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Material de Apoio Direito Internacional (2)

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MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
DIR. INTERNACIONAL: É o conjunto de princípios e normas, positivas e costumeiras, 
representativos dos direitos e deveres aplicáveis no âmbito da sociedade internacional. 
DIR. INTER. PÚBLICO: regula ou regra a relação entre os Estados, os Estados e 
organismos internacionais intergovernamentais (ONU, BIRD, FMI) e os Estados e 
Particulares. Deste modo, podemos dizer que o DIPub regula as relações em que o Estado é 
parte ou outro ente com personalidade jurídica de direito internacional. 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
 Dir. Inter. Privado: regula a relação entre os particulares e seus interesses de 
ordem privada com características internacionais. É um sobredireito, pois indica o direito 
aplicável e não soluciona o litígio (traz normas conflituais e indiretas). 
 Elementos de Conexão: são regras determinadas pelo direito internacional 
privado que apontam o direito aplicável a uma ou várias situações jurídicas unidas a mais de 
um sistema legal. 
 São entre outros: nacionalidade, domicílio e a residência habitual da pessoa 
física, lex rei sitae (lei do local da situação da coisa), lex loci delicti commissi (lei do lugar onde 
foi cometido o ato ilícito), lex fori (lugar do foro) e lex loci actus (lei do lugar da ação ou 
obrigação). 
 AS PERGUNTAS MAIS COMUNS NO EXAME DE ORDEM SÃO: 
Portanto, o Direito Internacional Privado é o ramo da ciência jurídica que regula as 
regras e princípios aplicáveis nos casos de conflitos de lei no espaço. 
 
1) APLICA-SE A LEI DE QUAL PAÍS PARA O CASO? 
2) OCORRENDO O CONFLITO, QUAL O JUIZ COMPETENTE PARA A AÇÃO? É COMPETÊNCIA DO 
JUIZ BRASILEIRO? 
3) A SENTENÇA PROFERIDA POR UM JUIZ DE ESTADO ESTRANGEIRO SE APLICA OU TEM 
EFICÁCIA NO BRASIL? 
 
2
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
 
 
 Análise ao Dec. 4.657/42, antiga LICC que teve o seu nome e ementa 
modificados pela Lei nº 12.376/10 para LINDB. 
Arts. 7º ao 12. 
ATENÇÃO a Homologação de sentença estrangeira art. 15, da LIDB. 
ATENÇÃO aos arts. 76, 77 e 78 do CC e aos arts. 21 ao 25 do NCPC. 
 É importante ressaltar que o direito aplicável a uma relação jurídica de direito 
privado com conexão internacional ou é o nacional ou um determinado direito estrangeiro, 
conforme indicado pelas normas do direito internacional privado da lei do foro (lex fori). 
 
TÍTULO II - DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO 
INTERNACIONAL (NCPC) 
CAPÍTULO I - DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
3
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa 
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de 
renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no 
Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA: 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular 
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta 
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são 
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos 
bilaterais em vigor no Brasil. 
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MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no 
Brasil. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento 
da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional
exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º.
CÓDIGO CIVIL 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o 
preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do 
servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, 
onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se 
encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; 
e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. 
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar 
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser 
demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se 
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. 
NORMAS IMPORTANTES DA LINDB (DEC. 4.657/42) - DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO 
LINDB E A PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL 
As regras sobre o começo e o fim da personalidade são definidas pela lei do 
lugar aonde a pessoa é domiciliada, conforme dispõe o art. 7º, do Decreto-Lei Nº 4.657/42, 
Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro. 
5
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo 
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
LINDB E AS NORMAS RELATIVAS AO CASAMENTO 
Art. 7º, da LINDB 
§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos 
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas 
ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
Se aplica apenas qdo os nubentes estrangeiros tiverem a mesma nacionalidade. 
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio 
a lei do primeiro domicílio conjugal. 
REGIME DE BENS NA LINDB 
Art. 7º da LINDB 
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os 
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa 
anuência de seu cônjuge, requerer aojuiz, no ato de entrega do decreto de 
naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, 
respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
DIVÓRCIO NA LINDB 
Art. 7º da LINDB 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, 
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver 
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação 
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das 
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em 
6
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de 
que passem a produzir todos os efeitos legais. 
REGRAS PARA DETERMINAÇÃO DE DOMICÍLIO DE MODO SUBSIDIÁRIO NA LINDB 
Art. 7º da LINDB 
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro 
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua 
guarda. 
 
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua 
residência ou naquele em que se encontre. 
REGRAS PARA OS DIREITOS REAIS 
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei 
do país em que estiverem situados. 
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens 
móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre 
a coisa apenhada. 
LINDB E AS OBRIGAÇÕES 
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se 
constituírem. 
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma 
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos 
requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o 
proponente. (Regra aplicada para ausentes). 
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MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
ATENÇÃO: No contrato de Compra e venda o proponente é quem propõe o contrato e não 
necessariamente o vendedor, apesar de o ser na maioria das vezes. 
LINDB E SUCESSÕES 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado 
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela 
Lei nº 9.047, de 1995) – ART. 5º, XXXI da CF 
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
LINDB E A PERSONALIDADE JURÍDICA DAS PESSOAS JURÍDICAS 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e 
as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. 
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de 
serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei 
brasileira. 
PROPRIEDADE E OS GOVERNOS ESTRANGEIROS 
Art. 11. 
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que 
eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão 
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. 
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à 
sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. 
 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado 
no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
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MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a 
imóveis situados no Brasil. 
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a 
forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira 
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. 
DAS PROVAS 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele 
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros 
provas que a lei brasileira desconheça. 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova 
do texto e da vigência. 
 
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
(Art. 960 ao Art. 965 do CPC/2015) 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os 
seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a 
execução no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Superior Tribunal Justiça. (Vide art.105, I, i da 
Constituição Federal). 
STJ – HOMOLOGA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
RESOLUÇÃO Nº 9/2005 DO STJ 
9
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
Art. 5º Constituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira: 
I - haver sido proferida por autoridade competente; 
II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; 
III - ter transitado em julgado; e 
IV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor 
oficial ou juramentado no Brasil. 
SÚMULA 420 DO STF 
A reciprocidade com o país de origem da decisão não é requisito para à homologação 
de sentença estrangeira. (Art. 26, § 2º, CPC/2015). 
Art. 964 do CPC/2015 – Não cabe homologação de sentença em matérias de 
competência exclusiva do poder judiciário brasileiro. 
O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente – 
Art. 965 do CPC/15. 
 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei 
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer 
remissão por ela feita a outra lei. 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de 
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem 
pública e os bons costumes. 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares 
brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de 
tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou 
brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 
1957) 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
10
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
 DIR. INTERNACIONAL: É o conjunto de princípios e normas, positivas e 
costumeiras, representativos dos direitos e deveres aplicáveis no âmbito da sociedade 
internacional. 
 DIR. INTER. PÚBLICO: regula ou regra a relação entre os Estados, os Estados e 
outros sujeitos de direito internacional tais como os organismos internacionais 
intergovernamentais (ONU, BIRD, FMI) e para parte da doutrina as pessoas (os indíviduos). 
 DIR. INTERNACIONAL PÚBLICO 
 O Direito Internacional Público tem como características fundamentais: a 
inexistência de uma autoridadesuperior, a falta de coercibilidade para o cumprimento dos 
regramentos estabelecidos, sistema de sanções frágeis, descentralização das decisões e o 
dever do respeito à soberania dos Estados. 
 E tem com fonte mais importante os tratados internacionais. 
 O q fundamenta o DIP é a soberania estatal (art. 1, I da CF/88), manifestação 
da vontade ou consentimento e o pacta sunt servanda. 
 SOBERANIA: é a qualidade que caracteriza o poder supremo de um Estado 
(independência, autoridade dentro e fora do seu território); Art. 1º, I; Art. 4º, I, III e V; Art. 
170, I, todos da CF/88; 
 PACTA SUNT SERVANDA: liberdade de contrair obrigações (direitos e deveres), 
compromissos livremente firmados devem ser cumpridos. 
FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL 
PRIMÁRIAS: tratados internacionais, o costume internacional e os princípios gerais de 
direito. 
SECUNDÁRIAS: doutrina, jurisprudência da Corte Internacional de Justiça de 1945 – 
Corte de Haia – art. 38 (decisões da corte, convenções e tratados, costumes e princípios 
gerais de direito). 
Os costumes reconhecidos e praticados nas relações exteriores vinculam as partes, 
sem necessitar que esta norma esteja escrita. 
11
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: são os valores que apontam um caminho a seguir e 
que servem de base para as decisões internacionais. 
AS JURISPRUDÊNCIAS das cortes internacionais (CIJ (corte internacional de justiça) E 
TPI (tribunal penal internacional)) fazem fonte de direito intencional, no entanto as 
jurisprudências dos Tribunais Constitucionais internos de cada nação não), apesar de terem 
relevância do dir. internacional privado, não são fontes de DIP. 
OS ATOS UNILATERAIS dos Estados fazem fonte de DIP??? 
POPULAÇÃO: é o conjunto de habitantes que mantêm ligação estável com um 
determinado Estado, por meio de um vínculo jurídico, o vínculo da nacionalidade. Inclui os 
nacionais residentes dentro e fora do território. Não inclui os estrangeiros residentes no 
território do Estado. 
NACIONALIDADE: é o vínculo jurídico-político de fidelidade entre o Estado e o 
indivíduo, atribuído pelo Estado, na exercício de seu poder soberano. 
TERRITÓRIO: é o espaço onde se exerce a soberania estatal. Ele determina os limites 
do exercício do poder do estado. Delimitar um território significa estabelecer seus limites, o 
que é feito por tratados ou costumes. Demarcar um território significa implantar marcos 
físicos sobre o território. 
Limite não se confunde com fronteira. Limite é um ponto que determina com certa 
precisão até onde vai o território do Estado. Fronteira é uma região em torno do limite 
territorial, sobre o qual o Estado tem interesse de zelar para garantir sua segurança nacional. 
 
PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO INTERNACIONAL 
 Os Estados e organizações internacionais intergovernamentais e os 
particulares ou indivíduos tem personalidade jurídica internacional ou seja, são sujeitos do 
Direito Internacional. 
ATENÇÃO: A Anistia Internacional e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha não são 
organizações internacionais, mas sim ONGs de atuação internacional, por este motivo não 
celebram tratados, e por este motivo não são considerados sujeitos de direito internacional. 
12
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
ESTADOS: para que sejam sujeitos de direito internacional devem reunir 4 elementos 
constitutivos em sua formação: População Permanente; Território determinado; Governo e 
Soberania. 
RECONHECIMENTO DE UM ESTADO: é o surgimento de um novo sujeito de direito 
internacional, atestado pelos demais Estados por meio de um ato discricionário, unilateral, 
irrevogável e incondicional; Cuja importância é fundamental para que o novo Estado se 
relacione com os seus pares na comunidade internacional. 
RECONHECIMENTO DE GOVERNO: é todo o governo que exerce a sua autoridade como 
sendo a única no Estado. Tem as seguintes FORMALIDADES: efetividade (controle da máquina 
e obediência civil), cumprimento das obrigações internacionais, Constituição própria e ser 
democrático. 
Efeitos do reconhecimento de um governo: estabelecimento de relações 
diplomáticas; imunidade de jurisdição; capacidade para demanda em tribunal estrangeiro; 
admissão da validade das leis e atos governamentais. 
CHEFE DE ESTADO X CHEFE DE GOVERNO 
 No Brasil cabe Privativamente ao Chefe de Estado art. 84, VII e VIII da CF/88 
manter relações com outros Estados, acreditar seus representantes diplomáticos e celebrar 
tratados internacionais “ad referendum” do Congresso Nacional. 
 O Chefe de Estado goza de imunidade plena que é uma restrição ao direito 
fundamental dos Estados soberanos que se veem impedidos de sujeitar representantes de 
outros Estados presentes em seu território ao seu ordenamento jurídico. 
No Brasil o Ministro das Relações Exteriores ou chanceler tem como principal função 
auxiliar o chefe de Estado na formulação e execução da política externa. 
PESSOA JURÍDICA DE DIR. PUB. EXTERNO – REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL; 
PESSOA JURÍDICA DE DIR. PUB. INTERNO – UNIÃO FEDERAL; 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS INTERGOVERNAMENTAIS: são pessoas jurídicas de 
direito público externo formadas pela reunião de Estados que têm uma finalidade em 
comum. Após serem constituídas adquirem personalidade internacional independente da de 
seus membros constituintes (ONU, OIT, FAO, UNESCO (educação, ciência e cultura), OTAN E 
FMI). 
13
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
SANTA SÉ: é a aliança da Cúria Romana com o Papa, o Tratado de Latrão firmado em 
1929 pela Itália e a Santa Sé, reconhece a personalidade internacional da Santa Sé, 
reconheceu a propriedade e a jurisdição soberana sobre o Vaticano e atribuiu ao Vaticano 
neutralidade permanente. 
ESTADO DA CIDADE DO VATICANO possui personalidade jurídica própria que não se 
confunde com a da santa sé, nacionalidade própria (nacionalidade funcional ou jus domicilli 
+ jus laboris); quem reside no Vaticano está submetido a soberania da Santa Sé que também 
tem direito a representação diplomática ativa e passiva (núncio apostólico); o Papa é chefe 
de Estado e da Igreja Católica; 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
É o acordo internacional celebrado por escrito entre dois ou mais Estados ou outros 
sujeitos sob égide do Direito Internacional. 
REQUISITOS DE VALIDADE: CAPACIDADE DAS PARTES, HABILITAÇÃO DO AGENTE SIGNATÁRIO 
(REPRESENTATIVIDADE DERIVADA CARTA DE PLENOS PODERES), CONSENTIMENTO MÚTUO, 
OBJETO LÍCITO E POSSÍVEL. 
NO BRASIL assinam e negociam tratados o Chefe de Estado e o Ministro das relações 
Exteriores e também o PLENIPOTENCIÁRIO (pessoa escolhida pelo Presidente com a 
confirmação do Min das rel. Exteriores) e Delegação nacional, ambos necessitam de “CARTA 
DE PLENOS PODERES”. Que significa que é um doc. expedido por autoridade competente 
dando os poderes necessários, para firmar, negociar e alterar acordos em nome da nação. 
TRATADOS são normas de direito externo até serem internalizados pelos 
ordenamentos jurídicos de cada nação. O Brasil adotou a teoria da incorporação no art. 5º, 
§s 2º, 3º e 4º da CF/88. 
No Brasil, assinado o tratado, o mesmo é enviado com uma carta ao Congresso 
Nacional e deve ser aprovado nas duas casas, sendo aprovado é emitido pelo Presidente do 
Congresso Nacional um Decreto Legislativo autorizando o presidente a ratificar o acordo, uma 
vez ratificado por Decreto presidencial, o tratado será promulgado e publicado passando a 
valer no território nacional. 
Conflito entre o tratado e norma interna, a doutrina majoritária prega a prevalência 
do direito internacional sobre o direito interno. No entanto, nenhum tratado internacional 
poderá contrariar a CF/88, para ser incorporado no ordenamento legislativo brasileiro. 
14MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
“Reserva” significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou 
denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a 
ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do 
tratado em sua aplicação a esse Estado. 
A “Denúncia” é um ato unilateral, de efeito jurídico inverso ao da ratificação e da 
adesão, manifestando, o Estado, sua vontade de deixar de ser parte no acordo internacional. 
AGENTES DIPLOMÁTICOS: são responsáveis pela representação do próprio Estado em 
território estrangeiro, perante o governo. 
Missão Diplomática: é formada pelo conj. De diplomatas que representam os Estados 
ou organizações intergovernamentais. 
OS EMBAIXADORES são a própria representação da nação no estado estrangeiro ou 
no organismo internacional, são responsáveis pela representação política. Os prédios das 
embaixadas são invioláveis. 
DIREITO DE LEGAÇÃO: consiste na prerrogativa dos Estados de enviar (ativa) e receber 
(passiva) agentes diplomáticos (Embaixadores) de outros Estados. 
O Chefe da Missão Diplomática é chamado de embaixador ou núncio. Também em 
missões sem embaixadas o chefe poderá ser chamado de enviado ou ministro ou encarregado 
de negócios. 
Embaixador é uma função ocupada e não uma classe da carreira diplomática, o último 
nível da carreira diplomática é ministro de primeira classe. 
As Embaixadas, que são o local onde funciona a missão diplomática compreendendo 
o conjunto de suas instalações físicas, são invioláveis segundo a Convenção de Viena. 
 AGENTES CONSULARES: são funcionários públicos enviados pelo Estado para 
a proteção de seus interesses e de seus nacionais; 
 CONSULADOS são repartições públicas estabelecidas pelos Estados em portos 
ou cidades de outros Estados. São responsáveis pela representação comercial, administrativa 
e a de caráter notarial. 
 Espécies de cônsul: Honorário eleito entre os nacionais do país onde está o 
consulado; de Carreira funcionário público do país que o consulado representa; 
15
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
Nomeação do Cônsul depende de aceitação prévia do nome indicado (feito mediante 
o exequatur que é a autorização concedida pelo Estado receptor que admite o agente 
consular para o exercício de suas funções), competindo tal função a cada Estado 
individualmente, nos termos de sua legislação específica. 
CARTA PATENTE: é o documento que representa a investidura do agente consular; 
OS LOCAIS DA MISSÃO DIPLOMÁTICA NÃO PODEM SER VIOLADOS; O AGENTE DIPLOMÁTICO 
GOZA DE ISENÇÃO DE IMPOSTOS E TAXAS, HAVENDO EXCEÇÕES A ESSE RESPEITO; OS BENS DA 
EMBAIXADA SÃO INVIOLÁVEIS E NÃO PODEM SER OBJETOS DE PENHORA. A CORRESPONDÊNCIA 
E A COMUNICAÇÃO OFICIAL DA MISSÃO DIPLOMÁTICA É INVIOLÁVEL. A MALA DIPLOMÁTICA NÃO 
PODERÁ SER ABERTA OU RETIDA. 
Imunidade 
Em razão do desempenho das suas funções, o agente diplomático goza de privilégios 
e imunidades. 
Esses privilégios e imunidades podem ser classificados em: inviolabilidade, imunidade 
de jurisdição civil, administrativa e criminal e isenção fiscal. 
A inviolabilidade abrange o local da Missão diplomática e as residências particulares 
dos agentes diplomáticos. Nesses locais, o Estado acreditado não pode exercer qualquer tipo 
de coação (invasão pela polícia), a não ser que haja autorização do Chefe da Missão. Do 
mesmo modo, não pode haver uma citação dentro da Missão. 
A inviolabilidade cessa se os locais da Missão forem utilizados de modo incompatível 
com as funções da Missão. Cessa ainda em caso de emergência (incêndio). 
É inviolável também a correspondência. 
A inviolabilidade também significa que os agentes diplomáticos não podem ser presos. 
O Estado acreditado deverá proteger os imóveis da Missão, bem como a própria 
pessoa dos Agentes Diplomáticos. 
Os atos da Missão, praticados como representante do Estado acreditante (assinatura 
de Tratado) não podem ser apreciados pelos tribunais do Estado acreditado. 
O Agente Diplomático goza de imunidade de jurisdição criminal. É absoluta e aplica-se 
a qualquer delito. Ele tem ainda imunidade de jurisdição civil e administrativa. 
16
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
A imunidade de jurisdição não significa que ele esteja acima da lei, mas significa 
apenas que ele deverá ser processado no Estado acreditante. 
Poderá haver renúncia à imunidade de jurisdição do agente diplomático ou de 
qualquer pessoa que dela se beneficie. 
De um modo geral, tem sido sustentado que a imunidade penal cessa em caso de 
flagrante delito que não esteja ligado ao exercício de suas funções. 
 A imunidade fiscal abrange o Estado acreditante e o Chefe da Missão. 
ATENÇÃO AOS ARTS. 31 E 32 da Convenção de Viena de 1961 dobre o Direito Diplomático: 
Artigo 31 
1. O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado. 
Gozará também da imunidade de jurisdição civil e administrativa, a não ser que se trate 
de: 
a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo 
se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditado para os fins da 
missão. 
b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a titulo privado e não em 
nome do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário. 
c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo 
agente diplomático no Estado acreditado fora de suas funções oficiais. 
2. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha. 
3. O agente diplomático não esta sujeito a nenhuma medida de execução a não ser nos 
casos previstos nas alíneas " a", " b " e " c " do parágrafo 1 deste artigo e desde que a 
execução possa realizar-se sem afetar a inviolabilidade de sua pessoa ou residência. 
4. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o 
isenta da jurisdição do Estado acreditante. 
 
Artigo 32 
17
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes 
diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo 37. 
2. A renuncia será sempre expressa. 
3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que goza de imunidade de jurisdição nos 
termos do artigo 37 inicia uma ação judicial, não lhe será permitido invocar a imunidade 
de jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada à ação principal. 
4. A renuncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou administrativas não 
implica renúncia a imunidade quanto as medidas de execução da sentença, para as quais 
nova renúncia é necessária. 
 
Da isenção de impostos ao representante diplomático: 
Artigo 34 
 O agente diplomático gozará de isenção de todos os impostos e taxas, pessoais ou 
reais, nacionais, regionais ou municipais, com as exceções seguintes: 
a) os impostos indiretos que estejam normalmente incluídos no preço das mercadorias 
ou dos serviços; 
b) os impostos e taxas sobre bens imóveis privados situados no território do Estado 
acreditado, a não ser que o agente diplomático os possua em nome do Estado 
acreditante e para os fins da missão; 
c) os direitos de sucessão percebidos pelo Estado acreditado, salvo o disposto no 
parágrafo 4 do artigo 39; 
d) os impostos e taxas sobre rendimentos privados que tenham a sua origem no Estado 
acreditado e os impostos sobre o capital referentes a investimentos em empresas 
comerciais no Estado acreditado. 
e) os impostos e taxas que incidem sobre a remuneração relativa a serviços específicos; 
f) os direitos de registro, de hipoteca, custas judiciais e impostode selo relativos a bens 
imóveis, salvo o disposto no artigo 23. 
18
 
MATERIAL DE APOIO 
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OAB 
1ª FASE 
 
 
 
DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL 
TERRITÓRIO NACIONAL; pode incluir Navios, com a bandeira do país e aeronaves 
militares. 
Mar Territorial compreende uma faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas da 
linha base. 
Zona Contígua brasileira compreende uma faixa de 12 a 24 milhas marítimas, 
contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. A 
finalidade é delimitar o exercício da fiscalização para evitar infrações às leis e reprimir infrações 
às leis. 
 
LEI Nº 8.617/93 
- O MAR TERRITORIAL 
LEI Nº 8.617/93 
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de 
largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como 
indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. 
Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrâncias 
ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, 
será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o 
traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial. 
Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, 
bem como ao seu leito e subsolo. 
- ZONA CONTÍGUA 
Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias 
para: 
19
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou 
sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial; 
II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar 
territorial. 
- ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA 
Uma faixa de 200 milhas marítimas contadas a partir da linha base, onde há o direito 
exclusivo do BRASIL de investigação e exploração científica econômica. PLATAFORMA 
CONTINENTAL CORRESPONDE AO LEITO E AO SUBSOLO DAS ÁREAS SUBMARINAS que se 
estendem além do mar territorial. Navios de todas as nacionalidades o direito de passagem 
inocente. 
 
Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de 
exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-
vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que 
se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para 
fins econômicos. 
Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito 
exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação 
do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas 
artificiais, instalações e estruturas. 
Parágrafo único. A investigação científica marinha na zona econômica exclusiva só 
poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo 
brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. 
Art. 9º A realização por outros Estados, na zona econômica exclusiva, de exercícios ou 
manobras militares, em particular as que impliquem o uso de armas ou explosivas, 
somente poderá ocorrer com o consentimento do Governo brasileiro. 
Art. 10. É reconhecidos a todos os Estados o gozo, na zona econômica exclusiva, das 
liberdades de navegação e sobrevôo, bem como de outros usos do mar 
internacionalmente lícitos, relacionados com as referidas liberdades, tais como os 
ligados à operação de navios e aeronaves. 
- PLATAFORMA CONTINENTAL 
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DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas 
submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do 
prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem 
continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a 
partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior 
da margem continental não atinja essa distância. 
Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de 
conformidade com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas 
sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982. 
Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos 
de exploração dos recursos naturais. 
Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e 
outros não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes 
a espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito 
do mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com 
esse leito ou subsolo. 
Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito 
exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação 
do meio marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas 
artificiais, instalações e estruturas. 
§ 1º A investigação científica marinha, na plataforma continental, só poderá ser 
conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos 
termos da legislação em vigor que regula a matéria. 
§ 2º O Governo brasileiro tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as 
perfurações na plataforma continental, quaisquer que sejam os seus fins. 
Art. 14. É reconhecido a todos os Estados o direito de colocar cabos e dutos na 
plataforma continental. 
§ 1º O traçado da linha para a colocação de tais cabos e dutos na plataforma continental 
dependerá do consentimento do Governo brasileiro. 
§ 2º O Governo brasileiro poderá estabelecer condições para a colocação dos cabos e 
dutos que penetrem seu território ou seu mar territorial. 
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OAB 
1ª FASE 
 
 
 
NACIONALIDADE 
A nacionalidade pode ser adquirida de dois modos: Originária e Derivada. 
- Originária: Adquirida com o nascimento; 
- Derivada ou Secundária: Adquirida por vontade posterior; 
Nacionalidade originária pode se dar por dois critérios: 
Ius soli – É nacional aquele que nascer no solo do país (compreendendo extensões 
territoriais como navios de guerra e navios mercantes em alto mar); 
Ius sanguinis – É nacional aquele que for filho, ou seja, que tiver o SANGUE de nacional 
do país; 
No Brasil a regra é o ius soli – nasceu em solo brasileiro será brasileiro. Contudo, 
temos exceções onde a Constituição adotou o ius sanguinis. 
Art. 12. São brasileiros: 
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA OU PRIMÁRIA NO BRASIL 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
IUS SOLI + NÃO SER FILHO DE ESTRANGEIROS QUE ESTEJA A SERVIÇO DO SEU PAÍS NO BRASIL. É 
A REGRA DA NACIONALIDADE NO NOSSO PAÍS. 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
IUS SANGUINIS + O TRABALHO NO EXTERIOR PARA O BR. 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa 
22
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade 
brasileira; 
1º PARTE: IUS SANGUINIS + REGISTRO NO EXTERIOR NA REPARTIÇÃO PÚBLICACOMPETENTE (EM 
REGRA CONSULADOS); 2º PARTE: NASCIMENTO NO EXTERIOR + IUS SANGUINIS + VENHA A 
RESIDIR NO BRASIL + MAIORIDADE + OPÇÃO PELA NACIONALIDADE. 
A opção, em qualquer tempo (mas depois de atingida a maioridade), pela 
nacionalidade brasileira. Assim, os filhos de brasileiros nascidos no exterior que vierem a 
residir no Brasil e, depois disso, alcançarem a maioridade, já poderão (de imediato) ingressar 
em juízo (Justiça federal) a fim de exercer o direito de opção pela nacionalidade brasileira. 
Nesse último caso, manifestada a opção, o Estado não lhes pode negar o reconhecimento da 
nacionalidade, pois aqui se está diante do que se denomina nacionalidade potestativa, que é 
aquela em que o efeito pretendido depende exclusivamente da vontade do interessado. 
Os que vierem a residir no Brasil enquanto menores terão que aguardar a maioridade 
para o exercício do direito de opção, ficando na condição de brasileiros natos sub conditione 
(qual seja, a condição de opção pela nacionalidade brasileira, em qualquer tempo, após 
atingida a maioridade aos 18 anos). Aqui, tem-se que a nacionalidade potestativa fica 
suspensa até alcançar-se a maioridade de 18 anos 
 
"São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela 
nacionalidade brasileira. A opção pode ser feita a qualquer tempo, desde que venha o filho 
de pai brasileiro ou de mãe brasileira, nascido no estrangeiro, a residir no Brasil. Essa opção 
somente pode ser manifestada depois de alcançada a maioridade. É que a opção, por decorrer 
da vontade, tem caráter personalíssimo. Exige-se, então, que o optante tenha capacidade 
plena para manifestar a sua vontade, capacidade que se adquire com a maioridade. Vindo o 
nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, 
passa a ser considerado brasileiro nato, sujeita essa nacionalidade a manifestação da vontade 
do interessado, mediante a opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, 
enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da 
nacionalidade brasileira." (RE 418.096, rel. min. Carlos Velloso, julgamento em 22-3-
2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.) 
ATENÇÃO as mudanças do art. 12, I, “c” da CF que ocorreram com a EC de revisão nº 3 de 
1994 (tirou a possibilidade do registro em repartição competente no exterior) e a EC nº 
23
 
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DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
54/2007, pois as mesmas criaram uma situação para os nascidos entre as duas revisões que 
está regulada no art. 95 do ADCT: 
“Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação 
desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser 
registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício 
de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 54, de 2007)” 
NACIONALIDADE DERIVADA OU SECUNDÁRIA NO BRASIL 
 A nacionalidade derivada pode se dar por três motivos diferentes: casamento, 
trabalho ou residência, a constituição brasileira menciona somente a hipótese de residência 
como forma de adquirir nacionalidade originária para estrangeiro. 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral; 
 1º Parte: poderão se naturalizar os estrangeiros que cumprirem os requisitos 
constantes na lei (Estatuto do Estrangeiro, art. 112 e seguintes da Lei nº 6.815/80); 2º Parte: 
poderão se naturalizar os indivíduos originários de países de língua portuguesa que tenham 
residência ininterrupta de 1 ano no país e idoneidade moral. 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do 
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira. 
Para o estrangeiro não originário de país com língua portuguesa as exigências são a 
residência ininterrupta no território nacional por mais de 15 anos, ausência de condenação 
penal e requerimento de naturalização. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade 
em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional de 
Revisão nº 3, de 1994) 
 O caso do presente parágrafo trata-se de uma quase nacionalidade ou como a 
doutrina tem chamado brasileiros por equiparação. A reciprocidade se evidencia no presente 
24
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
caso, com o Decreto nº 3.927/01 promulgou o Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, 
entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto Seguro 
em 22 de abril de 2000. 
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, 
salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
 art. 5º, LI; 
 art. 12, 3º; 
 art. 12, § 4º, I; 
 art. 89, VII (Conselho da República – seis brasileiros natos); 
 art. 222 (propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão – brasileiros natos ou naturalizados há 
mais de 10 anos). 
 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional 
nº 23, de 1999) 
 
25
 
MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
ATENÇÃO, pois se todos os ministros do STF devem ser brasileiros natos, temos mais um cargo 
que é exclusivo de brasileiro nato, contudo o mesmo na está na lista do parágrafo 3º, que é o 
cargo de Presidente do CNJ (art. 103, § 1º, da CF). 
 
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de 
direitos civis; 
 
ESTRANGEIROS 
Lei nº 6.815/80 Estatuto do estrangeiro hj será revogada quando a LEI Nº 13.445, DE 
24 DE MAIO DE 2017 (lei da migração) entrar em vigor. 
Art. 5º, caput da CF/88; 
Atenção que apenas os cidadãos brasileiros e os portugueses equiparados pelo 
estatuto da igualdade têm direitos políticos. 
A entrada de um estrangeiro no BR depende de um visto de entrada. 
Visto é uma autorização dada pela autoridade brasileira para a permanência no país, 
por um determinado período de tempo (concedido pela autoridade consular no exterior ou 
DPF no BR). 
 Turista – 90 dias prorrogáveis por igual período , não pode ser excedido no prazo de 12 meses; 
26
 
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DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
 Temporário – prazos variados para estudantes, negócios, esportes, cientistas, jornalistas e religiosos; 
 Permanente; 
 Outros concedidos pelo Min. Das Rel. Exteriores, visto de cortesia e diplomático. 
 
Enquanto o visto é o ato administrativo de competência do Ministério das Relações 
Exteriores que se traduz por autorização consular registrada no passaporte de estrangeiros 
quelhes permite entrar e permanecer no País, após satisfazerem as condições previstas na 
legislação de imigração. A Autorização de trabalho a estrangeiros é o ato administrativo de 
competência do Ministério do Trabalho exigido pelas autoridades consulares brasileiras, em 
conformidade com a legislação em vigor, para efeito de concessão de vistos permanentes 
e/ou temporário a estrangeiros que desejem permanecer no Brasil a trabalho. (art. 100, Lei 
nº 6.815/80) 
 
Asilo Político e o Refúgio: O asilo político é a proteção concedida pelo Estado nacional 
ao estrangeiro perseguido por suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. A proteção pode 
inclusive admitir o uso de apoio e força policial e a ajuda financeira do Estado receptor 
(perseguição a um indivíduo). 
No Brasil, o asilo político se constituiu como garantia constitucional (art. 4º, X, da 
CF/88). Existem duas modalidades: o asilo diplomático e o asilo territorial. 
O Refúgio é fundamentado em uma perseguição a um grupo de indivíduos, em função 
de sua raça, religião, nacionalidade ou opção política. O refugiado deve ter fundado temor de 
perseguição em seu país, onde não encontrará um julgamento justo, com o devido processo 
legal. É concedido mediante solicitação ao Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) 
ligado ao Ministério da Justiça. 
Não poderão ser considerados refugiados aqueles que praticaram crimes contra a paz, 
crimes hediondos, crimes contra a humanidade, tráfico internacional de entorpecentes ou 
crimes comuns, fora do país que o acolhe, antes de serem aceitos como refugiados. 
Fixação! 
Seus olhos no retrato. 
Extradição! 
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MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
Crime ou processo penal. 
Deportação! 
Problema administrativo. 
Expulsão! 
Crime ou interesse nacional. 
As três são... 
Meios de retirada de estrangeiro. 
Deportação: É a retirada do território nacional do estrangeiro irregular no país. A 
irregularidade pode ocorrer em decorrência de diversas causas, como: entrada irregular no 
território nacional; circulação por municípios para os quais o estrangeiro não tem 
autorização de ir, o que ocorre com aqueles habitantes de municípios fronteiriços e que 
podem circular por determinados municípios brasileiros sem visto; expiração do visto; 
exercício de atividade remunerada pelo detentor de visto de turista, de trânsito ou 
temporário; não comunicação ao Ministério da Justiça da mudança de endereço, até 
30 dias após a efetivação da mudança. O estrangeiro arca com os custos da 
deportação, se não tiver recurso o Tesouro nacional arcará com os custos, contudo o 
estrangeiro não poderá retornar ao Brasil sem ressarcir ao Tesouro Nacional as despesas 
realizadas por sua deportação. 
Deste modo, a deportação consiste em processo de devolução de estrangeiro 
irregular no BR ou que incorra nos casos do art. 57 da Lei nº 6.815/80. O estrangeiro deve 
retornar ou para o seu Estado ou para aquele de onde proveio. 
Expulsão: É a retirada forçada do estrangeiro do território nacional, por questões de 
ordem criminal ou de interesse nacional. A razão não é apenas administrativa, como na 
deportação, mas criminal ou política. É ato unilateral do governo brasileiro e o Estatuto do 
Estrangeiro prevê as seguintes hipóteses: atentar contra a ordem política ou social, a 
tranquilidade ou a moralidade pública e a economia popular. 
Consiste em medida coercitiva de caráter discricionário de um Estado. 
Compete ao Diretor do Departamento de Estrangeiros, da Secretaria Nacional de 
Justiça, determinar a instauração de Inquérito de Expulsão em que são assegurados ao 
estrangeiro a ampla defesa e o contraditório e que irá compor o processo administrativo para 
fins de expulsão como peça instrutória, dentre outras. A decisão sobre a expulsão e sua 
revogação, desde maio de 2000, é de competência do Ministro de Estado da Justiça, delegada 
pelo Presidente da República por meio do Decreto nº 3.447, de 5 de maio de 2000, vedada 
subdelegação. 
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MATERIAL DE APOIO 
DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
O Estado possui direito soberano de expulsar os estrangeiros que desafiam a sua 
ordem pública. A expulsão não é uma pena, mas sim medida administrativa. Trata-se de ato 
discricionário (jurídico-político) do Presidente da República (mediante decreto). 
Uma vez expulso, o estrangeiro é impedido de reingressar no território nacional, sob 
pena de configurar-se o delito tipificado no artigo 338, do CP, tratando-se de crime 
permanente cuja pena, de reclusão, é de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão 
após o cumprimento daquela. Trata-se de crime que se consuma com o reingresso no 
território nacional, e cuja ação penal é pública incondicionada, de competência da Justiça 
Federal (art. 109, X, da CF). 
Extradição: É o envio do estrangeiro que cometeu um crime no exterior, para ser 
processado ou julgado, ou então para lá cumprir sua pena, depois de ter sido condenado. É 
um ato bilateral que depende da solicitação do Estado interessado na extradição e também 
da manifestação de vontade do Brasil. A extradição não atinge brasileiros natos e os 
naturalizados atinge em casos específicos. 
É instrumento típico de cooperação internacional em matéria penal. 
Requisitos: especialidade, dupla incriminação e existência de tratado ou promessa de 
reciprocidade. 
ATENÇÃO AO ART. 5º, LI E LII, DA CF/88. 
Atinge brasileiros naturalizados, por crime cometido antes da naturalização ou por 
tráfico ilícito de entorpecentes. A concordância do estrangeiro com a extradição não é 
relevante, bem como, não pode haver extradição por crimes políticos ou de opinião. 
Os pedidos de extradição com base em promessa de reciprocidade de tratamento 
encontram respaldo legal e são instruídos, no País, na forma da Lei 6.815, de 19 de agosto 
de 1980, que define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, bem assim nos 
compromissos internacionais firmados com vistas ao combate à impunidade. Tal promessa 
constitui declaração de Governo em que, ocorrendo situação análoga no país requerido, o 
país requerente compromete-se a conceder a extradição nos mesmos moldes. 
O primeiro princípio fundamental da extradição é o Princípio da Especialidade, ou seja, 
o extraditando não poderá ser processado e/ ou julgado por crimes que não embasaram o 
pedido de cooperação e que tenham sido cometidos antes de sua extradição, podendo o 
Estado requerente solicitar ao Estado requerido a extensão ou ampliação da extradição ou 
extradição supletiva. 
29
 
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DIREITO INTERNACIONAL 
OAB 
1ª FASE 
 
 
Outro princípio basilar da extradição é o da Dupla Tipicidade, também conhecido como 
Princípio da Identidade ou da Dupla Incriminação do Fato ou Incriminação Recíproca. Sob a 
égide deste, impõe-se que somente seja concedida uma extradição para um fato típico e 
antijurídico, assim considerado tanto no país requerente quanto no requerido. 
No tocante aos pedidos de extradição passiva, o Estado brasileiro segue o Sistema de 
Contenciosidade Limitada. De acordo com este, a ação para julgamento do pedido de 
extradição junto ao Supremo Tribunal Federal não consiste na repetição do litígio penal que 
lhe deu origem. A Suprema Corte possui limitações que a impedem de reexaminar o quadro 
probatório ou a discussão sobre o mérito tanto da acusação quanto da condenação 
emanadas pela autoridade competente do Estado estrangeiro. 
 O Sistema de Contenciosidade Limitada não impede, contudo, que o Supremo 
Tribunal Federal analise os aspectos formais do processo criminal que embasa o pedido de 
extradição, garantias e direitos básicos da pessoa reclamada. 
1º Fase – Administrativa (Poder Executivo); 
2º Fase – Judiciária – STF examina a legalidade; 
3º Fase – Administrativa – entrega o extraditando ou comunica a recusa.SÚMULA 421 DO STF 
Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditado casado com brasileira 
ou ter filho brasileiro. 
A Entrega de nacionais ou estrangeiros: é o envio de um indivíduo para ser julgado 
pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Pode ocorrer com brasileiros natos, naturalizados ou 
estrangeiros. A CF/88 proíbe a extradição de brasileiros natos, porém quanto à entrega nada 
menciona, além disso, é importante salientar que o Brasil integra o TPI, fazendo parte do 
órgão, conforme dispõe o art. 5º, § 4º da CF/88. A entrega é promovida pela autoridade 
brasileira e deve ter a concordância do acusado. 
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