Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE Dos Crimes Contra a Administração Pública. ................................................................................................2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Dos Crimes Contra a Administração Pública. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRA- ÇÃO GERAL. » CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. » USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA. DO CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. Todos os crimes que analisaremos neste item trazem em si uma norma penal dependente de com- plementação. Para compreendê-los, necessitamos de conhecer o conceito de funcionário público, o qual não está inserto em cada tipo penal. Estamos, então, diante de normas penais em branco, dependentes do complemento que concei- tua funcionário público. O complemento conceitual está inserto no artigo 327 caput e parágrafo 1º, do CP, cuja letra segue abaixo. Funcionário público Art. 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º – Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de ativida- de típica da Administração Pública. O primeiro aspecto que nos chama a atenção é a amplitude do conceito. Segundo dispõe o artigo 327, caput, considera-se funcionário público, PARA EFEITOS PENAIS, quem exerce, transitoria- mente ou não, remuneradamente ou não, cargo, emprego ou função pública. No parágrafo 1º do artigo 327, o legislador trata do funcionário público por extensão ou equi- paração. Assim, considera-se, também, funcionário público aquele que exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. » EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO: É aquela que é contratada ou conveniada para execução de atividade típica da Administração pública. (ex.: hospital conveniado ao SUS – Sistema Único de Saúde). § 2º – A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. O parágrafo 2º do artigo 327 traz a figura de uma qualificadora que se aplica aos crimes que veremos adiante. Assim, se o crime é praticado por quem tem cargo em comissão ou função de con- fiança, a pena será aumentada de até a terça parte. A condição de funcionário público do agente se comunicará àquele que, apesar de não ser fun- cionário público, colabora de qualquer modo para o desiderato ilícito sabendo que seu comparsa é funcionário público (vide item 1.2.4.8.3 – aula 2). Observe o que dispõe o artigo 30 do CP. Participação nos crimes próprios. Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 – Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRA- ÇÃO GERAL. Usurpação de função pública Art. 328 – Usurpar o exercício de função pública: Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa. » Figura qualificada: Parágrafo único – Se do fato o agente aufere vantagem: Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa. » Conduta: Usurpar função pública é exercê-la indevidamente, apoderando-se dela. » Sujeito ativo: Qualquer pessoa, em regra o particular. Pode também o funcionário público ser agente na medida em que usurpa de função que absolutamente não tem. Segundo o STJ1: “O crime de usurpação de função pública, em não se tratando de crime próprio, pode ser prati- cado por funcionário público, desde que usurpe função estranha à sua”. “Sujeito ativo do crime, na conformidade da epígrafe do capítulo em que figura o art. 328, há de ser o particular (extraneus); mas é bem verdade que a este se equipara quem, embora sendo funcio- nário público, não está investido na função de que se trate. Como justamente adverte Sabatine (ob. cit., pág. 403), o funcionário que usurpa função estranha à sua ‘agisce come um qualsiasi privato, anche se indirettamente si possa prevalere della qualittà di pubblico ufficiale per commettere il delitto’.” (Nelson Hungria, Comentários ao Código Penal, vol. IX, 2ª edição, Forense, Rio de Janeiro, 1959, pág. 409). Ainda, para o STJ2: “Comete o delito previsto no art. 328 do Código Penal (usurpação de função pública) aquele que pratica função própria da administração indevidamente, ou seja, sem estar legitimamente investido na função de que se trate. Não bastando, portanto, que o agente se arrogue na função, sendo impres- cindível que este pratique atos de ofício como se legitimado fosse, com o ânimo de usurpar, consistente na vontade deliberada de praticá-lo (Precedente)”. “O crime de usurpação de função pública, muito embora previsto no capítulo destinado aos crimes praticados por particular contra a Administração Pública, pode ser praticado por funcionário público, porquanto, quando o Código Penal se refere a particular é por que indica que os delitos ali (capítulo II do Título XI), ao contrário do capítulo I, são crimes comuns e não especiais (próprios)”. » Sujeito passivo: O Estado. » Objeto jurídico: O bom desempenho da Administração Pública. » Elemento subjetivo: Dolo, o que corresponde à vontade livre e consciente de usurpar, apode- rar-se da função. » Consumação: Com a efetiva prática de algum ato de ofício, independentemente da produção de resultado. Admite-se, em tese, a tentativa. » Figura qualificada: (Parágrafo Único), se o agente, ao usurpar da função pública, aufere ou recebe alguma vantagem material ou moral, a pena passa a ser de reclusão de 02 a 05 anos e multa. 1 STJ – APN 329/PB – Relator: Ministro Hamilton Carvalhido – Corte Especial – Data do julgamento: 20/09/2006. 2 STJ – RHC 20818/AC – Relator: Ministro Felix Fischer – 5ª Turma – Data do julgamento: 22/05/2007. AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 4 Exercícios 01. Usurpar o exercício de função pública, sem auferir vantagem, é crime punido com: a) reclusão, de seis meses a três anos. b) reclusão, de um a quatro anos, e multa. c) detenção, de seis meses a dois anos. d) detenção, de três meses a dois anos, e multa. e) prisão domiciliar. 02. Ricardo, profissional liberal, estranho ao quadro da Polícia Civil, agindo como se fosse policial civil, comparece em uma residência para cumprir um mandado de busca e apreensão e lá solicita e recebe do morador a quantia de R$ 1.000,00 para não prosseguir com a diligência. Ricardo praticoucrime de a) corrupção ativa, punido com reclusão de 02 a 12 anos de reclusão, e multa. b) tráfico de influência, punido com reclusão de 02 a 05 anos, e multa, sem qualquer majora- ção. c) usurpação de função pública, punido com detenção de 03 meses a 02 anos e multa. d) tráfico de influência, punido com reclusão de 02 a 05 anos, aumentada de 1/6, e multa. e) usurpação de função pública, punido com reclusão de 02 a 05 anos e multa. Gabarito 01 - D 02 - E
Compartilhar