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PROCESSO COLETIVO Definição e Princípios Definição Conceito: AÇÃO COLETIVA é aquela proposta por um legitimado autônomo (legitimidade), em defesa de um direito coletivamente considerado (objeto), cuja imutabilidade do comando da sentença atingirá uma comunidade ou coletividade (coisa julgada) – Antonio GIDI. Definição Conceito: PROCESSO COLETIVO é aquele instaurado por ou em face de um legitimado autônomo, em que se postula um direito coletivo lato sensu ou se afirma a existência de uma situação jurídica coletiva passiva, com o fito de obter um provimento jurisdicional que atingirá uma coletividade, um grupo ou um determinado número de pessoas – H. ZANETTI Jr. e F. DIDIER. Principais Princípios Princ. da integratividade do microssistema processual coletivo várias leis esparsas, não há um Código de Tutela Coletiva essas leis formam um microssistema, que tem em seu centro sempre 2 leis: Lei da ACP e CDC Lei da ACP e CDC normas de envio ou reenvio: art. 90, CDC e art. 21, LACP Microssistema aberto: além de se comunicar com o núcleo central, essas leis tb se comunicam entre si (leitura ‘intercomunicante’ dos vários diplomas) STJ, REsp 510.150 (j. 2004): “8. A lei de improbidade administrativa, juntamente com a lei da ação civil pública, da ação popular, do mandado de segurança coletivo, do Código de Defesa do Consumidor e do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Idoso, compõem um microssistema de tutela dos interesses transindividuais e sob esse enfoque interdisciplinar, interpenetram-se e subsidiam-se.” O CPC não integra o microssistema a sua aplicação é subsidiária, residual. Art. 22, LAP: “Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de Processo Civil, naquilo em que não contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza específica da ação.” Princ. do Interesse jurisdicional no conhecimento do mérito Não tem previsão legal. a aplicação do art. 267, CPC deve ser sempre evitada --- maior flexibilização em relação às questões formais (não há formalismo por formalismo) deve-se evitar ao máximo a extinção do julgamento do mérito, já que o processo não é um fim em si mesmo (visa obtenção da justiça e pacificação social --- função social do processo). Princ. da Indisponibilidade mitigada da ação coletiva (ou Princípio da Disponibilidade motivada da ação coletiva) Art. 9º, Lei da AP e art. 5o, §3o da Lei ACP em virtude do interesse público: o autor da ação coletiva não pode desistir da ação; mas se desistir não haverá extinção, mas sim sucessão processual. O que não pode é a desistência infundada; pode haver desistência fundada. Princípio da Indisponibilidade da execução coletiva art. 15, Lei da ACP e art. 16, Lei da AP; uma vez obtida a condenação do réu, é obrigatória a execução da sentença caso não haja cumprimento. se ninguém executar, o MP (ou outro legitimado) deverá executar. Princ. da máxima efetividade do processo coletivo ou do ativismo judicial (judicial activism) tb sem previsão. copiado do direito americano (“class actions”) “defining function” - o Juiz tem funções extraordinárias, extravagantes do que há no proc. individual: atividades de controle do litígio é um faceta do Princípio Inquisitivo ou do Impulso Oficial Ativismo judicial, é pró-ativo. Princ. da máxima amplitude (ou Princ. da atipicidade e não taxatividade do proc. coletivo) art. 83, CDC qq tipo de direito coletivo poderá ser tutelado através das ações coletivas. qq ação pode ser coletivizada--- ou seja, para tutelar proc. coletivo não há só ACP ou AP; pode haver reintegração de posse coletiva, ação monitória coletiva, etc. Princ. da ampla divulgação da demanda art. 94, CDC. Tb veio do direito norte-americano: “fair notice”: - ampla divulgação da existência de uma ação coletiva. hoje é por edital. Princ. da informação aos órgãos competentes art. 6o e 7o, LACP. Comunicar ao órgão curador da sociedade (MP) sobre fatos que possam vir a ser objeto de uma ACP. Princ. do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva (ou “Extensão subjetiva” da coisa julgada secundum eventum litis à esfera individual) art. 103, §§1o, 3o e 4o, CDC a decisão coletiva só beneficia o indivíduo; nunca prejudica. Transporte “in utilibus” da coisa julgada coletiva: coisa julgada benéfica ser trazida em favor da parte (indivíduo). Regime diferenciado da coisa julgada Princ. da adequada representação ou do controle judicial da legitimação coletiva Nos EUA, qq pessoa pode entrar com a ação coletiva, mas ela deve poder defender adequadamente esses interesses (satisfazer alguns requisitos específicos) esse controle é feito pelo Estado. No Brasil, não é qq pessoa que pode entrar com ação coletiva ex: a ACP tem seus legitimados fixados na lei (rol taxativo) – adequada representação presumida. MAS poderia haver controle judicial sobre a representação adequada, de modo a permitir ao Juiz o reconhecimento da ilegitimidade com base na falta de representação? 2 posições: - Nelson Nery, Arruda Alvim --- NÃO, não é possível controle judicial, salvo para as associações (pertinência temática). é “ope legis”, só o legislador, e não o Juiz do caso. - Ada P. Grinover, A. Gidi --- SIM, tb é possível o controle judicial da representação de todos os legitimados. é “ope judicis”. Mas qual seria o critério? Seria a finalidade institucional e pertinência temática do autor.
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