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O ABUSO DO PODER POLICIAL

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O ABUSO DO PODER POLICIAL
Lais Fernandes Pereira[1: Aluna do segundo semestre de Direito da faculdade Jorge Amado.E-mail: laisfernandes_1995@hotmail.com]
RESUMO
O presente artigo fala sobre um tema bastante recorrente aos dias de hoje, que é o abuso do poder policial, ato esse que infelizmente está cada vez mais presente na atualidade e alcança bastante repercussão. Será abordada uma breve incursão pelo estudo do conceito e características do “Abuso de poder” e os limites do “poder da polícia”.
Palavras-chave: Abuso; conceito; Poder policial. 
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo científico, cujo tema é “O abuso do poder policial”, procurará responder, mais especificamente, ao seguinte problema: Porque existe o abuso do poder policial se o papel do argente é garantir a segurança publica? 
Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir qual seria realmente o papel da policia. Como teoria a polícia tem como papel a atividade de assegurar a segurança das pessoas, sobretudo através da aplicação da lei. Através destas palavras se tem a seguinte pergunta, é esse mesmo o papel da policia em realidade? Não é viável desmerecer a importância do trabalho da polícia, pois existe sim policiais que cumpra o seu papel, mas é preciso lutar contra os policiais que acreditam estar acima da lei e comentem as mais brutais ações contra os cidadãos. Que abusam da autoridade para extorquir, torturar, chantagear, humilhar e até matar. 
De acordo com o autor Paulo Mesquita Neto a violência policial é um tipo de agressão que preocupa cada vez mais os cidadãos, uma vez que estes atos são praticados pelos próprios agentes aos quais foram incumbidos de cuidar e manter a ordem publica.
A violência policial é um fato, não é um caso isolado ou um excesso do exercício da profissão como querem fazer crer as corporações policiais e as autoridades ligadas ao sistema de justiça e segurança. O abuso do poder policial deve ser encarado como um grave problema a ser solucionado pela sociedade, um grave problema porque a violência ilegítima praticada por agentes do Estado, que detêm a posse do uso da força, ameaça substancialmente as estruturas democráticas necessárias ao Estado de Direito.
A sociedade sofre com a violência praticada por determinados agentes policiais que não respeitam as regras pré-estabelecidas. A segurança é essencial para o desenvolvimento do estado, e deve ser mantida por agentes que estejam preparados. A sociedade necessita de uma força policial que seja atuante e respeite os direitos e as garantias assegurados ao cidadão. 
2. DESENVOLVIMENTO
A segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos (art. 144, caput, da C.F), sendo essencial para o desenvolvimento da sociedade. A Constituição Federal assegura aos brasileiros (natos ou naturalizados) e aos estrangeiros residentes no país direitos que não podem ser objeto de Emenda Constitucional por serem cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, IV).
A segurança também é um direito fundamental assegurado ao cidadão (art. 5o, caput, da C.F), que está sob a responsabilidade do Estado. Segundo Javier Barcelona Llop, “a forças de segurança têm como missão proteger o livre exercício dos direitos e liberdades e garantir a segurança dos cidadãos” (LLOP, Javier Barcelona. Policía y Constitución. Madrid: Editorial Tecnos S/A, 1997. p. 225).
A missão dos agentes policiais é preservar  a  ordem pública  e assegurar o livre exercício dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Para desenvolverem suas atividades os agentes encontram-se legitimados a empregarem a força, e quando necessário a utilizarem as armas. 
As forças policiais possuem como limites de suas atividades a lei, e o administrado encontra nos agentes policiais o apoio necessário para o exercício das garantias que lhe são assegurados pelos instrumentos de defesa dos direitos individuais e coletivos.
O administrado encontra na polícia o apoio necessário para o exercício dos direitos e garantias que lhe são outorgados pela Constituição Federal. A  força  policial  deve  assegurar  o  direito  à vida,  à liberdade, à propriedade, à segurança, por meio de policiais preparados para exercerem suas funções, respeitando o cidadão.
A atividade de segurança devido a sua importância deve ser exercida por policiais preparados e que respeitem o cidadão. Ainda existem nas corporações policiais agentes que se afastam de suas missões constitucionais, preferindo a prática do abuso e o desrespeito à lei. O Estado não responde pelos atos legítimos, que são  praticados para a preservação ou restabelecimento da ordem, mas pelos abusos dos que excedem os limites da lei e desrespeitam a dignidade do administrado.
A prática do abuso de autoridade sujeita o infrator (agente policial) a um processo-crime por ter violado as disposições da  Lei no 4.898,  de  9 de dezembro de 1965. O agente infrator ainda fica sujeito a um processo administrativo na forma do estatuto que rege a instituição a qual pertence. Em sendo considerado culpado, o policial estará sujeito a uma sanção disciplinar que compreende desde uma repreensão até a demissão do serviço público.
Diz a Lei no 4.898/65: Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. De acordo com a Lei no 4.898/65 Delegado, agente policial, representante de ministério publico, promotor, juiz ou qualquer outro servidor publico é considerado autoridade. Os agentes publico por estarem materializando o estado deve atuar, agir dentro dos limites expostos pela lei, a partir do momento que eles venham a extrapolar esse limite exposto pela lei, eles passam a abusar do poder, passa a ter a chamada arbitrariedade, os atos são ilegais e ilícitos e como tais precisam ser responsabilizados por quem os praticou.
Por mais que venha surpreender, a lei foi publicada na época da ditadura Militar onde o que mais se tinha era o abuso do poder, o abuso excessivo da autoridade com a sociedade. A pessoa que foi abusada tinha que assinar duas era como se fosse um aviso, ou seja, vai refletindo pra ver se vale apena reclamar desse abuso de repente pode sofrer futuramente um abuso mais severo. Logo quando publicada era uma lei muito pouca aplicada, pois era muito difícil o sujeito na época da ditadura militar tivesse essa coragem, essa raça, esse peito de ir até lá e assinar duas vezes que queria denunciar o infrator. 
Não só na ditadura militar as pessoas tinham medo de denunciar os infratores do abuso de poder, talvez por isso ainda exista o abuso do poder policial, pois uma grande parte da sociedade desconhece os seus direitos, desconhece as leis e sentem medo de denunciar e terem uma repressão ainda maior dos policiais.
Hoje em dia existem leis pra quase tudo e não é o policial que não terá regras pra obedecer, todos são postos a regras para que se viva em sociedade. Existe normas para abordagem policial, normas pro policial partir pra agressão, até normas para o uso da arma de fogo existe. O policial não deve agir do nada, não deve abusar do poder que lhe é dado, não é pelo simples fato de ser policial que vai bater descriminar, abusar, extorqui chantagear, humilhar e até matar pessoas que não tenha feitos atos ilícitos.
Por meio de entrevistas de pessoas que já passaram por abuso de poder policial um caso que chamou bastante atenção foi do policial querer revistar uma senhora no meio da rua sem que tivesse uma policial feminina para que praticasse o ato, a consequência do ato ilícito do policial foi ferir os direitos fundamentais da dignidade humana da senhora que foi abordada, levantando a sua saia em praça publica. Quem gostaria de passar por essa situação? Um policial tem essa autoridade? Esse poder de ofender dessa forma a dignidade de uma pessoa? Quando se criou a profissão dos argentes policiais com certeza a pretensão não era amedrontar a sociedade, não era fazer com que os mesmo se juntassecom aos criminosos a pretensão era e sempre foi garantir a segurança publica, com dignidade, respeito e com atos lícitos.
3. CONCLUSÃO
Embora se caracterize pela imposição de abstenções aos particulares, o poder de polícia não é irrestrito. Ele tem limitações a fim de garantir o bem comum da população, porém, sem violar os princípios constitucionais e os direitos humanos. 
Os agentes policiais devem possuir capacitação e treinamento suficientes, tanto técnico quanto psicológico, para agirem com tranquilidade frente a quaisquer situações, eis que diretamente ligados ao trato com o caráter das mais diversas espécies pessoas, o que lhes impõe o preparo necessário para agirem corretamente, sem o cometimento dos excessos proibidos por lei. 
Já o crime de abuso de autoridade, se constitui, quando uma autoridade, no uso de suas funções, pratica qualquer atentado contra a liberdade de locomoção, a inviolabilidade do domicílio, o sigilo da correspondência, a liberdade de consciência e de crença, o livre exercício do culto religioso, a liberdade de associação, os direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto, o direito de reunião, a incolumidade física do indivíduo e, aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
 Muitas das ações violentas cometidas por parte dos policiais é arbitrária, mas o Estado delega a autoridade policial o uso da força e da arma de fogo. Nem sempre que a autoridade usa da força física é arbitrária, devem-se levar em consideração os casos legítimos do uso da força policial. Caso contrário, a autoridade pratica um dos crimes acima citados.
Conclui-se que o poder de polícia não só é útil, mas essencial à composição do Estado Democrático de Direito, evidenciando que os seus agentes devem ser treinados e capacitados para não se tornarem arbitrários.
4. REFERENCIAS
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MEIRELES, Hly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Ed. São Paulo: Marinheiros, 2005.
PLANALTO, disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4898.htm>Acesso em 16 out. 2014.
DH NET, disponível em:
< http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/violencia/abuso.htm> Acesso em 18 out. 2014.

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