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COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM: Art. 23. A competência material comum é um assunto que está desdobrado em doze incisos. Acho que a gente pode agrupar também em algumas categorias, porque há, sobretudo, quatro grandes categorias, quatro grandes assuntos, e é interessante porque isso vai ter uma relação próxima com a legislação concorrente. O que é matéria de competência material comum, isto é, aquilo que a Constituição manda que seja feito pela União e, também, pelos Estados e Municípios. A gente tem, em matéria de competência material comum, quatro grandes categorias. Uma primeira é os serviços de saúde. Outra é educação, cultura, ciência, etc. Outra é meio ambiente. Outra é abastecimento e produção. Sobre saúde, a gente tem o inciso II: “Art. 23. Portanto, todas essas ações relativas à saúde e à proteção dos deficientes, à assistência pública, etc., isso é matéria de competência comum, não é obrigação só da União, nem somente do Estado, nem somente do Município, é competência dos três níveis de governo. O outro item é educação, ciência, cultura de modo geral, e aparece no inciso V, e que a gente pode também aproximar os incisos IV e III. Obrigação da União, mas também do Estado, também do Município. A gente pode aproximar aí também o IV. Evidentemente esse é um aspecto relevante dessa preocupação com a cultura. E o III. Esse é o conjunto de preocupações com a educação e com a cultura. Meio ambiente a gente tem, essencialmente, no inciso VI, mas a gente também pode aproximar o VII e o XI. São evidentemente ligados à questão ambiental, Exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios também é questão relativa ao meio ambiente. A quarta grande categoria é de abastecimento e produção, que aparece no inciso VIII. Além dessas, que são quatro grandes categorias, a gente ainda pode falar de uma atribuição que está no inciso IX, outra que está no inciso X, e outra que está no inciso XII. São assuntos menores, ou assuntos muito pontuais, muito específicos, além das quatro grandes categorias. E o I? Eu só tenho um nome para dar a essa competência. Essa é uma competência, no meu ponto de vista, imbecil. É preciso dizer isso? Meu amigo, então eu vou dizer isso a todo passo. Isso é imbecilidade! [...] Bom, a competência legislativa concorrente, que está no artigo 24. A competência legislativa concorrente é um exemplo claro de como esses assuntos não foram pensados, não foram harmonizados, não foram coordenados. A gente vai ver claramente que os assuntos de legislação concorrente, na sua grande parte, são os assuntos da competência material comum. Ora, então era muito mais simples dizer: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - os assuntos da competência material comum; II, III, IV - outros assuntos que não estivessem lá”. Pois bem, era muito mais simples fazer isso, resolveria qualquer problema. A Constituição não faz isso, repete, reproduz com diferenças. “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:”. Aí vão aparecer, sobre saúde, os incisos XII, XIV e XV. Proteção à infância e à juventude não tinha nenhuma referência na competência material comum. Portanto, ele repete o assunto de saúde, de modo geral, mas de uma forma diferente, fica um negócio meio incongruente. Pior a gente vai ter no segundo setor, na cultura, a gente vai ter isso nos incisos IX, VII e VIII. No IX, basicamente, trata-se de legislar sobre educação, cultura, ensino e desporto. Ora, meu amigo, em relação à competência material comum tinha-se falado “proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência”; aqui se diz, no inciso IX, educação, cultura, ensino e desporto. Ou seja, ciência é assunto de competência material comum, mas não aparece na competência legislativa concorrente. Desporto é assunto de competência legislativa concorrente, mas não é assunto de competência material comum. É óbvio que todos dois são uma coisa e outra. Assim, a Constituição repete, mas de forma diferente, criando incongruências. É confusão, é mal cuidado da Constituição. Em matéria de meio ambiente acontece a mesma coisa. Flora aparece na competência material, mas flora é ignorada aqui. São essas incongruências que irritam na Constituição. É como eu digo, obra de Bernardo Cabral. Aqui ainda diz: caça e pesca. Caça e pesca aparecem como atividades em que pode ter legislação concorrente, mas não aparece caça e pesca na legislação comum. Se você não botasse nos dois lugares tudo bem, mas se você bota em um, por que não bota no outro? Esse defeito técnico é horrível. O outro sobre produção, que é o inciso V: “produção e consumo;”. Vamos admitir que isso aí seja abastecimento. Aí sim, a meu ver, devia dizer: “cabe à legislação concorrente legislar sobre essas coisas da competência material comum”. Além disso, sobre algumas coisas especificas: inciso I - “direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;”. Isso é que é importante, no inciso I, que é há certos assuntos de direito substantivo que são objeto de competência material concorrente, de competência legislativa concorrente, não são objeto de competência legislativa da União. Nesses assuntos (direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico), tudo isso é matéria de legislação concorrente. Portanto, à União, regras gerais; aos Estados, regras específicas. A gente tem ainda orçamento, no inciso II, a legislação sobre orçamento também é de competência legislativa concorrente. A gente tem alguns aspectos judiciais, algumas questões judiciais, que são matéria de competência legislativa concorrente, que aparecem nos incisos IV, X, XI e XIII. No inciso IV: “custas dos serviços forenses;”. A legislação sobre custas dos serviços forenses é legislação concorrente. Pequenas causas, no inciso X: “criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matéria processual; XIII - assistência jurídica e defensoria pública;”. Todas essas questões judiciais são um terceiro conjunto. E, por último, apenas alguns serviços que são destacados como matéria de competência legislativa concorrente, que são os serviços dos incisos III e XVI. “III - juntas comerciais;”. Legislação sobre juntas comerciais é matéria de legislação concorrente. União, regras gerais; Estados, regras específicas. E o XVI: “organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis”. Essa organização, das polícias civis, é matéria de legislação concorrente, não é matéria de legislação exclusiva da União, não é matéria de legislação de cada Estado sozinho, é matéria de legislação concorrente. Portanto, a gente tem, nesse assunto, esse conjunto/quadro de competências. E com isso a gente conclui a competência da União. Quinta-feira a gente vai dar Estado-membro
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