Buscar

Apostila Direito Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Direito Constitucional 
2° Período/ 1° Bimestre 
Constitucionalismo Antigo Constitucionalismo Moderno
Aqui o constitucionalismo já apresentava, de 
modo geral, como técnica de limitação de 
poder.
Grécia: regime político absolutamente 
constitucional com a democracia direta das 
Cidades-Estado gregas, no século V, de plena 
identidade entre governantes e governados, e 
distribuição do poder político de forma igual a 
todos os cidadãos.
Neste momento, entendido como movimento 
jurídico, político e cultural, adquirindo 
consistência no final do século XVIII, com o 
fortalecimento de certos princípios, adotados 
pela maioria dos Estados, sob a forma de 
declarações de direitos e garantias 
fundamentais. Necessidade de todo Estado 
ter uma constituição escrita para frear o 
arbítrio dos Poderes Públicos.
 a antiguidade greco-latina é uma fonte
importante do constitucionalismo e para o 
direito público. Na Grécia antiga vigorou uma 
forma de organização política chamada de 
“polis”. As cidades podem ser visualizadas 
como importantes formas de reconhecimento 
dos cidadãos, sobretudo nas cidades-Estado 
que seguiam o modelo de Atenas de 
democracia direta (os cidadãos participavam 
ativamente das decisões da comunidade). 
Com isso vemos a afirmação da cidadania e 
dos direitos dos cidadãos. Marcado pela 
supremacia do Estado sobre a sociedade. 
Sócrates(colocou o homem como a medida 
de todas as coisas, valorizou um governo 
limitado pela lei, e morreu porque observou a 
lei – “é necessário que os homens bons sigam 
as leis más, para que os homens maus sigam 
as leis
boas”). Platão e Aristóteles (obra política) 
criaram uma teoria de governo, nas formas 
puras e impuras, até hoje seguidas por nós. 
Se essas formas puras de governo (seguir o 
interesse comum) se degenerassem, haveria 
uma transição de uma forma de governo para 
outra que também contribuíram para a
afirmação do constitucionalismo. Em Roma 
também pode ser observada sementes do 
constitucionalismo. Embora não houvesse 
Constituições escritas nem controle de 
constitucionalidade, havia uma valorização do 
parlamento e algumas sementes que 
limitavam o poder dos governantes.
a rigor, o que entendemos hoje como 
constitucionalismo, surge no 
constitucionalismo em sua acepção estrita. A
idade moderna não se inicia muito aberta 
para a idéia do constitucionalismo, pois ela se 
inicia baseada no absolutismo monárquico, 
onde a burguesia almejava não só poder 
econômico, mas também político. A 
burguesia tinha uma aliança com o rei, 
constituindo os primeiros Estados 
absolutistas monárquicos, sendo muito 
importantes, pois firmaram 02 noções: a) 
noção de territorialidade (território com 
espaço para exercício do poder soberano do 
Estado); b) afirmação da soberania do poder 
estatal. Entretanto o absolutismo monárquico 
se tornou um estorvo para a monarquia, 
exatamente por limitar o poder dos 
governantes. Um dos autores que mais 
contribuiu foi John Locke (tratados sobre o 
governo civil – idéia de relação de fidúcia – 
direito natural à revolução), que se 
contrapunha às idéias do Leviatã. 02 marcos 
simbólicos: a) a Constituição dos Estados 
Unidos da América do Norte – 1787 – a 
independência dos EUA, foi um marco 
importante para a afirmação do 
constitucionalismo moderno – revolução 
burguesa. As grandes contribuições do 
constitucionalismo moderno foram: 
1) poder constituinte (poder do povo);
2) afirmação do direito escrito / constituição;
3) rigidez constitucional;
4) afirmação de um Estado de direito / império 
da legalidade constitucional /
processo de jurisdicização do Estado;
5) afirmação da legalidade como expressão 
da vontade popular;
6) afirmação do princípio da democracia 
representativa;
7) afirmação da dignidade da pessoa humana.
 
Direitos dos Homens -> 
 
 Constitucionalismo Contemporâneo 
Obs: Constitucionalismo latino-americano -> Bolivia e Equador. 
É a fase que estamos vivendo e que equivale ao Neoconstitucionalismo. É marcada 
por documentos constitucionais amplos, extensos, como a nossa Constituição de 1988. O 
neoconstitucionalismo afirma o ideário pós-positivista, reforçando o pensamento legado 
pelo constitucionalismo moderno, reconhecendo a fase principiológica do Direito. 
Final do século XIX para o início do século XX – é um constitucionalismo social. 
Período marcado pela questão social frente ao capitalismo, onde as sociedades 
constatam a exploração dos trabalhadores no socialismo. Verifica- se assim a 
necessidade do Estado intervir no livre jogo das forças individuais, passando a um 
processo de intervenção do Estado para proteger os mais fracos (trabalhadores) 
realizando justiça social. Essa tendência se robustece no início do Século XX. Pode citar 
como marcos desse momento: a Constituição mexicana (1917) e a Constituição Alemã 
(1919) referidas como modelos importantes para a criação da Constituição Brasileira de 
1934. 
CONTRIBUIÇÕES: 
a) a idéia de um Estado intervencionista na economia, com a idéia de Justiça social; 
b) previsão dos direitos sociais e econômicos – direitos de 2º dimensão ou geração; 
Moderno Social Contemporâneo
Liberal (exec,legis,judi) CC Igualdade material 2° Grande Guerra
Separação de poderes Justiça Crítica ao positivismo
Dtos fundamentais
 ↪ 1° Geração/dimensão
2 Geração/dimensão
 Democracia
Liberdade Propriedade
 ↪ Função social
1948 -> Declaração universal 
"Direitos Humanos"
2° Guerra Mundial Regras/ Princípios
* VIDA 
* PROPRIEDADE 
* LIBERDADE 
* + PARTICIPAÇÃO POLÍTICA 
tudo 1° Geração
c) prestações positivas do Estado para implementar direitos sociais e econômicos, 
como educação, moradia, previdência social etc.; 
d) constitucionalismo DIRIGENTE – que muitos negam ser base para a Constituição 
brasileira; 
e) desenvolvimento dos instrumentos de democracia participativa, pois verificou-se 
que a democracia representativa não atendia à vontade do povo, pois os governantes 
atuavam em nome próprio buscando seus próprios interesses; 
f) iniciativa popular – plebiscito, referendo, veto popular, Recall etc.; 
g) normas constitucionais programáticas; 
h) relativização do poder legislativo; 
i) previsão ou organização do Estado social de direito, Estado comprometido 
com a Justiça Social. 
Constitucionalismo Contemporâneo e o Pós-positivismo. 
Neoconstitucionalismo( const contem.): Nova forma de interpretação surgida após 
a segunda grande guerra mundial. Tem como primeiras referências históricas, a 
Constituição alemã de 1949 e a Constituição Italiana de 1947. Não se inicia ao mesmo 
tempo em todos os países. Na Europa continental se deu com a promulgação das 
Constituições acima descritas; no Brasil, com a Constituição Federativa do Brasil de 1988. 
Do ponto de vista filosófico, o chamado neoconstitucionalismo é uma expressão do pós-
positivismo jurídico, que é um novo modelo de compreensão e interpretação do direito. 
Ele representa a superação das posições do jusnaturalismo e do positivismo jurídico dos 
séculos XIX e XX, porque o jusnaturalismo é uma doutrina dos direitos naturais, 
fundamentação axiológica do direito. Essa concepção embora tenha um mérito, é muito 
critica por tratar de um valor justiça único e imutável, pressupondo uma única idéia de 
justiça. Positivismo Legalista – direito legislado – implica no sistema jurídico como sistema 
de normas – teoria de Hans KELSEN. Positivismo Jurídico, embora ofereça parâmetros 
de segurança – dimensão normativista, não contempla o exame da legitimidade e justiça 
do sistemajurídico; essa discussão se tornou nítida com a segunda grande guerra 
mundial. 
Com isso se criou o Pós positivismo jurídica, aproveitando do pós-naturalismo o 
debate jurídico sobre a justiça realizada na dimensão concreta / princípios. Do positivismo 
ele se apropria da preocupação em operacionalizar a aplicação de normas. O 
neoconstitucionalismo é a expressão desse movimento no âmbito da Constituição. No 
Brasil com a CF/88, ele veio a oferecer elementos importantes para o direito brasileiro. 
CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO: 
A) Previsão da forma do Estado constitucional de direito – Estado que sintetiza o 
Estado social de direito, o Estado deve buscar através de suas políticas sociais e fins em 
si mesmo, conciliar legalidade com legitimidade, igualdade com liberdade. 
B) As Constituições deixam de ser vislumbradas como meras cartas políticas, cartas 
que ofereciam meras recomendações, pois nele as constituições são entendidas como 
conjunto de normas fundamentais imperativas com ampla eficácia jurídica e fundamental 
para os cidadãos. 
C) Implica a consideração da Constituição não somente em seu sentido formal, mas 
também no sentido substancial ou material – a CF não deve ser entendida como um 
sistema PURO de normas, deve ser entendida também como um espelho dos fatos 
sociais e repositório dos valores mais importantes da sociedade. 
D) Previsão de novo valor fundamental do Estado de direito – a dignidade da pessoa 
humana. Proibição de toda e qualquer ação do Estado ou do particular que venha a 
degradar a dignidade do ser humano. Hoje largamente reconhecida, promove também a 
conexão da ordem jurídica interna com a ordem jurídica internacional (art. 5º, § 3º, CF/88. 
Bloco de constitucionalidade, ampliando os parâmetros para o controle de 
constitucionalidade). 
E) Previsão de amplo aberto e inexaurível catálogo de direitos humanos fundamentais. 
Lembrando que esses direitos não excluem outros direitos sociais como saúde, 
segurança, educação, proteção à maternidade, etc. Direito trans-individuais – interesses 
difusos (art. 216, CF e art. 5º, § 2º, CF). 
F) Normas regras – ex: Brasília é a capital Federal – art. 18, CF; 
G) Desenvolvimento de uma nova interpretação constitucional – hermenêutica 
constitucional – não mais aqueles métodos: gramatical, sociológico, intelectual, etc., mas 
a colocação de novo métodos como, por exemplo: método hermenêutico concretizador e 
normativo estruturante. 
H) Os princípios constitucionais são normas jurídicas, devem ser levados a sério, 
considerados superiores do ponto de vista axiológico. 
I) Nova teoria da justiça – hoje em dia vem sendo discutida a teoria de John Rawls, 
inserindo 02 princípios: o da liberdade e o da diferença. 
J) Legitimação do ativismo judicial – o poder judiciário está sendo chamado para 
implementar os direitos fundamentais, para promover a concretização do regime 
democrático, podendo examinar o mérito de opções discricionários feitas pelo 
administrador em função da sociedade (reserva do possível). 
K) A emergência do fenômeno da constitucionalização do direito. Constitui-se em 03 
sentidos básicos: 
- SENTIDO AMPLÍSSIMO – seria a previsão de uma Constituição como lei 
fundamental e hierarquicamente superior. Não nos ajuda a compreender a essência do 
fenômeno. 
- SENTIDO AMPLO – seria mera previsão do direito infraconstitucional no texto da 
Constituição. O Brasil se identifica com esse sentido, pois prevê os diversos ramos do 
direito, diversos artigos, etc. No Brasil essa Constituição prolixa se justifica pelos fatos 
históricos envolvidos. 
SENTIDO ESTRITO – seria a própria expansão dos efeitos jurídicos da Constituição 
que se situada no centro do sistema jurídico passa a irradiar a aplicação a todos os ramos 
do direito condicionando a aplicação dos mesmos, inclusive a aplicação do direito privado 
– processo de filtragem hermenêutica. Estabelece os vetores para a interpretação e 
aplicação de todos os direitos. 
Conceito de Constituição: 
O instrumento formal de organização do Estado é modernamente denominado de 
Constituição, sendo o ramo do direito público responsável pelo seu estudo, chamado de 
direito constitucional. O direito constitucional é destacado por ser fundamental à 
organização e funcionamento do Estado e tem por objeto de estudo a constituição política 
desse ser que se convencionou chamar de Estado. 
Direito Constitucional é o ramo do direito público que estuda os princípios e normas 
estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais” (cf. Paulino 
Jacques), estando tais normas em geral expressas no texto de uma ou de várias leis 
fundamentais, que recebem a denominação de Constituição. 
Quais os modelos de constitucionalismo? 
Inglês: Modelo baseado em tradições, não há ruptura com a ordem constitucional 
anterior. Há supremacia do Parlamento, e não da Constituição. Constituição histórica e 
flexível (flexível na essência, eis que não é escrita). 
Norte-americano: Presidencialismo, sistema de freios e contrapesos. Há ruptura com 
a ordem constitucional anterior. Supremacia Constitucional, eis que a constituição é vista 
como norma. Judicial review: controle judicial de constitucionalidade das leis. 
Francês: Revolução Francesa (1789). Há ruptura e, em razão da desconfiança 
decorrente da revolução, limita-se o poder constituinte derivado (Abade Sieyès). O 
protagonista é o Legislativo, e não o Judiciário. A constituição “real” era o Código Civil, eis 
que a constituição era vista como mera proclamação política. 
Classificação das constituições: 
1 - QUANTO AO CONTEÚDO: 
a) Constituição material: Conjunto de regras materialmente constitucionais que 
estejam ou não codificadas em um único documento, pode existir de forma escrita ou 
costumeira. 
b) Constituição formal: É aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um 
documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário. 
2- QUANTO À FORMA: 
a) Constituição escrita: É aquela codificada e sistematizada em um único texto. 
Portanto, é o mais alto estatuto jurídico de determinada comunidade. 
b) Constituição não escrita: É o conjunto de regras não aglutinadas em um texto 
solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudências e convenções. 
3- QUANTO À ORIGEM: 
a) Constituição promulgada (popular ou democrática): Deriva de um trabalho de uma 
assembléia Nacional Constituinte que é composta de representantes do povo, eleitos com 
a finalidade de sua elaboração. C.F.B: 1891,1934,1946,1988. 
b) Constituição outorgada: Estabelecida sem a participação popular, por meio de 
imposição do poder da época. C.F.B: 1824,1937,1967,1969. 
4- QUANTO À ESTABILIDADE: 
a) Constituição rígida: Somente pode ser alterada por um processo legislativo mais 
solene e dificultoso. 
b) Constituição flexível: Pode ser livremente modificada segundo o mesmo processo 
estabelecido para as leis ordinárias. 
5- QUANTO À EXTENSÃO: 
a) Constituição analítica: Examina e regulamenta todos os assuntos que entenda 
relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. 
b) Constituição sintética: Prevê somente os princípios e as normas gerais de regência 
do Estado. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
1) ORIGEM: 
Outorgas: (impostas, sem povo, ato unilateral vontade); 1824, 1937, 1967 e 1969 – 
Promulgadas: (com povo; representação direta– plebiscito ou referendo – 
representação indireta “ assembléia constituinte”); 1891, 1934, 1946 e 1988; 
2) FORMA (reunidas ou esparsas): 
Escritas (único documento, dado momento por órgão especial) e Não-escritas 
(consuetudinárias ou costumeiras; esparsas em leis, costumes, jurisprudência e 
convenções). 
3) MODO DE ELABORAÇÃO:Dogmáticas: (Escritas – dogmas ou ideais da época; ortodoxas (uma ideologia) ou 
ecléticas (várias). 
Históricas ou Costumeiras: (Não escritas – resultam lento evoluir das tradições, 
síntese histórica dos valores). 
4) CONTEÚDO: 
Material: (Conteúdo – organização UF, direitos fundamentais; Com hierarquia entre 
normas, podendo estar ou vazada em CF escrita). 
Formal: (Processo elaboração – rígida, normas escritas e sem hierarquia). 
5) ESTABILIDADE: 
Imutáveis: (não modificam), 
Flexível: (modificam por processo comum), 
Semi-rígida: (2 tipos processos; única 1824). 
6) Rígida: 
 (escrita, processo laboroso; 2T, 2 casas, Quorum qualificado: 3 /5 membros): I) A 
rigidez visa dar maior estabilidade e possibilidade de alteração, II) tem como decorrência 
a supremacia formal da constituição, III) é pressuposto para o controle de 
constitucionalidade e IV ) não decorre da existência de cláusulas pétreas (pode ser rígida 
e não ter CP). 
7) CORRESPONDÊNCIA REALIDADE (Karl Loewntein ): 
Normativa: (Regula vida política UF; consonância com realidade social), Nominativa 
(Visa, mas não regula; descompasso com realidade social). 
Semânticas: (Não limita poder; formaliza e mantêm pode político). 
8) EXTENSÃO: 
Analíticas: (prolixa, extensa – versa sobre diferentes matérias; Formais, Materiais e 
Programáticas) 
Sintéticas (concisa, sumária – organização UF e direitos fundamentais; apenas 
normas Materiais). 
9) FINALIDADE: 
CF Garantia: (Sintética – Fica GI limitando poder estatal; construtora de liberdade 
negativa). 
CG Dirigente: (Analítica – Existência de Normas Programáticas ; programas de ação 
futura do estado). 
10) A tendência moderna é de CF Analíticas: 
 Visam conferir mais estabilidade a certas matérias e Assegurar maior proteção social 
aos indivíduos; 
11) CLASSIFICAÇÃO DA CF 1988: Escrita, Democrática, Dogmática, Eclética, Rígida, 
Formal, Analítica, Dirigente, Normativa, Codificada, Social e Expansiva. 
12) Estrutura: Preâmbulo (diretriz interpretativa; fora âmbito direito CF, sem força 
normativa e não constitui limitação ao poder de reforma), Parte Dogmática (9 capítulos) e 
ADCT (Regras de caráter meramente transitório - eficácia jurídica exaurida tão logo 
ocorra; Formalmente CF, observância obrigatória e só alterados por EC). 
Poder Constituinte: 
Origem histórica: Constituição escrita e poder constituinte são idéias que emergiram 
na cultura ocidental no século XVIII, associadas entre si, no bojo da ideologia 
revolucionária ( Revs. Francesa e americana) depois denominada liberalismo, que 
insurgiu contra o absolutismo real para defender a liberdade individual. 
Poder constituinte 
* originário 
* derivado 
* Reformador 
* Decorrente 
 Originário é o que faz a Constituição, dando início a nova ordem jurídico-
constitucional. As normas da ordem anterior, no que não conflitarem com a nova 
Constituição, são por esta recebidas. Do poder constituinte originário provém: poder 
constituinte derivado, que também é dito instituído, pois é ao mesmo tempo constituinte e 
constituído. É poder constituinte derivado reformador, que também é dito poder de 
emenda ou poder de revisão. 
Ainda como derivado do originário, surge nas federações – só nas federações – um 
poder que forma ou reforma a constituição de um estado-membro dentro do estado 
federal. Esse poder constituinte derivado pode ser chamado decorrente ou, mais 
completamente, decorrente estadual. Ele forma ou reforma a constituição estadual, 
agindo em conformidade com os princípios e as regras fixados pelo poder constituinte 
originário, o qual nas federações faz a constituição federal. 
O poder constituinte originário é marcado por sua inicialidade, ilimitação e 
incondicionamento. Inicialidade do Poder Constituinte originário significa que a 
Constituição é um ato inicial, porque ela funda a ordem jurídica positiva e não é fundada 
por ou em nenhuma outra ordem jurídica positiva. O poder constituinte é inicial porque ele 
funda os demais poderes e não se funda em outro poder. 
O segundo traço é a ilimitação. Todas as correntes concordam em que ele é ilimitado 
ante a ordem jurídico-positiva anterior: não se limita pela constituição e leis vigentes até 
sua manifestação. Por esse caráter, os positivistas o designam soberano, dentro da 
concepção de que, não sendo limitado pelo direito positivo, o poder constituinte não sofre 
qualquer limitação. Os adeptos do jusnaturalismo o chamam autônomo, para frisar que 
não é propriamente soberano, porque está sujeito ao direito natural. 
Enfim, como terceira característica, ele é incondicionado, no sentido de que não sofre 
limitação formal pela prefixação de fórmulas para sua manifestação e seu procedimento. 
Daí, por que a primeira providência de uma Assembléia Constituinte é fixar a forma de sua 
manifestação: o seu regimento interno. Assim, o poder constituinte originário é a 
expressão maior da soberania do Estado. Mas dizer que ele é ilimitado e incondicionado 
não é dizer que ele pode tudo. 
 Cláusulas constitucionais que, por isso, não ganham eficácia. Ex. art. 192 § 3o. CF/88 
limitação dos juros reais – contraria a natureza das coisas, realidade econômica. 
consenso do povo, um exemplo: norma constitucional que restaurasse a incapacidade 
jurídica da mulher relativamente ao homem não teria condições de ganhar eficácia e 
provocaria uma revolta social Também vale registrar, desde logo, que – para os 
jusnaturalistas – o poder constituinte está sempre condicionado ao direito natural. 
As assembléias constituintes podem ainda sofrer algum condicionamento formal 
consistente em princípios e regras (geralmente, regras de deliberação) que lhe são 
impostos pelo ato revolucionário que determinou a elaboração da nova constituição. 
Podem, ainda, sofrer limitação material. Por exemplo, a assembléia constituinte que fez a 
Constituição de 1891 não poderia renegar dois princípios – a república e a federação – 
que haviam sido proclamados pelo ato revolucionário de 15 de novembro de 1889. Tais 
limitações não são raras no constitucionalismo brasileiro. Outro exemplo, as restrições 
impostas à Constituinte de 1934 pelo Decreto nº , de 1930, baixado pelo Governo 
Provisório chefiado por Getúlio Vargas: A nova Constituição Federal manterá a forma 
republicana federativa e não poderá restringir os direitos dos municípios e dos cidadãos 
brasileiros e as garantias individuais constantes da Constituição de 24 de fevereiro de 
1891. 
Poder Constituinte Derivado: 
Diferentemente do originário, o poder constituinte derivado não é inicial, mas é 
secundário, subordinado e seqüencial ao poder constituinte originário de que provém; não 
é ilimitado, porque sofre diversas limitações (circunstanciais, temporais, formais, 
materiais) que lhe são impostas pelo poder constituinte originário; não é incondicionado, 
porque age condicionado por princípios e regras de procedimento, que lhe são fixados 
pelo poder constituinte originário. 
Em suma, as características de todo poder constituinte derivado, seja ele reformador 
da constituição originariamente feita, seja ele decorrente do originário para fazer as 
constituições dos membros de uma federação, são a secundariedade (ou derivação), a 
limitabilidade (ou subordinação) e a condicionalidade (ou condicionamento). 
O poder constituinte derivado sofre limitações, exatamente por ser de direito, ser 
instituído pelo direito positivo, ser contido na constituição posta. São restrições que lhe 
são impostas no texto legislado pelo constituinte originário. Limitações essas, de 
diferentes tipos: circunstanciais, temporais, formais, materiais. 
 Limitações circunstanciais consistem na proibição de modificar a constituiçãoenquanto persistirem certas circunstâncias, tais como as previstas no § 1o do art. 60 da 
Constituição brasileira de 1988: intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. 
Limitações temporais consistem na proibição, ou autorização, ou obrigação de 
reformar a constituição dentro de um certo prazo. Se proíbe modificar, a limitação 
temporal é negativa. É positiva, se autoriza ou impõe a modificação. 
(ADCT), o artigo 3o previu condição temporal positiva: A revisão constitucional será 
realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
Limitações formais são as relativas à forma pela qual se procede à reforma. Esse 
procedimento legislativo melhor se chama procedimento constituinte. As restrições que o 
afetam dizem respeito à forma como tramita, é discutida, é votada e pode ser aprovada a 
proposta de emenda à constituição (PEC). Por exemplo, o § 2o do art. 60 da Constituição 
de 1988 impõe: A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, 
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos 
dos respectivos membros. 
limitações materiais emergem de dispositivos legislados pelo constituinte originário 
com o intuito de impedir que as matérias neles definidas sejam bulidas ou abolidas. 
Esses dispositivos – recentemente apelidados "cláusulas pétreas" – definem uma 
substância constitucional revestida de uma rigidez inquebrantável, que não pode ser 
quebrada a não ser por uma revolução, o que traduz a pretensão de inserir um núcleo 
intocável, perenizado como cerne da constituição escrita. 
CLAUSULAS PÉTREAS: 
"cláusulas pétreas" se definem como dispositivos de rigidez máxima. Na Constituição 
de 1988, são os quatro incisos do § 4o sob o cap. do artigo 60. Nesses dispositivos está 
escrito que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a 
forma federativa de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a 
separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais. 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
É o poder de alterar uma Constituição já existente, mas isso tem que ser feito de 
maneira formal. 
Em nosso país, o mecanismo formal que deve ser utilizado para se promover 
alterações na Constituição chama-se Emenda Constitucional. Existe uma maneira 
informal de se torcer aquilo que a Constituição diz, de se mudar o sentido do 
entendimento daquilo que a Constituição diz, que é a chamada Mutação Constitucional. 
Nesse caso, é a alteração, não do texto, mas do entendimento que se faz daquilo que 
está escrito. Nossa Constituição é clara quando diz que o indivíduo só pode cumprir pena 
quando ele for considerado culpado, depois de uma sentença penal condenatória 
transitada em julgado. O STF já promoveu uma mutação constitucional dizendo que quem 
for condenado 2 vezes já pode começar a cumprir pena ainda que exista a possibilidade 
de recurso, ainda que a sentença condenatória não tenha transitado em julgado. Essa é 
uma forma de alterar a constituição de maneira informal. 
 DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL: 
 É tema de grande relevância eis que trata da transição entre uma e outra ordem 
jurídica constitucional. 
 Acerca disso é importante ressaltar a necessidade de se assegurar em uma transição 
as situações pretéritas já consumadas, especialmente aquelas cujos efeitos ainda são 
percebidos ou o serão futuramente. 
1. RECEPÇÃO: 
 As normas infraconstitucionais anteriores à constituição que não forem compatíveis 
com essa nova ordem são automaticamente REVOGADAS. Já aquelas que forem 
compatíveis com o novo texto constitucional são RECEPCIONADAS pela atual 
Constituição. 
 A ocorrência da RECEPÇÃO ou da REVOGAÇÃO acontece no momento da 
promulgação da nova Constituição. 
1.1 Inconstitucionalidade Superveniente: 
 É inadmissível eis que, diante desse fenômeno as normas anteriores à constituição ou 
são compatíveis com ela, e aí tem-se o caso de RECEPÇÃO, ou são incompatíveis com a 
Constituição, fato que ocasiona sua imediata REVOGAÇÃO. 
1.2 Requisitos para ocorrência da RECEPÇÃO: 
a) norma em vigor quando do advento da constituição; 
b) norma não declarada inconstitucional na vigência do ordenamento anterior; 
c) compatibilidade material e formal com a Constituição anterior; 
d) compatibilidade material com a nova Constituição. 
2 REPRISTINAÇÃO: 
 Nada mais é do que o ressurgimento de uma norma já revogada. 
 Tal fenômeno não é admitido pelo ordenamento jurídico brasileiro, salvo nos casos 
onde a nova norma expressamente prever tal situação. É o que determina o artigo 2º, § 3º 
da LICC. 
3 DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: 
 Trata-se da ocorrência do fenômeno da RECEPÇÃO de dispositivos da Constituição 
anterior que passam a integrar o novo ordenamento jurídico com status de normas 
infraconstitucionais. 
 Tal situação só ocorrerá se expressamente previsto no texto da nova Constituição. 
4 RECEPÇÃO DE NORMA CONSTITUCIONAL: 
 Pode ocorrer se houver compatibilidade e desde que haja previsão expressa na nova 
Constituição nesse sentido (que a norma constitucional antiga passa a vigorar como 
norma constitucional). 
5 RETROATIVIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL: 
 As normas constitucionais podem retroatividade máxima (também chamada 
restitutória), média ou mínima (também chamada de temperada ou mitigada): 
a) retroatividade máxima ou restitutória ocorre nos casos em que a norma 
constitucional nova ataca, inclusive, os fatos consumados na vigência da lei anterior. No 
ordenamento jurídico brasileiro, para que ela ocorra, deve haver previsão expressa na 
nova constituição (ex: CF. ADCT. art. 51). 
b) retroatividade média, que no caso brasileiro também exige uma autorização 
expressa, é aquela onde, embora não atingidos os fatos ocorridos antes da sua vigência, 
são atingidos os efeitos destes que ainda se encontrem pendentes (ou seja, às 
prestações já vencidas, mas que ainda não foram adimplidas). 
c) retroatividade mínima, temperada ou mitigada, é aquela que atinge somente os 
efeitos dos atos consumados na vigência da norma anterior, mas que serão verificados na 
vigência da nova constituição (ex: CF. Art. 7º, IV). 
Teoria das normas, sistema constitucional, regras e princípios 
A Constituição pode ser compreendida como um sistema jurídico aberto de regras e 
princípios de diferentes graus de densidade normativa. Segundo Marcelo Novelino, isso 
se deve porque um sistema baseado apenas em princípios poderia conduzir a um sistema 
falho em segurança jurídica. Por seu turno, um sistema constituído exclusivamente por 
regras exigiria uma disciplina legislativa exaustiva e completa, não permitindo a 
introdução dos conflitos, das concordâncias, do balanceamento de valores e interesses de 
uma sociedade plural e aberta. 
Entende-se por normas constitucionais todas as disposições inseridas numa 
Constituição, ou reconhecidas por ela, independentemente de seu conteúdo. 
Todas as normas constitucionais têm estrutura e natureza de norma jurídica, ou seja, 
são normas providas de juridicidade. 
Para Robert Alexy, tanto as regras quanto os princípios são normas, porque ambos 
encerram um dever ser e podem ser formulados por meio de expressões deônticas do 
dever, da permissão e da proibição. 
Ávila traz como proposta conceitual das regras a seguinte definição: 
As regras são normas imediatamente descritivas, primariamente retrospectivas e com 
pretensão de decidibilidade e abrangência, para cuja aplicação se exige a avaliação da 
correspondência sempre centrada na finalidade que lhes dá suporte ou nos princípios que 
lhes são axiologicamente sobrejacentes,entre a construção conceitual da descrição 
normativa e a construção conceitual dos fatos. 
Ávila traz a acepção dos princípios, os quais foram definidos da seguinte maneira: 
 Os princípios são normas imediatamente finalísticas, primariamente prospectivas e 
com pretensão de complementaridade e de parcialidade, para cuja aplicação se demanda 
uma avaliação da correlação entre o estado de coisas a ser promovido e os efeitos 
decorrentes da conduta havida como necessária à sua promoção. 
Os princípios manifestam-se como fundamentos das regras. Nesse sentido, os 
princípios desempenham várias funções, pois consagram os valores constitutivos e 
fundamentadores do sistema jurídico – função normogenética -, orientadores de sua 
compreensão, interpretação e aplicação – função hermenêutica -, e supletivos das demais 
fontes do direto – função integrativa-, caracterizando a tridimensionalidade funcional dos 
princípios. 
2. CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO ENTRE PRINCÍPIOS E REGRAS 
Dirley da Cunha Jr. elenca diversos critérios distintivos entre princípios e regras, a 
saber: 
a) Grau de abstração e generalidade 
Os princípios são normas dotadas de elevado grau de abstração e providas de um alto 
grau de generalidade, pois expressam ideias matrizes ou valores fundamentais que se 
espraiam por todo o sistema jurídico. 
As regras, por sua vez, são normas com diminuta abstração e reduzida generalidade, 
pois se limitam a descrever, com certa precisão, situações hipotéticas. 
b) Grau de indeterminação 
Os princípios, por serem normas abstratas e de textura aberta, são indeterminados, 
carecendo de medidas intermediárias concretizadoras para poderem ser aplicadas ao 
caso concreto. 
Já as regras, por serem determinadas, são de aplicação direta, não necessitando de 
qualquer mediação, sendo inclusive utilizadas para concretizar os princípios. 
c) Distinção Qualitativa 
Para Robert Alexy, a distinção entre regras e princípios não é de grau, mas sim uma 
distinção qualitativa. 
Desse modo, os princípios são normas jurídicas que ordenam que algo seja realizado 
na maior medida do possível, dentro, porém, das possibilidades fáticas e jurídicas 
existentes. Por isso, segundo Alexy, princípios são mandamentos de otimização. 
As regras, por outro lado, são normas jurídicas que, ou são satisfeitas, ou não são 
satisfeitas, ou seja, devem fazer exatamente aquilo que elas prescrevem, nem mais, nem 
menos. 
d) Distinção feita por Humberto Ávila 
Humberto Ávila utiliza três critérios de dissociação. São eles: 
d.1) Quanto à natureza do comportamento prescritivo – as regras são normas 
imediatamente descritivas, pois estabelecem obrigações, permissões e proibições; já os 
princípios são normas imediatamente finalísticas, pois estabelecem um estado de coisas 
a ser atingido. 
d.2) Quanto à natureza da justificação – a diferença entre princípios e regras não está 
no modo de aplicação, mas sim no modo de justificação necessário à sua aplicação. 
d.3) Quanto ao modo como contribuem para a decisão – as regras têm a pretensão de 
gerar uma solução específica para o conflito de razões; os princípios têm a pretensão de 
contribuir para a decisão e não de gerar uma solução especifica. 
e) Formas de solução de conflitos 
Os princípios, por consistirem normas jurídicas impositivas de otimização, ainda que 
colidentes, coexistem, pois podem ser objeto de ponderação, de harmonização ou 
concordância. A colisão entre princípios se revolve na dimensão do valor. 
O conflito entre regras, por outro lado, revolve-se na dimensão da validade. Eventual 
conflito só pode ser resolvido assim: ou se introduz uma clausula de exceção capaz de 
eliminar o conflito ou, se isto não for possível, exclui-se uma delas com base nos critérios 
hierárquico, cronológico ou da especialidade. 
3. CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL 
As normas constitucionais são criadas para serem aplicadas. Para que isso ocorra, 
são necessárias as seguintes condições de aplicabilidade: 
a) Vigência – a norma deve estar em vigor, ou seja, ser regularmente promulgada e 
publicada e existir juridicamente, tornando-a de observância obrigatória. 
Importante registrar que a vacatio constitutionis consiste no lapso temporal que 
medeia a publicação da norma constitucional e a sua entrada em vigor. Nesse tempo, a 
nova Constituição não regula nada, pois continua em vigor a Carta magna antiga. 
b) Validade e Legitimidade – a norma deve estar em consonância e conformidade 
com o sistema constitucional 
c) Eficácia – a norma deve possuir capacidade de produção de efeitos jurídicos. 
A doutrina costuma dividir a eficácia em social e jurídica. Esta consiste na capacidade 
de atingir os objetivos previstos na norma, ao passo que a eficácia social consiste na no 
fato de a norma é efetivamente obedecida e aplicada. 
Toda norma jurídica é dotada de eficácia jurídica – há variação apenas quanto ao 
grau -, mas nem toda possuem eficácia social. Deve-se buscar os meios adequados para 
implementar o trânsito da eficácia jurídica para a eficácia social. 
4. TIPOLOGIA DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS – J.J. GOMES CANOTILHO 
Dirley da Cunha Jr., em sua obra, traz à baila a classificação dos princípios 
constitucionais feita por J.J. Gomes Canotilho, denominada de Tipologia de Princípios, a 
saber: 
a) Princípios Jurídico- Constitucionais – são todos aqueles que informam e ordenam 
o sistema jurídico de um Estado; 
b) Princípios Político- Constitucionais são aqueles que fixam as bases políticas de 
um Estado; 
c) Princípios Constitucionais Impositivos- são todos os princípios que, impõem aos 
orgãos dos Estados, sobretudo ao legislador, a realização de fins e a execução de tarefas; 
d) Princípios Garantia – são aqueles que estabelecem directa e imediatamente uma 
garantia dos cidadãos. 
Teoria da normas: vigência,efetividade e eficácia. 
Já a vigência de uma lei está relacionada à sua publicidade, significando, em síntese, 
que a lei é válida e que já foi formalmente publicada no meio oficial adequado, dando-se 
publicidade ao seu texto junto à população e, especialmente, aos seus destinatários 
específicos. A vigência está diretamente relacionada à eficácia jurídica da norma. 
Por sua vez, a eficácia da lei está relacionada à possibilidade de a lei, uma vez válida 
e devidamente publicada, vir a surtir efeitos junto aos seus destinatários. Nesse sentido, 
fala-se em eficácia da norma jurídica quando ela está completamente apta a regular 
situações e a produzir efeitos práticos junto aos seus destinatários. 
Em regra, a vigência e a eficácia de uma lei se dão ao mesmo tempo. Entretanto, 
quanto à eficácia, uma lei tributária, em especial, deve atender, especialmente, aos 
princípios da anterioridade anual e nonagesimal, uma vez que, mesmo que plenamente 
válida e devidamente publicada (vigente), uma lei tributária pode ainda não ser eficaz. 
Normas de eficácia plena: São normas que têm aplicabilidade imediata, independem, 
portanto que qualquer regulamentação posterior para sua aplicação, todavia, podem ser 
modificadas pela via Emenda Constitucional. 
Normas de eficácia contida: Da mesma forma que as normas de eficácia plena, as 
normas de eficácia contida têm aplicação imediata, integral e plena, entretanto, 
diferenciam-se da primeira classificação, uma vez que o constituinte permitiu que o 
legislador ordinário restringisse a aplicação da norma constitucional. 
Normas de eficácia limitada: São normas que quando da elaboração da Lex Mater 
têm apenas eficácia jurídica, ou seja, não possuem aplicabilidade na seara fática. Os 
autores asseveram que a norma de eficácia limitada têm aplicabilidade mediata oureduzida, pois é cediço que no caso das normas de eficácia limitada, as normas 
constitucionais dependem de norma infraconstitucional para produzir efeito. 
A eficácia jurídica das regras de efeito limitado está em impedir que o legislador 
ordinário elabore leis que contrariem o disposto em corpo, mesmo que este corpo 
dependa de regra ordinária. 
Eficácia: Hans Kelsen substitui a vigência pela eficácia e mergulha num campo mais 
propenso à fixação clara das diferenças entre um e outro conceito. Para o mestre 
austríaco, validez do direito significa que as normas jurídicas são vinculantes, e que todos 
os dela destinatários lhe devem comportamentos de acordo com as prescrições e 
imposições dessa norma. A eficácia localizar-se-ia em outro campo, o da efetividade, em 
que se mede a efetiva aplicação, a submissão real dos destinatários da norma a ela. 
Partindo-se do conceito de validade em sentido amplo, é necessário, como alerta 
Maria Helena Diniz, que se distinga entre validade constitucional, formal e fática, de um 
lado, e a vigência e eficácia do outro. 
Vigência Constitucional: Vigência, em sentido amplo, não é uma qualidade própria 
da norma jurídica, pois não depende ela de si própria para atingir essa condição. Será ela 
válida a partir de suas relações com outras normas jurídicas. Em outra forma, a norma 
jurídica é válida a partir da constatação de que sua formação se deu com observância das 
normas constitucionais a respeito de sua produção, e é eficaz a partir de sua inserção 
harmônica dentro do conjunto de outras normas jurídicas que pretende integrar. No 
primeiro caso, interessa-nos a forma; no segundo, o conteúdo e o sistema jurídico. 
 
Eficácia constitucional: A eficácia, por seu turno, diz respeito às condições fáticas e 
técnicas da atuação da norma jurídica e, principalmente, ao seu sucesso, como bem 
ressalta Maria Helena Diniz. É, assim, a qualidade do texto normativo de produzir, 
ordinariamente, seus regulares efeitos. São importantes as palavras de Maria Helena 
Diniz quanto à eficácia. Para ela, a eficácia diz respeito ao fato de se saber se os 
destinatários da norma ajustam, ou não, seu comportamento em maior ou menor grau, às 
prescrições normativas, ou seja, se cumprem, ou não, os comandos jurídicos, se os 
aplicam ou não. E explica: casos há em que o órgão competente emite normas, que por 
violentarem a consciência coletiva não são observadas nem aplicadas, só logrando, por 
isso, ser cumpridas de modo compulsório, a não ser quando caírem em desuso; 
conseqüentemente, têm vigência, mas não possuem eficácia (eficácia social). 
A eficácia em sentido técnico prossegue a autora, indica que a norma tem 
possibilidade de ser aplicada, de exercer, ou produzir, seus próprios efeitos jurídicos, 
porque se cumpriram as condições para isto exigidas (eficácia jurídica), sem que haja 
qualquer relação de dependência da sua observância, ou não, pelos destinatários. 
É claro que a eficácia jurídica difere da eficácia constitucional quanto aos elementos 
que concorrem para sua ocorrência, já que nesta última é comum, recomendável e 
necessário o recurso a elementos extrajurídicos, extranormativos, para suportar essa 
eficácia. 
Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Plena: 
- são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, independentemente de 
legislação posterior para sua inteira operatividade; 
- produzem ou têm possibilidades de produzir todos os efeitos que o constituinte quis 
regular; 
- tem autonomia operativa e idoneidade suficiente para deflagrar todos os efeitos a 
que se preordena; 
- conformam de modo suficiente a matéria de que tratam, ou seja, seu enunciado 
prescrito é completo e não necessita, para atuar concretamente, da interposição de 
comandos complementares. 
 Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Contida: 
 - são aquelas que têm aplicabilidade imediata, integral, direta, mas que podem ter o 
seu alcance reduzido pela atividade do legislador infraconstitucional. 
- São também chamadas de normas de eficácia redutível ou restringível. 
 Normas Constitucionais de Eficácia Limitada: 
 - são aquelas que dependem da emissão de uma normatividade futura; 
- apresentam aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois somente incidem 
totalmente após normatividade ulterior que lhes dê aplicabilidade 
- o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei ordinária, dá-lhes a 
capacidade de execução em termos de regulamentação daqueles interesses visados pelo 
constituinte; 
- a utilização de certas expressões como “a lei regulará”, ou “a lei disporá”, ou ainda 
“na forma da lei”, deixa claro que a vontade constitucional não está integralmente 
composta. 
Subdividem-se em: m 
Normas de Princípio Institutivo: são aquelas que dependem de lei para dar corpo às 
instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição. 
Normas de Princípio Programático: são as que estabelecem programas a serem 
desenvolvidos mediante legislação integrativa da vontade constituinte. 
Efetividade: O tema a ser exposto nesta tese diz respeito ao problema da efetividade 
das normas constitucionais. Efetividade em sentido amplo significa capacidade que uma 
norma jurídica tem para produzir seus efeitos. A Efetividade pode ser dividida em 
efetividade jurídica e efetividade social. 
A efetividade jurídica ocorre quando a norma jurídica tem nos limites objetivos todos os 
seus elementos: hipótese, disposição, sanção, podendo assim produzir efeitos desde logo 
no mundo dos fatos, seja quando é respeitada ou quando é violada. ensejando a 
aplicação de uma sanção. 
Já, a efetividade social de uma norma ocorre quando a mesma é respeitada por boa 
parte da sociedade, existindo assim um reconhecimento do Direito por parte desta e um 
amplo cumprimento dos preceitos normativos.

Outros materiais