Introdução ao Direito Tributário

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03/04/2018
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Ciências Contábeis
Prof. Dra. Vanessa Vilela Berbel
Doutoranda em Direito (PUC/SP)
Mestre em Direito (USP)
Especialista em Direito e Processo Tributário (IBET/SP)
Aula 1
Tema 01 
Tema: Noções Gerais de Direito Tributário
Resumo
:Unidade de Ensino Direito Tributário
Competência da Unidade 
:de Ensino
Conhecer e compreender a estruturação do direito 
tributário no Brasil, as fontes legislativas existentes 
e os sujeitos que compõe a relação jurídico-
tributária.
:Resumo
A aula irá apresentar o direito tributário, sua 
importância, suas fontes, o conceito de tributo, bem 
como noções iniciais sobre os elementos da relação 
jurídico-tributária.
Palavras- :chave Direito; tributo; fontes; obrigação.
Título da teleaula: Introdução ao direito tributário.
Teleaula nº: 01
Como vocês sabem, o Poder Público cobra tributos para cumprir
suas atribuições e atingir seus objetivos frente à sociedade.
Os recursos auferidos através dos tributos formam as chamadas
receitas públicas, que, como regra, devem servir à consecução
de seus fins sociais.
Porém, estudo da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que brasileiros
pagam o equivalente a 33,4% do PIB nacional em tributos, o que
é bastante representativo e impacta em qualquer
empreendimento que se busque realizar
no país.
Convite ao estudo
O aluno deve compreender:
a) O conceito legislativo de tributo.
b) a distinção entre fato gerador e hipótese de
incidência.
c) O que é competência tributária;
Conhecimentos prévios
Sabemos que, historicamente, não havia limites para a exigência de
tributos, dando ensejo a revoltas memoráveis contra a abusiva
ânsia arrecadatória dos “donos do poder”.
Uma delas é a conhecida “Revolta do Chá”, 1773, que impulsionou a
independência dos Estados Unidos da América.
No Brasil não foi diferente, como podemos notar da Inconfidência
Mineira de 1792, quando Tiradentes foi executado pela Coroa
Portuguesa, pela revolta contra a cobrança do quinto e a prática da
derrama.
De lá para cá foram criados mecanismos
para impedir a cobrança injusta e
desequilibrada de tributos.
Vamos conhecê-los?
Pensando a aula:
situação geradora de aprendizagem
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Klaus é alemão e se encantou pelo país. Ele já está
aposentado na Alemanha e gostaria de investir seu
recurso financeiro em um empreendimento no Brasil.
Porém, Klaus quer antes saber como funciona o sistema
tributário brasileiro, pois ouviu dizer que eles interferem
nos custos de seu empreendimento.
Situação- problema 01
Problematizando a Situação-Problema 1
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL
TRATADOS 
INTERNACIONAIS
LEIS 
CTN (LEI 5.172/66)
Decretos
Normas 
complementares
Consulte:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 96. A expressão "legislação tributária"
compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas
complementares que versem, no todo ou em parte,
sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.
Problematizando a Situação-Problema 1
• Você sabe o que é uma Constituição? 
- A Constituição Federal dá fundamento de
validade às demais normas jurídicas.
- A Constituição Federal não cria tributos, mas
delimita a competência para que cada ente
políticos o faça, por meio de leis próprias.
- A Constituição Federal também impõe
limites ao exercício da competência
tributária
Problematizando a Situação-Problema 1
QUEM SÃO OS ENTES POLÍTICOS QUE 
PODEM INSTITUIR TRIBUTOS NO BRASIL?
• Constituição federal
“Art. 18. A organização político
administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos”
• Constituição Federal
(arts. 145 a 162)
Problematizando a Situação-Problema 1
Klaus compreendeu que, no Brasil, a instituição de
tributos possui uma regulamentação hierarquizada,
estando a Constituição no vértice da pirâmide do sistema
jurídico. Porém, ele ainda possui muitas dúvidas.
Klaus gostaria de saber o que é tributo. Ele não sabe se,
por exemplo, as taxas que pagou para retirar seu visto são
tributos, se os valores pagos para a obtenção de licença
para instalação do empreendimento são tributos.
Enfim, o que é tributo no Brasil?
Situação-Problema 2
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CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL (Lei nº 5.172/66)
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Problematizando a Situação-Problema 2
• PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA 
SE POSSA EXPRIMIR: 
- sempre pagos em dinheiro.
- não são tributos: o serviço militar obrigatório, o trabalho 
prestado no Tribunal do Júri; o trabalho nas eleições, etc.
• PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA
- O Estado exige os tributos. Não é um pagamento voluntário do 
contribuinte. 
Problematizando a Situação-Problema 2
• PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUI SANÇÃO POR ATO 
ILÍCITO
- O tributo não tem caráter punitivo. 
- A multa, decorrente do não pagamento, não é tributo, 
mas obrigação tributária.
• PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI
- Tributo sem lei prévia é inconstitucional.
• COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE 
ADMINISTRATIVA PLENAMENTE 
VINCULADA
Problematizando a Situação-Problema 2
• COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 
PLENAMENTE VINCULADA
Código Tributário
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica 
de direito público, titular da competência para exigir 
o seu cumprimento.
- Ocorrido o fato gerador,
- deve a autoridade administrativa
apurar e constituir o crédito,
sob pena de responsabilidade.
Problematizando a Situação-Problema 2
Perguntas
Klaus ainda possui dúvidas sobre a competência
tributária. Ele gostaria de saber como os entes
competentes fazem para instituir esses tributos?
Quais são os critérios que devem estar previstos na
lei?
Situação-Problema 3
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• Competência tributária é o poder-dever de instituir o
tributo, por lei própria e com a necessária
observância às limitações constitucionais ao poder de
tributar e às normas gerais editadas pela União.
• Competência tributária possui as seguintes 
caraterísticas: 
- indelegabilidade;
- intransferibilidade;
- irrenunciabilidade e 
- incaducabilidade.
Problematizando a Situação-Problema 3
• Competência tributária envolve o poder de: 
-instituir o tributo (criar a lei);
-arrecadar;
-fiscalizar e 
- exigir (executar).
Problematizando a Situação-Problema 3
O exercício da competência tributária importará
na descrição, por lei, da chamada hipótese de
incidência.
Hipótese de incidência
É a descrição legislativa de uma situação que, ocorrendo 
na prática (fato gerador), produz a quem lhe deu causa o 
dever de pagar o tributo” (Alexandre Mazza)
Problematizando a Situação-Problema 3
Perguntas
Para continuarmos a nossa caminhada pelo saber, é
necessário conhecermos quando as situações descritas
na lei poderão ser exigidas, ou seja, como e quais as
condições para que nasça a “obrigação tributária”.
Para isso, precisamos entender o que é o fato gerador e
como ele faz surgir a obrigação tributária.
Situação-Problema 4
• O fato gerador é a situação concreta que,
contemplando todos os elementos da hipótese de
incidência, faz surgir a obrigação tributária.
Hipótese de incidência situação prevista na lei
Fato gerador evento da realidade
Problematizando a Situação-Problema 4
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O Fato gerador pode fazer surgir uma obrigação principal ou
obrigação acessória;
• OBRIGAÇÃO PRINCIPAL: sempre consiste em um dever de
pagar prestação pecuniária.
- Engloba o tributo e eventual multa;
• OBRIGAÇÃOACESSÓRIA- é dever tributário instrumental.
- Destina-se a possibilitar meios de fiscalização e averiguação
de eventual tributação. Ex: emissão de notas fiscais e
declarações pelo contribuinte
Problematizando a Situação-Problema 4
• O fato gerador da obrigação principal
Código Tributário Nacional
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida
em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
• O fato gerador da obrigação acessória
Código Tributário Nacional
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação
que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de
ato que não configure obrigação principal.
Problematizando a Situação-Problema 4
Pense comigo:
Sabemos que se deixarmos de pagar um tributo haverá
consequências legais, principalmente a imposição de
uma multa pelo não pagamento, correto?
Mas e se deixarmos de cumprir uma obrigação
acessória, como a emissão de uma nota fiscal ou da
declaração anual do imposto de renda, quais as
consequências?
Provocando novas situações
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem
por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.
Provocando novas situações
Não há uma conversão automática, mas sim a previsão, em lei, de
que, ao invés daquele ato, o contribuinte deverá pagar uma multa
(obrigação principal), pelo descumprimento.
Ou seja: o descumprimento de uma obrigação acessória acarreta
sua “conversão” em principal porque será devido, em seu lugar,
uma multa correspondente.
Provocando novas situações
Neste sentido, decidiu o Tribunal Regional Federal da 4ª Região:
“(...) a sanção imposta ao inadimplente é uma multa que, como tal,
constitui uma obrigação principal, sendo exigida e cobrada através
dos mecanismos aplicados ao tributo.” (TRF4, 1ª Turma, AgRegAI
2001.04.01.089739-6/RS. Rel. Desa. Fed. Maria Lúcia Luz vieira.
maio/02)
Provocando novas situações
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ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 10 ed,
Rio de janeiro: forense, 2016.
DALVI, Luciano. Direito Tributário avançado: São Paulo, LTR,
2009.
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 7 ed. São
Paulo: Saraiva, 2015.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Código Tributário Nacional. Lei nº 5.172/66.
REFERÊNCIAS