos como as menores partículas que constituem a matéria. Ao se definir a composição de um material ou substâncias, consegue- se identificar quais ou átomos que a formam, ou seja, quais os elementos químicos que estão presentes. Exemplo: a água do mar é composta, principalmente por sais, como: cloreto de sódio (NaCl), gases dissolvidos como o nitrogênio (N2), oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2), macronutrientes como fósforo (P) e enxofre (S), íons de magnésio (Mg+2), potássio (K+1), cálcio (Ca+2) e sulfato (SO4) -2. 3.1 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA MATÉRIA Em nosso cotidiano, podemos perceber a presença de vários materiais nos três estados físicos da matéria: SÓLIDO, LÍQUIDO OU GASOSO. Nos três estados físicos, cada substância possui uma identidade específica que é apontada pelas suas propriedades físico-químicas. Em relação às propriedades físicas, podemos citar alguns exemplos, além dos estados sólido, líquido e gasoso que podem ser modificados através da variação de: UNIDADE 1TÓPICO 114 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A - temperatura; - a densidade que é a relação entre a massa e o volume da substância; - a ductibilidade que é a capacidade de formar fios, a maleabilidade que é a capacidade de formar lâminas, (ductibilidade e maleabilidade são propriedades reconhecidas na maioria dos metais); - pontos de fusão, pontos de ebulição e a viscosidade que está relacionada com o escoamento das substâncias. • Ponto de fusão (PF): é a temperatura na qual um material passa do estado sólido para o estado líquido. Este processo é chamado de fusão. • Ponto de ebulição (PE): é a temperatura na qual um material passa do estado líquido para o estado gasoso. Este processo é chamado de ebulição. ATE NÇÃ O! Caro(a) acadêmico(a), a densidade é uma propriedade física das substâncias, onde massa e volume são inversamente proporcionais. Exemplo: uma tonelada de pena tem um volume muito superior a uma tonelada de chumbo, porém a pena tem densidade inferior a do chumbo. Logo, quanto maior o volume, menor a densidade. Com relação às propriedades químicas, podemos citar: • a polaridade que explica a solubilidade das substâncias umas com as outras; • a reatividade química; • a acidez e a basicidade as quais são definidas pelo pH (potencial hidrogeniônico); • o caráter eletrolítico ou não eletrolítico; • os compostos inorgânicos (reino mineral); • os compostos orgânicos (compostos do elemento carbono); a capacidade oxidante e redutora. UNIDADE 1 TÓPICO 1 15 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A NO TA! � Substâncias iônicas quando dissolvidas em água são ótimas condutoras de eletricidade, por isso, são chamadas de eletrolíticas. Já as substâncias covalentes ou moleculares não são boas condutoras de eletricidade, portanto são chamadas de não eletrolíticas. Portanto, a matéria é dividida em substâncias e misturas. Segue no quadro as subdivisões das mesmas. SUBSTÂNCIA ELEMENTAR É formada por um mesmo ele- mento químico. EX: He, Al, Fe etc. SUBSTÂNCIA PURA Não pode ser separada, pois apresenta composição cons- tante. EX: H2O, O2, CO2 etc. SUBSTÂNCIA SIMPLES É formada por átomos do mes- mo elemento químico. EX: O3, N2, Cl2 etc. SUBSTÂNCIA COMPOSTA É formada por átomos de ele- mentos químicos diferentes. EX: Ca(OH)2, SO3, Al2(SO4)3 etc. MISTURA É a junção de duas ou mais substâncias, simples ou com- postas. Podem ser classifica- das como misturas homogê- neas ou heterogêneas. EX: H2O + NaCl, H2O + CO2, O2 + N2 etc. HOMOGÊNEA Apresenta apenas uma fase, um aspecto visual. EX: H2O + açúcar, Misturas de gases, ligas metálicas etc. HETEROGÊNEA Apresenta duas ou mais fa- ses, dois ou mais aspectos visuais. EX: H2O + óleo, EX: H2O + pedra + CO2 etc. QUADRO 3 – SUBSTÂNCIAS E MISTURAS FONTE: A autora UNI Caro(a) acadêmico(a), quando falamos em sistemas homogêneos ou monofásicos estamos nos relacionando a apenas um aspecto visual, uma fase líquida, oleosa, sólida ou gasosa, separadamente. Já os sistemas heterogêneos podem ser bifásicos, trifásicos, tetrafásicos etc. e apresentam duas ou mais fases: líquida, sólida, oleosa ou gasosa ao mesmo tempo. UNIDADE 1TÓPICO 116 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 9 – SISTEMAS HOMOGÊNEOS FONTE: Disponível em: <http://sardinhablog.blogspot.com/2008/11/solues-de- qumica.html>. Acesso em: 28 jan. 2012. Para finalizar este conteúdo veremos: As Partículas Fundamentais da Matéria: prótons, elétrons e nêutrons. • Prótons: são partículas positivas representadas por: p+ • Elétrons: são partículas negativas representadas por: e- • Nêutrons: são partículas neutras, ou seja, não apresentam carga positiva ou negativa e são representadas por: n. 3.2 ELEMENTO QUÍMICO A junção de vários átomos iguais, ou seja, que apresentam o mesmo número atômico (Z) é chamado de: elemento químico. O número atômico (Z) é a característica mais importante de um elemento químico, pois ele indica o número de prótons (p) e o número de elétrons (e-) do elemento. Logo, em um elemento químico: Z = p = e- UNIDADE 1 TÓPICO 1 17 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Traduzindo, número atômico é igual ao número de prótons e número de elétrons. Todo elemento químico é representado por um símbolo, seguindo a padronização da IUPAC (UNIÃO INTERNACIONAL DE QUÍMICA PURA E APLICADA), onde a primeira letra do elemento químico deve ser maiúscula e a segunda letra, se houver, deve ser minúscula. Em relação à nomenclatura dos elementos químicos, esta origina do latim. Veja no quadro a seguir, alguns exemplos: ELEMENTO SÍMBOLO NOMENCLATURA (LATIM) Antimônio Sb Stibium Chumbo Pb Plumbum Cobre Cu Cuprum Enxofre S Sulfur Escândio Sc Scandium Estanho Sn Stannum Estrôncio Sr Strontium Fósforo P Phosphorus Itérbio Yb Ytterbium Ítrio Y Yttrium Mercúrio Hg Hydrargyrus Ouro Au Aurum Potássio K Kalium Prata Ag Argentum Sódio Na Natrium Tungstênio W Wolfram QUADRO 4 – ELEMENTO QUÍMICO: SÍMBOLOS E NOMENCLATURAS FONTE: A autora Todo elemento apresenta um número atômico (Z), um número de massa atômica (A) e um número de nêutrons (n). Para verificar estas informações, basta consultar uma Tabela Periódica, contudo o número de nêutrons deve ser calculado através da fórmula a seguir: n = A – Z Lembrando: n = número de nêutrons A = número de massa atômica Z = número atômico Exemplo: 17 Cl 35,5 n = A – Z ------ n = 35,5 – 17 ------ n = 18,5 UNIDADE 1TÓPICO 118 Q U Í M I C A G E R A L E OR G Â N I C A Assim, o valor de massa atômica é a soma do número atômico com o número de nêutrons. A = Z + n UNI Caro(a) acadêmico(a), repare em sua Tabela Periódica que o valor da massa atômica sempre será maior que o valor do número atômico e por convenção é colocada sobre o elemento químico e o número atômico é colocado sob o elemento químico, conforme o exemplo anterior do elemento cloro (Cl). ALOTROPIA É a capacidade apresentada por um mesmo elemento químico em formar duas ou mais substâncias simples diferentes, que são chamadas de variedades alotrópicas do elemento. Essas variedades alotrópicas podem ser diferenciadas pela atomicidade e/ou estrutura. Veja no quadro a seguir, alguns exemplos de alótropos (átomos que apresentam variedades alotrópicas) encontrados na natureza. QUADRO 5 – EXEMPLOS DE ALÓTROPOS (ÁTOMOS QUE APRESENTAM VARIEDADES ALOTRÓPICAS) ENCONTRADOS NA NATUREZA FONTE: Disponível em: <http://www.gsmfans.com.br/index.php?topic=79513.0>. Acesso em: 28 jan. 2012. UNIDADE 1 TÓPICO 1 19 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A DIC AS! Para saber mais sobre as variedades alotrópicas, leia o livro indicado a seguir. CANTO, E.L do; PERUZZO, T. Química na abordagem do cotidiano. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2007. 3.2.1 Íons Os elementos químicos apresentam a tendência de perder ou ganhar elétrons para se estabilizar quimicamente, ou seja, alcançar os oito elétrons na camada de valência, tal estabilidade é explicada pela regra do octeto. Quando um elemento químico perde ou ganha elétrons ele se torna uma espécie química carregada eletricamente chamada de íon. REGRA DO OCTETO: os gases nobres, elementos da Família 8A ou grupo zero da Tabela Periódica, são elementos estáveis, pois já apresentam a camada de valência completa com oito elétrons, com exceção do gás hélio que é estável com dois elétrons na camada de valência, que é explicado pela regra do dueto. Por este motivo, os gases nobres não perdem ou ganham elétrons. Os íons são espécies químicas carregadas eletricamente. Íons carregados com carga positiva são chamados de cátions e íons carregados com carga negativa são chamados de ânions. • CÁTIONS: são íons que doam (perdem) elétrons, desta forma adquirem carga positiva. Exemplo: Na+1, Ca+2, Al+3 etc. • ÂNIONS: são íons que ganham (recebem) elétrons, desta forma adquirem carga negativa. Exemplo: N-3, O-2, F-1 etc. Exercício resolvido 1: Um átomo de cloro (Cl) apresenta número atômico (Z) igual a 17 e número de massa atômica (A) igual a 35,5. Determine o número de prótons, nêutrons e elétrons que constituem esse átomo. UNIDADE 1TÓPICO 120 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Resolução: Sabendo que para um átomo neutro (elemento químico) o número atômico (Z) é igual ao número de prótons e ao número de elétrons, temos: Z = 17 ⇒ p = 17 e e- = 17 O número de massa atômica (A) é dado pela soma do número atômico e número de nêutrons: A = Z + n Logo: 35,5 = 17 + n ⇒ n = 18,5 Exercício resolvido 2: Certo cátion trivalente (+3) contém 10 elétrons e 14 nêutrons. Determine o seu número atômico e o seu número de massa atômica. Resolução: O cátion trivalente pode ser representado por X3+, que contém: ⇒ 10 elétrons e 14 nêutrons, logo, por ser um cátion trivalente significa que ele doou três elétrons e assim o seu número atômico (Z) é igual a treze. 13X3+ ⇒ 13 – 3 = 10. Lembre-se: a perda ou ganho de elétrons ocorre sempre no número atômico da espécie química. Como a massa atômica A = Z + n: A = 13 + 14 = 27 4 SEMELHANÇAS ATÔMICAS No início do século XX, experiências realizadas por Soddy e outros cientistas com elementos radioativos mostraram evidências de que um elemento químico pode ser constituído por uma mistura de vários átomos com o mesmo número atômico, mas com diferentes números de massa. Esses átomos foram chamados por Soddy de isótopos. A diferença no número de massa é produzida pelas diferentes quantidades de nêutrons existentes em cada isótopo. (USBERCO; SALVADOR, 1999). FONTE: Disponível em: <bento.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/2009558290143tcc_bruna.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2012. UNIDADE 1 TÓPICO 1 21 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Outros átomos com semelhanças atômicas também são estudados como os: isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. NO TA! � Radioisótopo é um isótopo que emite radiação. Os radioisótopos podem ser aplicados na medicina no diagnóstico de muitas doenças e problemas fisiológicos, permitindo sua identificação para um futuro tratamento. Confira, no quadro a seguir, alguns exemplos. RADIOISÓTOPOS APLICAÇÃO F18 (Flúor) Mapeamento ósseo. Tc99 (Tecnécio) Mapeamento do coração, fígado, rins, cérebro. I131 (Iodo) Mapeamento da tireoide. Cr51 (Cromo) Mapeamento das hemácias. QUADRO 6 – APLICAÇÃO DE RADIOISÓTOPOS NA MEDICINA FONTE: A autora 4.1 ISÓTOPOS São átomos de um mesmo elemento químico que apresentam o mesmo número atômico (Z) e diferentes números de massa de massa atômica (A). O magnésio, por exemplo, é um elemento químico que ocorre na natureza na forma de três isótopos. 12Mg24 12Mg25 12Mg26 Note que os três isótopos apresentam número atômico igual a doze, ou seja, apresentam doze prótons e doze elétrons, porém, os números de massas atômicas são diferentes. Assim, como o número de nêutrons difere para os três, sendo: n = A –Z 12Mg24 24 – 12 = 12 nêutrons 12Mg25 25 – 12 = 13 nêutrons 12Mg26 26 – 12 = 14 nêutrons UNIDADE 1TÓPICO 122 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A A maioria dos elementos químicos é encontrada na natureza na forma de mistura isotópica, ou seja, com um ou mais isótopos. Os isótopos apresentam-se em porcentagens diferentes, os mais estáveis são aqueles que ocorrem com maior frequência, que é representada por porcentagem. Por exemplo, o hidrogênio, é o único elemento químico que os seus isótopos apresentam nomes diferentes. Confira no quadro a seguir. ISÓTOPO NOMENCLATURA OCORRÊNCIA (aproximada) 1H1 Prótio, hidrogênio comum, leve. 99,985% 1H2 Deutério. 0,015% 1H3 Trítio, Tricédio, Tritério. 10-7% QUADRO 7 – ISÓTOPOS DO HIDROGÊNIO FONTE: A autora OBS.: O 1H3 (Trítio) é um radioisótopo. UNI Na Tabela Periódica, você encontrará os números atômicos e de massa dos elementos químicos. O valor da massa é determinado através da média ponderada das massas atômicas dos isótopos dos elementos químicos. 4.2 ISÓBAROS São átomos que apresentam o mesmo número de massa atômica (A) e diferente número atômico (Z), logo, pertencem a elementos químicos diferentes. Na Tabela Periódica, encontram-se vários elementos químicos com o mesmo valor de massa atômica. Exemplo: 18 Ar40 (Argônio) e 20 Ca40 (Cálcio) Note que os dois isóbaros apresentam número de massa atômica igual a quarenta, porém, os números atômicos, 18 e 20, respectivamente, são diferentes, assim como os números de nêutrons, sendo: n = A –Z 18 Ar40 40 -18 = 22 nêutrons 20 Ca40 40 - 20 = 20 nêutrons UNIDADE 1 TÓPICO 1 23 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A 4.3 ISÓTONOS São átomos de diferentes elementos químicos com números atômicos (Z) e números de massas atômicas (A) diferentes, porém, com mesmo número de nêutrons, sendo: n = A –Z Exemplo: 7N14 14 – 7 = 7 nêutrons 6C13 13 – 6 = 7 nêutrons 4.4 ISOELETRÔNICOS São espécies químicas diferentes que apresentam o mesmo número de elétrons. Tais espécies englobam os íons, cátions e ânions, e os elementos químicos. Ex: 13 Al+3 -> Z = 13, como é um cátion trivalente (+3) perde três elétrons e finaliza com 10 elétrons.8O -2 -> Z = 8, como é um ânion bivalente (-2) ganha dois elétrons e finaliza com 10 elétrons. Portanto, o Al+3 e o O-2 são isoeletrônicos, pois no final apresentam o mesmo número de elétrons. Lembre-se de que a perda ou ganho de elétrons sempre ocorre com número atômico (Z) da espécie química. Veja outro exemplo: 20Ca+2 -> Z = 20, como é um cátion bivalente (+2) perde dois elétrons e finaliza com 18 elétrons. 17Cl -1 -> Z = 17, como é um ânion monovalente (-1) ganha um elétron e finaliza com 18 elétrons. Logo, o Ca+2 e o Cl-1 são isoeletrônicos, pois no final apresentam o mesmo número de elétrons, que neste caso é igual a 18. Exercício Resolvido 1: São dados três átomos A, B e C. Sabe-se que: UNIDADE 1TÓPICO 124 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A • A tem 21 prótons, B tem número de massa 43 e C tem número atômico 22. • A e B são isótopos, B e C são isóbaros e A e C são isótonos. Qual é o número de massa do átomo A? Resolução: 21Ax yB43 22Cz A e B são isótopos ⇒ y = 21 B e C são isóbaros ⇒ z = 43 A e C são isótonos, então: x – 21 = z – 22 x – 21 = 43 - 22 x – 21 = 21 x = 42 O número de massa de A é 42. FONTE: Sardella; Falcone ( 2004, p. 75) Exercício Resolvido 2: Considere as representações: 3x + 32 R11x + 15 5x – 8 S12x – 2 4x + 10 T10x + 35 Sabendo que R e S são isótopos, determine os números atômicos (Z) e os números de massa (A) de R, S e T. Resolução: Como sabemos que R e S são isótopos, temos: 3x + 32 = 5x – 8 40 = 2x 20 = x UNIDADE 1 TÓPICO 1 25 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A DIC AS! Caro(a) acadêmico(a), é de grande valia que você aprimore seus conhecimentos e contextualize com o seu cotidiano. Sugerimos que você acesse as trilhas de aprendizagem no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) em nosso site: <www.nead.com.br>, lá você encontrará vários materiais como fóruns, enquetes, objetos de aprendizagem etc., que servirão de suporte para complementar o seu aprendizado. 5 DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS Linus Carl Pauling é reconhecido como um dos principais químicos do século XX. Estudou química quântica e bioquímica e também é reconhecido como cristalógrafo, biólogo molecular e pesquisador médico. Iniciou a aplicação da Mecânica Quântica em Química e, em 1954, foi galardoado com o prêmio Nobel de Química pelo seu trabalho relativo à natureza das ligações químicas. Linus Carl Pauling é referenciado devido à sua intervenção e perícia em campos diversos como a Química Inorgânica, Química Orgânica, Metalurgia, Imunologia, Anestesiologia, Psicologia e Radioatividade. Recebeu o prêmio Nobel da Paz de 1962, pelo seu movimento contra os testes nucleares e é o único a ter recebido dois Prêmios Nobel não compartilhados. Após sua carreira científica, advogou o uso em maiores concentrações, na alimentação, de vitamina C e outros nutrientes. Ampliou seus estudos nesta área com objetivo a definir Medicina Ortomolecular, que ainda é vista como método não ortodoxo pela Medicina convencional. FONTE: Adaptado de: <http://www.fnquimica.net/t33-biografias-linus-pauling>. Acesso em: 8 mar. 2012. Substituindo o x nas representações, teremos: 92 R235 92S238 90 T 235 UNIDADE 1TÓPICO 126 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 10 – LINUS PAULING (1901 – 1994) FONTE: Disponível em: <http://polisoquimica.blogspot.com/2010/11/linus-pauling. html>. Acesso em: 23 fev. 2012. 5.1 DIAGRAMA DE LINUS PAULING Linus Pauling desenvolveu um diagrama para o preenchimento da elestrosfera pelos elétrons de um átomo em ordem crescente de energia, em níveis e em subníveis de energia. Cada camada eletrônica ou nível de energia apresenta um número quântico principal (n), que é o valor numérico que se localiza antes do subnível de energia. Confira no quadro a seguir. Camadas eletrônicas ou Níveis de energia K L M N O P Q Número Quântico Principal (n) 1 2 3 4 5 6 7 QUADRO 8 – NÚMEROS QUÂNTICOS PRINCIPAIS FONTE: A autora Exemplo: 1s2 1 = número quântico principal = camada eletrônica ou nível de energia = K s = subnível. As camadas eletrônicas ou níveis de energia (K, L, M, N, O, P e Q) são subdivididas em quatro subníveis de energia, s, p, d e f. Cada subnível de energia comporta um número UNIDADE 1 TÓPICO 1 27 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A máximo de elétrons, que é representado sobre o subnível de energia. Confira na figura a seguir o Diagrama de Linus Pauling. FIGURA 11 – DIAGRAMA DE LINUS PAULING FONTE: Disponível em: <http://elixirforexistence.blogspot.com/2009/06/ diagrama-de-linus-pauling.html>. Acesso em: 24 fev. 2012. UNI Caro(a) acadêmico(a), caso seja necessário volte ao assunto sobre o modelo atômico de Niels Bohr para relembrar as camadas ou níveis de energia. Para realizar uma distribuição eletrônica deve-se usar o número atômico (Z) do átomo e respeitar a ordem do diagrama de Linus Pauling. Para isso, basta seguir as setas de cima para baixo na diagonal. A soma dos elétrons dos subníveis deve ser igual ao valor do número atômico do átomo. No final, deve-se indicar a Camada de Valência, ou seja, a camada ou nível com o maior número quântico principal. Veja o exemplo a seguir: Exemplo: Ba56 - 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 Neste caso, a Camada de Valência é 6s2, pois apresenta o maior número quântico principal, que neste caso é 6, assim: 6s2 6 = número quântico principal = camada ou nível P s = subnível UNIDADE 1TÓPICO 128 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A 5.2 NÚMEROS QUÂNTICOS Foi a partir dos NÚMEROS QUÂNTICOS que se conseguiu definir de forma excelente a localização dos átomos na eletrosfera. São quatro os números quânticos: - o Número Quântico Principal (n); - o Número Quântico Secundário (ℓ) (ou azimutal); - o Número Quântico Magnético (ml) e; - o Número Quântico Spin (ms ou s). 5.2.1 Número quântico principal (n) Como já vimos, o número quântico principal indica a camada eletrônica ou nível de energia. Esse número indica a distância do elétron em relação ao núcleo, caracteriza a energia do elétron e nos informa o seu nível energético, lembrando que o número quântico principal assume valores de 1 a 7 e que quanto mais afastada do núcleo mais energética é a camada. Veja no quadro a seguir. Segundo o modelo atômico de Sommerfeld, uma mesma camada eletrônica era composta por orbitais de diferentes excentricidades, isso nos faz deduzir que numa mesma camada eletrônica ou nível de energia pode existir mais de um elétron. O número máximo de elétrons que uma camada comporta é calculado pela equação de Rydberg (cientista sueco Johannes Robert Rydberg). Onde n é o número quântico principal. Número máximo de elétrons na camada = 2 n2 Confira no Quadro 9, o número máximo de elétrons em cada camada eletrônica ou nível de energia. UNIDADE 1 TÓPICO 1 29 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Camada eletrônica ou Nível de energia. K L M N O P Q Número quântico Principal (n). 1 2 3 4 5 6 7 Número máximo de elétrons nas camadas eletrônicas ou níveis de energia. 2 8 18 32 32 18 8 QUADRO 9 – NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS EM CADA CAMADA ELETRÔNICA OU NÍVEL DE ENERGIA FONTE: A autora UNI Na prática, só se utilizaa equação de Rydberg, até a quarta camada eletrônica, “N”, que apresenta o número quântico, n= 4. A partir da quinta camada eletrônica, “O”, o número máximo de elétrons não corresponde ao que se verifica na teoria. 5.2.2 Número quântico secundário (ℓ) ou azimutal Conforme estudamos anteriormente, cada camada eletrônica ou nível de energia é subdividida em subníveis de energia, s, p, d e f, e cada subnível é representado por um número quântico secundário (ℓ), 0, 1, 2 e 3 respectivamente. Logo, cada subnível de energia recebe um número quântico secundário (ℓ) e ainda, comporta um número máximo de elétrons. Subníveis s P d F N° Máx. de elétrons 2 elétrons 6 elétrons 10 elétrons 14 elétrons N° quântico secundário 0 1 2 3 QUADRO 10 – NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO E NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS NOS SUBNÍVEIS DE ENERGIA FONTE: A autora 5.2.2.1 Orbitais atômicos Orbital atômico é o local mais provável de se encontrar os elétrons de um átomo. O orbital atômico é representado por um “quadradinho”. UNIDADE 1TÓPICO 130 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Cada subnível de energia possui um número de orbital, que será sempre a metade do número de elétrons que o subnível comporta. Cada orbital possui um número quântico magnético (ml) que se encontra abaixo do mesmo. Veja na figura a seguir, a quantidade de orbitais que cada subnível de energia comporta e a representação dos orbitais (“quadradinhos”). FIGURA 12 – QUANTIDADE E REPRESENTAÇÃO DE ORBITAIS FONTE: Disponível em: <professorandrebarbosa.blogspot. com/2011/03/cp...>. Acesso em: 22 fev. 2012. 5.2.2.2 Número quântico magnético (mℓ) O número quântico magnético está relacionado com a região de maior probabilidade de se encontrar um elétron, chamada de orbital. Como cada orbital comporta no máximo dois elétrons, estes são associados aos subníveis de energia, e devido a isso, apresentam valores variados, -mℓ, à esquerda do zero e +mℓ, à direita do zero. Cada subnível de energia pode apresentar um ou mais orbitais. 5.2.2.3 Número quântico de Spin (ms) O número quântico de spin indica a rotação do elétron dentro do orbital. Esse número quântico diferencia os elétrons de um mesmo orbital. Conforme o princípio de exclusão de Pauling, cada orbital comporta no máximo dois elétrons de rotações contrárias. Os elétrons são representados por Spins (setas). Note na figura 13, que o orbital do subnível s, está preenchido com dois elétrons, representados pelos spins. Obs.: Tanto o número quântico magnético quanto o número de spin, são definidos através do elétron de diferenciação ou diferenciador, que é o último elétron (spin) distribuído nos orbitais. UNIDADE 1 TÓPICO 1 31 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 13 – SUBNÍVEIS DE ENERGIA E SEUS ORBITAIS ATÔMICOS FONTE: Disponível em: <www.escolainterativa.com.br/.../img/quim01. jpg>. Acesso em: 23 fev. 2012. Número quântico de spin (ms): para cima ↑ = +1/2 Número quântico de spin (ms) para baixo ↓ = -1/2 • Regra de Hund: os orbitais devem ser preenchidos primeiramente com todos os spins para cima e depois se necessário para baixo. Confira na figura a seguir que o elétron de diferenciação ou diferenciador se encontra no primeiro orbital, que foi o último elétron (spin) distribuído. FIGURA 14 – PREENCHIMENTOS DOS ORBITAIS ATRAVÉS DOS SPINS FONTE: Disponível em: <img193.imageshack.us/ img193/2124/figura.png>. Acesso em: 25 fev. 2012. UNI Caro(a) acadêmico(a), os orbitais completos com dois elétrons são chamados de emparelhados ou completos, com um elétron é chamado de desemparelhado ou incompleto e sem elétron, vazio. Para se definir os quatros números quânticos deve-se utilizar o subnível mais energético que se encontra no final da distribuição eletrônica. São eles: número quântico UNIDADE 1TÓPICO 132 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A NÚMEROS QUÂNTICOS Nível Principal (n) n = 1,2,3,4,5,6,7 Subnível Secundário (ℓ) ℓ = 0 → s ℓ = 1 → p ℓ = 2 → d ℓ = 3 → f Orbital Magnético (m ou mℓ) □ □□□ □□□□□ □□□□□□□m = 0 -1 0 +1 -2 -1 0 +1 +2 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 Rotação do e- Spin (s ou ms) 1 2 + 1 2 FIGURA 15 – NÚMEROS QUÂNTICOS FONTE: Disponível em: <pessoal.educacional.com.br/up/50280001/.../EstruturaAtomica(1).ppt>. Acesso em: 23 fev. 2012. LEITURA COMPLEMENTAR ENERGIA NUCLEAR: PERIGO PARA O AMBIENTE OU SOLUÇÃO PARA O AQUECIMENTO GLOBAL? Cláudio J. A. Mota, Nilton Rosenbach Jr., Bianca Peres Pinto A estrutura atômica se assemelha ao sistema solar, onde temos o Sol, o maior astro do sistema, e os planetas girando ao seu redor. O átomo é formado por um núcleo, que concentra praticamente toda a sua massa, e elétrons que orbitam ao seu redor. Grande parte da Química não envolve o núcleo atômico, mas apenas os elétrons, responsáveis pelas ligações entre os átomos. O núcleo é composto por partículas subatômicas (Figura 47). O número de prótons caracteriza um determinado elemento químico. Por exemplo, o hidrogênio (H) possui apenas um próton e é o elemento mais simples da natureza. Já o carbono (C) se caracteriza por possuir seis prótons e o oxigênio (O), oito. principal (n), número quântico secundário (ℓ) ou azimutal, número quântico magnético e número quântico de spin (ms). A figura a seguir demonstra a configuração completa dos quatro números quânticos que acabamos de estudar. FIGURA 47 – ESTRUTURA DO NÚCLEO ATÔMICO COM PRÓTONS E NÊUTRONS UNIDADE 1 TÓPICO 1 33 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A A massa do átomo é função do número de prótons e de nêutrons no núcleo. Um elemento químico como o urânio (U) pode ter número diferente de nêutrons no seu núcleo. É o que chamamos de isótopos. Por exemplo, hoje em dia é comum a datação de fósseis e objetos antigos com a técnica do carbono 14. A idade de muitas múmias do antigo Egito, assim como de fósseis de dinossauros, pode ser determinada com boa exatidão por esta técnica. Mas o que é carbono 14 e como ele está ligado à energia nuclear? O átomo de carbono pode existir na natureza com diferentes composições do seu núcleo. A forma mais abundante, o carbono 12 (12C) possui 6 prótons e 6 nêutrons. Entretanto, é possível haver átomos de carbono com 5, 7 e até 8 nêutrons, chamados isótopos. O número de prótons não muda, pois ele caracteriza o elemento químico, mas o número de nêutrons pode variar. O átomo de carbono que possui 6 prótons e 8 nêutrons é o carbono 14 (14C) e é instável. Um nêutron do núcleo atômico se transforma em um próton, formando o átomo de nitrogênio, liberando radiação. Isto mesmo, o carbono 14 é um isótopo radiativo do carbono e sua decomposição ocorre num ritmo bem conhecido. Assim, a determinação da quantidade de carbono 14 em um fóssil permite estabelecer sua idade. As reações nucleares foram importantes no nascimento do universo, dando origem a todos os elementos químicos encontrados na natureza. Quase todos os elementos possuem isótopos radiativos que, em geral, estão em pequenas proporções. Entretanto, alguns elementos mais pesados, com maior número de prótons e nêutrons, são naturalmente radiativos. Isto ocorre porque seu núcleo é instável e tende a se decompor num ritmo conhecido para formar elementos mais leves. O urânio é um desses elementos. Assim, minerais e compostos de urânio emitem mais radiação que a encontrada na natureza (Figura 48). FIGURA 48 – ESQUEMATIZAÇÃO DE UM PROCESSO NUCLEAR, COM A DESINTEGRAÇÃO DO NÚCLEO DO ELEMENTO 1 PARA FORMAR UM ELEMENTO 2, ELÉTRONS, RADIAÇÃO E ENERGIA UNIDADE 1TÓPICO 134 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A As reações nuclearesenvolvem a transformação de massa em energia, segundo a equação de Einstein, E = mc2, onde c é a velocidade da luz (300.000 Km/s). O valor c2 é muito grande e, portanto, qualquer minúscula variação de massa importa na liberação de uma quantidade enorme de energia. O Sol e todas as estrelas são gigantescos reatores nucleares, explicando a imensa quantidade de energia que fornecem. Na Terra, as usinas nucleares transformam a energia do núcleo atômico do urânio em eletricidade. Os núcleos desse átomo, sob certas condições, se partem formando átomos menores num processo conhecido como fissão nuclear, desprendendo imensas quantidades de energia. Em tempos de aquecimento global, devido ao uso de combustíveis fósseis, muitas pessoas defendem a utilização da energia nuclear, pois ela não produz nenhuma emissão de gases causadores do efeito estufa, que retêm o calor do Sol na atmosfera. Entretanto, a energia nuclear gera resíduos radiativos, que podem ser extremamente nocivos ao homem e à natureza, e precisam ser armazenados em local seguro por muitos anos. Há também o risco de acidentes nessas usinas, com liberação de material radiativo para a atmosfera. Um grave acidente ocorreu na usina de Chernobyl, na antiga União Soviética, onde houve uma explosão do reator nuclear liberando grande quantidade de radiação para o ambiente, causando a morte de inúmeras pessoas devido aos efeitos nocivos da radiação. O homem possui tecnologia para domar o átomo e utilizar, de forma segura, a energia nele contido. A energia nuclear é e continuará sendo utilizada pelo homem para satisfazer suas necessidades. Porém, não se pode esperar que ela resolva toda a questão energética e climática do planeta. O uso racional do átomo pode ajudar na diminuição do aquecimento global, mas a massificação das usinas nucleares pode trazer mais riscos ao meio ambiente, que soluções para o clima do planeta. FONTE: Mota, Rosenbach Jr. e Pinto (2010, p. 94-98). Disponível em: <http://www.quimica.seed. pr.gov.br/arquivos/File/AIQ_2011/quimica_energia.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2012. UNIDADE 1 TÓPICO 1 35 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você viu que: • Toda matéria apresenta massa, volume e ocupa um lugar no espaço. • A matéria pode ser classificada como uma substância pura ou mistura. • Uma substância pode ser definida como elementar formada apenas por um elemento e uma mistura pode ser classificada como homogênea (uma fase e um aspecto visual) ou heterogênea (duas ou mais fases e dois ou mais aspectos visuais). • Todas as substâncias são definidas por suas propriedades físicas e químicas. • Os átomos são definidos como as menores partículas que constituem a matéria. Apresentam um núcleo positivo onde estão situados os prótons e nêutrons e uma eletrosfera onde estão situados os elétrons. • O número atômico (Z) é a característica mais importante de um elemento químico, pois é igual ao número de prótons (p) e elétrons (e-) do mesmo. • A massa atômica (A) é resultante da soma do número atômico (Z) com o número de nêutrons (n) é o número de massa (A). • Isótopos são átomos de mesmo elemento químico, possuem o mesmo número atômico (Z), porém apresentam números de massas atômicas (A) diferentes. • Isóbaros são átomos que apresentam o mesmo número de massa atômica (A), porém apresentam números atômicos (Z) diferentes. • Isótonos são átomos com o mesmo número de nêutrons (n), porém apresentam diferentes números atômicos (Z) e números de massas atômicas (A). • Íons são espécies químicas carregadas eletricamente. Cátions são espécies carregadas positivamente e por isso doam elétrons. Ânions são espécies carregadas negativamente e por isso recebem elétrons. UNIDADE 1TÓPICO 136 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A • Para os íons, cátions e ânions, o número atômico (Z) é igual ao número de prótons (p), porém, é diferente do número de elétrons (e-). • Isoeletrônicos são espécies químicas que apresentam o mesmo número de elétrons. • Segundo a teoria atômica atual, representada pelo modelo atômico de Niels Bohr, as camadas eletrônicas ou níveis de energia são representadas pelas letras e numeradas pelos números quânticos principais, respectivamente por, K, L, M, N, O, P e Q, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. • As camadas eletrônicas são divididas em quatro subníveis de energia: (s, p, d e f) e cada subnível de energia apresenta um número de orbitais, 1, 3, 5 e 7, respectivamente. • A distribuição eletrônica é realizada através do Diagrama de Linus Pauling, distribuindo-se o número de elétrons de um átomo, seguindo a ordem crescente de energia em níveis e subníveis, até que a somatória dos números de elétrons dos subníveis seja igual ao número de elétrons do átomo. • Os números quânticos determinam a posição exata do elétron dentro do orbital. • Número quântico principal (n) – determina a camada eletrônica ou nível de energia em que se encontra o elétron. • Número quântico secundário (ℓ) ou azimutal – determina o subnível de energia em que se encontra o elétron. • Número quântico magnético (mℓ) – determina o orbital em que está localizado o elétron. • Número quântico spin (ms) – determina a rotação do elétron localizado no orbital. UNIDADE 1 TÓPICO 1 37 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A AUT OAT IVID ADE � 1 O titânio já foi conhecido como o “metal maravilha” devido às suas qualidades. É mais resistente à corrosão que o aço inoxidável, suas ligas metálicas são empregadas na indústria aeronáutica, em próteses e em implantes dentários. A produção mundial anual de titânio é cerca de 10 milhões de toneladas e as principais reservas estão no Canadá e na Austrália. Sobre o Titânio (Z=22), determine: a) A configuração eletrônica dos elétrons. b) O número de elétrons em cada camada (nível). 2 Faça a distribuição eletrônica dos seguintes elementos: a) Na (Z=11) b) Br (Z=35) c) K (Z=19) 3 Faça a distribuição eletrônica dos seguintes ânions: a) I- (Z=53) b) Cl- (Z=17) c) P3- (Z=15) 4 Faça a distribuição eletrônica dos seguintes cátions, considerando que os elétrons serão retirados do subnível mais energético da última camada. a) Rb+ (Z=37) b) Sr+2 (Z=38) c) B3+ (Z=5) 5 Calcule o número atômico e o número de massa de um átomo que apresenta 30 nêutrons e 26 prótons. 6 Temos os seguintes átomos: 20A 40 18B 40 20C 42 20D 44 18E 38 a) quais são isótopos? b) quais são isóbaros? c) quais são isótonos? 7 Para o elemento Ouro, representado 79 AU197, pede-se: a) o número atômico; b) o número de massa; c) o número de prótons; d) o número de elétrons; e) o número de nêutrons. 8 Qual o número máximo de elétrons podem apresentar as camadas eletrônicas ou níveis de energia abaixo: a) n=2 b) n=4 c) n=6 UNIDADE 1TÓPICO 138 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A 9 Indique o número quântico secundário dos subníveis de energia a seguir. a) f b) p c) d d) s 10 Quantos elétrons possui o átomo de enxofre na camada de valência? 11 Um átomo possui Z = 24 e A = 52. Calcule o número de prótons, elétrons e nêutrons existentes nesse átomo. 12 Um átomo neutro possui 28 elétrons e número de massa 59. Determine-lhe o número de nêutrons e o número atômico. 13 Dois átomos X e Y possuem o mesmo número de massa. Sabendo que o nº atômico de X é 64 e que o átomo Y possui 60 prótons e 94 nêutrons em seu núcleo, calcule o nº de nêutrons do átomo X. 14 Um átomo M possui Z = 17 e número de massa igual ao do átomo N, que apresenta 18 prótons e 19 nêutrons em seu núcleo. Calcule o número de nêutrons existentesno núcleo do átomo M. 15 O elemento 20 A 42 é isótopo de B, que tem 20 nêutrons. B é isóbaro do elemento C. Sabendo-se que C tem 18 prótons, diga: a) o número atômico dos três elementos; b) número de massa e número de nêutrons dos três elementos; c) qual é isótono de C. 16 Qual o número atômico de um átomo que apresenta, no último nível, os seguintes números quânticos: n = 5 L = 2 m = -1 ms = -1/2 Convenção: o primeiro elétron a ocupar um orbital possui spin igual a +1/2. 17 A camada de valência de um átomo possui a configuração eletrônica 4s24p3. Qual o número atômico desse elemento? 18 Para um elemento genérico X de número atômico 34, faça o que se pede: a) Utilizando o Diagrama de Linus Pauling, realize a distribuição eletrônica. b) Indique os quatro números quânticos (n, ℓ, m ℓ e ms) para o último elétron distribuído. c) Quantos orbitais desemparelhados existem no elemento neutro? d) Realize a distribuição eletrônica para o íon 34X2+ 19 Os átomos K e L são isóbaros e apresentam as seguintes características: UNIDADE 1 TÓPICO 1 39 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A 10 + x K 5x 11 + x L 4x + 8 Determine os números atômicos e os números de massa de K e L. 20 São dadas as seguintes informações relativas aos átomos A, B e C: a) A é isóbaro de B e isótono de C. b) B tem número atômico 56, número de massa 137 e é isótopo de C. c) O número de massa de C é 138. Qual o número atômico de A? UNIDADE 1TÓPICO 140 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A TABELA PERIÓDICA 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 UNIDADE 1 Sempre foi preocupação dos cientistas organizar os resultados obtidos experimentalmente de tal maneira que: semelhanças, diferenças e tendências se tornassem mais evidentes. Isto facilitaria previsões a partir de conhecimentos anteriores. Um dos recursos mais usados na Química para atingir essa finalidade é a Tabela Periódica. As primeiras tabelas foram propostas no início do século XIX, porém, apresentavam mais erros do que acertos. Foi somente em 1869 que surgiu uma tabela que atendia às necessidades dos químicos e que se tornou a base da Tabela Periódica atual. Foi proposta por Dimitri Ivanovitch Mendeleev (1834 – 1907) e organizava os elementos em linhas horizontais, os períodos ou séries, e em linhas verticais, os grupos ou famílias. À medida que percorremos um período, as propriedades físicas variam regularmente, uniformemente. Num grupo, os elementos apresentam propriedades químicas semelhantes. Esquematicamente: Períodos – regularidade na variação das propriedades físicas Grupos: semelhanças das propriedades químicas (USBERCO; SALVADOR, 1998, p. 78) FONTE: Disponível em: <www.agracadaquimica.com.br/quimica/arealegal/slides/147.pps>.Acesso em: 7 mar. 2012. Caro(a) acadêmico(a), você conhece todas as informações que a Tabela Periódica oferece sobre os elementos químicos? Aprofunde os conhecimentos sobre o histórico desta ferramenta indispensável, para o entendimento desta disciplina tão fascinante que é a química. UNIDADE 1TÓPICO 242 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A • Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) foi considerado o fundador da química moderna. Lançou os alicerces da Química como ciência sujeita a regras e princípios racionais, a exemplo de outras disciplinas. Baseado em dados de trabalhos experimentais, definiu a matéria através da presença de um peso determinado, noção que aperfeiçoou paralelamente a um aprimoramento da balança. Também, descobriu a composição da água e enunciou a lei da conservação da massa nas reações químicas, essencial na História da Química, definindo os elementos químicos como substâncias que não podem ser decompostas pela ação de processos químicos e são divididos em dois grupos; os elementos metálicos e não metálicos. • Johann Wolfgang Döbereiner, em 1829 observou que grupos de três elementos com propriedades químicas muito semelhantes, mostravam que a média do peso atômico dos elementos era aproximadamente igual à média aritmética dos pesos atômicos dos elementos externos. Döbereiner também desenvolveu tríades com elementos de propriedades químicas semelhantes, onde os elementos tinham pesos atômicos muito próximos. Mais tarde, constatou-se a formação de grupos de quatro elementos com características semelhantes, como o, flúor, cloro, bromo e iodo. FONTE: Disponível em: <www.conteudoglobal.com/...periodica/index.asp?...periodicas_eleme...>. Acesso em: 7 mar. 2012. • Robert Wilhelm Bunsen (1811-1899), inventor do bico de gás (bico de Bunsen), verificou que quando um elemento químico era colocado sobre a chama, o mesmo emitia cores. Bunsen tinha um colaborador, Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887), que já havia formulado as leis que governam as voltagens e correntes em circuitos elétricos. Em 1856, Kirchhoff propôs que as cores seriam distinguidas com maior eficência, se passadas através de um prisma (espectrofotômetro), na frente de um conjunto de lentes e identificaram que cada elemento químico gerava uma série de linhas diferentes. O neônio (Ne), por exemplo, apresentava linhas no vermelho, o sódio (Na) marcava linhas no amarelo e o mercúrio (Hg) no verde e no amarelo. FONTE: Disponível em: <http://astro.if.ufrgs.br/rad/espec/espec.htm>. Acesso em: 7 mar. 2012. • Stanislao Cannizzaro fundou, na Universidade de Roma, o primeiro laboratório de química moderna e estabeleceu a diferença entre peso atômico e peso molecular, demonstrando assim a possibilidade de deduzir os pesos atômicos dos elementos a partir dos pesos moleculares dos seus compostos. Em 1891, recebeu a Medalha Copley da Royal Society, por reconhecimento de suas importantes contribuições para o desenvolvimento da teoria atômica. FONTE: Adaptado de: <http://allchemy.iq.usp.br/metabolizando/beta/01/cannizza.htm>. Acesso em: 7 mar. 2012. UNIDADE 1 TÓPICO 2 43 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A • John Alexander Reina Newlands (1837 —1898) foi um químico industrial, atuou como químico chefe em uma usina de açúcar e escreveu um tratado sobre o açúcar. Em 1863, ordenou os elementos químicos conforme pro- priedades semelhantes, em 11 grupos, nos quais, os elementos semelhantes possuíam massas em uma relação de multiplicidade 8. Esta era a “Lei das Oitavas” que mostrava uma certa periodicidade. L. Meyer e D. Mendeleev, em 1869, com seus trabalhos independentes estabeleceram a 1ª Lei Periódica que diz: “As propriedades físicas e químicas dos elementos se repetiam de maneira periódica em função da ordem crescente de suas massas atômicas”. D. Mendeleev aceitou pequenas inversões na ordem da massa atômica, pri- vilegiando o arranjo em função das propriedades dos elementos. Além disso, percebeu que seriam descobertos novos elementos, os quais ocupariam os espaços vazios (indicados por *) da tabela. O conhecimento de que as proprie- dades de um elemento são intermediárias em relação àquelas do elemento anterior e posterior na tabela, permitiu que Mendeleev fizesse previsões, com grande sucesso, sobre as propriedades dos elementos ainda não conhecidos. Essa tabela foi utilizada até 1913, quando Henry Moseley verificou que as propriedades dos elementos estavam relacionadas a seus números atômicos. (USBERCO; SALVADOR, 1998, p. 79). • Henry Moseley publicou a Tabela Periódica atual em 1913, baseada na 2ª Lei Periódica, que enuncia: “As propriedades físico-químicas dos elementos são funções periódicas de seus números atômicos (Z)”. A tabela de Henry Moseley possui sete períodos ou linhas horizontais e dezoitofamílias ou grupos, colunas verticais. O número do período indica o número de camadas eletrônicas ou níveis de energia ocupados pelo elemento. O número das famílias do grupo A da Tabela Periódica indica número de elétrons na camada de valência dos elementos químicos pertencentes a esse grupo. 2 ORGANIZAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS NA TABELA A Tabela Periódica atual é constituída por dezoito famílias. Cada família contém elementos com propriedades químicas semelhantes, devido ao fato de apresentarem o mesmo número de elétrons na camada de valência. Na Família 1A, por exemplo, todos os elementos apresentam um elétron na camada de valência. FONTE: Disponível em: <www.profquim.com.br/images/file/Tabela%20Periódica.ppt>. Acesso em: 7 mar. 2012. Atualmente, 118 elementos químicos estão organizados na Tabela Periódica em ordem crescente de seus números atômicos (Z). Confira na Figura 16 a seguir, a estrutura da tabela periódica. UNIDADE 1TÓPICO 244 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 16 – ESTRUTURA DA TABELA PERIÓDICA FONTE: Disponível em: <www.maristas.org.br/colegios/assuncao/.../tabela_periodica.ppt>. Acesso em: 12 fev. 2012. A Tabela Periódica traz várias informações sobre os elementos químicos, como: massa atômica ou peso atômico, número atômico, estado físico entre outras. UNI Caro(a) acadêmico(a), verifique na figura a seguir, a representação de uma legenda presente numa Tabela Periódica, onde estão as informações citadas acima. Exemplo: FIGURA 17 – REPRESENTAÇÃO DE UMA LEGENDA PRESENTE NUMA TABELA PERIÓDICA FONTE: Disponível em: <tabelaperiodicaclc.blogspot.com/>. Acesso em: 12 fev. 2012. UNIDADE 1 TÓPICO 2 45 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Note que a massa atômica ou peso atômico apresenta valor maior que o número atômico! UNI Aproveite para verificar na tabela de íons da figura a seguir as espécies químicas com nox positivo (carga positiva), que são os cátions e doam elétrons, e os com nox negativo (carga negativa), que são os ânions e ganham elétrons. Exemplo: FIGURA 18 – TABELA DE ÍONS FONTE: Disponível em: <leonnjr.files.wordpress.com/2010/09/ions-cations>. Acesso em: 12 fev. 2012. Na Tabela Periódica, os elementos foram classificados, segundo suas propriedades físicas e químicas, agrupando-se em metais, não metais, semimetais, gases nobres ou grupo zero e Hidrogênio. UNIDADE 1TÓPICO 246 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 19 – DIVISÃO DA TABELA PERIÓDICA FONTE: Disponível em: <www.maristas.org.br/colegios/assuncao/.../tabela_periodica.ppt>. Acesso em: 12 fev. 2012. ELEMENTOS ARTIFICIAIS: os elementos químicos que apresentam número atômico superior a 92 são artificiais, isto é, foram sintetizados em laboratório químico através de pesquisas nucleares. Com exceção dos elementos Promécio com número atômico igual a 43 e Tecnécio com número atômico igual a 61. Dos cento e dezoito elementos químicos reconhecidos, os elementos artificiais classificam-se em: • Cisurânicos: recebem esse nome (cis = “aquém de”) porque apresentam número atômico inferior a 92, o do elemento urânio. São os seguintes: tecnécio (Tc), ástato (At), frâncio (Fr) e promécio (Pm). • Transurânicos: recebem esse nome (trans = “além de”) porque apresentam número atômico superior a 92, ou seja, que se se encontram depois do Urânio. 2.1 PERÍODOS DA TABELA PERIÓDICA A Tabela Periódica possui sete períodos ou séries que são as linhas horizontais, numeradas de 1 a 7, através dos números quânticos principais, que representam as sete UNIDADE 1 TÓPICO 2 47 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A camadas eletrônicas ou níveis de energia, K, L, M, N, O, P e Q, respectivamente. Confira no quadro a seguir. Período – Camada – N° quântico principal Formação 1° - K – 1 2 elementos. H e He 2° - K, L – 2 8 elementos. Li ao Ne 3° - K, L, M – 3 8 elementos. Na ao Ar 4° - K, L, M, N – 4 18 elementos. K ao Kr 5° - K, L, M, N, O – 5 18 elementos. Rb ao Xe 6° - K, L, M, N, O, P – 6 32 elementos. Cs ao Rn. Inclui a série dos lantanídeos 7° - K,L,M,N.,O,P,Q – 7 Em aberto = Inicia no Fr. Inclui a série dos actinídeos QUADRO 11 – PERÍODOS DA TABELA PERIÓDICA FONTE: A autora Lembre-se de que as séries dos lantanídeos e actinídeos pertencem ao sexto e sétimo período respectivamente. Após a realização de uma distribuição eletrônica, defini-se como camada de valência aquela que apresentar o maior número quântico principal e você pode utilizá-lo também para definir o período que o elemento se encontra na Tabela Periódica. Exemplo: camada de valência do K (potássio) = 4s1, o 4 indica que o potássio está no quarto período da Tabela Periódica, ou seja, na quarta linha horizontal. 2.2 FAMÍLIAS OU GRUPOS As dezoito famílias estão dispostas em linhas verticais que são divididas em dois grupos, o grupo A que são as colunas verticais mais altas e o grupo B que são as colunas verticais mais baixas e centrais da Tabela Periódica. Os elementos químicos presentes nas famílias do grupo A são chamados de elementos representativos, do grupo B são chamados metais de transição e as séries dos lantanídeos e actinídeos são chamados de metais de transição interna. Todas as famílias recebem uma classificação diferenciada por cores, conforme representado na figura a seguir: UNIDADE 1TÓPICO 248 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A FIGURA 20 – CLASSIFICAÇÃO DIFERENCIADA POR CORES FONTE: Disponível em: <www.guiadacarreira.com.br/wp-content/uploads/...>. Acesso em: 12 fev 2012. Traduzindo a Figura 19, temos: • Família 1A – Metais Alcalinos: Li, Na, K, Rb, Cs, Fr • Família 2A – Metais Alcalino-terrosos: Be, Mg, Ca, Ba, Sr, Ra • Família 3A – Família do boro: B, Al, Ga, In, Ti • Família 4A – Família do carbono: C, Si, Ge, Sn, Pb • Família 5A – Família do nitrogênio: N, P, As, Sb, Bi • Família 6A – Calcogênios: O, S, Se, Te, Po UNIDADE 1 TÓPICO 2 49 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A • Família 7A – Halogênios: F, Cl, Br, I, At • Família 8A ou grupo Zero - Gases Nobres: HE, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn UNI Caro(a) acadêmico(a), lembre-se: a Tabela Periódica é uma ferramenta de apoio para as aulas de Química, por isso não se preocupe em decorá-la, basta saber usá-la. DIC AS! Adquira uma Tabela Periódica atualizada e aprenda a utilizá-la na prática. Livrarias e papelarias comercializam esse material didático. Para aprofundar seus conhecimentos neste assunto consulte o seguinte livro: CHANG, Raymond. Química Geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre, Mcgraw Hill , Artmed 2010. Nas famílias do grupo B, temos: • “Metais de Transição: não apresentam o seu elétron de diferenciação (último elétron distribuído) na última camada. Isso faz com que suas propriedades sofram alterações, sendo mais comum a semelhança dentro do período que dentro da família”. (SARDELLA, 1998, p. 122). Apresentam o elétron de diferenciação no penúltimo nível, em orbital “d”. Exemplo: 28Ni → 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d8 - Elemento de transição, pois o elétron de diferenciação (último elétron distribuído) está no orbital d. A soma do número de elétrons dos subníveis “s” e “d” indica o número do grupo que pertence o elemento. No caso acima, 4s2 3d8 -> 2 + 8 = 10 e isso indica que o elemento níquel se encontra no grupo 10 B. Nos grupos, cuja soma dos subníveis “s” e “d” é igual a 8, 9 ou 10, os elementos químicos de tais grupos apresentam propriedades muito semelhantes e são agrupados em uma tríade: grupo 8 B. Confira em sua Tabela Periódica! • Metais de TransiçãoInterna: se encontram nas duas séries abaixo da Tabela Periódica, ou UNIDADE 1TÓPICO 250 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A seja, nos 6° e 7°, respectivamente. Apresentam o elétron de diferenciação no antepenúltimo nível, no orbital “f”. Exemplo: 57La → 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 6s2 4f1 - Elemento de Transição Interna, pois o último elétron está em orbital f. - Série dos Lantanídeos: Lantânio (Z = 57) ao Lutécio ( Z = 71). - Série dos Actinídeos: Actínio (Z = 89) ao Laurêncio (Z = 103). GASES NOBRES: são os elementos pertencentes à Família 8A ou Grupo Zero da Tabela Periódica. São considerados gases inertes, pois não reagem quimicamente com outros elementos químicos, sendo encontrados livremente na natureza na forma mais simples de moléculas monoatômicas. Além disso, os gases nobres são elementos estáveis, pois apresentam a camada de valência completa com oito elétrons, com exceção do gás hélio que é estável com dois elétrons na última camada. Desta forma, estes elementos não doam, não ganham elétrons e não realizam ligações com outros elementos. • HIDROGÊNIO: o hidrogênio é o elemento químico existente de forma mais simples. Ele é composto apenas por um próton e um elétron. Possui número atômico igual a um, sua massa molecular é igual a 1,008 g.mol-1 e seu símbolo é "H". O hidrogênio não possui um "local definido" na Tabela Periódica. Normalmente, ele é colocado acima da Família 1A, chamada grupo dos metais alcalinos. Tal fato ocorre devido à sua configuração eletrônica apresentar na camada de valência ns1, ou seja, um elétron na camada de valência, característica específica dos elementos desta família. Outras vertentes apontam a posição ideal do hidrogênio acima dos halogênios, elementos químicos presentes na Família 7A, Tabela Periódica. FONTE: Adaptado de: <http://www.quiprocura.net/elementos/hidrogenio.htm>. Acesso em: 12 mar. 2012. O hidrogênio é o elemento químico mais abundante no Universo. Estima-se que 75% da massa universal é formada por átomos de hidrogênio. No nosso planeta, sua abundância não é tão representativa assim. Ele constitui apenas 0,9% da massa do planeta Terra. 2.3 METAIS, SEMIMETAIS E NÃO METAIS • METAIS: ocupam cerca de 80% da Tabela Periódica. São sólidos em temperatura ambiente com exceção do mercúrio (Hg), que é o único metal líquido. São bons condutores de calor e eletricidade, são maleáveis (capacidade de formar lâminas), apresentam ductibilidade (capacidade de formar fios), tenacidade (resistência à tração) e brilho metálico. UNIDADE 1 TÓPICO 2 51 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A São cátions, ou seja, possuem a capacidade de doar elétrons e geralmente apresentam 1, 2 ou 3 elétrons na camada de valência (última camada). • NÃO METAIS: representam cerca de 10% da Tabela Periódica, porém são os mais abundantes na natureza (C, Si, O, N e H). Não há um estado físico definido. Os sólidos são formados por: Carbono (C), fósforo (P), enxofre (S), selênio (Se) e iodo (I). Líquido: Bromo (Br). Gases: Nitrogênio (N), oxigênio (O), flúor (F), cloro (Cl) e nitrogênio (N). Não apresentam brilho, não conduzem calor nem eletricidade e são utilizados na produção de pólvora e pneus. São ânions, ou seja, apresentam a necessidade de ganhar elétrons e geralmente apresentam 5, 6 ou 7 elétrons na camada de valência (última camada). • SEMIMETAIS: estes elementos apresentam características intermediárias entre os metais e os não metais. ATE NÇÃ O! Para saber mais sobre os elementos químicos adquira uma tabela periódica atualizada. 2.4 CLASSIFICAÇÕES PERIÓDICAS E APERIÓDICAS A Tabela Periódica pode fornecer relações entre as propriedades dos elementos e suas estruturas atômicas. Essas propriedades dividem-se em: periódicas e aperiódicas. 1. PROPRIEDADES PERIÓDICAS As propriedades periódicas são aquelas que, na medida em que os números atômicos aumentam, assumem valores semelhantes para intervalos regulares, ou seja, se repetem nos períodos. O número de elétrons na camada de valência é um exemplo. a) Raio atômico: o tamanho do átomo “O tamanho do átomo é uma característica de difícil determinação, pois a eletrosfera de um átomo não tem fronteira definida”. (USBERCO; SALVADO, 1998, p. 87). Para comparar o tamanho dos átomos, devemos levar em consideração dois fatores: UNIDADE 1TÓPICO 252 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A • O número de níveis ou camadas eletrônicas: quanto maior o número de camadas eletrônicas ou níveis de energia, maior o raio atômico (tamanho) do átomo. • O número de níveis ou camadas eletrônicas: quanto maior o número de camadas eletrônicas ou níveis de energia, maior o raio atômico (tamanho) do átomo. • Número de prótons (carga nuclear): quanto maior o número de prótons que o átomo apresenta, maior é atração sobre seus elétrons e menor é o tamanho do átomo. Simplificando: • O raio atômico (tamanho do átomo) cresce nas famílias da Tabela Periódica, de cima para baixo, devido ao número de camadas eletrônicas. • O raio atômico (tamanho do átomo) cresce nos períodos da Tabela Periódica, da direita para a esquerda, devido ao decrescimento do número de prótons, que decresce a atração sobre os elétrons. Veja esta ordem em sua Tabela Periódica, observando a figura a seguir. FIGURA 21 – VARIAÇÃO DO RAIO ATÔMICO NA TABELA PERIÓDICA FONTE: Disponível em: <http://tudoquimica.atspace.com/pg3.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. b) Energia de Ionização ou Potencial de Ionização “É a energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado no estado gasoso”. (USBERCO; SALVADO, 1998, p. 88). Quando isso ocorre há formação de novas espécies químicas (íons) carregadas positivamente, chamada de cátions. Genericamente podemos exemplificar: X0(gasoso) + energia X+(gasoso) + elétron (e-) Quanto maior o tamanho do átomo, menor a energia necessária para remover esses elétrons, ou seja, menor será a energia de ionização. UNIDADE 1 TÓPICO 2 53 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A Simplificando: A energia de ionização ou potencial de ionização cresce de forma inversa ao raio atômico. • A energia de ionização ou potencial de ionização cresce nas famílias da Tabela Periódica, de baixo para cima. • A energia de ionização ou potencial de ionização cresce nos períodos da Tabela Periódica, da esquerda para a direita. Veja esta ordem em sua Tabela Periódica, observando a figura a seguir. FIGURA 22 – VARIAÇÃO DA ENERGIA DE IONIZAÇÃO NA TABELA PERIÓDICA FONTE: Disponível em: <http://www.reocities.com/Area51/ Hollow/9495/propried.htm>. Acesso em: 12 fev. 2012. c) Afinidade Eletrônica ou Eletroafinidade “É a energia liberada quando um átomo isolado, no estado gasoso, “captura” um elétron”. (USBERCO; SALVADO, 1998, p. 89). Quando isso ocorre há formação de novas espécies químicas (íons) carregadas negativamente, chamada de ânions. Genericamente podemos exemplificar: X0(gasoso) + elétron (e -) X- (gasoso) + energia No geral, quanto menor o tamanho do átomo (raio atômico), maior a afinidade eletrônica. • A afinidade eletrônica ou eletroafinidade cresce nas famílias da Tabela Periódica, de baixo para cima. • A afinidade eletrônica ou eletroafinidade cresce nos períodos da Tabela Periódica, da esquerda para a direita. Veja esta ordem em sua Tabela Periódica, observando a Figura 23. UNIDADE 1TÓPICO 254 Q U Í M I C A G E R A L E O R G Â N I C A OBS: Os gases nobres não apresentam afinidade eletrônica ou eletroafinidade. FIGURA 23 – VARIAÇÃO DA AFINIDADE ELETRÔNICA OU ELETROAFINIDADE
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