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RESUMO PROCESSO CIVIL III - parte 1

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PROCESSO CIVIL III
DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
Estrutura do Poder Judiciário – o poder judiciário é constituído de diversos órgãos, conforme art. 92 da CR/88. São eles: STF, CNJ, STJ, TST, TRF’s e Juízes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares, Tribunais e Juízes dos estados e do DF e Territórios.
STF – Cúpula do Poder Judiciário brasileiro com a função de zelar pelo o cumprimento da CF. Composto por 11 ministros, brasileiros natos, com idade entre 35 e 65 anos, conhecimento jurídico e reputação ilibada. Todos nomeados pelo presidente da república depois de aprovação do senado. Processa e julga as Ações Diretas de Inconstitucionalidade, Ações de Inconstitucionalidade por Omissão e Ações Declaratórias de Constitucionalidade.
A Emenda Constitucional nº 45 introduziu a possibilidade de o STF aprovar súmula com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do poder judiciário e da administração pública direta e indireta nas esferas federal, estadual e municipal (art. 103-A da CF).
O presidente do STF também é o presidente do CNJ.
A competência do STF está no art. 102 da CF.
STJ – órgão responsável por uniformizar o direito nacional infraconstitucional e preservar a correta aplicação da lei federal. Composto de no mínimo 33 ministros...escolhidos a partir de lista tríplice do próprio tribunal. Os indicados, antes da nomeação, passam por uma sabatina do Senado Federal. Devem ter origem diversificada, sendo 1/3 escolhidos entre os desembargadores dos TRF’s, 1/3 dos TJ’s Estaduais e 1/3, em partes iguais, entre advogados e membros do MP.
A competência do STJ está no art. 105 da CF.
Justiça Federal comum – é composta por Juízes Federais (órgãos de 1º grau) e pelos TRFs, que são órgãos em sede de 2º grau. Sua área de jurisdição é fixada por regiões do país, ou seja, cinco. Sua competência está expressa nos arts. 108 e 109 da CF e é taxativa.
Os TRFs são compostos por, no mínimo, 07 juízes, nomeados pelo presidente da república, com mais de 30 ano e menos de 65, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do MPF com mais de 10 anos de carreira. Os demais, por juízes federais com mais de 5 anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
A competência do TRF está no art. 108 da CF.
A competência dos juízes federais encontra-se no art. 109 da CF.
A Lei 10.259/01 instituiu o Juizado Especial Federal, que se divide em Juizado Especial Federal Criminal, cuja competência é julgar infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência, e Juizado Especial Federal Cível, cuja competência é julgar causas da Justiça Federal, cujo valor seja até 60 salários-mínimos.
Também compõem a Justiça Federal, as justiças especializadas do trabalho, militar e eleitoral (arts. 111 a 124 da CF).
A Justiça Federal se organiza em duas instâncias: a 1ª é composta por uma Seção Judiciária em cada estado da Federação, e a segunda, por 5 TRFs que atuam nas regiões jurisdicionais e têm sede em Brasília: 
- TRF 1ª Região - Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins. 
- TRF 2ª Região - Espírito Santo e Rio de Janeiro. 
- TRF 3ª Região - Mato Grosso do Sul e São Paulo. 
- TRF 4ª Região - Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 
- TRF 5ª Região - Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Justiça Estadual – arts. 125 e 126 da CF – tem por finalidade processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita a competência de outro órgão jurisdicional, sendo portanto, residual. É composta por Juízes de 1º grau e desembargadores, 2ª instância.
Fazem parte da Justiça Estadual, os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e o Juizado Especial Fazendário.
A Justiça Estadual é dividida em Comarcas e Varas. Uma Comarca pode ter uma Vara Única ou ser dividida em: Varas Criminais, Varas Cíveis, Varas de Família, entre outras. A Comarca possui divisão territorial, que pode representar a área de um ou vários Municípios. As Varas são as divisões especializadas das Comarcas.
Estudar arts. 92 ao 125 da CF!!!
DOS PROCESSOS NOS TRINUNAIS – arts. 929 ao 946 do CPC
Como esclarece Didier (2016), “esses dispositivos aplicam-se a qualquer processo que tramite no tribunal: recursos, ações originárias, remessa necessária, incidentes; enfim, todos os processos que ali tenham curso se submetem àquelas regras”.
A Ordem dos Processos no Tribunal se dá em duas fases: A primeira diz respeito ao relator, figura “a quem se atribui a função de praticar todos os atos até a sessão de julgamento”. A segunda ocorre perante o órgão colegiado, que tem “por finalidade o debate e o julgamento do caso” (DIDIER, 2016).
Cabe ressaltar que os tribunais, mediante seus regimentos internos, disciplinam o funcionamento de seus órgãos, com a distribuição de competência a cada um deles, observando as normas constitucionais (arts. 96 da CF e 930 do CPC).
Os autos deverão ser registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada e, imediatamente, distribuídos (art. 929 do CPC), conforme regimento interno do Tribunal, respeitando a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade (ar. 930 do CPC). Após a distribuição, os autos serão conclusos ao relator que, no prazo de 30 dias, deverá devolvê-lo à secretaria juntamente com seu voto (ar. 931 do CPC).
O art. 932 do CPC enumera as atribuições do relator. São elas:
I- dirigir e ordenar processo no tribunal, bem como homologar autocomposição das partes;
II- apreciar os pedidos de tutela provisória dos recursos e ações originárias do tribunal;
III- não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
OBS: antes de Antes de considerar inadmissível o recurso (art. 932, III), o relator concederá o prazo de 05 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado o vício ou complementada a documentação exigível.
IV- negar provimento a recurso que for contrário a:
1. súmulas do STF, STJ ou do próprio Tribunal;
2. acórdão proferido pelo STF ou STJ em recursos repetitivos;
3. entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
	V- possibilitar a apresentação de contrarrazões, bem como dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária:
1. súmulas do STF, STJ ou do próprio Tribunal;
2. acórdão proferido pelo STF ou STJ em recursos repetitivos;
3. entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
	VI- decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
	VII- determinar a intimação do MP, qdo preciso;
	VIII- exercer outras atribuições constantes do regimento interno do tribunal.
	Após os trâmites, os autos vão ao presidente para que designe a data do julgamento (art. 934 CPC). No dia e hora marcados, cada julgador proferirá seu voto. Após, é dito o resultado denominado de acórdão (art. 941 CPC). Importante destacar que o voto vencido será necessariamente declarado e parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive pré-questionamentos (art. 934 CPC).
	Todo acórdão deve conter relatório, fundamentação e dispositivo, além da ementa, a fim de facilitar a documentação ordenada da jurisprudência no tribunal (art. 943 CPC). 
OBS: Ementa: consiste em um resumo escrito de forma clara e objetiva sobre as questões de fato e de direito debatidas no julgamento que originou o acórdão.
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
O recurso é um dos meios de impugnação de uma decisão judicial, além das ações autônomas de impugnação e dos sucedâneos recursais. “O recurso é o meio de impugnação da decisão judicial utilizado dentro do mesmo processo em que é proferida. Pelo recurso, prolonga-se o curso (a litispendência) do processo.” É composto por dois elementos:o volitivo (referente à vontade da parte em recorrer) e o descritivo (consubstanciado nos fundamentos e pedido constantes do recurso).
Ação autônoma de impugnação: é o meio de impugnação de uma decisão judicial onde se origina um novo processo, cujo objetivo é combater a decisão judicial existente. Exemplo: ação rescisória.
	Sucedâneo recursal: é o meio de impugnação de decisão judicial que não é recurso nem uma ação autônoma de impugnação. Na verdade, esclarece Didier (2016) que é “uma categoria residual: o que não for recurso, nem ação autônoma, será um sucedâneo recursal. A categoria dos sucedâneos recursais engloba, enfim, todas as outras formas de impugnação da decisão”.
OBS: Cabe apenas recurso de decisão interlocutória, sentença e acórdão. Dos despachos não cabe recurso. 
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.
Princípios recursais
Da Taxatividade – expressamente previstos em lei. Estão todos enumerados no art. 994 do CPC: apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de declaração; recurso ordinário; recurso extraordinário; recurso especial; agravo em recurso especial ou extraordinário; e embargos de divergência.
Da Voluntariedade – está condicionado exclusivamente a vontade da parte em recorrer.
Do Duplo Grau de Jurisdição – possibilidade de reexame da decisão.
Da Singularidade – admite apenas uma espécie recursal para cada decisão judicial.
Da Dialeticidade - Está ligado ao elemento descritivo, exigindo do recorrente a exposição da fundamentação recursal (causa de pedir: error in judicando e error in procedendo) e do pedido (que poderá ser de anulação, reforma, esclarecimento ou integração).
Da Proibição da Reformatio in Pejus – é vedada a reforma da decisão recorrida em prejuízo do recorrente e beneficio do recorrido.
Da Fungibilidade – significa receber o recurso errado como certo, tendo como requisitos a dúvida objetiva, a ausência de erro grosseiro e inexistência de má-fé. É uma exceção.
Da Complementariedade - as razões recursais devem ser apresentadas no momento da interposição do recurso.
Da Consumação – o recurso consuma-se no momento de sua interposição, proibindo que este seja substituído por outro posteriormente.
Classificação dos recursos
- Quanto à extensão da matéria: recurso parcial ou recurso total – art. 1002 do CPC
- Quanto à fundamentação: livre ou vinculada (quando o recorrente está limitado a certa lei, devendo alegar um dos vícios típicos para que seja válido o recurso).
- Quanto à forma de interposição: principal e adesivo.
	Neste caso, o principal é apresentado dentro da forma e prazo legais. Já o adesivo é apresentado dentro das contrarrazões, que somente será conhecido se o principal for conhecido (art. 997, §2 do CPC). Podem ser objetos de recurso adesivo os seguintes recursos: apelação, recurso especial e recurso extraordinário (art. 997, §§ 1º e 2°, I, II e III, do CPC).
Pressupostos de admissibilidade dos recursos
Os requisitos de admissibilidade dos recursos podem classificar-se em: intrínsecos e extrínsecos. Os requisitos intrínsecos são concernentes à própria existência do poder de recorrer, e os extrínsecos estão ligados ao modo de exercer o direito de recorrer.
Pressupostos extrínsecos
Tempestividade: o prazo conta da data da intimação e é de 15 dias, com exceção dos Embargos de Declaração que é de 5 dias - art. 1.003, § 5°, do CPC.
Preparo: comprovante de recolhimento das custas recursais no momento de sua interposição, sob pena de deserção. Caso o valor seja insuficiente, o recorrente será intimado a complementá-lo no prazo de 5 dias. Se no ato da interposição do recurso o recorrente não comprovar o preparo, será intimado a recolher em dobro (art. 1007 do CPC).
Regularidade formal
Pressupostos intrínsecos
Cabimento: observação do tipo de recurso para impugnar a decisão.
Legitimidade para recorrer: a parte vencida, o MP e o terceiro prejudicado (art. 996 do CPC).
Interesse em recorrer: somente a parte vencida.
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo: fato superveniente, como desistência (art. 998), renúncia (art. 999), entre outros.
OBS: aceitação tácita ou expressa da decisão; perda do direito de recorrer – art. 1000 do CPC
	Alguns doutrinadores classificam os pressupostos de admissibilidade em: objetivos e subjetivos. São eles:
Pressupostos objetivos: adequação, tempestividade, preparo e motivação.
Pressupostos subjetivos: legitimidade e interesse recursal.
Efeitos dos recursos no Direito Processual Civil
Efeito devolutivo: Considerado o efeito mais importante, está presente em todos os recursos. Entende-se a transferência ao órgão ad quem do conhecimento de matérias que já tenham sido objeto de decisão no juízo a quo.
Efeito suspensivo: O efeito suspensivo impede que a decisão recorrida produza seus efeitos até o reexame da matéria.
Efeito substitutivo: Por esse efeito, o julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida nos limites da impugnação (art. 1.008 do CPC).
Efeito expansivo: Caberá sempre que o julgamento do recurso gerar decisão mais abrangente do que a materia impugnada. É a capacidade de alguns recursos em ultrapassar os limites objetivos ou subjetivos previamente estabelecidos pelo recorrente. Está presente nas hipóteses de litisconsorte necessário; sendo assim, mesmo que um dos litisconsortes não apresente recurso, ele será beneficiado de uma eventual modificação na sentença. 
Efeito translativo: É a vocação dos recursos em permitir que o órgão ad quem examine de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que elas não integrem o objeto do recurso.
Efeito interruptivo: Suspende o prazo para a interposição de outros recursos. 
Efeito obstativo: Está ligado à preclusão temporal. A doutrina majoritária entende que, interposto qualquer recurso, este impede a geração da preclusão temporal, não havendo então que se falar em trânsito em julgado da decisão.
RECURSOS EM ESPÉCIE
O Art. 994 do CC estipula, taxativamente, os tipos de recursos existentes.
DA APELAÇÃO
Art. 1009 – Da sentença cabe Apelação.
Existem dois tipos de sentença: as terminativas, que extinguem o processo SEM resolução do mérito – Art. 485 do CC; e as definitivas, que extinguem o processo COM resolução do mérito – Art. 487 do CC.
Dessa forma, cabe apelação para qualquer tipo de sentença.
Cabe ressaltar que no JEC o recurso cabível será o Recurso Inominado, cujo mesmo tem prazo de 10 dias para ser interposto, e deverá ser julgado pela Turma Recursal, composta por juízes de 1ª instância. Já a Apelação tem prazo de 15 dias, e será julgada pelo Tribunal.
A Apelação tem duplo efeito, ou seja, devolutivo e suspensivo. Já o Recurso Inominado tem apenas o efeito devolutivo, cabendo o suspensivo para evitar dano irreparável à parte.
A última exceção à regra prevista na redação do art. 1009, caput, do CPC é a derivada do art. 1.027, II, “b” da própria lei de ritos, que consagra a hipótese dos processos em que forem partes, de um lado, estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país; nesse caso, contra a sentença deverá ser interposto recurso ordinário ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), e não apelação.
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: [...] II - pelo Superior Tribunal de Justiça: [...] b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
Prazo: Interposição e Contrarrazões - 15 dias úteis (art. 1003, §5º do CPC)
	O art. 1.010 do Novo CPC, que disciplina que o recurso será dirigido ao próprio juízo que proferiu a decisão em primeiro grau de jurisdição contendo: os nomes e a qualificação das partes; a exposição do fato e do direito; as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; e o pedido de nova decisão. Após o magistrado intimar o apelado a oferecer em 15 dias as contrarrazões (art. 1.010, § 1°, do CPC), o processo seguirá para o tribunal ondeserá julgado.
Dos Efeitos
	
	No que tange aos efeitos, a regra do recurso de apelação é que ele será recebido no duplo efeito, isto é, devolutivo (art. 1013, caput, do CPC) e suspensivo (art. 1.012, caput, do CPC) – efeito suspensivo automático.
TEORIA DA CAUSA MADURA
	Quando a redação do art. 1.013, § 3°, do CPC afirma que autoriza o tribunal a decidir, desde logo, o mérito do recurso de apelação, este “consagra a ideia de que, estando a causa ‘madura’, nos casos ali mencionados, não deve o tribunal determinar a devolução dos autos, para que o juiz profira nova sentença: o tribunal deve, ele mesmo, prosseguir e julgar o mérito da causa”; por isso, o nome Teoria da Causa Madura (DIDIER JR., 2016). Continua o autor a destacar que, quando o art. 1.013, § 3°, escreve que deve estar a causa em condições de imediato julgamento, significa dizer que “o processo tem de estar pronto: réu citado e provas produzidas. Somente falta a decisão sobre o mérito” (DIDIER JR., 2016).
	Para a aplicação da Teoria da Causa Madura, explica Didier Jr. (2016) que existem três pressupostos, quais sejam: a) requerimento do apelante; b) provimento da apelação; c) processo em condições de imediato julgamento.
	A redação da Teoria da Causa Madura trazida pelo CPC coaduna com o Princípio Constitucional da Duração Razoável do Processo (art. 5°, LXXVIII, CRFB) também previsto no art. 40 do CPC.
Do Agravo de instrumento
	Disciplinado nos arts. 1.015 a 1.020 do CPC, o recurso de agravo de instrumento é um recurso manejado contra as decisões interlocutórias. Dispõe a redação do art. 1.015 do CPC que caberá agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: tutelas provisórias; mérito do processo; rejeição da alegação de convenção de arbitragem; incidente de desconsideração da personalidade jurídica; rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; exibição ou posse de documento ou coisa; exclusão de litisconsorte; rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; e nos outros casos expressamente referidos em lei. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário (parágrafo único do art. 1.015 do CPC).
	Trata-se de rol taxativo, não cabendo recurso de agravo de instrumento em face de decisões interlocutórias não previstas neste artigo. Sobre esse assunto, esclarece Garcia (2015):
“Buscando maior celeridade no procedimento e certa simplificação quanto à sistemática dos recursos, passou a autorizar a interposição de agravo de instrumento somente em situações de maior urgência, nas quais seria inviável aguardar a decisão final para se permitir a impugnação, por meio de apelação, de decisão relativa à questão incidental.”
	Prazo de 15 dias úteis para interposição de resposta.
	Além da tempestividade (prazo de 15 dias para interpor o recurso de agravo de instrumento), outro requisito de admissibilidade importante desse recurso é a sua instrumentalidade, que dá nome a esse meio de impugnação. Nesse caso, ao interpor o recurso, deverá o agravante, obrigatoriamente, instruí-lo (sob pena de inadmissão), com cópias dos seguintes documentos (art. 1.017, I, do CPC): petição inicial; contestação; petição que ensejou a decisão agravada; a própria decisão agravada; certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e as procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. Caso o agravante não disponha de qualquer desses documentos, o advogado deverá declarar a inexistência deles, conforme determinado no inciso II do art. 1.017 do CPC. Poderá o agravante ainda anexar, facultativamente, outras peças que entender úteis.
	Também acompanhará a petição do recurso de agravo de instrumento o comprovante do pagamento de suas custas processuais e do porte de retorno, tudo de acordo com as tabelas estabelecidas pelos tribunais. Quanto ao seu procedimento, esse recurso será dirigido diretamente ao tribunal. Sua petição deverá conter os seguintes requisitos (art. 1.016 e incisos do CPC): nomes das partes; exposição do fato e do direito; as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
Faltando cópia de qualquer uma das peças enumeradas na redação do art. 1.017, I, do CPC, ou ainda existindo qualquer outro vício que comprometa a admissibilidade do recurso, deverá o relator, antes de considerar inadmissível o recurso, conceder prazo de 5 (cinco) dias para que o agravante possa sanar o vício ou complementar a documentação exigida (art. 1017, § 3o, do CPC).
	Caso o agravo seja interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição recursal. Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças obrigatórias e a declaração de inexistência de qualquer dos documentos considerados obrigatórios, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis à compreensão da controvérsia (art. 1017, §§ 4o e 5o do CPC).
	Trata-se também de requisito de admissibilidade do agravo de instrumento a informação da interposição do recurso perante o juízo de primeiro grau, conforme previsto na redação do § 3° do art. 1.018 do CPC. Nesse caso, deve o agravante juntar, aos autos do processo, cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. Descumprida tal exigência, e arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento. Aqui, se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o desembargador relator considerará o recurso de agravo de instrumento prejudicado (art. 1.018, § 1°, do CPC).
Efeitos
	A regra do recurso de agravo de instrumento é que ele será recebido no efeito devolutivo. Contudo, não se pode deixar de destacar a regra contida na redação do art. 1.019, I, do CPC, segundo a qual, recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, poderá o desembargador relator, dentro do prazo de 05 (cinco) dias, atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal do agravante, comunicando ao juiz a quo sua decisão.
	A decisão que deferir ou indeferir a tutela antecipada é recorrível mediante recurso de agravo interno, no prazo de 15 dias, conforme disciplina o art. 1.021 do CPC. Neves (2016) destaca que “existem duas espécies de tutela de urgência que podem ser pedidas no agravo de instrumento: o pedido de efeito suspensivo e a tutela antecipada, que poderá ser total ou parcial”.
Do Recurso de agravo interno
	Segunda modalidade de recurso de agravo prevista no CPC, serve para impugnar, em caráter monocrático, decisões proferidas no tribunal pelo relator (art. 1.021, caput, do CPC). Quanto ao seu processamento, deverá seguir as regras determinadas pelo regimento interno do tribunal. Será dirigido ao relator e, em sua petição, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. Após o próprio relator intimar o agravado para oferecer contrarrazões recursais, no mesmo prazo de interposição do recurso, qual seja, 15 (quinze) dias, não havendo retratação, o relator levará o recurso para julgamento pelo órgão colegiado.
	Estabelece a regra contida na redação do art. 1.021, §3°, que, em sua decisão, o relator não poderá se limitar à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
	Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravantea pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
Do Recurso de embargos de declaração
	O recurso de embargos de declaração é cabível (conforme determina a redação do art. 1.022 e incisos do CPC) contra qualquer decisão judicial obscura ou contraditória, para: suprir omissão de decisão judicial, seja sobre ponto ou questão pela qual se devia pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento da parte; ou ainda para corrigir erro material.
O conceito de omissão para fins de embargos de declaração foi ampliado em relação à redação da lei de ritos anterior. O art. 1.022, parágrafo único, será omissa a decisão que deixar de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento.
	Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento.
	O procedimento do recurso de embargos de declaração é diferente do recurso de apelação e de agravo de instrumento, ambos vistos anteriormente, uma vez que os embargos serão julgados pelo próprio órgão que prolatou a decisão; por exemplo, se os embargos de declaração forem opostos em face de uma sentença, esse recurso será julgado pelo próprio juiz que proferiu tal decisão. Quanto ao prazo para interposição, ele é o único recurso do rol do art. 1.003, § 5°, do CPC que terá prazo de 05 (cinco) dias, conforme prevê o art. 1.023 do CPC.
	Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial, seja ela decisão interlocutória, sentença ou acórdão.
Efeitos
	Quanto aos efeitos, os embargos têm efeito devolutivo, “devolvendo ao órgão prolator da decisão a questão embargada” (PINHO, 2016). Como regra, os embargos de declaração não têm efeito suspensivo (art. 1.026, caput, do CPC), cabendo este efeito (conforme §1° do citado artigo) se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Nesse caso, a eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou pelo o relator no tribunal. A doutrina considera que os embargos de declaração possuem efeito modificativo (efeito infringente); isso porque, algumas vezes, ao se dar provimento aos embargos, o recurso pode alterar o resultado da decisão judicial recorrida. Nesse caso, a doutrina entende que os embargos de declaração possuem efeito infringente.
	Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de qualquer outro recurso (art. 1.026, caput, do CPC), inclusive no âmbito dos Juizados Especiais, Lei nº 9.099/95.
	“O prazo é interrompido na data da interposição dos embargos e perdura até a data de publicação do acórdão que os julgue” ou ainda da sentença ou da decisão interlocutória (PINHO, 2016).
	Quando os embargos de declaração forem considerados manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal condenará o embargante, em decisão fundamentada, a pagar ao embargado multa não excedente a 2% (dois por cento) sobre o valor atualizado da causa. Conforme já se manifestou o STJ, trata-se, nesse caso, de multa de caráter administrativo, “punindo conduta que ofende a dignidade do tribunal e a função pública do processo, sendo possível sua cumulação com a sanção prevista nos arts. 80, VII, e 81, § 3°, do CPC, de natureza reparatória” (PINHO, 2016). Caso haja reiteração de embargos de declaração protelatórios, a multa será elevada a até 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, com exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que irão recolhê-la ao final.
	Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores forem considerados protelatórios (art. 1.026, § 4°, do CPC).

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